Eusébio nasceu na ilha da Sardenha, Itália, em 283. Seu
pai morreu na perseguição aos cristãos do imperador Diocleciano, depois do que
sua mãe o levou para Roma, onde completou seus estudos eclesiásticos. Foi
ordenado sacerdote e eleito reitor na cidade, vivendo ali por algum
tempo e mudando-se posteriormente para Vercelle (atual Vercelli) no Piemonte.
Foi consagrado bispo desta diocese entre 340-345.
Segundo Santo Ambrósio, ele foi o primeiro bispo do
Ocidente a unir a vida monástica à clerical, convivendo com o clero numa
vida inspirada nos cenobitas orientais, com o estudo dos santos livros, o
serviço nas paróquias e trabalhando manualmente para prover a própria
subsistência. Esta concepção inspirou as futuras comunidades de cônegos
regulares na Igreja.
Em 355 participou, forçado pelo imperador Constâncio,
ariano, do Concílio de Milão; previa que os hereges não aceitariam os
decretos do Concílio de Nicéia (que condenavam o arianismo) e por isso
perseguiriam Santo Atanásio, defensor da verdadeira Fé. De fato, sua
participação foi exigida, mas somente depois que um documento contra Santo
Atanásio já estivesse redigido, e apenas para obter nele a sua assinatura de
concordância. Por se recusar a isto, foi exilado, inicialmente em
Citópolis na Síria, onde foi cruelmente tratado pelo bispo ariano Patrófilo. Ali
foi preso e isolado de comunicação com os católicos, sofrendo castigos físicos
e psicológicos. Os protestos veementes do povo, ao tomar conhecimento do fato,
levaram à sua libertação, e ele foi mandado para a Capadócia na Turquia, e de
lá para o deserto de Tebaida, no Egito. Ficou ali até 362, quando o
novo imperador, Juliano o Apóstata, permitiu que bispos presos retornassem às
suas dioceses.
Contudo Eusébio ainda permaneceu no Oriente. Com
Santo Atanásio, convocou o Sínodo de 362 em Alexandria, para novamente defender
a Fé contra os arianos. Pregou depois em Antioquia e na Ilíria, voltando a
Vercelle em 363. Ajudou então Santo Hilário de Poitiers na supressão do
arianismo na Igreja Ocidental.
Faleceu em Vercelle em 1 de agosto de 371, e é
considerado mártir da Igreja, em função não de morte cruenta, mas dos
seus sofrimentos que incluíram exílios e torturas em defesa da verdadeira Fé.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Defender os santos e a santidade também nos santifica.
Muitas são as heresias deste mundo, que sempre pressiona e pune os que buscam e
vivem a Verdade e a convivência harmoniosa numa comunidade de obediência a
Deus. Este mundo é de fato um exílio e um deserto, não nosso lar definitivo, e
como Santo Eusébio devemos estar dispostos a não nos apegarmos e cedermos às
propostas de uma passageira hospedagem – um hotel com uma ou muitas “estrelas”
de qualidade – que inevitavelmente fechará suas portas e dos quais serão
encerradas e pagas as contas. Ao contrário, para evitar o calor insuportável de
um deserto e exílio definitivo, subamos à Barca de Pedro que é a Igreja
Católica e sigamos a Estrela do Mar que é Nossa Senhora, assinando o nome de
nossas almas somente no documento da Cruz salvadora do Senhor.
Oração:
Deus de amor e providência, que nos consagrastes para a vida
celeste, Concedei-nos pela intercessão de Santo Eusébio resistir como ele aos
conciliábulos do erro, de modo a que não permaneçamos ilhados de Vós num
martírio infinito e inglório, mas pelo estudo dos santos textos, do serviço de
caridade ao próximo e no trabalho de segurar nas nossas almas o alimento
Eucarístico da verdadeira Vida, participemos do sínodo permanente a que nos
convocais no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
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