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sábado, 14 de dezembro de 2024

CRISTANDADE: A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus (III)

Jesus cura um aleijado , painel de madeira policromada da igreja de San Martino, Zillis, Suíça | 30Giorni

Arquivo 30Giorni nº. 12 - 2011

A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus

Bento XVI no Advento e no Natal

Audiência geral
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Oração e milagres

O Doador é mais precioso que a dádiva concedida; o presente é concedido "além"

Hoje gostaria de refletir convosco sobre a oração de Jesus ligada à sua prodigiosa ação curativa. Nos Evangelhos são apresentadas diversas situações em que Jesus ora diante da obra benéfica e curativa de Deus Pai, que atua através dele. É uma oração que, mais uma vez, manifesta a relação única de conhecimento e comunhão com o Pai. , enquanto Jesus se deixa envolver com grande participação humana nas dificuldades dos seus amigos, por exemplo de Lázaro e da sua família, ou de tantos pobres e doentes que Ele quer ajudar concretamente.

Um caso significativo é a cura do surdo-mudo (cf. Mc 7, 32-37). A história do evangelista Marcos – acabada de ouvir – mostra que a ação curativa de Jesus está ligada à sua intensa relação tanto com o próximo – o doente – como com o Pai.

Mas o ponto central deste episódio é o facto de Jesus, ao realizar a cura, procurar diretamente a sua relação com o Pai. A história diz, de fato, que Ele “olhando... para o céu, suspirou” (v. 34). A atenção ao doente, o cuidado de Jesus para com ele, estão ligados a uma atitude profunda de oração dirigida a Deus. E a emissão do suspiro é descrita com um verbo que no Novo Testamento indica a aspiração por algo de bom que ele deseja. ainda está faltando (ver Rm 8, 23).

A história como um todo mostra, então, que o envolvimento humano com o doente leva Jesus à oração. Mais uma vez ressurge a sua relação única com o Pai, a sua identidade de Filho Unigénito. Nele, através da sua pessoa, torna-se presente a ação curativa e benéfica de Deus. Não é por acaso que o comentário final do povo depois do milagre recorda a avaliação da criação no início do Gênesis: «Ele fez tudo bem» ( Marcos 7, 37). A oração entra claramente na ação curativa de Jesus, com o olhar voltado para o céu. A força que curou o surdo-mudo é certamente causada pela compaixão por ele, mas provém do apelo ao Pai. Estas duas relações se encontram: a relação humana de compaixão com o homem, que entra na relação com Deus, e assim se torna curativa.

Catecismo da Igreja Católica comenta assim a oração de Jesus na história da ressurreição de Lázaro: «Introduzida pela ação de graças, a oração de Jesus revela-nos como pedir: antes de o dom ser concedido, Jesus adere àquele que dá e quem em seus dons ele se dá. O Doador é mais precioso que o presente dado; ele é o “Tesouro”, e nele está o coração do seu Filho; o dom é concedido “além” (cf. Mt 6, 21 e 6, 33)”. Isto me parece muito importante: antes que o dom seja concedido, adira Àquele que dá; o Doador é mais precioso que o presente. Portanto, também para nós, além daquilo que Deus nos dá quando O invocamos, o maior presente que Ele nos pode dar é a sua amizade, a sua presença, o seu amor. Ele é o tesouro precioso que sempre devemos pedir e valorizar.

Com a sua oração, Jesus quer levar à fé, à confiança total em Deus e na sua vontade, e quer mostrar que este Deus que amou o homem e o mundo a ponto de enviar o seu Filho Unigênito (cf. Jo 3,16 ) ), é o Deus da Vida, o Deus que traz esperança e é capaz de reverter situações humanamente impossíveis.

Fonte: https://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF