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terça-feira, 12 de novembro de 2024

Origem das Fake News

Árvore do Conhecimento (YouTube)

ORIGEM DAS FAKE NEWS

Dom Pedro Cipollini
Bispo de Santo André (SP)

A difusão global da língua inglesa introduziu a expressão “fake news” no vocabulário dos povos ao redor da terra. É o novo nome para a velha “mentira”, a qual é uma bola de neve, quanto mais rola, tanto mais aumenta. Algo bem ao gosto de nossa época que julga a mentira tanto melhor, quanto mais verdadeira aparece. 

Fake news, se olharmos no dicionário equivale a nossos conceitos de falso, engano, fraude, falsificação, todos estes conceitos tem como pano de fundo a mentira. Reparemos que a notícia falsa que passa por verdade tem de fato, um famoso fundador: a serpente que tenta Adão e Eva no jardim do Paraíso (cf. Gn 3,1-7). A serpente é o diabo, “o pai da mentira (Jo 8,4). 

A sedução teve lugar à sombra de uma árvore que é um símbolo, mais que uma espécie botânica: a árvore do “bem e do mal”, ou seja os dois polos extremos, dentro dos quais situa-se a lei moral, aquilo que é bom ou mal para o ser humano. É a “arvore do conhecimento”! 

Esta árvore pertence a Deus e é Ele, nosso criador que nos dá estes valores para serem vividos para nosso bem. Os valores morais nos precedem e nos superam, são mandamentos de Deus. Caminho para a felicidade. O ser humano, ao violar a lei de Deus, se coloca no lugar de Deus, rejeitando seu Criador e tomando seu lugar.  

O problema não é querer ser semelhante a Deus, isto o somos por criação, o problema é querer ser semelhante a Deus rejeitando o próprio Deus. Deus que é verdade, ao rejeitar Deus, opta-se pelo caminho da mentira e da falsidade. Simplesmente porque o homem é de natureza humana e não de natureza divina. É criatura. 

Na recusa de aceitar os mandamentos da Lei de Deus, o ser humano é impulsionado pelas “fake news”, propostas pela serpente. A serpente sussurra aos ouvidos de Eva que Deus tem inveja do ser humano. Ele não deseja seu crescimento no conhecimento e na liberdade. Portanto, o ser humano é que deve decidir tudo por si mesmo, sem precisar de Deus para nada. É o ateísmo pratico, celebrado por nossa cultura, cada vez mais com o nome de secularismo. 

A serpente esconde de Eva que esta atitude é um ato de rebelião, que tem como consequência o “pecado original”, ou seja, a desorganização do mundo maravilhoso como Deus o criou. O mundo governado pelo homem sem Deus se torna terra de catástrofes: a terra ao invés de ser cultivada como um jardim, é explorada como  uma mina de carvão, em todas as suas dimensões. O ser humano põe fogo na casa…Não é o que vivemos? 

A falsidade prolifera e se propaga hoje em dia como verdade objetiva e convincente, mas na realidade, faz mal e tem consequências devastadoras. Os mentirosos estão na origem de todos os crimes que assolam a terra, dizia Plutarco, sábio da Grécia antiga. Há pessoas que mentem pelo prazer de mentir, porque a mentira se torna também um vício. Assim temos hoje uma comunicação doente com a doença da “fake news”, que é a mentira com aparência de verdade. O mentiroso quer sempre ter razão, apesar dos desmentidos que evidenciam a mentira. É o que vemos nas redes sociais todo dia. 

Porém, a consciência humana só encontra repouso na verdade. Quem mente, ainda que não seja descoberto, tem em si próprio a punição: a degradação de sua consciência nesta vida. E na eternidade: “o lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte”(Apocalipse 21,8). 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF