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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

O Papa: os pais que perderam um filho podem encontrar apoio e consolo

Vídeo do Papa (Vatican News)

Na mensagem de vídeo com a intenção de oração para o mês de novembro, o pensamento de Francisco se volta para aqueles que choram a morte de um filho ou filha: uma dor tão grande que não há palavras para expressá-la. "Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz de coração", diz o Papa no vídeo.

https://youtu.be/KVSSxb4PX0o

Vatican News

O Papa Francisco pede orações pelos pais que perderam um filho na intenção de oração para o mês de novembro.

Na mensagem de vídeo divulgada nesta quinta-feira (31/10), o Santo Padre ressalta que estamos tão pouco preparados para sobreviver à morte de um filho, que nem sequer o nosso dicionário tem uma palavra adequada para descrever esta situação vital.

Não há palavra perante a perda de um filho ou filha

“O que é que se pode dizer a pais que perderam um filho? Como consolá-los? Não há palavras. Reparem que um cônjuge que perde o outro é um viúvo ou uma viúva. Um filho que perde um pai é órfão ou órfã. Há uma palavra para dizer isso. Mas um pai que perde um filho, não há palavra. É tão grande a dor que não há uma palavra.”

Pais e mães que experimentaram uma dor "especialmente intensa" e que vai além de toda a lógica humana, porque – como lembra Francisco na videomensagem que acompanha a sua intenção de oração – "viver mais tempo do que o seu filho não é natural".

Não há uma palavra, recorda-nos o Papa, entre outras razões, porque perante a perda de um filho ou de uma filha, as palavras "não servem". Nem sequer as "de ânimo", que "por vezes são banais ou sentimentais" e que, "ditas com as melhores intenções, claro, podem acabar por aumentar a ferida".

Pessoas que renasceram na esperança

A resposta é, por isso, outra: mais do que falar com esses pais, "devemos ouvi-los, estar próximos deles com amor, cuidando essa dor que sentem com responsabilidade, imitando a forma como Jesus Cristo consolava os que estavam aflitos".

“E estes pais sustentados pela fé podem certamente encontrar conforto noutras famílias que, depois de terem sofrido uma tragédia tão terrível como esta, renasceram na esperança.”

É o caso da dor de Serena, que se lançou nos braços do Papa Francisco, no Hospital Gemelli, para chorar a sua pequena Angélica, que acabava de morrer devido a uma doença genética.

É o caso de Luca e Paola, os pais de Francisco, atropelado por um carro quando tinha 18 anos, em outubro de 2022: desde então, não se passou um dia sem que voltassem ao lugar do acidente ou levassem uma flor à sua sepultura. É também o caso de Yanet, mãe de William, assassinado pelas gangues devido ao seu compromisso contra a violência.

Encontrar apoio na comunidade

Mas não faltam imagens de esperança. Como as do grupo Naim, nascido no seio da comunidade romena, no qual, uma vez por mês, se reúnem com famílias que perderam um filho. O nome do grupo Naim vem da aldeia, não longe de Nazaré, onde Jesus se encontrou com uma viúva cujo filho único tinha morrido e, sem palavras, tocou no caixão do menino morto: um sinal de que os gestos, diante de uma dor tão grande, valem mais do que as palavras.

“Rezemos para que todos os pais que choram a morte de um filho ou filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito consolador a paz do coração.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Finados e santidade

Dia de Todos os Santos e dia de finados (cancaonova)

FINADOS E SANTIDADE 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

A Igreja celebra em dias próximos “todos os santos” e “todos os falecidos”. O prefácio da prece eucarística de Todos os Santos reza: “Vós nos concedeis hoje festejar vossa cidade, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde a assembleia dos nossos irmãos e irmãs canta eternamente o vosso louvor. Para esta cidade, peregrinos e guiados pela fé, nos apressamos jubilosos, compartilhando a alegria dos membros mais ilustres da Igreja, que nos concedeis como exemplo e auxílio para a nossa fragilidade”. No prefácio da missa dos fiéis defuntos se reza: “Nele brilha para nós a feliz esperança da ressurreição: e, se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da futura imortalidade. Senhor, para os que creem em vós a vida não é tirada, mas transformada, e desfeita esta morada terrestre, nos é dada uma habitação no céu”. A celebração de Finados nos recorda da nossa condição mortal e a Solenidade de Todos os Santos a finalidade da vida cristã. “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). 

