Martinho nasceu na Hungria por volta do ano 316 e pertencia
a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por
curiosidade começou a frequentar uma igreja cristã. Para evitar a conversão do
filho, o pai o alistou no exército, mas foi inútil. Martinho já tinha sido
escolhido por Jesus para tornar-se um homem santo.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do
manto. Diz a história que diante de um mendigo que passava frio,
Martinho se comoveu e repartiu com ele seu manto. Na mesma noite, Martinho teve
um sonho no qual Jesus apareceu a ele vestido com o manto doado. Foi o
sinal para a conversão do jovem.
Fez-se batizar e com 22 anos tornou-se monge e discípulo de
Santo Hilário, que o ordenou diácono e lhe cedeu um terreno para a
construção de um mosteiro, o primeiro edificado na França, em Poitiers. Em
breve, este ficou cheio de jovens candidatos à vida monástica. Martinho,
de acordo com Santo Hilário, permitia aos seus monges a ordenação sacerdotal,
prática desconhecida no monaquismo do Oriente. Visitando as pessoas dos
meios rurais, chamados de pagos (e daí o termo “pagãos”), Martinho e seus
monges convertiam inúmeros habitantes e construíam igrejas; no caso de
resistências, fundava um mosteiro, que pela irradiação da vida cristã
obtinham, em tempo, as conversões (a irradiação dos mosteiros beneditinos, a
partir de São Bento, tinha a mesma característica de estabilizar, pela
santidade e exemplo, a conversão de muitas regiões da Europa). Tal obra foi
acompanhada de muitos sinais e milagres.
Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo o
aclamou para ser Bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início.
Visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e continuou o trabalho de
conversão dos pagãos, exercendo sempre exemplar caridade. Modelo de
mansidão e humildade, os frutos do seu zelo espalharam-se por toda a
França. Após 25 anos de bispado, faleceu em 8 de novembro de 397; sua
festa foi colocada no dia 11, o do seu sepultamento, um evento excepcional, com
a presença de mais de 2.000 monges e enorme multidão em prantos.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Martinho despertou para a fé quando ainda menino e depois,
mesmo soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos
de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira luta em favor do cristianismo. Existem
4.000 igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome é dado a milhares de
localidades, povoados e vilas. "Senhor, se o Vosso povo precisa de mim,
não vou fugir do trabalho. Seja feita a Vossa vontade" dizia Martinho,
enfermo, aos 81 anos de idade. Como São Paulo, “combateu o bom combate”, da
caridade, zelo apostólico e humildade, os termos comuns para a vida e ação de
qualquer católico, cada qual no seu campo particular.
Oração:
Ó Deus, que aos Vossos pastores associastes São Martinho de
Tours, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua
intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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