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terça-feira, 15 de outubro de 2024

A popularidade do Papa diminui nos 6 países mais populosos da América Latina

O Papa Francisco Já Foi Uma Figura Muito Popular Na América Latina, Agora Ele Está Vendo Um Declínio Em Sua Preferência Foto: Pew Research Center

O Papa Francisco enfrenta uma mudança de atitude na América Latina e nos Estados Unidos em 2024.

13 DE OUTUBRO DE 2024

Por JORGE ENRIQUE MÚJICA

(ZENIT News / Roma, 13.10.2024).- Uma década depois de sua eleição como Papa, Francisco, que já foi uma figura muito popular na América Latina, vê agora um declínio em sua favorabilidade entre o público da região, de acordo com um recente Pesquisa de 2024 do Pew Research Center. A pesquisa, que coletou dados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, destaca tanto o declínio do apoio quanto o aumento das críticas ao pontífice nascido na Argentina.

Brasil e México ainda estão quentes, mas esfriando

Em dois dos maiores países católicos da região, Brasil e México, o Papa Francisco continua relativamente popular, com 68% dos adultos a expressarem uma opinião favorável sobre ele. No entanto, estes números representam um declínio em comparação com as ondas iniciais de entusiasmo que acompanharam os seus primeiros anos como papa. Esta tendência de declínio do apoio é consistente em toda a região, onde as opiniões positivas diminuíram acentuadamente ao longo da última década. 

A recepção dividida no Chile

O Chile se destaca pela ambivalência em relação a Francisco. Apenas metade dos entrevistados chilenos tem uma opinião favorável do Papa, com 48% expressando opiniões positivas e 36% tendo opiniões negativas. Embora as opiniões favoráveis ​​ainda superem as desfavoráveis, a recepção morna do Papa no Chile é notável em comparação com outras nações latino-americanas.

Uma diminuição significativa na Argentina

A mudança mais surpreendente vem da terra natal de Francisco, a Argentina. Em 2013-2014, esse número caiu para 64% em 2024. Este declínio acentuado sugere que, mesmo na sua terra natal, o vínculo outrora forte do Papa com o público diminuiu significativamente, refletindo uma insatisfação mais ampla ou uma desconexão com a sua liderança.

Mais críticas, menos neutralidade

Na América Latina, surgiram duas grandes mudanças na opinião pública desde o início do papado de Francisco: um aumento nas opiniões desfavoráveis ​​e uma redução naqueles que permanecem neutros ou não o conhecem. No México, por exemplo, a proporção de adultos que expressam uma opinião negativa sobre o Papa triplicou desde 2013 (27% contra 9%). Entretanto, o número de pessoas que não estão familiarizadas com o papa ou que não têm certeza da sua opinião diminuiu significativamente, à medida que a presença global de Francisco se consolidou.

Católicos versus protestantes: um fosso crescente

Apesar do declínio geral, os católicos latino-americanos ainda veem o Papa Francisco de forma mais favorável do que outros grupos religiosos, como os protestantes ou os não afiliados religiosamente. Contudo, a proporção de católicos com uma opinião positiva também está a diminuir. A popularidade inicial do papa entre as denominações está a diminuir, e os adultos protestantes e não religiosos estão cada vez mais cépticos em relação à sua liderança.

Apoio estável, mas mutável nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o Papa Francisco mantém um índice de aprovação de 57% entre os adultos, semelhante aos números registados em 2013. A sua aprovação atingiu o pico em 2015 e 2017, quando 70% dos americanos o viam de forma positiva, mas a sua posição diminuiu nos últimos anos.

As tendências observadas na América Latina refletem-se nos Estados Unidos, onde as opiniões desfavoráveis ​​sobre o Papa quase duplicaram desde 2018. Além disso, menos pessoas relatam que não ouviram falar do Papa ou que têm dúvidas sobre ele, indicando que o The American O público está cada vez mais polarizado nas suas opiniões sobre o pontífice.

A afiliação religiosa continua a desempenhar um papel nestas opiniões. Os católicos nos Estados Unidos (75%) têm muito mais probabilidade de ter uma opinião favorável do Papa Francisco do que os protestantes (51%) ou aqueles sem filiação religiosa (56%).

O que está por trás das mudanças?

Embora o relatório do Pew Research Center não se aprofunde nas causas destas mudanças, os dados refletem a evolução das atitudes em relação ao Papa, à medida que a sua liderança enfrenta desafios globais e questões divisivas. Parte do declínio pode dever-se às posições do papa sobre questões controversas, como as alterações climáticas, a migração e a justiça social, que suscitaram elogios e críticas. Em regiões como a América Latina, onde o catolicismo está profundamente interligado com a cultura e a política, as mudanças no sentimento público em relação às figuras religiosas podem ser influenciadas por fatores sociais e económicos mais amplos.

Apesar destas flutuações, o Papa Francisco continua a ser um líder moral e espiritual de importância global. No entanto, o declínio da sua popularidade sugere que a outrora ampla onda de entusiasmo que saudou o seu papado deu lugar a perspectivas mais matizadas, e por vezes críticas, sobre o seu papel e influência.

À medida que o mundo observa as próximas fases do seu papado, será revelador ver se esta tendência descendente continua ou se o Papa poderá reacender o calor que outrora desfrutou na região que há muito tempo é o coração do catolicismo.

Jorge Henrique Mujica

Fonte: https://es.zenit.org/2024/10/13/decae-la-popularidad-del-papa-en-los-6-paises-mas-poblados-de-latinoamerica/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF