Porque meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste
diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo
Israel” (cf. Lc 2,30-32).
Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz
de Fora, MG
A Festa da Apresentação do Senhor é o presságio do mistério
da Salvação, em que a Luz que ilumina as nações, a qual é o próprio Cristo, vem
ao encontro de todos a fim de oferecer a misericórdia e a libertação tão
esperada por Israel e por todos os confins da Terra.
Na Primeira Leitura, extraída do Livro da Profecia de
Malaquias (Ml 3,1-4), anuncia o “Dia do Senhor” em que o
próprio Deus descerá e chegará ao seu templo a fim de encontrar o seu povo, e
renovará Sua Aliança, purificando todos os corações dos fiéis. Ora, tal
purificação com finalidade em preparar a todos, dig nos em
fazer oferendas justas e aceitáveis ao Senhor.
O Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40) relata o
episódio da Apresentação do Menino ao Templo, porém com um significado além do
cumprimento da Lei de Moisés – “Todo primogênito do sexo masculino deve
ser consagrado ao Senhor” (cf. Lc 2,23) – afinal, aqui se cumpre o que
foi profetizado por Malaquias – “chegará ao seu templo o Dominador”
(cf. Ml 3,1). Ora, Jesus é descrito como o Messias do Senhor, o
qual foi destinado a cumprir a Obra de Salvação a todos, onde Simeão glorifica
a promessa – “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu
servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste
diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo
Israel” (cf. Lc 2,29-32) - e ao mesmo tempo exclama o mistério do
sofrimento que Maria irá perpassar – “Este menino vai ser causa tanto
de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de
contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a
ti, uma espada te traspassará a alma” (cf. Lc 2,34-35). Tal cântico,
nosso amado Papa Francisco nos catequiza: “O que suscitou o cântico de
louvor em Simeão e Ana não foi, por certo, o olhar para si mesmos, o analisar e
rever a própria situação pessoal. Não foi o permanecer fechados com medo de
algo ruim que lhes pudesse acontecer. O que suscitou o cântico foi a esperança,
aquela esperança que os sustentava na velhice. Aquela esperança viu-se
recompensada no encontro com Jesus. Quando Maria coloca nos braços de Simeão o
Filho da Promessa, o ancião começa a cantar os seus sonhos. Quando coloca Jesus
no meio do seu povo, este encontra a alegria. Sim, só isto nos poderá restituir
a alegria e a esperança, só isto nos salvará de viver numa atitude de
sobrevivência, só isto tornará fecunda a nossa vida, e manterá vivo o nosso
coração: colocar Jesus precisamente onde Ele deve estar, ou seja, no meio do
seu povo”
(https://www.acidigital.com/noticias/texto-homilia-do-papa-francisco-na-missa-da-festa-da-apresentacao-do-senhor-91633
- acesso em 01 de fev. de 2021).
A Segunda Leitura, extraída da Carta de São Paulo aos
Hebreus (Hb 2,14-18), apresenta o Jesus Cristo como sacerdote por
excelência, o qual oferece a sua própria carne e sangue pra destruir a morte
através da condição de humanidade a qual se inseriu, a fim de libertar todos
àqueles da mesma condição, ou seja, todos nós, irmãs e irmãos por
excelência. “Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos,
para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas
referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. Pois, tendo ele próprio
sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação”
(cf. Hb 2,17-18).
Imersos na Palavra desta Festa Litúrgica da Apresentação do
Senhor, possamos reconhecer Jesus como o Sacerdote por Excelência através da
entrega do seu próprio ser em prol do Mistério da Salvação a todos nós: Luz que
ilumina as nação e glória a todos os povos.
Que Nossa Senhora da Luz ilumine a todos! Saudações em
Cristo!
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