O dia de Finados coloca o drama humano da morte. Ter consciência da finitude e conviver com ela suscita interrogações e a busca de sentido para o viver e o morrer. A sede de infinito pode afastar a reflexão sobre o tema do morrer. “Morrer, nem pensar!” Poucos consideram que viveram o suficiente. Porém, a morte deve ser levada a sério e a reflexão sobre ela deve fazer parte da nossa vida. 

O Dia de Finados é sugestivo porque coloca em pauta o tema para todos. Para este dia, a Igreja motiva a visita aos cemitérios e a participação em celebrações religiosas. Há muitas formas de ver a morte e estas orientações da Igreja apresentam o modo cristão de ver e viver a morte. Visitar e cuidar dos cemitérios é uma atitude de respeito com as pessoas que colaboraram na construção da história familiar, da Igreja, da cidade e da sociedade. Levar a sério a limitação humana, que tem na morte física o limite insuperável, é o melhor convite para valorização, o cuidado e a promoção da vida. É um grito para viver bem e se ocupar daquilo que tem valor de eternidade. 

A Solenidade de Todos os Santos nos faz pensar sobre a pergunta formulada pelo filósofo Maurice Blondel: “Sim ou não, a vida humana tem um sentido e o homem um destino”? A vida dos santos é uma resposta a esta pergunta existencial. Cada um a seu modo, na sua época e nas suas circunstâncias foi respondendo. Se o fato da morte é inerente a vida, isto não significa que a vida não tenha um sentido ou o sentido da vida seja o morrer. O modo cristão de pensar é que o sentido da vida é a busca constante da santidade e o destino é a glória eterna. Quando se analisa a vida dos santos percebe-se claramente que a vida deles não foi medíocre, superficial e indecisa. As santas e os santos amaram a Deus e ao próximo. Toda dedicação ao próximo se alimentava no amor a Deus e na vida de oração. 

Porém, o objetivo da Festa de Todos os Santos é recordar todos os falecidos que estão diante de Deus na eternidade. Na Igreja temos alguns que são reconhecidos oficialmente como santos e são apresentados como modelos e intercessores. A Igreja também crê e anuncia o que diz o livro do Apocalipse 7, 9-10: “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos, línguas, e que ninguém podia contar. […] Todos proclamavam com voz forte; “A salvação pertence ao nosso Deus”. O convite é fazermos parte, um dia, desta multidão para louvar a grandeza de Deus. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Festa de Todos os Santos

Foto: PASCOM (arqbrasilia)

Dom Fernando Guimarães destaca a importância de celebrar a Festa de Todos os Santos

A Santa Igreja celebra a Festa de Todos os Santos no dia 01 de novembro. No Brasil, a celebração é realizada no primeiro domingo após a data, para que todos os fiéis possam participar. Na ocasião, aqui na Arquidiocese de Brasília, há paróquias que preparam um evento especial para festejar com as crianças e os jovens essa data tão importante, como é caso da Paróquia Nossa Senhora das Dores, localizada no Cruzeiro Velho que, neste ano, comemora a 5ª edição da Festa de Todos os Santos, no próximo domingo (03/11), a partir das 11h.

  • outubro 30, 2024

A comunidade da Paróquia Nossa Senhora das Dores celebra a tradicional Festa de Todos os Santos, uma iniciativa dos jovens da Paróquia que gostariam de oferecer uma opção de festejo católico em contraposição ao halloween.

“Nesta celebração da Festa de Todos os Santos, a Igreja não está festejando apenas os Santos Canonizados, que são os Santos oficiais reconhecidos pela Igreja. Então, a Festa de Todos os Santos é a Festa da Santidade Anônima. Portanto, de todos os cristãos, de todos os séculos que viveram na amizade com Deus e que estão gozando atualmente da visão beatífica no céu e são celebrados neste dia. Quando celebro neste dia, costumo dizer que um dia, quanto mais longe possível, desejo que os cristãos possam celebrar também a santidade que Deus realizou em mim. Então, em um dia celebramos os finados, todos os falecidos que recomendamos a Deus, e no outro dia celebramos esses falecidos que estão na glória de Deus no céu, mesmo aqueles que a Igreja ainda não reconheceu oficialmente como Santos. Então, os Santos são todos aqueles que vivem em Deus pela eternidade”, explica Dom Fernando Guimarães, Presidente do Tribunal Eclesiástico de Brasília e Arcebispo Emérito do Ordinariado Militar.

Na Paróquia Nossa Senhora das Dores, o evento com as crianças teve início em 2015, mas só a partir de 2022 que ocorre todos os anos de forma consecutiva, em um formato mais voltado para a família, crianças e jovens. Este ano, a Festa iniciará com a celebração da Santa Missa, às 11h, e contará com almoço e lanche. Todos são convidados a participar, sendo necessário apenas comprar os ingressos vendidos na secretaria da Paróquia.

