“Vivemos com naturalidade”, dizem católicos nascidos e criados no rito romano antigo em Campos.
Por Natalia Zimbrão*
31 de agosto de 2024
A vida
paroquial
O padre Ivoli Latrônico é pároco do Imaculado Coração de
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Campos dos Goytacazes, maior cidade do
Estado do Rio de Janeiro em área, com mais de 4 mil km², e o quinto maior em
população, com 483.540 pessoas.
“Os paroquianos têm uma vida muito corrida no sentido de
trabalho, coisas de uma cidade grande”, diz o padre Ivoli. “A questão da
frequência é um pouco diferente de uma paróquia do interior, por exemplo, onde
o acesso é mais fácil, por conta de uma proximidade da igreja”.
Mas “a vida dos paroquianos, da paróquia em si, é muito
sadia”, ressaltou o padre. “É uma paróquia normal. Embora pertença à
Administração Apostólica e tenha a peculiaridade do rito na forma antiga, mas
temos movimentos, pastorais, pastoral da acolhida, pastoral dos jovens,
associações como Apostolado da Oração, Congregação Mariana, catequese, Cruzada
Eucarística. Então, é uma vida muito normal, como outras paróquias, sendo que
temos aquela característica da forma mais antiga da celebração dos sacramentos
e a orientação mais tradicional da Igreja”, disse.
O casal Rafael Ferreira e Ana Cristina de Souza cresceu
fazendo parte dessas atividades paroquias e hoje incentivam os filhos a seguir
o mesmo caminho. “Desde novos, sempre fizemos parte de grupos e associações.
Nós fizemos parte da Cruzada Eucarística, e as crianças hoje fazem parte da
Cruzada Eucarística. Eu fui coroinha e o Tadeu também faz parte dos coroinhas.
Ana é professora de catequese, fez parte da Pia União das Filhas de Maria. Eu
faço parte da Congregação Mariana e ela hoje faz parte do Apostolado da Oração.
E hoje nós somos o casal de apoio do grupo de jovens”, contou Rafael.
Para Luzia Salvatte Zanon, a participação na vida paroquial
“vai além da participação da santa missa”. Há festa junina, almoço, festa com
jovens, encontro de jovens, passeios, excursões. “Estamos aí, vivos, para quem
quiser acompanhar a gente”, diz ela.
O padre Ivoli contou que muitas pessoas acabam se
aproximando “da paróquia porque se identificam com o carisma, digamos assim, da
Administração Apostólica, do canto gregoriano, do silêncio da igreja e,
sobretudo, da missa tradicional”, e acabam integrando a comunidade paroquial.
Segundo ele, essas pessoas “têm o desejo de uma espiritualidade mais profunda,
sobretudo litúrgica”, o que é favorecida na missa no rito romano antigo com “o
canto, o incenso, a liturgia, que são muito ricos”.
O sacerdote disse que muitas famílias participam das missas
com seus filhos. “Uma missa dominical tem 100, 120 crianças”, disse. A missa
dominical com maior presença de crianças é a das 9h15. Depois, vem a catequese.
“Enquanto as crianças vão para o catecismo de acordo com as faixas etárias,
temos um momento de formação para os pais. Isso tudo ajuda muito a frequência”,
disse.
O pároco contou que, ao visitar os paroquianos em suas
casas, observa “essa espiritualidade que é também vivida em suas vidas de
oração, as famílias rezam juntas, frequentam ambientes que são mais católicos,
evitam aqueles que são mais mundanos, o modo de falar, de se comportar, de se
vestir, a questão da oração pessoal”. “Então, é uma característica que vai para
além do recinto da igreja, que as pessoas levam consigo”, acrescentou.
Para Rafael Ferreira, a vivência na paróquia da
Administração Apostólica “reflete positivamente” na vida da família, “por causa
da sacralidade, da piedade que o rito antigo traz”.
“A vida ativa de missas, de catequese e de terço em família
faz a gente conseguir ver coisas na nossa vida pelas mãos de Deus mesmo,
providência divina na nossa vida, na nossa família, a gente sente a presença de
Deus mesmo. Se a gente esmorece na fé, sente que está faltando alguma coisa a
mais. E a gente acaba se entregando mais e a graça de Deus vem”, disse Ana
Cristina.
Para o médico e organista Víctor Barcelos, a participação na
paróquia e a formação que recebe o ajuda “a colocar Deus no centro de tudo”, o
que faz a “procurar sempre seguir os princípios da fé, a ética, tudo isso como
forma de louvar a Deus”.
Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre
a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. A próxima será
publicada dia 2 de setembro.
*Natalia
Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem experiência anterior em revista,
rádio e jornalismo on-line.
Nenhum comentário:
Postar um comentário