Arquivo 30Giorni nº. 12 - 2011
A oração, os milagres, a virgindade de Maria, a humanidade de Jesus
Bento XVI no Advento e no Natal
Audiência geral
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A manjedoura de Belém
Quando ouvimos ou pronunciamos, nas celebrações litúrgicas,
este “hoje nasceu para nós o Salvador”, não estamos usando uma expressão
convencional vazia, mas queremos dizer que Deus nos oferece “hoje”, agora, a
mim, a cada um de nós a possibilidade de reconhecê-lo e acolhê-lo, como fizeram
os pastores em Belém, para que também Ele nasça na nossa vida e a renove,
ilumine, transforme com a sua Graça, com a sua Presença.
E, ainda São Leão Magno, noutra das suas homilias de Natal,
afirmou: «Hoje o autor do mundo foi gerado do ventre de uma virgem: aquele que
fez todas as coisas tornou-se filho de uma mulher dele mesmo criado. Hoje a
Palavra de Deus apareceu revestida de carne e, embora nunca tivesse sido
visível ao olho humano, tornou-se também visivelmente palpável. Hoje os
pastores aprenderam pela voz dos anjos que o Salvador nasceu na substância do
nosso corpo e da nossa alma” ( Sermo 26, In Nativitate
Domini 6, 1: PL 54, 213).
O Natal e a Páscoa são celebrações de redenção. A Páscoa
celebra-a como uma vitória sobre o pecado e a morte: marca o momento final,
quando a glória do Homem-Deus brilha como a luz do dia; O Natal celebra-o como
a entrada de Deus na história, tornando-se homem para reconduzir o homem a
Deus: marca, por assim dizer, o momento inicial, quando se vislumbra a luz da
aurora. Mas assim como a aurora precede e já anuncia a luz do dia, assim o
Natal já anuncia a Cruz e a glória da Ressurreição.
Olhemos para a gruta de Belém: Deus abaixa-se até ser
colocado numa manjedoura, o que já é um prelúdio à humilhação na hora da sua
paixão. O ápice da história de amor entre Deus e o homem passa pela manjedoura
de Belém e pelo túmulo de Jerusalém.
Vivamos o Natal do Senhor contemplando o caminho do imenso
amor de Deus que nos elevou a Si através do mistério da Encarnação, Paixão,
Morte e Ressurreição do seu Filho, pois - como afirma Santo Agostinho - «em
Cristo a divindade do Unigênito, ela participou de nossa mortalidade, para que
pudéssemos participar de sua imortalidade" ( Epístola 187,
6, 20: PL 33, 839-840).
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