Durante a tarde, haverá brincadeiras, contação de histórias, momentos de reflexão sobre a vida dos Santos e o tradicional desfile dos Santos. Outras informações sobre o evento podem ser obtidas no perfil da Paróquia, no Instagram (@nsdores).

“A Festa de Todos os Santos desempenha um papel valioso na Catequese, oferecendo às crianças um momento para aprenderem e se inspirarem em exemplos de virtude, bondade e coragem. Ao celebrar essa festa, todos são incentivados a conhecer a vida dos Santos, pessoas que, em diversos momentos históricos, enfrentaram desafios e transformaram o mundo com sua fé e suas ações. Para as crianças, aprender sobre os Santos é uma forma de conhecer modelos concretos de amor ao próximo, generosidade e dedicação ao Reino de Deus e aos irmãos. A Festa de Todos os Santos apresenta a beleza e a bondade como ideais a serem buscados. Além disso, o evento é uma oportunidade para as crianças descobrirem que a santidade não é algo distante ou inatingível, mas uma possibilidade real na vida de cada um”, explica o Padre Paulo Renato, Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

CARAVAGGIO: O momento antes do “sim” de Paulo.

Conversão de Saulo , Caravaggio, coleção Odescalchi, Roma | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 11 - 2008

O momento antes do “sim” de Paulo.

Na Conversão de Saulo , da coleção Odescalchi, exposta em Milão em dezembro, Caravaggio parece querer representar o momento em que Jesus diz a Paulo que é difícil para ele relaxar...

por Giuseppe Frangi

Tiberio Cerasi, tesoureiro de Clemente VIII e grande amigo de Federico Borromeo, em 24 de setembro de 1600 (ano do jubileu), encarregou Caravaggio de pintar as duas pinturas laterais da capela da família na igreja de Santa Maria del Popolo, propriedade dos agostinianos do Congregação da Lombardia. A encomenda tinha que ser muito detalhada, se é verdade que o contrato especificava que o suporte deveria ser um painel de madeira de cipreste e que o pintor era obrigado a mostrar um esboço antes de passar à obra final. No entanto, em 3 de maio de 1601, Tiberio Cerasi morreu, deixando o Hospital de Santa Maria della Consolazione como seu herdeiro universal. O que aconteceu naquele momento não está muito claro. As duas pinturas talvez tenham sido rejeitadas pela família Cerasi, ou julgadas inadequadas pelo próprio artista, fruto da grande façanha da Vocação de São Mateus realizada alguns meses antes na Capela Contarelli de San Luigi dei Francesi. O fato é que Caravaggio voltou ao trabalho, realizando em novembro as duas pinturas sobre tela (era esse o problema?) que hoje ainda estão em seu local original em Santa Maria del Popolo.

Os dois painéis “fracassados” foram comprados pelo Cardeal Giacomo Sannesio, em cujas coleções Baglione os viu. Os vestígios da Crucificação de São Pedro foram perdidos, enquanto a Conversão de Saulo sempre permaneceu em mãos privadas e agora está na coleção da Condessa Odescalchi em Roma. Para apresentar o restauro conservador a que a pintura foi submetida, foi organizada em dezembro uma viagem a Milão, na Sala Alessi do Palazzo Marino: aqui durante um mês dezenas de milhares de pessoas fizeram fila para admirar esta “estranha” obra-prima de Caravaggio. Que há algo de estranho e inquietante nesta pintura foi compreendido pela primeira vez por Roberto Longhi que, ao levá-la à grande exposição milanesa sobre Caravaggio em 1951, ousou até antecipar as suas datas para compará-la com outras obras de meados da década de 1590, como o Descanso durante a Fuga para o Egito na Galeria Pamphilj ou o Sacrifício de Isaac da Galeria Uffizi. Hoje os críticos já não têm dúvidas em reconhecer esta obra como a primeira versão da comissão Cerasi. Mas a confusão permanece. Caravaggio aborda de frente a passagem dos Atos dos Apóstolos e, se a imaginarmos como um filme, representa a primeira sequência. «Nestas circunstâncias, quando ia para Damasco com autorização e plenos poderes dos sumos sacerdotes, por volta do meio-dia vi na estrada, ó rei, uma luz do céu, mais brilhante que o sol, que envolveu a mim e aos meus companheiros de viagem. Todos caímos no chão e ouvi uma voz do céu que me dizia em hebraico: “Saulo, Saulo, por que você me persegue? É difícil para você reagir contra o aguilhão." E eu disse: “Quem é você, ó Senhor?” E o Senhor respondeu: 'Eu sou Jesus, a quem você persegue'" ( Atos 26, 12-15). A cena é realisticamente animada, comprimida no espaço. Do canto superior direito, Jesus irrompe segurado por um anjo. No canto oposto está Paolo, que acaba de cair do cavalo, decididamente perdido diante do que está acontecendo: cobre o rosto com as mãos para se proteger da luz ou por medo; com o tronco ele quase parece dar um chute para se levantar e escapar instintivamente do perigo. O resto da cena é ocupado pelo grande cavalo fugitivo, com os olhos cheios de medo e babando. No centro, o atendente, com as pálpebras baixas, levanta o escudo para se defender instintivamente da luz. Atrás, quase invisível, do lado esquerdo da pintura, outro soldado se abriga, esmagado entre o cavalo e a borda da tela, segurando a cabeça entre as luvas de guerreiro.

