A Esperança não Engana
Abertura do Ano Jubilar da Esperança
Amados e amadas de Deus, o Motu Proprio Spes non
confundit, com o qual o Papa Francisco promulgou o Ano Jubilar da
Esperança, nos ajuda a compreender a dimensão e a importância desse Ano Santo
para toda a Igreja, e a desejar vivê-lo autenticamente. Estamos iniciando,
hoje, o ano jubilar que tem como tema: “‘Spes non confundit – a
esperança não engana’ (Rm 5, 5). Sob o sinal da esperança, o
apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é
também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição,
o Papa proclama de vinte e cinco em vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos
de esperança, que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não
podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas
particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com
o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10, 7.9); com Ele,
que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como
sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1, 1)”. […]
“O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores
eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois
mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015,
proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir
encontrar o ‘Rosto da misericórdia’ de Deus, anúncio central do Evangelho
para toda a pessoa e em cada época. Agora chegou o momento dum novo Jubileu, em
que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência
viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em
Cristo. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data
fundamental para todos os cristãos: de fato, em 2033, celebrar-se-ão os dois
mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do
Senhor Jesus. Abre-se, assim, diante de nós um percurso marcado por grandes
etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso
na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança (cf. 1 Ts 1,
3)”. […]
A indulgência é uma realidade forte dos anos jubilares, mas
ela deve ser bem entendida, na sua fundamentação. O juízo de Deus é uma
realidade ligada à vida eterna, que “diz respeito à salvação na qual esperamos
e que Jesus nos obteve com a sua morte e ressurreição. Visa abrir ao encontro
definitivo com Ele. E, como em tal contexto não se pode pensar que o mal
cometido permaneça oculto, o mesmo precisa de ser purificado, para
nos permitir a passagem definitiva ao amor de Deus. Compreende-se, neste
sentido, a necessidade de rezar por aqueles que concluíram o caminho terreno:
uma solidariedade na intercessão orante que encontra a sua eficácia na comunhão
dos santos, no vínculo comum que nos une em Cristo, primogênito da criação.
Assim, a Indulgência Jubilar, em virtude da oração, destina-se de modo
particular a todos aqueles que nos precederam, para que obtenham plena
misericórdia. De fato, a indulgência permite-nos descobrir
como é ilimitada a misericórdia de Deus. Não é por acaso que, na antiguidade, o
termo ‘misericórdia’ era cambiável com o de ‘indulgência’, precisamente porque
pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites”. (PAPA
FRANCISCO, Spes non Confundit, n. 1, 6, 22-23).
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