O legado do Sínodo da Sinodalidade será ‘implementar o Concílio Vaticano II’, diz cardeal jesuíta
Por Kristina Millare
25 de out de 2024
O prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento
Humano Integral, cardeal Michael Czerny, espera que o legado do Sínodo da
Sinodalidade convocado pelo papa Francisco, seja “uma Igreja mais sinodal” que
encontre o modo de melhor desempenhar “sua função através da história”.
“Descobrimos que o modo de fazer isso é basicamente
implementar o [Concílio] Vaticano II”, disse o cardeal jesuíta canadense a
Catherine Hadro e Matthew Bunson, apresentadores da EWTN News.
“A percepção central do Vaticano II é que todos nós
desfrutamos da mesma dignidade como cristãos por meio do nosso batismo”, disse
Czerny. “É como o povo de Deus que caminhamos juntos — os que somos ordenados,
ou temos autoridade, ou ambos — que estão a serviço do povo de Deus”, disse o
cardeal Czerny. “Esse tipo de serviço precisa ser renovado e, em certo sentido,
atualizado.”
Para responder “de forma mais eficaz, mais flexível, mais
generosa” à “grande fome e sede” das pessoas, dom Czerny disse que a
sinodalidade tem o objetivo de confirmar a autoridade e a tradição da Igreja.
“Se quiser resumir o sínodo, estamos buscando maneiras e
meios de assegurar esse tipo de autoridade para que a Igreja seja capaz de
cumprir sua missão e não seja prejudicada ou distraída por pecados e erros que,
de fato, consomem e erradicam a autoridade”, disse o cardeal à EWTN
News.
Sobre o tema da participação das mulheres na Igreja, o
cardeal disse que os diferentes ministérios das mulheres podem ser melhor
“integrados” dentro das estruturas da Igreja, de modo a proporcionar melhor
“reconhecimento, autoridade, formação [e] recompensa” pelo trabalho que fazem a
serviço de Deus e dos outros.
Apesar dos “enormes desafios dos nossos tempos” — como a
migração forçada ou os conflitos — dom Czerny diz que muitos dos fiéis
católicos que vivem marginalizados ou nas periferias são testemunhas de uma
“Igreja esperançosa” e, portanto, são um exemplo para os outros.
“Os migrantes não são apenas nossa profunda preocupação em
termos de solidariedade, apoio e evangelização. Mas eles também são um sinal da
mobilidade e da coragem de que a Igreja precisa”, disse dom Czerny.
“Não lhes falta esperança, não lhes falta engenhosidade e
não lhes falta criatividade missionária. Então eu diria que, tanto quanto eles
ganham nossa preocupação e simpatia, eles também ganham nossa admiração”, disse
o cardeal.
Segundo o cardeal, o impacto e o legado da sinodalidade vão
se estender além da Igreja e alcançar o mundo secular.
“Acredito que muitos de nós estamos reconhecendo e
vivenciando que a sinodalidade contribuiria muito para tornar este mundo mais
pacífico, mais humano, mais justo e, finalmente, mais cristão”, disse dom
Czerny.
“Isso nos encoraja. Não estamos apenas fazendo limpeza
interna da Igreja. Na verdade, estamos preparando propostas efetivas e
importantes para a comunidade mundial”.
*Kristina Millare é jornalista freelance com experiência
profissional em comunicação no setor de ajuda humanitária e desenvolvimento,
jornalismo de notícias, marketing de entretenimento, política e governo,
negócios e empreendedorismo.
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