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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

São Januário (São Gennaro)

São Junuário (A12)
19 de setembro
País: Itália
São Januário (São Gennaro)

Januário (Gennaro em italiano) nasceu em Nápoles, cidade italiana aos pés do vulcão Vesúvio, na segunda metade do século III. Uma fonte cita que seu nome seria Prócolo, da família romana dos Ianuarii. Foi eleito bispo de Benevento, cidade próxima de Nápoles, parece que ainda jovem, em reconhecimento pela sua bondade, caridade e zelo pela Fé. Na época, o cristianismo implicava em alto risco de vida, pelas perseguições pagãs dos imperadores romanos. Em 304, Dioclesiano, de fato, iniciou a última e talvez a mais violenta perseguição contra a Igreja, antes da paz de Constantino em 313. Todos os representantes do clero eram, potencialmente, as principais vítimas.

Há informações contraditórias a respeito do martírio de Januário, mas o que parece mais certo é que foi preso junto com outros cristãos, incluindo o diácono Sósio, ao ir à prisão confortar fiéis encarcerados. Conduzidos até Puzzuoli, pequena cidade próxima de Nápoles, foram julgados e condenados à morte. Algumas versões citam uma tentativa de queimá-los numa fogueira, da qual saíram ilesos; mais certo é que foram, depois disso ou diretamente, levados à arena da cidade, para serem mortos por leões famintos.

Os animais, contudo, apenas lamberam os pés dos condenados; foi então decretada a sua morte por decapitação. Era o dia 19 de setembro do ano 305. O sangue de Januário, como frequentemente acontecia com os mártires, foi recolhido como relíquia por fiéis.

Este sangue, coagulado, conservado sem qualquer produto químico ao longo dos séculos numa ampola de vidro na catedral de Nápoles, foi exibido ao público pela primeira vez em 1305, já sendo um milagre o fato de simplesmente se ter mantido inalterado, sem se decompor totalmente, como seria natural. Mas em 17 de agosto de 1389, com testemunhos verbais de cerca de 5.000 pessoas, ele se liquefez espontaneamente, e posteriormente tornou a ficar coagulado.

O fenômeno tornou a se repetir ao longo do tempo; em 1728 Montesquieu (crítico da Igreja) o observou duas vezes, certificando que não se tratava de artifício; em 1902 o sangue foi examinado espectroscopicamente diante de testemunhas pelo Dr. Sperindeo, que declarou não haver dúvida de que se trata de sangue humano. A igreja sempre permite que o fenômeno seja investigado pela Ciência, que até o presente não tem reposta para ele.

O milagre costuma acontecer três vezes por ano, observado diretamente por multidões: no primeiro sábado que precede o primeiro domingo de maio, em memória da primeira translação do recipiente de com o sangue; em 19 de setembro, memória litúrgica de São Januário e data do seu martírio; e em 16 de dezembro, quando a intercessão de São Januário impediu a destruição da cidade pela catastrófica erupção do Vesúvio em 1631. Além da passagem do estado sólido para o líquido, a cor do sangue muda de escuro para vermelho vivo, o peso duplica, e é alterado o volume – independentemente de condições de temperatura ou quaisquer outros parâmetros naturais.

Historicamente, a intercessão de São Januário, pedida pelos fiéis de Nápoles em diversas situações críticas, como a erupção vulcânica, a peste que dizimou toda a região menos a cidade em 1884, em situações de guerra, carestia, etc., naturalmente levou a que ele fosse proclamado patrono da cidade. Também as igrejas ortodoxas o veneram como santo e mártir.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Januário, e também seus companheiros de martírio, resistiram à fogueira das vaidades e soberba pagãs, tornando dóceis, pela Fé e amor a Cristo, as feras das tentações de apostasia. A espada decapitou a morte para longe das suas almas, em total independência dos parâmetros naturais, e evitou a catastrófica erupção de uma condenação infinita para eles. A evidência do milagre proporcionado pelo sangue de São Januário é tão contundente que é difícil entender a descrença de tantos homens quanto à Igreja. A argumentação de que a Ciência “algum dia” o poderá explicar é, diante das circunstâncias, uma pobre e feia desculpa, que se apoia não nos fatos observáveis e mensuráveis – científicos – mas numa má vontade evidente de quem se recusa a reconhecer uma verdade cabal e indiscutível. Só uma mentalidade tão absurdamente relativista, da qual não se pode duvidar que chegue em algum momento a questionar se 2+2=4, pode fornecer o tanto de estupidez necessária para recusar até mesmo uma mínima disposição sincera para ao menos ouvir a mensagem da Boa Nova de Jesus. Ao invés disso, de forma irracional, arbitrária e preconceituosa, decreta a vazia soberba humana, por meio do mundanismo atual, dogmaticamente, que só o engenho humano tem explicação para o que existe, ainda que o mesmo engenho humano comprove, na prática, a impossibilidade desta noção. Este contraste, que contraria a Razão e o bom senso, além das evidências diretas, é um alerta monumental para a crítica situação do Homem, presentemente tão preocupado e obstinado em rejeitar a realidade e a Verdade, situação esta mais grave ao longo da História na medida em que o entendimento e o conhecimento de Deus são potencialmente mais acessíveis, e a Sua negação cada vez menos desculpável. Assim é que o mistério da liberdade humana, que Deus nos concedeu, e portanto a responsabilidade em relação a ela, agravam as escolhas que fazemos, tanto pessoal quanto socialmente. Nem por isso devemos desesperar da Sua Misericórdia, até porque Ele mesmo a garantiu a todos que O procuram sinceramente, mas sem dúvida é tempo de conscientemente buscar com coragem a santidade, como fizeram São Januário e companheiros, pois ela é o único caminho que conduz à paz.

Oração:

Senhor Deus, que nos concedestes por amor gratuito e eterno a existência e a Salvação por meio do martírio de Cristo, concedei-nos por intercessão de São Januário a solidificação da nossa Fé, de modo a que possamos aumentar o peso e o volume dos atos de caridade em favor do próximo e para a Vossa glória, e ao mesmo tempo a diluição cada vez maior dos nossos pecados no Sangue de Cristo, a fim de obtermos o Vosso perdão e a vida celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF