Por Redação central
31 de dez de 2024
A solenidade de Maria, Mãe Deus é celebrada
pela Igreja Católica todos os anos em 1º de janeiro. O bispo de
Orihuela-Alicante, Espanha, dom José Ignacio Munilla Aguirre, fala sobre porque
a maternidade espiritual de Maria é universal.
Num vídeo publicado
em seu canal no Youtube En Ti Confío (Em Ti Confio, em
português) o bispo reflete sobre a pergunta “De que modo a maternidade
espiritual de Maria é universal?”, contida no número 100 do Compêndio do
Catecismo da Igreja Católica.
O Compêndio diz que “Maria tem um único Filho, Jesus, mas,
n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os homens que Ele veio
salvar. Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a
verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na
sua formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a
sua realização mais perfeita”.
A partir disso, dom Munilla disse que provavelmente uma das
razões pelas quais Deus quis que Santa Maria fosse “sempre virgem, é para que
nesse único filho pudéssemos incluir todos nós, toda a humanidade. Todos nós
somos filhos de Maria”. Explicou que “se Eva gerou junto com Adão o corpo de
seu filho, Maria está gerando espiritualmente nossas almas”.
Dom Munilla citou são Luís Maria Grignion de Montfort, que
disse: “Maria é como um molde no qual nossa alma se configura a Jesus Cristo”.
Se na Virgem “Jesus se configurou, se nos introduzirmos no coração de Maria,
nos conformamos com Jesus tendo Maria como a mãe espiritual de
nossa vida”, disse o bispo.
O bispo recordou também o Evangelho segundo São João,
segundo o qual Jesus disse a Maria e o discípulo, que estão aos pés da cruz:
“‘Mulher, eis aí teu filho’. Filho, ‘Eis aí tua mãe’ Nesse momento, Maria
recebe a tarefa explícita da maternidade
divina, dessa maternidade espiritual”, explicou.
Com esta frase, Maria “passa da maternidade divina a Jesus
Cristo à maternidade espiritual para todos os seguidores de Jesus Cristo. Essa
grande tarefa que Maria recebeu está cumprindo-a continuamente, em sua
intercessão por nós, em seu cuidado espiritual por nós”, afirmou.
Dom Munilla disse que a maternidade espiritual de Maria às
vezes é visualizada em "revelações privadas" para dar mensagens
importantes à humanidade. Por exemplo, recordou quando a Virgem apareceu ao
apóstolo são Tiago ou quando apareceu a são Juan Diego como Nossa Senhora de
Guadalupe "no início da evangelização na América".
Do mesmo modo, mencionou quando apareceu a santa Bernadette
Soubirous para "lembrar por que o Evangelho é para os simples", justo
"no momento em que a França havia dado as costas ao Evangelho" com o
racionalismo. Da mesma forma, Maria interveio “quando o comunismo estava em
alta e em Fátima se mostra novamente como uma esperança para a salvação do
mundo”, disse.
Desta forma, “Maria está sendo fiel à grande encomenda: ‘Eis
aí teu filho’, cuide de todos'. Estas revelações particulares são como a ponta
do iceberg, que visualiza algo que é muito mais do que não vemos, as
intervenções contínuas de Maria que na sua maternidade cuida de cada uma de
nós”.
Dom Munilla recordou também a passagem bíblica sobre as
Bodas de Caná da Galileia, onde a Virgem
Maria "atenta às nossas necessidades" pede a Jesus pelos
convidados da festa. O bispo recorda que desta vez Jesus lhe disse: "Minha
hora ainda não chegou".
Para explicar este momento “surpreendente”, “porque parece
que Jesus está antes contendo ou se distanciando de Maria”, o bispo citou santo
Agostinho.
O santo disse que a pergunta de Jesus se refere a “que ainda
não era a hora em que ia confiar-lhe para ser a mãe de todos nós e cuidar de
todos nós. Chegada essa hora, a hora da maternidade espiritual de Maria, seu
filho lhe dirá: ‘Esta é a tua hora mãe, cuide de todos, eu os confio a ti’”.
“Definitivamente, Maria teve apenas um filho: Jesus, e nele
teve a todos nós. Todos nós somos Jesus para ela. Maria olha para ti com o
mesmo carinho e amor com que olhava para o seu filho Jesus e queremos retribuir
com a mesma ternura, com o mesmo amor com que Jesus olhou para a sua mãe”,
destacou.
Dom Munilla convidou os fiéis a pensarem em Maria como nossa
Mãe. “Podemos também participar dessa maternidade que Jesus viveu com ela,
dessa relação materna, para que também nós possamos dizer com pleno sentido:
‘Mamãe! Mãe Nossa’”, concluiu.
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