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domingo, 6 de outubro de 2024

O Matrimônio no projeto de Deus

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

O Matrimônio no projeto de Deus

27º Domingo do Tempo Comum

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

05 de outubro de 2024

A palavra de Deus, deste domingo, mostra o matrimônio no projeto de Deus. Já na criação, Deus tem um projeto de amor para o homem e a mulher: «Deus, desde o início da criação, os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne». Papa Francisco nos explica esse Evangelho: «O Evangelho deste domingo (cf. Mc 10, 2-16) oferece-nos a palavra de Jesus sobre o matrimônio. A narração abre-se com a provocação dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito que um marido repudie a esposa como previa a lei de Moisés (vv. 2-4). Antes de tudo, Jesus, com a sabedoria e a autoridade que Lhe vêm do Pai, ameniza a prescrição mosaica dizendo: “Pela dureza dos vossos corações, ele — ou seja, o antigo legislador — vos deixou escrito este mandamento” (v. 5). Trata-se, portanto, de uma concessão que serve para remediar as falhas causadas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção originária do Criador.

E aqui Jesus retoma o Livro do Gênesis: “Desde o início da criação [Deus] os criou varão e mulher; por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois serão um só” (vv. 6-7). E conclui: “Não divida o homem o que Deus uniu” (v. 9). O projeto originário do Criador não inclui o homem que se casa com a mulher e, se as coisas não funcionam, a repudia. Não. Ao contrário, inclui o homem e a mulher chamados a reconhecerem-se, a completarem-se, a ajudarem-se reciprocamente no matrimônio.

Esse ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimônio, como união de amor que requer a fidelidade. Aquilo que consente que os esposos permaneçam unidos no matrimônio é um amor de doação recíproca amparado pela graça de Cristo. Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir.

E a mesma página evangélica recorda-nos, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência da relação e do amor, podem dolorosamente fazer gestos que a põem em crise. Jesus não admite tudo o que pode levar ao naufrágio da relação. Faz isso para confirmar o desígnio de Deus, no qual sobressaem a força e a beleza da relação humana. A Igreja, por um lado, não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi recomendada pela Escritura e pela Tradição; ao mesmo tempo, esforça-se por fazer sentir concretamente a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relações interrompidas ou levadas adiante de maneira sofrida e fadigosa.

O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel — isto é, conosco — ensina-nos que o amor ferido pode ser sanado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados”. (Papa Francisco, Angelus, 7 de outubro de 2018so)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF