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terça-feira, 3 de setembro de 2024

“Vivemos com naturalidade” (3)

Fiéis lotam a igreja principal da Administração Apostólica na missa dominical | Davi Corrêa / ACI Digital

“Vivemos com naturalidade”, dizem católicos nascidos e criados no rito romano antigo em Campos.

Por Natalia Zimbrão*

31 de agosto de 2024

A vida paroquial

O padre Ivoli Latrônico é pároco do Imaculado Coração de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Campos dos Goytacazes, maior cidade do Estado do Rio de Janeiro em área, com mais de 4 mil km², e o quinto maior em população, com 483.540 pessoas.

“Os paroquianos têm uma vida muito corrida no sentido de trabalho, coisas de uma cidade grande”, diz o padre Ivoli. “A questão da frequência é um pouco diferente de uma paróquia do interior, por exemplo, onde o acesso é mais fácil, por conta de uma proximidade da igreja”.

Padre Ivoli coloca o sal bento na boca de bebê durante a celebração do batismo na igreja principal da Administração Apostólica. Davi Corrêa / ACI Digital

Mas “a vida dos paroquianos, da paróquia em si, é muito sadia”, ressaltou o padre. “É uma paróquia normal. Embora pertença à Administração Apostólica e tenha a peculiaridade do rito na forma antiga, mas temos movimentos, pastorais, pastoral da acolhida, pastoral dos jovens, associações como Apostolado da Oração, Congregação Mariana, catequese, Cruzada Eucarística. Então, é uma vida muito normal, como outras paróquias, sendo que temos aquela característica da forma mais antiga da celebração dos sacramentos e a orientação mais tradicional da Igreja”, disse.

O casal Rafael Ferreira e Ana Cristina de Souza cresceu fazendo parte dessas atividades paroquias e hoje incentivam os filhos a seguir o mesmo caminho. “Desde novos, sempre fizemos parte de grupos e associações. Nós fizemos parte da Cruzada Eucarística, e as crianças hoje fazem parte da Cruzada Eucarística. Eu fui coroinha e o Tadeu também faz parte dos coroinhas. Ana é professora de catequese, fez parte da Pia União das Filhas de Maria. Eu faço parte da Congregação Mariana e ela hoje faz parte do Apostolado da Oração. E hoje nós somos o casal de apoio do grupo de jovens”, contou Rafael.

Integrantes da Pia União das Filhas de Maria fazem a coroação de Nossa Senhora no dia da Assunção de Maria, 15 de agosto. Davi Corrêa / ACI Digital

Para Luzia Salvatte Zanon, a participação na vida paroquial “vai além da participação da santa missa”. Há festa junina, almoço, festa com jovens, encontro de jovens, passeios, excursões. “Estamos aí, vivos, para quem quiser acompanhar a gente”, diz ela. 

O padre Ivoli contou que muitas pessoas acabam se aproximando “da paróquia porque se identificam com o carisma, digamos assim, da Administração Apostólica, do canto gregoriano, do silêncio da igreja e, sobretudo, da missa tradicional”, e acabam integrando a comunidade paroquial. Segundo ele, essas pessoas “têm o desejo de uma espiritualidade mais profunda, sobretudo litúrgica”, o que é favorecida na missa no rito romano antigo com “o canto, o incenso, a liturgia, que são muito ricos”.

O sacerdote disse que muitas famílias participam das missas com seus filhos. “Uma missa dominical tem 100, 120 crianças”, disse. A missa dominical com maior presença de crianças é a das 9h15. Depois, vem a catequese. “Enquanto as crianças vão para o catecismo de acordo com as faixas etárias, temos um momento de formação para os pais. Isso tudo ajuda muito a frequência”, disse.

Crianças da catequese na igreja principal da Administração Apostólica, depois da missa dominical. Davi Corrêa / ACI Digital

O pároco contou que, ao visitar os paroquianos em suas casas, observa “essa espiritualidade que é também vivida em suas vidas de oração, as famílias rezam juntas, frequentam ambientes que são mais católicos, evitam aqueles que são mais mundanos, o modo de falar, de se comportar, de se vestir, a questão da oração pessoal”. “Então, é uma característica que vai para além do recinto da igreja, que as pessoas levam consigo”, acrescentou.

Para Rafael Ferreira, a vivência na paróquia da Administração Apostólica “reflete positivamente” na vida da família, “por causa da sacralidade, da piedade que o rito antigo traz”.

“A vida ativa de missas, de catequese e de terço em família faz a gente conseguir ver coisas na nossa vida pelas mãos de Deus mesmo, providência divina na nossa vida, na nossa família, a gente sente a presença de Deus mesmo. Se a gente esmorece na fé, sente que está faltando alguma coisa a mais. E a gente acaba se entregando mais e a graça de Deus vem”, disse Ana Cristina.

Para o médico e organista Víctor Barcelos, a participação na paróquia e a formação que recebe o ajuda “a colocar Deus no centro de tudo”, o que faz a “procurar sempre seguir os princípios da fé, a ética, tudo isso como forma de louvar a Deus”.

Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. A próxima será publicada dia 2 de setembro.

*Natalia Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem experiência anterior em revista, rádio e jornalismo on-line.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59011/vivemos-com-naturalidade-dizem-catolicos-nascidos-e-criados-no-rito-romano-antigo

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF