Cap. 58 - A madrugada de Domingo (Páscoa da Ressurreição)
Embora dos onze Apóstolos restantes, apenas João estivesse
presente no Gólgota e tivesse participado do sepultamento, todos os outros
souberam quase em tempo real o que havia acontecido com seu Mestre. Nas horas
que se seguiram à sua morte, alguns se refugiaram no Getsêmani. Outros
permaneceram na casa de Dã, onde jantaram com Jesus pela última vez na
quinta-feira. Na mesma casa também estavam Maria, sua mãe, e Maria Madalena.
Todos se encontram no local da última ceia.
Uma profunda angústia se espalhou entre os apóstolos. Jesus
estava morto há um dia e eles já sentiam profundamente sua falta. Naquela casa,
havia apenas duas pessoas que preferiam o silêncio às palavras. Pedro e Maria.
O apóstolo, um homem que só na aparência parece um duro, não
se conforma por ter deixado Jesus sozinho no Gólgota. Parecia-lhe que o havia
renegado mais uma vez. Sentia-se indigno, o mais indigno de todos. O silêncio
de Maria era diferente. A mãe do Nazareno mais do que ser consolada, consolava.
Nas primeiras horas do dia seguinte ao sábado, as mulheres
haviam preparado os unguentos perfumados. Querem ir ao sepulcro para terminar a
preparação do corpo de Jesus. Maria Madalena chega primeiro ao túmulo e percebe
que a pedra foi removida. Os guardas não estavam lá para protegê-la. Fugiram
depois de ver a pedra se mover como se tivesse sido empurrada de dentro do
túmulo.
Maria Madalena fica atônita com essa visão. Detém-se junto
ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior
do sepulcro e viu dois jovens, vestidos de branco, sentados no
lugar onde o corpo de Jesus fora colocado. Disseram-lhe então: “Mulher, por que
choras?”. Ela lhes diz: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram!”.
Depois de dizer isso, ela se vira para trás e vê um homem
parado e olhando para ela. Não o reconhece e vira o rosto novamente para o
sepulcro. Jesus lhe diz: “Mulher por que choras? A quem procuras?”.
Pensando ser ele o jardineiro, ela lhe diz: “Senhor, se foste tu que o levaste,
dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!”. Diz-lhe Jesus: “Maria!”.
Voltando-se ela lhe diz em hebraico: “Rabbibi!”, que quer dizer “Mestre”. Jesus
lhe diz: “Não me retenhas, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, aos meus
irmãos e dize-lhes: “Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso
Deus”. O rosto de Madalena é irradiante.
Enquanto isso, também chegaram as outras mulheres. Jesus
veio ao seu encontro e lhes disse: “Alegrai-vos”. Elas, aproximando-se
abraçaram-lhe os pés, prostrando-se diante dele. Então Jesus disse: “Não
temais! Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia; lá me verão”.
Deixam o jardim correndo. Uma felicidade irreprimível move
seus passos quando retornam ao cenáculo. Batem à porta com força, gritando de
alegria. Os apóstolos já estão de pé. Entram correndo, repetindo: "O
Senhor ressuscitou, está vivo... nós o vimos!". Pedro se aproxima de Maria
Madalena. "O que estás dizendo? Quem tu viste?" "Jesus, o
Mestre, o Senhor", repete a mulher. E acrescenta: "O túmulo estava
vazio... e ele falou comigo! Era ele! Era ele!" As outras confirmam o
ocorrido.
Pedro calçou os sapatos às pressas, enquanto João já o
aguardava na porta. "Vamos lá ver!" Maria, a mãe de Jesus, entra
nesse meio tempo e todos ficam em silêncio. Sorri. Ela já sabia. Ela já o tinha
visto. Pedro e João correm como loucos pelas ruas de Jerusalém.
Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais
depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinando-se, viu os panos
de linho por terra, mas não entrou. Então, chega também Simão Pedro, que o
seguia e entrou no sepulcro; vê os panos de linho por terra e o sudário que
cobrira a cabeça de Jesus. Nada na cena sugere que alguém tenha
roubado o corpo.
https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/09/13/15/138258763_F138258763.mp3
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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