JUBILEU 2025
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
Na última noite de Natal, o Papa Francisco abriu a “Porta
Santa” da Basílica de São Pedro, no Vaticano, dando início o Jubileu Ordinário
de 2025. A cada 25 anos a Igreja celebra um Jubileu Ordinário para festejar o
Mistério da Encarnação, isto é, a presença humana e divina de Jesus Cristo no
mundo. Esta tradição começou no ano de 1300 e a iniciativa foi da
espiritualidade popular. Como foi uma iniciativa frutuosa, ela se tornou uma
tradição que conta com 725 anos.
A inspiração de celebrar jubileus vem do mundo bíblico. Lá
está prescrito que deveria ser celebrado a cada 50 anos. Era um tempo propício
para recordar o sonho cultivado durante o Êxodo, isto é, ter uma terra e
construir uma sociedade com igualdade social, justiça econômica, fraternidade e
de paz. Enfim, deveria ser um ano propício para provocar mudanças
restabelecendo o bem comum, a justa convivência das pessoas e a comunhão com
Deus.
Os ideias e sonhos de todo Antigo Testamento foram vividos e
confirmados nos ensinamentos de Jesus Cristo. O Ano Jubilar reafirma, com mais
intensidade, que todos os que creem em Cristo nunca podem esquecer ou
relativizar este grandioso plano de Deus de construir uma sociedade a partir do
amor a Deus e ao próximo, pois o “amor é o vínculo da perfeição” (Colossenses
3,14). Todas as mudanças espirituais e sociais causam alegria e devem ser
motivo de júbilo. Pois, jubileu significa extrema alegria, grande sensação de
felicidade. Jubileu sempre se refere à alegria que brota a partir do bem feito
por causa de Jesus Cristo.
Normalmente, o Ano Jubilar tem um lema. O lema escolhido
foi Peregrinos de Esperança. Na Bula de proclamação do
Jubileu, o Papa Francisco explica porque foi escolhido o tema da esperança. No
coração de cada pessoa está presente o desejo e a expectativa do bem, mesmo
diante de um futuro imprevisível. Quando olhamos para o mundo brotam sentimentos
contrapostos: “desde a confiança até o medo, da serenidade ao desânimo, da
certeza à dúvida […] há pessoas desanimadas que olham para o futuro com
ceticismo e pessimismo, como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade”
(n.1). Considerando a realidade mundial, a Igreja propõe uma palavra de
esperança fundamentada na Carta ao Romanos 5,1-2.5, que afirma que “a esperança
não decepciona”. Ela “nasce do amor e funda-se no amor que brota do coração de
Jesus trespassado na Cruz” (n.3).
O Papa também deseja que o Jubileu “possa ser, para todos,
um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, “porta” de salvação
(cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda
a parte e a todos, como sendo a “nossa esperança” (1 Tm 1,1) (n.1).
Na Arquidiocese de Passo Fundo a abertura do Ano Jubilar
será no dia 29/12/2024, às 9h, na Catedral, com a celebração eucarística. Uma
atitude fundamental no Ano Jubilar é a peregrinação, é o desejo de caminhar
conduzidos por Jesus. O Rito de Abertura começa com uma procissão que iniciará
no pátio da Gare indo até a Catedral, após esta oração inicial. “Ó Pai,
esperança que não decepciona, princípio e fim de todas as coisas, abençoai o
início da nossa peregrinação atrás da cruz gloriosa do vosso Filho neste tempo
de graça; curai as feridas dos corações dilacerados, soltai as correntes que
nos mantêm escravos do pecado e prisioneiros do ódio e concedei ao vosso povo a
alegria do Espírito, para que caminhe com renovada esperança em direção à meta
desejada, Cristo, vosso Filho e nosso Senhor. Ele que vive e reina pelos
séculos dos séculos”.
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