Em coletiva do Sínodo, dom Pedro Cipollini fala da
necessidade de três conversões: espiritual, pastoral e de estruturas.
O bispo de Santo André (SP), dom Pedro Carlos Cipollini,
participou na quinta-feira, 17 de outubro, da Coletiva de Imprensa da segunda e
última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a
sinodalidade começou dia 2 de outubro, em Roma, e segue até o próximo dia 27. A
Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade está
prestes a concluir as reflexões sobre o terceiro Módulo do Instrumentum
Laboris, que fala de lugares.
Além de dom Pedro, participaram da coletiva, a secretária da
Comissão de Comunicação, Sheila Pires, o prefeito do Dicastério para a
Comunicação, Paolo Ruffini, a superiora geral das irmãs de Nossa Senhora das
Dores, irmã Samuela Maria Rígon, o arcebispo de Rangoon (Mianmar), cardeal
Charles Bo e o arcebispo de Quebec (Canadá), cardeal Gérard Lacroix.
O bispo de Santo André (SP), um dos 5 dos cinco delegados
eleitos pelos bispos do Brasil, destacou a questão das mudanças como tema
transversal, insistindo em que no processo sinodal alguma coisa deve mudar.
Mudanças que na linguagem bíblica são chamadas de conversão. Por isso ele
sublinhou que o Sínodo está exigindo mudança, conversão.
O bispo de Santo André falou sobre três conversões:
pastoral, que tem a ver com o modo de exercer a missão, também na mídia,
alargar os lugares de evangelização; conversão estrutural, mais desafiadora,
tendo como horizonte o Reino de Deus; conversão espiritual, a partir do
encontro com a pessoa de Jesus, que é a referência, ponto de partida e de
chegada, insistindo na importância da Palavra de Deus e do testemunho pessoal
de vida.
“As palavras podem convencer, mas é o testemunho que
arrasta”, enfatizou dom Pedro Cipollini. Ele defendeu a necessidade de uma
mudança racional e emocional, e para isso se faz necessário “aprender a dar
adeus a coisas antigas que já cumpriram sua missão e acolher o novo que está
chegando neste Sínodo”.
Temas abordados
Durante a coletiva foi falado sobre as dificuldades e o
drama dos migrantes, a criação de uma Assembleia Eclesial Mediterrânea, uma
região onde as igrejas têm criado estruturas de redes. Foi abordada a questão
de novas propostas para o atendimento aos jovens, a reconfiguração das
paróquias em redes de pequenas comunidades, como caminho para agilizar a
sinodalidade. O trabalho da Rede Talitha Kum, com os migrantes e vítimas do
tráfico de pessoas, o acompanhamento sem paternalismos das pessoas com necessidades
especiais, a necessidade de abalar as consciências dos católicos com relação
aos pobres, a presença da Igreja onde o Espírito sopra, nas encruzilhadas,
lugares de sinodalidade e não se fechar em lugares seguros.
Por sua vez, o prefeito do Dicastério para a Comunicação,
Paolo Ruffini, destacou o serviço da Vida Religiosa, a importância da relação
entre sinodalidade e primazia, com a contribuição das igrejas orientais, as
contribuições dos fóruns teológicos, o papel das conferências episcopais, como
responder às perguntas da cultura e do contexto. Junto com isso, o valor das
igrejas locais, o papel dos bispos, a necessidade de não ter medo da
sinodalidade, o status das conferências episcopais, a importância da escuta do
Papa aos fiéis e a centralidade da Eucaristia, entre outras questões.
Finalmente, Ruffini lembrou que nesta sexta-feira haverá um encontro dos
membros da Assembleia Sinodal com mais de 150 jovens na Sala Sinodal.
Por Willian Bonfim, com informações do VaticanNews
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