Santa Tarsila, virgem romana
Virgem romana (+581)
A família romana Anícia teve a graça de enviar para a Igreja
aquele que foi um dos grandes doutores da Igreja do Ocidente, o papa Gregório
Magno, depois também santo. Era um homem de estatura pequena e de saúde frágil,
mas um gigante na administração e uma fortaleza espiritual. Entre seus
antepassados paternos estão o imperador Olívio, o papa são Félix III e o
senador Jordão, que era seu pai.
A formação intelectual, religiosa e moral do menino Gregório
ficou sob a orientação e cuidado de sua mãe, a futura santa Sílvia, e de suas
tias, Tarsila, Emiliana, também santas, e de Jordana, irmãs de seu pai, que
faleceu cedo.
Tarsila e Emiliana eram muito unidas, além do parentesco,
pelo fervor da fé em Cristo e pela caridade. As três viviam juntas na casa
herdada do pai, no monte Célio, como se estivessem num mosteiro. Tarsila era a
guia de todas, orientando pela Palavra do Evangelho e pelo exemplo da caridade
e da castidade. Dessa maneira, os progressos na vida espiritual foram grandes.
Depois, Jordana decidiu seguir a vida matrimonial, casando-se com um bom
cristão, o administrador dos bens da sua família.
Tarsila permaneceu com a opção de vida religiosa que havia
escolhido. Sempre feliz, na paz do seu retiro e na entrega de seu amor a Deus,
até que foi ao seu encontro na glória de Cristo. São Gregório relatou que a tia
Tarsila tivera uma visão de seu bisavô, o papa são Félix III, que lhe teria
mostrado o lugar que ocuparia no céu dizendo estas palavras: ‘Vem, que eu
haverei de te receber nestas moradas de luz’.
Após essa experiência, Tarsila ficou gravemente enferma. No
seu leito de morte, ao lado da irmã Emiliana e dos parentes, pediu para que
todos se afastassem dizendo: ‘Está chegando Jesus, meu Salvador!’ Com essas
palavras e sorrindo, entregou sua alma a Deus. Ao ser preparada para o
sepultamento, encontraram calos, duros e grossos, em seus joelhos e cotovelos,
causados pelas contínuas penitências. Durante as orações, que duravam muitas
horas, rezava, ajoelhada e apoiada, diante de Jesus Crucificado.
Poucos dias depois de morrer, Tarsila apareceu em sonho para
sua irmã Emiliana e a convidou para celebrarem juntas a festa da Epifania no
céu. E foi isso o que aconteceu, Emiliana acabou morrendo na véspera do dia dos
Reis.
O culto a santa Tarsila, mesmo não sendo acompanhado de
fatos prodigiosos, se manteve discreto e persistente ao longo do tempo. Talvez
pelo enriquecimento dos exemplos singulares narrados pelo sobrinho, papa são
Gregório Magno, o qual, entretanto, nunca citou o ano do seu falecimento no
século VI.
A Igreja Católica estabeleceu o dia 24 de dezembro para as
homenagens litúrgicas de santa Tarsila, data transmitida pela tradição dos seus
fiéis devotos.
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