“O purgatório não é invenção de teólogos”, diz bispo.
Por Walter Sánchez
Silva*
1 de nov de 2024
“O purgatório não é uma invenção dos teólogos”, diz o bispo
de Córdoba, Espanha, dom Demetrio Fernández, em sua coluna semanal mais recente
chamada “Santos e os mortos, a vida após a morte”.
“O purgatório é a expressão máxima da misericórdia de Deus
para conosco, que torna evidente e palpável o seu amor e gera em nós, por
contraste, a preciosa dor da contrição”, disse o bispo em texto publicado ontem
(31) no site da diocese.
“Nosso pecado é instantaneamente perdoado por Deus no
sacramento [da confissão], mas o pecado deixou consequências e cicatrizes que
só serão curadas pelo amor”, diz o bispo em sua coluna dedicada à solenidade de
Todos os Santos, que a Igreja celebra hoje (1) e também ao dia dos fiéis
defuntos, que a Igreja celebra amanhã (2).
“O purgatório é uma resposta de amor sem recortes, onde a
nossa alma está limpa e pura para ter acesso à presença de Deus”, diz dom
Fernández.
“A oração da Igreja pelos seus filhos que morreram, que
ainda se encontram no purgatório, é constante. São os seus filhos preferidos,
porque são os que mais sofrem naquela chama de amor de Deus e do coração humano
na sua presença”.
“É um sofrimento cheio de esperança, porque ele já desfruta
da salvação. Mas é um sofrimento que exige a nossa colaboração e a de todos os
santos a seu favor”, diz o bispo.
Para o bispo de Córdoba, novembro é um “mês dos santos e dos
mortos. Mês para considerar mais explicitamente qual é o sentido da nossa
caminhada nesta vida”. Dom Fernández diz também que sem Deus “causamos a ruína
sobre nós mesmos”.
Purgatório ou purificação final
O parágrafo 1.030 do Catecismo da Igreja Católica diz que
“os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados,
embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação,
a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu”.
“A Igreja chama Purgatório a esta
purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos
condenados”, diz o parágrafo 1.031.
“A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao
Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A
Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura (624) fala dum
fogo purificador”, acrescenta.
*Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em
espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da
Igreja na Europa, América e Ásia.
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