Estevão é intitulado protomártir por ter sido o primeiro a
dar a sua vida pela fidelidade a Cristo. O relato histórico e
inquestionável do seu martírio está escrito no livro dos Atos dos Apóstolos
(cf. capítulos 6 e 7). Era jovem e foi eleito diácono, com a missão de ajudar
na alimentação dos pobres e das viúvas. É descrito como homem “cheio
de fé e do Espírito Santo”, e “cheio de graça e poder”, de
modo que “fazia prodígios e milagres notáveis entre o povo”. Isto chamou a
atenção de pessoas da Sinagoga que vieram discutir com ele, mas “não eram
capazes de resistir à sua sabedoria e ao Espírito com que falava”.
Então, como haviam feito contra Jesus, aquelas pessoas
subornaram alguns homens para que, mentindo, o acusassem de blasfêmias
que não fizera, contra Moisés e contra Deus. (Não deixa de ser curioso como o
texto sagrado relata este fato: blasfêmias contra Moisés são citadas antes
que blasfêmias a Deus… e de fato os que condenaram o Cristo deram mais
importância à lei Mosaica, já deturpada na época de Cristo, do que ao próprio
Deus Encarnado(!). A inversão de valores, colocando perspectivas
humanas preferencialmente às de Deus, sempre levam ao pecado, isto é, à morte
de Deus na alma).
Com isso amotinaram o povo, os anciãos e os escribas contra
Estevão, de modo que o agarraram e levaram ao Sinédrio. Novamente,
apresentaram testemunhas falsas que o acusavam de falar contra o Templo, a Lei
e Moisés. Mas o jovem, inspirado pelo Espírito Santo, relembrou,
explicando, toda a história da salvação, deixando claro que em nada havia
blasfemado, seja contra Deus, seja contra Lei. Ao final, chamou-lhes a
atenção, por resistirem ao Espírito Santo, e, olhando para o céu, declarou
estar vendo Jesus à direita do Pai.
Neste momento, gritando e tapando os ouvidos, os acusadores
o empurraram para fora da cidade e o apedrejaram. Antes de morrer, Estevão
gritou: “Senhor, não os responsabilizes por este pecado!” Seu
corpo foi recolhido por cristãos piedosos que o sepultaram.
Os Santos Padres enaltecem a fé, o heroísmo, a
firmeza, o zelo apostólico e a caridade de Santo Estêvão, sobretudo ao
pedir o perdão dos próprios assassinos. Sua oração, sem dúvida, serviu à
conversão de Saulo, que estava presente, guardando as roupas dos que o
apedrejavam: este tornou-se ninguém menos do que São Paulo, o apóstolo
dos Gentios e um dos pilares da Igreja.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
O nome Estevão em grego significa “coroa”, evocando a ideia
de martírio, pois a coroa foi seu símbolo nos séculos seguintes, tornando-se
popular a expressão “coroa do martírio” referente a muitos santos. A fidelidade
a Cristo implica sempre em algum tipo de martírio: cruento nos casos extremos,
mas também todas as formas de perseguição moral, social, civil, cultural,
religiosa e espiritual… todas elas presentes no mundo de hoje, na história da
Igreja e certamente até o fim dos tempos. Importa é que não deixem os fiéis de
permanecerem dignos deste nome, pois o prêmio da vida eterna vale – de modo
literal – infinitamente mais do que esta vida passageira.
Oração:
Deus Pai de amor eterno e providencial, que não expões
Vossos filhos a provas que não podem vencer, dai-nos por intercessão de Santo
Estevão, que teve a glória de ser o primeiro a derramar o sangue por fidelidade
a Vós, a graça da firmeza na Fé, da humildade de pedir o Vosso socorro, e a
caridade de corajosamente servir aos irmãos em quaisquer circunstâncias, para
como ele chegarmos à glória que reservastes a quem Vos ama mais do que ao
mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, coroado de espinhos, e do Imaculado
Coração de Maria, trespassado pelas espadas dos nossos pecados. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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