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domingo, 29 de dezembro de 2024

Quem foi São Paulo e que legado ele deixou para a Igreja? (III)

O Espírito Santo nos ajuda a colocar em prática no dia-a-dia as virtudes: a caridade, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão, a continência ...|Opus Dei

Quem foi São Paulo e que legado ele deixou para a Igreja?

Quem foi Paulo de Tarso? São Paulo sofreu perseguições e conheceu sua própria debilidade enquanto pregava a fé no Ressuscitado. Em troca, não quis outra coisa senão a misericórdia de Cristo.

24/01/2023

Viver no Espírito, segundo São Paulo

Identificar-se com Cristo significa viver no Espírito. São Lucas enfatiza em seu segundo livro o papel dinâmico e operativo do Espírito Santo; e comenta São Josemaria: apenas existe  uma página dos Atos dos Apóstolos na qual  não  nos fale d’Ele bem como da ação pela qual guia, dirige e anima a vida e as obras da primitiva comunidade cristã: Ele é quem inspira a pregação de São Pedro (cf. Atos 4,8), quem confirma em sua fé aos discípulos (cf. Atos 4,31), quem sela com sua presença a chamada dirigida aos gentios (cf. Atos 10, 44-47), quem envia Saulo e Barnabé para terras longínquas, para abrir novos caminhos aos ensinamentos de Jesus (cf. Atos 13, 2-4). Em uma palavra, sua presença e sua atuação dominam tudo (20).

Em seus escritos, Paulo põe em relevo a presença da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade na vida do cristão. O Espírito habita em nossos corações(21); foi enviado por Deus para que nos identifique com o Filho e possamos exclamar Abba, Pai!(22). Deixar-se conduzir pelo Espírito, que nos dá a vida em Cristo Jesus, liberta da lei do pecado e da morte; leva a que se manifestem na vida do crente as obras – os frutos – do Espírito Santo: a caridade, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fé, a mansidão, a continência. Contra esses frutos, não há lei. Os que são de Jesus Cristo crucificaram sua carne com suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito(23)

“Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. |Opus Dei

O Apóstolo nos diz que a oração autêntica só existe quando está presente o Espírito: do mesmo modo também o Espírito acode em ajuda de nossa fraqueza: porque não sabemos o que devemos pedir, como convém; mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis(24). Com palavras de Bento XVI, é como dizer que o Espírito Santo “é a alma de nossa alma, a parte mais secreta de nosso ser, da qual se eleva incessantemente até Deus um movimento de oração, cujos termos não podemos nem sequer precisar”(25). Paulo nos convida a ser cada vez mais sensíveis, a estar mais atentos à presença do Espírito em nós e a aprender a transformá-la em oração.

O primeiro dos frutos do Espírito na alma do cristão é o amor. Com efeito, o amor de Deus foi derramado em nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado(26). Se, por definição, o amor une, o Espírito é quem gera a comunhão na Igreja: é a força de coesão que mantém unidos os fiéis ao Pai, por Cristo, e atrai os que ainda não gozam da plena comunhão. O Espírito Santo guia a Igreja em direção à unidade.

Rumo à Unidade dos Cristãos

Este é outro aspecto, entre os múltiplos dos quais trata o Apóstolo em suas epístolas, que vale a pena ter em conta no início deste Ano Paulino: a unidade dos cristãos. É motivo de consolação e de estímulo para pedir insistentemente ao Senhor esta graça – tão grande como difícil de alcançar – que o Patriarca ecumênico Bartolomeu I, seguindo as pegadas do Vigário de Cristo, também tenha convocado para a Igreja ortodoxa um Ano Paulino.

O ensinamento de Paulo nos recorda que a plena comunhão entre todos os cristãos encontra seu fundamento no fato de ter um só Senhor, uma só fé, um só batismo(27). Devemos rezar “para que a fé comum, o único batismo para o perdão dos pecados e a obediência ao único Senhor e Salvador se manifestem plenamente na dimensão comunitária e eclesial” (28).

São Pedro e São Paulo | Opus Dei

São Paulo nos mostra o caminho mais eficaz para a unidade, com palavras que também nos propunha o Concílio Vaticano II em seu decreto sobre o ecumenismo: assim, pois, eu vos rogo, o prisioneiro do Senhor, que vivais uma vida digna da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros com caridade, continuamente dispostos a conservar a unidade do Espírito com o vínculo da paz (29).

O Apóstolo  empenhou-se sempre em conservar essa imensa graça da unidade. Aos cristãos de Corinto convida-os, já desde o começo de sua primeira carta, a evitar as divisões entre eles (30). Suas exortações e suas chamadas de atenção podem servir-nos também hoje. Diante da humanidade do terceiro milênio, cada vez mais globalizada e. paradoxalmente, mais dividida e fragmentada pela cultura hedonista e relativista, que põe em dúvida a  própria existência da verdade(31), a oração do Senhor – ut omnes unum sint, que todos sejam um(32) - é para nós a melhor promessa de união com Deus e de unidade entre os homens.

B. Estrada

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20. É Cristo que passa, n. 127.

21. Cf. Rm 8, 9.

22. Gal 4, 6.

23. Gal 5, 22-24.

24. Rm 8,26.

25. Bento XVI, Audiência geral, 15-11-2006.

26. Rm 5, 5.

27. Ef 4, 5.

28. Bento XVI, Discurso durante o encontro com Bartolomeu I na abertura do Ano Paulino, 28-06-2008.

29. Ef 4, 1-3.

30. Cf. 1 Cor 1, 10.

31. Cf. Bento XVI, Discurso durante o encontro com Bartolomeu I na abertura do Ano Paulino, 28-06-2008.

32. Jo 17, 21.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/no-ano-paulino/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF