Mónica
Muñoz - publicada em 26/10/24
Um missionário polonês, Dominik Kustra, conta sua
experiência vivendo em diferentes países para compartilhar a Palavra de Deus,
mesmo em lugares perigosos.
Dominik Kustra é missionário leigo há vinte e seis anos. De
origem polaca, colabora com a Pontifícia Fundação Ajuda à Igreja que Sofre ,
e há oito anos vive em Tlaquepaque, Jalisco, México, dedicando-se a partilhar a
Palavra de Deus através do seu testemunho e a trabalhar com diferentes
comunidades cristãs que tem visitou em todo o mundo.
Comunicador de profissão, é também teólogo e pedagogo. Mas –
nas suas palavras – o que melhor o define é ser missionário. Atualmente faz o
programa "Noche de los Testigos" para a Rádio María, e grava
programas para a EWTN e
o canal ESNE , El Sembrador.
A valiosa liberdade religiosa
Para ele é uma graça de Deus que no México os eventos
religiosos ainda possam ser realizados em espaços públicos, sem que ninguém os
impeça.
Diante dos mais de três mil participantes de um rosário
missionário, realizado em Celaya, Guanajuato – cidade com alto nível de risco
devido aos cartéis do narcotráfico que lutam pelo controle do território – ele
compartilhou uma experiência vivida na Nigéria, o país mais perigoso no mundo
para os cristãos.
Dominik disse que visitaram uma paróquia para participar da
missa das 7h. pensando que poucas pessoas compareceriam; Porém, em poucos
minutos, o enorme templo – com capacidade para cerca de 2.500 pessoas – estava
lotado.
Há quatro semanas, terroristas islâmicos explodiram um
carro, no momento em que as famílias entravam na missa, deixando quatro mortos
e mais de uma centena de feridos. Contudo, este facto não intimidou os fiéis.
Junto aos túmulos dos falecidos, uma mulher lhe disse: “Irmão, aqui nem as
bombas podem nos separar do amor de Deus porque é muito maior que a violência”.
Depois, na missa das onze horas, numa capela da mesma
paróquia, um senhor idoso sentou-se ao seu lado. Durante a homilia ele
adormeceu. “Foi meio fofo”, disse Dominik.
Tiraram uma foto dele e após a celebração ele mostrou a
imagem ao padre, que, rindo, disse: “não é por causa da minha homilia, é?” O
padre contou-lhes que o homem morava numa aldeia e que para ir à missa das 11
horas levantava-se às quatro da manhã para iniciar a sua caminhada de cinco
horas pelo deserto e pelas montanhas. Há 13 anos ele assiste à missa sem falta.
A missão é para todos
É por isso que é uma sorte ter a liberdade de ir à Igreja
sem ter de enfrentar perseguições. E quanto à missão, Dominik diz que todos os
cristãos têm a oportunidade de realizá-la onde vivem.
Mas certamente existem congregações religiosas que exigem
que os voluntários se desloquem a locais específicos, como Chiapas e Nayar,
onde os jovens podem realizar um trabalho de ajuda muito valioso. O requisito é
ser maior de idade e ter vontade de receber apoio.
Outra bela experiência da qual ele recorda com carinho foi a
de uma senhora de 55 anos que quis acompanhá-los em missão na Nicarágua, mas
sentiu que não tinha preparação acadêmica suficiente para ser útil. Porém, ele
sabia cozinhar muito bem. Ela se tornou a “mãe missionária” porque todas as
jovens vinham até ela para conversar e pedir conselhos. “Ela fez o seu trabalho
melhor do que todos nós”, diz ela sorrindo.
Orgulho de ser católico
Finalmente, Dominik considera que a situação no México é
privilegiada, porque se tivéssemos as mesmas dificuldades que naqueles países,
onde poderia custar-lhes a vida expressar a sua fé em público, talvez ninguém
iria à missa.
Por isso pediu para rezar todos os dias pelos missionários e irmãos perseguidos, para que tenham forças para perseverar na fé e enfrentar as dificuldades diárias.
E para nós que vivemos em liberdade, ele pediu que
valorizássemos e apreciássemos o que temos.
“Tenha orgulho de ser católico e de acreditar em Jesus
Cristo, porque a fé não deve nos envergonhar em lugar nenhum”, enfatizou.
“Sejamos testemunhas autênticas de Jesus Cristo na nossa vida quotidiana”.
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