Conversão de São Paulo , Caravaggio, Capela Cerasi em Santa Maria del Popolo, Roma | 30Giorni

Caravaggio está mais “cinematográfico” do que nunca nesta pintura. Registra fielmente a emoção e a confusão do momento: comparadas às solenes encenações das Conversões de São Paulo (basta pensar na de Michelangelo na Capela Paulina, pintada cerca de cinquenta anos antes), aqui tudo se reduz ao essencial, à novidade. dados. O ímpeto do acontecimento torna-se assim aos seus olhos um fator completamente plausível para aquele processo de “identificação” que a sua pintura procura constantemente. É um impulso que determina a estrutura da composição, como se realmente não tivesse havido tempo para ordenar as coisas e as figuras. Assim, aquela “caoticidade” na composição, que fez alguns críticos torcerem o nariz, na verdade acaba comunicando mais verossimilhança, mais credibilidade do que o fato.

A pintura joga então com o estupendo encontro-embate entre as mãos dos protagonistas. Em primeiro lugar, os de Jesus: a sua mão direita, estendida para Paulo, abre-se num gesto de absoluta credibilidade realista, cheio de persuasão e de ternura. A mão desce, confiante, com a palma aberta, a figura de um “humano” no auge da sua realização e da sua esperança. Caravaggio parece querer dizer que o encontro entre Paulo e Jesus foi um encontro real, físico e não uma visão interna (como recorda o próprio Paulo na primeira Carta aos Coríntios).

No outro pólo do quadro estão as mãos do próprio Paolo, mãos ásperas, desajeitadas porque não estão acostumadas com aquele gesto defensivo que instintivamente se encontram fazendo, como se quisessem assim oferecer a última e instintiva possibilidade de resistência. Paolo cobre o rosto diante daquele encontro imprevisto e inimaginável. Qual é a sequência imediatamente seguinte, Caravaggio não nos deixou imaginar, porque a pintou na Conversão de São Paulo , ainda hoje no seu lugar, do lado direito da Capela Cerasi em Santa Maria del Popolo: Paulo ainda está no chão, mas agora está com os braços abertos, como se estivesse agarrado ao abraço daquele Jesus que veio ao seu encontro. E apenas um instante se passou.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa: percorrer a santidade pela prática das Bem-aventuranças no dia a dia

Angelus de 01 de novembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

O caminho da santidade, recordou o Papa no Angelus desta sexta-feira, 1º de novembro e Dia de Todos os Santos, começa pelo comprometimento em primeira pessoa em "praticar as Bem-aventuranças do Evangelho nos ambientes em que vivo". Tantos os santos venerados nos altares como aqueles da "porta ao lado" são "pessoas 'cheias de Deus', incapazes de permanecer indiferentes às necessidades do próximo; testemunhas de caminhos luminosos, possíveis também para nós".

https://youtu.be/ONCIxzue-XI

Andressa Collet - Vatican News

Neste 1º de novembro a Igreja celebra o Dia de Todos os Santos, solenidade que, no Brasil, foi transferida para o domingo, 3 de novembro. Na Praça São Pedro, também ponto de partida para a tradicional Corrida dos Santos na sua décima sexta edição com 4 mil atletas, o Papa refletiu no Angelus sobre o Evangelho do dia (cf. Mt 5,1-12) e as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus, que são "a carteira de identidade do cristão e o caminho da santidade", aquele feito por amor, "que Ele mesmo percorreu primeiro ao se tornar homem, e que para nós é tanto um dom de Deus quanto a nossa resposta".

