Papua Nova Guiné: Poucos dias antes de visita do papa, conversões refletem a presença de Deus
Por Andrés Henríquez*
23 de agosto de 2024
Os primeiros missionários católicos chegaram à Papua - Nova
Guiné, país na Oceania, há apenas 70 anos. Em meio a um contexto onde a fé é
tão recente, o padre Martín Prado, que atua pastoralmente no país, destacou as
conversões que ocorrem “através de coisas muito simples que refletem que é Deus
quem está por trás delas”.
O papa Francisco vai visitar a Papua Nova Guiné no âmbito de
uma viagem
apostólica entre 2 e 13 de setembro na Oceania que o levará também
à Indonésia, Timor Leste e Singapura.
O missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), que
está no país há dez anos, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre
(ACN) que a fé dos locais é como “a fé de uma criança” com a qual ele consegue
aprender muito. “Aqui os cristãos têm uma fé muito viva e simples”, disse ele.
No entanto, o padre Prado disse que “ainda persiste uma
forte influência da espiritualidade indígena”, o que dificulta “uma compreensão
completa da fé cristã”. Muitos ainda têm fortes raízes nas suas tradições
ancestrais, “que não são compatíveis com o Evangelho”.
“As crenças em espíritos e as superstições ainda persistem e
muitas vezes se misturam com a fé católica. O trabalho do missionário é ajudar
os cristãos a ver o que não se encaixa e assim mudar isso”, disse ele.
O seu trabalho, continua ele, dá frutos, e muitos moradores
conseguem discernir por si próprios entre o que é falso e o que é verdadeiro
“mesmo sem saber ler ou sem ter recebido um catecismo especial”.
“No entanto, se não se cuida a vida de oração e de dedicação
aos outros, é muito fácil que a fé se misture com superstições e outros
elementos superficiais”, acrescentou.
A
importância da visita papal
Segundo o padre Prado, a viagem do papa foi “uma grande
surpresa e alegria para todos”. O padre disse também que devido ao acesso
limitado à internet e às redes sociais na ilha, poucos tinham
conhecimento da notícia.
“Estamos todos muito entusiasmados, trabalhando para poder
receber o Santo Padre da melhor forma possível, apesar da precariedade e
simplicidade com que vivemos”, disse.
Quanto aos frutos pastorais da visita, o missionário espera
que a fé e a vida espiritual dos fiéis sejam fortalecidas, destacando que as
pessoas se preparam com grande entusiasmo para a chegada do papa Francisco,
rezando o rosário todas as noites, organizando palestras e workshops de
confissão nos quais milhares de pessoas participaram. “Foi muito emocionante”,
disse o padre Prado.
“As pessoas esperam com entusiasmo e fervor a chegada do
Santo Padre, buscando aquele encontro com Deus que desejam”, disse ele.
O desafio
da juventude
“Os jovens não têm modelos para seguir nem se inspirar e
poucos têm o apoio e o acompanhamento dos pais para se comprometerem pela vida.
Formar boas famílias é um desafio, mas estamos vendo como, aos poucos, as
coisas vão mudando”, destacou o padre.
O padre Prado encorajou os católicos de todo o mundo a rezar
pelo país, pela população local e pela viagem do papa. Da mesma forma, pediu
para rezar muito pelos missionários e pelas vocações papuásias ao sacerdócio,
“que é o que pode realmente alcançar a mudança”.
“Em 2019, iniciamos um grupo para rezar pelas vocações e desde então o número de sacerdotes dobrou. Começamos a ver surgir vocações locais, que nunca tivemos antes: agora são três seminaristas e dois noviços”, concluiu.
*Andrés Henríquez é um jornalista venezuelano especializado em religião e política. Mais de 5 anos de experiência em meios bilingues. É membro da Federação Regnum Christi.
Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/58917/papua-nova-guine-poucos-dias-antes-de-visita-do-papa-conversoes-refletem-a-presenca-de-deus
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