Leão nasceu por volta do ano 400, perto da cidade de
Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e em 430 já era arcediácono e
conselheiro dos Papas Celestino I e Xisto III. Após a morte deste último, em
440, Leão assumiu o governo da Igreja.
Eram tempos difíceis. Internamente, a Igreja enfrentou
divisões por causa de várias heresias, sendo o monofisitismo aquela que
Leão teve que combater mais diretamente. Propalada pelo monge Êutiques,
afirmava haver apenas uma natureza em Jesus, a divina, que teria absorvida a
Sua natureza humana: negava, assim, o valor salvífico da Cruz, uma vez
que não teria sido um verdadeiro homem a pagar pelos pecados, nem a ter
verdadeira ressurreição.
Leão escreveu ao patriarca de Constantinopla a célebre Carta
dogmática a Flaviano, onde expunha a verdadeira doutrina sobre as duas
naturezas, divina e humana, na única Pessoa de Cristo. Esta carta foi
fundamental no Concílio de Calcedônia, em 451, quando o monofisitismo foi
condenado pela Igreja.
Também na Doutrina, na conservação da ortodoxia da Fé, no
culto litúrgico, agiu Leão com invulgar sabedoria e oportunidade,
ensinando e edificando a cristandade. Deixou escritos mais de 100 sermões e 143
cartas, documentos preciosos para a dogmática, história e ensinamentos da
fé cristã.
Externamente, São Leão, por seu prestígio e
eloquência, por duas vezes salvou Roma da destruição: em 452, convenceu
o rei dos hunos, Átila, “o flagelo de Deus”, a preservar a cidade e a Itália, e
em 455 conseguiu de outro invasor, Genserico rei dos vândalos, que poupasse
a vida dos romanos e não incendiasse a cidade.
O Papa Leão teve um longo pontificado, pouco mais de 21
anos. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na basílica
de São Pedro em Roma. Recebeu da posteridade o título de “Magno”, isto é,
magnífico, por ter sido o Papa mais insigne no período anterior à
queda do Império Romano Ocidental.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
São Leão Magno orientou sua profunda sabedoria, suas
extraordinárias virtudes e sua brilhante capacidade de direção no serviço a
Cristo e à Igreja, em cuidado amoroso pela integridade da Fé e da vida dos
irmãos. Deus sempre dá algum dom específico a cada ser humano, ainda que não
especialmente chamativo, e a própria humildade em reconhecer as próprias
limitações está entre os dons mais elevados. Reconheçamos os nossos defeitos e
qualidades, pedindo o necessário auxílio do Pai para vencer os primeiros e bem utilizar
as segundas, pois em qualquer grau será sempre este o caminho particular de
salvação de cada um, conforme a sabedoria de Deus.
Oração:
Deus Eterno e Todo-Poderoso, quiseste que São Leão Magno
governasse todo o Vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai,
por suas preces, os pastores de Vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas,
guiando-os no caminho da salvação, através do bom uso dos dons que lhes foram
concedidos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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