O caminho da santidade

É dom de Deus, explicou Francisco, porque, é para Ele "que pedimos que nos faça santos, que torne o nosso coração semelhante ao seu", de modo que em nós, como dizia o Beato Carlo Acutis, "tenha sempre 'menos de mim para dar lugar a Deus'". O que nos leva ao segundo ponto, continuou o Pontífice, a nossa resposta:

 O Pai do céu, de fato, nos oferece a sua santidade, mas não a impõe a nós. Ele a semeia em nós, nos faz sentir o gosto e ver a beleza, mas depois espera a nossa resposta. Deixa a nós a liberdade de seguir as suas boas inspirações, de nos deixarmos envolver por seus projetos, de fazer nossos os seus sentimentos (cf. Dilexit nos, 179), colocando-nos, como Ele nos ensinou, a serviço dos outros, com uma caridade como sempre mais universal, aberta e dirigida a todos, aberta e dirigida ao mundo inteiro.

Tudo isso vemos na vida dos santos, aprofundou o Papa, ao citar o caminho da santidade feito por "São Maximiliano Kolbe, que em Auschwitz pediu para tomar o lugar de um pai de família condenado à morte; ou em Santa Teresa de Calcutá, que passou sua existência a serviço dos mais pobres entre os pobres; ou no bispo São Óscar Romero, assassinado no altar por ter defendido os direitos dos últimos contra os abusos dos prepotentes". Santos "moldados pelas Bem-aventuranças" que são venerados nos altares, sem esquecer aqueles que sempre ficam "na porta ao lado", "aqueles de todos os dias, escondidos que levam adiante a sua vida cristã quotidiana", "pessoas 'cheias de Deus', incapazes de permanecer indiferentes às necessidades do próximo; testemunhas de caminhos luminosos, possíveis também para nós".

“Perguntemo-nos agora: eu peço a Deus, em oração, o dom de uma vida santa? Deixo-me guiar pelos bons impulsos que o seu Espírito desperta em mim? E me comprometo em primeira pessoa a praticar as Bem-aventuranças do Evangelho nos ambientes em que vivo?”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Todos os santos

Todos os santos (A12)
01 de novembro
Todos os Santos

"Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão" (Ap 7,9). A visão narrada por são João Evangelista, no Apocalipse, fala dos santos aos quais é dedicado o dia de hoje.

Na festa de “todos os santos” a Igreja não pretende lembrar somente dos santos conhecidos e oficialmente canonizados, mas de todos aqueles que estão nos Céus, de todos aqueles que só Deus conhece a santidade (as almas do Purgatório ainda não participam desta glória). A Igreja nesse dia comemora todos os homens e mulheres que já alcançaram a glória eterna e por isso mesmo intercedem por nós a todo o momento.

De fato, todos os homens e mulheres que durante a vida serviram a Deus e foram obedientes ao ensinamento de Jesus Cristo são santos diante de Deus, ainda que seus nomes não sejam oficialmente coletados em listas canônicas. Lembremo-nos de que entre eles estão crianças, jovens, adultos, anciãos; religiosos e leigos; reis e mendigos; doutos e ignorantes; ricos e pobres… ou seja, não há qualquer situação humana que impeça a santidade, por isso é possível – e mais que desejável! – que nos esforcemos para alcançar a santificação que Deus nos propõe.

A celebração começou no século III na Igreja do Oriente e ocorria no dia 13 de maio. A festa de Todos os Santos ocorreu pela primeira vez em Roma, no dia 13 de maio de 609 quando o Papa Bonifácio IV transformou o templo de Partenon, dedicado a todos os deuses pagãos do Olimpo, em uma igreja em honra à Virgem Maria e a todos os Santos.

 Oficialmente a mudança do dia da festa de Todos os Santos, de 13 de maio para o dia primeiro de novembro, só foi decretada em 1475, pelo do Papa Xisto IV. Mas o importante é que a solenidade de todos os Santos enche de sentido a homenagem de todos os finados, que ocorre no dia seguinte.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nós também podemos ser santos. Quando trabalhamos com ânimo no dia a dia. Quando suportamos com espírito forte as dores e os problemas de nossa vida, entregando tudo às mãos da Providência divina. Quando rezamos com amor e devoção de forma regular e cotidiana. É necessário que peçamos a Deus o dom da santidade! Finalmente, devemos ter aquele grande amor pelas coisas de Deus, por Cristo, por Maria e pelos homens.

Oração:

Deus de amor e de bondade, dai-nos a alegria de celebrar, numa única festa, os méritos e a glória de todos os Santos. Favorecei vosso povo com a intercessão dos Vossos santos e santas e guia-nos sempre nos caminhos da paz. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF