São Carlos Borromeu: conheça a história do patrono dos
Scalabrinianos
São Carlos Borromeu foi um cardeal, bispo e sacerdote
italiano do século XVI, exemplo de missionário e cristão caridoso. Assim, a sua
vida foi inspiração para muitos cristãos, inclusive para São
João Batista Scalabrini.
Comemorado dia 04 de novembro no calendário litúrgico, São
Carlos dizia:
“Somos todos fracos, confesso, mas o Senhor Deus nos
entregou meios com que, se quisermos, poderemos ser fortalecidos com
facilidade.”
Realmente, ele experimentou bem a força de Deus diante de
todas as tempestades que enfrentou na sua missão de defensor dos pobres e da
Igreja.
Conheça mais sua história neste post que preparamos.
Nasce São Carlos Borromeu
Carlos,
o segundo filho de Gilberto e Margarida, nasceu em 2 de outubro de 1538, em
Arona - Itália. Membro de uma família nobre, aos 12 anos já recebeu um título
importante de uma abadia beneditina que lhe proporcionou rendimento e riquezas.
Mas o seu coração se encontrava com Deus desde criança.
Quando pequeno, ele brincava de celebrar Missa, construir altares e imitar os
padres junto com os irmãos e os amigos. E aos poucos, o santo se deixou
conduzir pela vontade de Deus e descobriu sua vocação.
Logo, aos 24 anos, ordenou-se sacerdote da Igreja. E a
história mostra o quanto Deus tinha pressa na vida de Carlos, porque com apenas
27 anos ele tomou posse como arcebispo da arquidiocese de Milão - Itália.
Então, pôde participar e contribuir com o Concílio
de Trento, na época em que seu tio era o Papa Pio IV. Nesta época a Igreja
sofria as consequências da contra reforma e havia grandes ataques à fé e uma
necessidade urgente de renovação e para isso Deus contava com santos homens.
"Almas devem ser conquistadas de joelhos"
- São Carlos Borromeu
Bispo aos 27 anos, São Carlos dedicou sua vida à missão de
defender a Igreja e cuidar dos pobres e para isso não mediu esforços: realizou
três visitas pastorais em todo o território de sua arquidiocese, fundou
Seminários para ajudar a formação dos sacerdotes.
Além de construir igrejas, escolas, colégios, hospitais;
fundar a Congregação dos Oblatos, sacerdotes seculares e colocar em prática as
reformas do Concílio de Trento em favor da reorganização da Igreja.
Mas sua alma, profundamente ferida pelo amor de Deus, tinha
zelo pelas almas e sua maior obra foi a caridade para
com os pobres. Ele enfrentou duas epidemias em sua região que causaram pobreza
e a morte de muitas pessoas, inclusive sacerdotes.
Para isso, colocou seus bens à disposição para matar a fome
do povo, até chegou a pedir esmolas quando não tinha mais o que oferecer. Sua
vida e dedicação ao seu povo comprovaram o seu lema “Humilitas”
(humildade) e São Carlos foi sinal de consolo para seu rebanho.
“Eis Senhor, eu venho, vou já”
Assim como sua missão foi fecunda, aconteceu também de forma
rápida. Após entregar sua vida totalmente pela causa do Reino de Deus,
aos 46 anos, faleceu, em 03 de novembro de 1584, e suas últimas palavras
foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”.
Mas suas virtudes foram logo reconhecidas e assim ele foi
beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo
V, que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro.
São Carlos Borromeu foi um bispo incansável na evangelização
e defesa da Igreja. Sua influência como cardeal serviu de exemplo para que a
reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio
de Trento.
Além disso, ainda deixou uma imensa herança moral e
espiritual a ponto de inspirar outros ao mesmo caminho de santidade. Hoje, seus
restos mortais descansam na Cripta da Catedral de Milão, coberto com painéis de
prata, que descrevem a sua vida.
Santos inspiram outros santos
A história de São Carlos Borromeu beneficiou toda a Igreja,
principalmente seu empenho em colocar o Concílio de Trento em prática. Por isso
sua fama espelhou-se como o bispo da reforma católica.
O seu ministério foi tão fecundo que João Batista
Scalabrini, bispo de Piacenza - Itália, quando recebeu a inspiração de fundar
uma ordem religiosa, em 1887, colocou-a aos cuidados de São Carlos. Por isso,
até hoje os Scalabrinianos são chamados de Carlistas.
Scalabrini tinha uma profunda devoção por São Carlos
Borromeu. Em 1863, ele foi ordenado sacerdote e, em 1870, foi nomeado pároco da
Paróquia São Bartolomeu, em Como - Itália. E quando fundou a ordem disse:
“Honrar-vos-ei de chamar-vos de agora em diante, os
Missionários de São Carlos”.
São João Batista Scalabrini fundou uma ordem com uma missão
muito particular: cuidar dos migrantes. Por isso o carisma deles se apoia na
Palavra de Deus:
“Eu era estrangeiro e me acolheste” (Mt 25, 35).
De fato, onde a caridade é semeada, brota santidade: assim
se deu na vida de São Carlos Borromeu até chegar à vida de São João Batista
Scalabrini - dois santos apaixonados pela causa do reino de Deus.
Saiba
mais: Scalabrinianos: missionários para os migrantes
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