Esse Jesus a quem no Evangelho de hoje, Pedro faz a seguinte
profissão: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” é aquele
quem nos ensina a amar, servindo.
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
A segunda leitura deste domingo, tirada da Carta de São
Paulo aos Efésios é aquela famosa reflexão do Apóstolo na qual ele diz que as
mulheres deverão ser submissas a seus maridos como a Igreja, a Cristo. Tal
afirmação, da submissão da mulher ao marido, nos parece anacrônica, além de
misturar algo que foi cultural (a submissão da mulher) com a submissão da
Igreja a Cristo, que deverá ser sempre atual. Mas afinal, o que Paulo queria
dizer aos Efésios e hoje a nós, cristãos do século XXI?
Seu objetivo está no versículo 21, quando escreve:
“Submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo”. Em Cristo, como não
poderia deixar de ser, está todo o fundamento e norma de comportamento de todo
ser humano. Como cristãos, seguimos uma pessoa, Jesus Cristo e não uma ideia.
Por isso, vale refletir sobre como o Mestre se relacionava com as pessoas, para
daí seguirmos seu exemplo.
Olhando nos Evangelhos, especialmente o capítulo 13 de João,
o Senhor sempre se relacionou como aquele que serve. Já começou tal modo de se
relacionar desde a encarnação, como lemos em Lucas, e o terminou no grande
serviço do Calvário, quando nos redimiu. Sua vida e a de Maria, sua Mãe e
nossa, também foi de serviço. Portanto, Paulo nos quer dizer que nosso
relacionamento deverá sempre ser de serviço.
Esse serviço deverá ser por amor, caso contrário não será
cristão. Entendemos agora por que Paulo escreve: “E vós maridos, amai vossas
mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela,.”
Ora, se é o amor cristão que deve embasar nossos
relacionamentos, todos eles terão uma dimensão sacramental. Quando alguém
procura servir o outro, está amando-o com o amor de Cristo e nisso veicula a
ação salvífica de Jesus.
Posto isto, vamos vivenciar o que nos diz a primeira
leitura, tirada do livro de Josué: “Quanto a mim e à minha família, nós
serviremos ao Senhor”. Esta frase dita por Josué, explicita sua adesão e a de
sua família ao Senhor. É uma adesão afetiva, não apenas aos mandamentos do
Senhor, mas a Ele mesmo.
Esse Jesus a quem no Evangelho de hoje, Pedro faz a seguinte
profissão: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” é aquele
quem nos ensina a amar, servindo.
Podemos concluir nossa reflexão, pedindo ao Senhor que nos
dê um coração semelhante ao dele, para que nossa vida seja um eterno serviço,
porque amamos! E exatamente porque amamos, servimos.
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