Cap. 56 - “És tu o rei dos judeus?” (Barrabás, a
flagelação)
A comitiva escoltada pelos guardas do templo acabou de sair do
palácio do tetrarca para voltar ao pretório, para encontrar Pilatos. “Tu
és o rei dos judeus?”. Jesus lhe respondeu: “Falas assim por ti mesmo ou outros
te disseram isso de mim?”. Respondeu Pilatos: “Sou por acaso judeu? Teu povo e
os chefes dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?”. Jesus respondeu:
“Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus súditos
teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas meu reino não é
daqui”. Pilatos lhe disse: “Então tu és rei?”. Respondeu Jesus: “Tu o dizes: eu
sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da
verdade.
Assim como Herodes, Pilatos também não encontra no Nazareno
nenhuma razão para uma condenação à morte, então, recordando-se da tradição de
libertar um prisioneiro durante esses dias festivos, acrescenta: “É costume
entre vós que eu vos solte um preso, na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos
Judeus? A pequena multidão que assistia a cena grita: “Esse não,
mas Barrabás!”. Yeoshua Bar Abbas, "Barrabás", o zelota
assassino, é um homem gigantesco, vestido com trapos, com barba espessa e
longa. Ele havia suportado bem a prisão. Eles o preferiram a Jesus. Pilatos,
então, tomou Jesus e o mandou flagelar.
Enquanto isso, Pedro, João, Maria, a mãe de Jesus, e Maria
Madalena acompanham a cena à distância. Maria espera poder encontrar o olhar do
filho. Tiram sua túnica e amarram seus pulsos em um bloco de mármore. São
quatro os seus algozes. A cada golpe, o corpo de Jesus estremece e sacode.
Começa a morrer sob aqueles golpes. Como se isso não fosse suficiente, os
soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça e jogaram
sobre ele um manto de púrpura.
Eles o levaram de volta a Pilatos. O governador, vendo o
estado em que ele se encontrava, repreendeu o centurião. Ele queria que o
Nazareno fosse punido, não levado ao limiar da morte. Pilatos, de novo, saiu
fora e lhes disse: “Vede: eu vo-lo trago aqui fora, para saberdes que não
encontro nele motivo algum de condenação”. Jesus, então, saiu fora trazendo a
coroa de espinhos e o manto de púrpura. E Pilatos lhes disse: “Eis o homem!”.
O Nazareno está de pé, descalço e cambaleante, com o manto
real grudado em suas chagas que sangram. Ele não tem mais fôlego em sua
garganta.
Ao vê-lo, os chefes dos sacerdotes e os guardas do templo imediatamente gritam: “Crucificai-o! Crucificai-o!”. Disse-lhes Pilatos: “Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu não encontro culpa nele”. “Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa”, disse, e lava as mãos.
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