O caminho da santidade, recordou o Papa no Angelus desta
sexta-feira, 1º de novembro e Dia de Todos os Santos, começa pelo
comprometimento em primeira pessoa em "praticar as Bem-aventuranças do
Evangelho nos ambientes em que vivo". Tantos os santos venerados nos
altares como aqueles da "porta ao lado" são "pessoas 'cheias de
Deus', incapazes de permanecer indiferentes às necessidades do próximo;
testemunhas de caminhos luminosos, possíveis também para nós".
Andressa Collet - Vatican News
Neste 1º de novembro a Igreja celebra o Dia de Todos os
Santos, solenidade que, no Brasil, foi transferida para o domingo, 3 de
novembro. Na Praça São Pedro, também ponto de partida para a tradicional
Corrida dos Santos na sua décima sexta edição com 4 mil atletas, o Papa
refletiu no Angelus sobre o Evangelho do dia (cf. Mt 5,1-12)
e as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus, que são "a carteira de
identidade do cristão e o caminho da santidade", aquele feito por
amor, "que Ele mesmo percorreu primeiro ao se tornar homem, e que para nós
é tanto um dom de Deus quanto a nossa resposta".
O caminho da santidade
É dom de Deus, explicou Francisco, porque, é
para Ele "que pedimos que nos faça santos, que torne o nosso coração
semelhante ao seu", de modo que em nós, como dizia o Beato Carlo
Acutis, "tenha sempre 'menos de mim para dar lugar a Deus'". O que
nos leva ao segundo ponto, continuou o Pontífice, a nossa resposta:
O Pai do céu, de fato, nos oferece a sua santidade,
mas não a impõe a nós. Ele a semeia em nós, nos faz sentir o gosto e ver a
beleza, mas depois espera a nossa resposta. Deixa a nós a liberdade de seguir
as suas boas inspirações, de nos deixarmos envolver por seus projetos, de fazer
nossos os seus sentimentos (cf. Dilexit nos, 179), colocando-nos, como Ele
nos ensinou, a serviço dos outros, com uma caridade como sempre mais universal,
aberta e dirigida a todos, aberta e dirigida ao mundo inteiro.
Tudo isso vemos na vida dos santos, aprofundou o Papa, ao
citar o caminho da santidade feito por "São Maximiliano Kolbe, que em
Auschwitz pediu para tomar o lugar de um pai de família condenado à morte; ou
em Santa Teresa de Calcutá, que passou sua existência a serviço dos mais pobres
entre os pobres; ou no bispo São Óscar Romero, assassinado no altar por ter
defendido os direitos dos últimos contra os abusos dos prepotentes".
Santos "moldados pelas Bem-aventuranças" que são venerados nos
altares, sem esquecer aqueles que sempre ficam "na porta ao lado",
"aqueles de todos os dias, escondidos que levam adiante a sua vida cristã
quotidiana", "pessoas 'cheias de Deus', incapazes de permanecer
indiferentes às necessidades do próximo; testemunhas de caminhos luminosos,
possíveis também para nós".
“Perguntemo-nos agora: eu peço a Deus, em oração, o dom
de uma vida santa? Deixo-me guiar pelos bons impulsos que o seu Espírito
desperta em mim? E me comprometo em primeira pessoa a praticar as
Bem-aventuranças do Evangelho nos ambientes em que vivo?”
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