Este é um momento que nos faz refletir sobre tudo aquilo que
vivemos neste ano, e tudo aquilo que queremos para nós no ano seguinte.
Padre Lício de Araujo Vale Diocese São Miguel Paulista -
SP
No final de ano, é muito comum que algumas pessoas não
entrem no tão esperado "espírito natalino". Nem sempre a
festividade contagia o indivíduo, mas pelo contrário, sentimentos de ansiedade,
solidão, tristeza, estresse e depressão podem vir à tona, e por sinal, são até
mais comuns durante esta época. Se você se sente mais para baixo diante das
festividades natalinas, e até mesmo com o ano novo, saiba que você não é o
único, e há diversas explicações para isso.
Frustração e angústia
Este é um momento que nos faz refletir sobre tudo aquilo que
vivemos neste ano, e tudo aquilo que queremos para nós no ano seguinte. É comum
que algumas pessoas reflitam sobre suas expectativas não realizadas, e criem
novas para o futuro, muitas vezes até exageradas como uma forma de compensar
tudo que não foi elaborado neste ano, mas este sofrimento pode vir muitas vezes
acompanhado de uma estagnação, e isso pode se tornar um ciclo que se
repete. É importante que se olhe para trás e perceba que você se constituí
com base em tudo que você fez até então, e tudo o que você não fez, também! Se
perceba no hoje, e reflita "o que eu sou com base no que fui até então, e
o que quero ser com base no que sou agora". A melhor comparação que
podemos fazer é com nosso eu do passado, use-o como motivação para se
desenvolver, mas mantendo suas expectativas de acordo com a realidade, e
reconhecendo seus limites e impasses, deixe de lado "projetos
exagerados", planeje apenas o que realmente te fará bem, e deixe de
lado o passado, pois o mesmo existe para ser superado.
Solidão
Nas festividades do final de ano, podemos perceber cada vez
mais um "complexo de período perfeito". Cada vez mais vemos na
TV, redes sociais e mídias no geral, imagens de famílias se reunindo no Natal,
casais celebrando, pessoas cercadas de amigos na virada de ano, mas sabemos
também que só são mostrados os lados bons nestas propagandas ou fotos de
Instagram, e de forma exagerada e manipulada. É comum que tenhamos saudades de
pessoas que já passaram tal época conosco, ou também o desejo de simplesmente
ter alguém especial, mas devemos considerar que cabe a nós então, reavaliarmos
de quem estamos nos cercando, de quem queremos estar próximos, o que podemos
fazer para no ano seguinte estarmos mais satisfeitos. Usar estes sentimentos
como motivação para um melhor desenvolvimento, e não se apegar a
rótulos, de forma que possamos criar a nossa própria festividade,
nossas próprias maneiras e tradições de comemoração, aproveitando os detalhes
também por nós criados. Se você quiser que o Natal seja uma boa época para
maratonar aqueles filmes que você ama, sozinho, não há problema nisso! Desde
que lhe faça feliz.
Estes sentimentos de insatisfação, podem servir como uma
ponte para nosso autoconhecimento, sendo ele um bom caminho para bem-estar
e desenvolvimento pessoal. A psicoterapia também entra como
uma ótima forma de se explorar, se permitir, e se amar! Não deixe de cuidar de
si mesmo, reconheça o que te limita, e o que te motiva.
Como lidar com a depressão nas festas de fim de
ano?
Para quem sofreu alguma perda é normal sentir algum vazio
nesta época do ano, para que isso não aconteça, é importante realizar algumas
atitudes que aliviam esses sentimentos negativos, como:
- Planejar
uma viagem em família ou com amigos ao invés de passar o feriado sozinho
em casa;
- Não
se sinta obrigado a nada! Caso algum evento ou situação esteja te fazendo
mal, você tem todo o direito de ir embora;
- Voluntariado:
organize uma ação em que você distribui presentes às crianças carentes ou
alimentos para ceia em comunidades pobres, a solidariedade é capaz de
efeitos muito positivos tanto para quem faz quanto para quem recebe;
- Participar
da missa na Comunidade, rezar em casa, fazer a Leitura Orante, nos fazem
reconectar com a Igreja e com o Senhor;
- Entrar
em contato com a natureza. Uma caminhada no parque ou na praia pode ser
uma experiência positiva, capaz de aliviar a mente e gerar sensações de
bem-estar.
Ah, e uma última dica muito importante! Ao medir os aspectos
positivos e negativos de nossas vidas, devemos alimentar o otimismo e a
esperança. Que a força da esperança encha o nosso presente, pois é a esperança
que dá o sabor viver a vida!
Vídeo:
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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