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sábado, 23 de novembro de 2024

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

Como será a glória do Céu? (Arautos do Evangelho)

Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero

(Col. super Credo in Deum: Opuscula theologica 2, Taurini 1954, pp. 216-217)             (Séc. XIII)

Serei saciado quando aparecer a vossa glória

Com muita propriedade se põe a consumação de todos os nossos desejos, a vida eterna, no final do Símbolo dado aos fiéis, dizendo: “Na vida eterna. Amém”. 

Em primeiro lugar, a vida eterna une-nos a Deus. Pois Deus mesmo é o prêmio e a consumação de nossos esforços todos: Eu sou teu protetor e tua imensa recompensa (Gn 15,1). Esta união consiste na visão perfeita: Vemos agora como por espelho, em enigma; depois, face a face (1Cor 13,12).

Comporta ainda o máximo louvor, segundo o Profeta: Gozo e alegria nela haverá, ação de graças e voz de louvor (Is 51,3).

E também a perfeita satisfação do desejo, porque lá cada bem-aventurado terá muito além do desejado e esperado. A razão está em que, nesta vida, ninguém pode contentar perfeitamente seu desejo, e criatura alguma sacia o anseio do homem; só Deus o sacia e o excede infinitamente. Por isto, o ser humano não descansa senão em Deus. Santo Agostinho disse: “Tu, Senhor, nos fizeste para ti e inquieto está nosso coração enquanto não repousa em ti”.

Já que, na pátria, os santos possuirão a Deus perfeitamente, é evidente que seu desejo será saciado e ainda a glória o excederá. Assim diz o Senhor: Entra no gozo de teu Senhor (Mt 25,21). Agostinho diz por sua vez: “O gozo inteiro não entrará nos que se alegram, mas os que se alegram entrarão inteiros nesse gozo. Sereis saciados quando aparecer tua glória”; e outra vez: “Quem cumula de bens teu desejo”.

Quanto há de delicioso, tudo ali está com superabundância. Se procuramos delícias, lá haverá o máximo e perfeitíssimo prazer, porque brotando do sumo bem, de Deus: Delícias a tua destra para sempre (Sl 15,11).

Consiste ainda na suave companhia de todos os santos; sociedade agradável a mais não poder, porque cada um terá, em companhia de todos os bem-aventurados, todos os bens. Um amará o outro como a si mesmo, então se alegrará com o bem do outro como se fosse próprio. O que terá por resultado que crescerá a alegria e o gáudio de um, na medida do gáudio de todos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF