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domingo, 23 de fevereiro de 2025

As palavras dos Papas sobre o diaconato, a alegria e o serviço

Caminho para os peregrinos que passam pela Porta Santa  (AFP or licensors)

Por ocasião do Jubileu dos Diáconos, oferecemos algumas reflexões dos Papas sobre esse ministério que contribui para a santificação da comunidade cristã em comunhão com o bispo e os sacerdotes.

Amedeo Lomonaco – Vatican News

O diácono é colocado “a serviço do bispo e dos presbíteros”. Pode proclamar o Evangelho e dirigir a oração da assembleia. O Concílio Vaticano II definiu o diaconato como um “grau próprio e permanente da Hierarquia”. A Constituição Dogmática Lumen Gentium, depois de descrever a função dos presbíteros como participação na função sacerdotal de Cristo, ilustra o ministério dos diáconos, “sobre os quais são impostas as mãos não em ordem ao sacerdócio, mas ao ministério”.

“Recordemos, por favor, que sempre para os discípulos de Jesus amar é servir e servir é reinar. O poder está no serviço, e em nada mais”, a frase do Papa Francisco aos Diáconos da ...

A Igreja constitutivamente diaconal

Os Pontífices, em várias ocasiões, se detiveram sobre o serviço oferecido pelos diáconos. Ao se encontrar com os diáconos permanentes da diocese de Roma em 2021, o Papa Francisco sublinhou que “o diaconato, seguindo o caminho elevado do Concílio, conduz-nos assim ao centro do mistério da Igreja”:

Tal como falei de uma “Igreja constitutivamente missionária” e de uma “Igreja constitutivamente sinodal”, assim digo que devemos falar de uma “Igreja constitutivamente diaconal”. Se esta dimensão de serviço não for vivida, todos os ministérios se esvaziam a partir de dentro, tornam-se estéreis, não produzem frutos. E pouco a pouco mundanizam-se. Os diáconos recordam à Igreja que aquilo que Santa Teresinha descobriu é verdade: a Igreja tem um coração queimado pelo amor. Sim, um coração humilde que palpita de serviço. Os diáconos lembram-nos isto quando, como o diácono São Francisco, trazem aos outros a proximidade de Deus sem se imporem, servindo com humildade e alegria. A generosidade de um diácono que se dedica sem procurar as primeiras filas perfuma de Evangelho, conta a grandeza da humildade de Deus que dá o primeiro passo — sempre, Deus dá sempre o primeiro passo — para ir ao encontro inclusive daqueles que lhe viraram as costas.

Os serviços realizados pelos diáconos

O Papa Francisco, na mesma ocasião, também nos recorda que devemos prestar atenção a outro aspecto: “A diminuição do número de sacerdotes levou a um compromisso predominante dos diáconos com tarefas de substituição que, por muito importantes que sejam, não constituem a natureza específica do diaconato. São tarefas de substituição”. Em 2006, o Papa Bento XVI também se deteve no serviço peculiar dos diáconos. Encontrando-se com os diáconos permanentes da diocese de Roma, ele recordou os serviços prestados “com grande generosidade” em numerosas comunidades paroquiais:

Ensinando o Evangelho de Cristo, que vos foi confiado pelo Bispo no dia da vossa ordenação, vós ajudais os pais que pedem o batismo para os seus filhos, a aprofundarem o mistério da vida divina que nos foi doada e o da Igreja, a grande família de Deus, enquanto aos noivos que desejam celebrar o sacramento do matrimônio, anunciai a verdade sobre o amor humano, explicando desta forma que "o matrimônio baseado num amor exclusivo e definitivo se torna o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e vice-versa". Muitos de vós desempenhais uma atividade de trabalho nos escritórios, nos hospitais e nas escolas: em tais ambientes, sois chamados a ser servidores da Verdade. Anunciando o Evangelho, podereis transmitir a Palavra capaz de iluminar e dar significado ao trabalho do homem, ao sofrimento dos doentes, e ajudareis as novas gerações a descobrir a beleza da fé cristã.

A contribuição do diácono casado

A contribuição que um diácono casado faz para a transformação da vida familiar também é importante. Isso foi destacado pelo Papa João Paulo II em 1987, quando se dirigiu aos diáconos permanentes nos Estados Unidos.

O diácono e sua esposa, tendo entrado em uma comunhão de vida, são chamados a ajudar e servir um ao outro (cf. Gaudium et Spes, 48). Sua colaboração e unidade são tão íntimas no sacramento do matrimônio, que a Igreja exige o devido consentimento da esposa antes que o marido possa ser ordenado diácono permanente... O enriquecimento e o aprofundamento do amor sacrificial e recíproco entre marido e mulher constituem talvez o envolvimento mais significativo da esposa de um diácono no ministério público de seu marido na Igreja (Diretrizes, NCCB, 110). Especialmente nos dias de hoje, esse não é um serviço de pouco valor. Em particular, o diácono e sua esposa devem ser um exemplo vivo de fidelidade e indissolubilidade no matrimônio cristão perante um mundo que sente uma profunda necessidade desses sinais. Ao enfrentar os desafios da vida conjugal e as exigências da vida cotidiana com espírito de fé, eles fortalecem a vida familiar não apenas da comunidade eclesial, mas da sociedade como um todo.

A caminho de uma nova meta

Em seu encontro em 1977 com os diáconos do Seminário Maior de Milão, o Papa Paulo VI se deteve na alegria que espera os diáconos chamados a percorrer o caminho do sacerdócio.

Como diáconos, vocês já sentem a alegria de estarem agora associados ao verdadeiro “serviço” da Igreja. Mas, neste momento, suas mentes estão, sem dúvida, voltadas para aquela meta ainda mais elevada, agora próxima, para a qual Deus os chamou a fim de torná-los, por meio do Sacramento da Ordem, seus ministros, os arautos do Evangelho de Jesus Cristo, os dispensadores de seu Sangue e de sua Palavra. Faltam palavras para exprimir toda a grandeza e a responsabilidade dessa missão; uma missão que constitui a confirmação sempre viva da grande promessa do Senhor: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Sim, os sacerdotes são o sinal da continuidade e da presença de Cristo, Mestre e Pastor, entre os homens, e manifestam a vitalidade e a perpetuidade da Igreja. Como disse o Concílio Vaticano II, “sob a autoridade do Bispo, santificam e governam a porção do rebanho do Senhor a si confiada, tornam visível, no lugar em que estão, a Igreja universal e prestam uma grande ajuda para a edificação de todo o Corpo de Cristo”.

Neste Ano Santo da Esperança, se abre nestes dias um evento jubilar dedicado ao diaconato. De 21 a 23 de fevereiro, a Igreja celebra o Jubileu dos Diáconos, ministros que se colocam no seguimento de Cristo, a serviço da Igreja e dos últimos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF