Catarina Labouré nasceu numa aldeia da Borgonha, França, em
2 de maio de 1806. Nesta numerosa família de pobres camponeses, ela desde os
nove anos teve que assumir o cuidado dos irmãos menores, por causa do
falecimento prematuro da mãe. Mais tarde, abril de 1930, com permissão
do pai, entra no noviciado das Filhas da Caridade, Congregação fundada por São
Vicente, voltada para a assistência dos pobres, doentes, crianças e idosos.
Em 19 de julho do mesmo ano, Nossa Senhora lhe aparece a
primeira vez; na noite de 27 de novembro, na Sua terceira e última aparição, a
Virgem lhe apresenta uma imagem, dizendo: “Manda cunhar uma medalha
por este modelo; as pessoas que a trouxerem com fé e devoção receberão grandes
graças”. Dois anos depois, após severo inquérito canônico para
verificar a autenticidade das aparições, o arcebispo de Paris autorizou
a fabricação das medalhas.
Na imagem desta medalha de Nossa Senhora das Graças, raios
saem de Suas mãos para a Terra, sendo, segundo a Virgem, “… o
símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que as pedem”. Só no
período de quatro anos, foram cunhadas 20 milhões de cópias, pois, como disse o
Papa Pio XII, “...desde o primeiro momento, [esta medalha] foi
instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de
tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a
chamou desde logo medalha milagrosa.
Após o noviciado, Irmã Catarina foi enviada a um asilo
em Paris, para cuidar dos idosos e doentes. Durante 46 anos trabalhou
nos serviços mais humildes e desprezíveis, lavando, cozinhando, limpando os
velhos enfermos, sempre com amor. Durante toda a sua vida, ninguém,
exceto o seu confessor, soube que ela era a vidente da revelação de Nossa
Senhora, fato notabilizado somente após a sua morte em 31 de dezembro de 1876,
aos 70 anos de idade.
Seu corpo, exumado em 1933, permanecia incorrupto, mesmo a
cor dos olhos; está hoje num caixão de cristal sob o altar das
aparições, no Santuário da Medalha Milagrosa, Rue du Bac, Paris. Canonizada,
sua festa foi colocada no dia da última aparição, 27 de novembro.
Reflexão:
“Mas, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que
faz a direita” (Mt 6,3). A caridade deve ser praticada sem alarde, sem
vanglória, mas somente com o espírito de amor a Deus e ao próximo. Santa
Catarina não quis ser conhecida como uma privilegiada de Deus, agraciada com o
contato direto e particular da Virgem Maria, nem que o bem praticado no seu
trabalho fosse reconhecido e admirado. Ao contrário, tudo o que nela foi
exaltado revelou-se quando já não poderia receber nenhum retorno terreno, pois
a verdadeira glorificação é obra somente de Deus. Certamente é questão da mais
rasa justiça reconhecer o valor do próximo, mas a vaidade pelo que fazemos
corretamente contradiz a razão, já que fazer o melhor possível aquilo que
devemos fazer é o mínimo diante de Deus; de fato, é Ele mesmo que nos dá as
graças, dons e condições sem as quais nada teríamos nem poderíamos fazer. A
prática da caridade traz a felicidade e a paz por si mesma, e a recompensa
infinita no Céu.
Oração:
Ó Santa Catarina Labouré, escolhida como mensageira da
vontade de Nossa Senhora, obtende-nos de Deus servir ao próximo com amor,
humildade e constância, e a confiança plena e tranquila nos desígnios do Pai e
no favor de Maria Santíssima. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário