Nascido por volta de 470, Eleutério viveu em Tournai, então
norte da França e hoje Bélgica. Este foi um período difícil na região,
com povos em conflito pela disputa de terras e apenas início da estruturação
eclesiástica local. E, sem a ação da Igreja, a obediência
popular era obtida normalmente por mera força militar, representa pelos reis e
generais.
Um dos primeiros registros da história eclesiástica
na França foi de São Gregório de Tours, que menciona ter Eleutério, ainda
menino, ouvido a predição de que seria bispo. De fato, seguiu ele a
carreira eclesiástica e foi em tempo eleito o primeiro bispo de Tournai, dez
anos antes da conversão de Clodoveu, rei dos francos, ao Catolicismo. Portanto
coube a ele organizar, em meio às populações beligerantes e sem
maiores auxílios civis e administrativos, o funcionamento inicial da
diocese (hoje uma das maiores do mundo, com 550 paróquias).
Além das dificuldades normais para estabelecer o clero,
construir igrejas, formar núcleos de evangelização, havia o imenso
esforço de pacificação dos habitantes. Além disso, um outro enorme
problema era comum na época, as conversões “obrigatórias” das nações
por causa da conversão dos reis. A ideia era a de que a unidade da nação
deveria seguir a postura do rei, também na área religiosa.
Na prática, significava muitas pseudo-conversões, puramente
exteriores e com fins políticos, e não adesões sinceras à Fé. Eleutério
muito trabalhou para que houvesse veracidade nestas atitudes, contando com a
ajuda de poucos padres e monges. Cuidou com enorme zelo e perseverança
para evitar a infiltração de heresias, agindo com bondade e energia.
Em 532, não se sabe ao certo como, foi ele
martirizado por hereges.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A lógica do Evangelho, a História, e a observação do senso
comum testemunham que a ação da Igreja promove a pacificação e união das
pessoas e dos povos. Como esta ação é obra do Espírito Santo, mesmo uns poucos
homens podem com sucesso iniciar e desenvolver uma grande obra evangelizadora,
e este é o caso de São Eleutério, a exemplo dos 12 Apóstolos com os quais se
iniciou formalmente a atividade da Igreja, em Pentecostes. A condição é a
abertura da alma ao chamado de Cristo, em obediência e verdadeiro amor a Deus e
ao próximo. Não há ser humano que não possa servir ao Pai Celeste: os frutos
sempre serão abundantes, a curto ou a longo prazo, em maior ou menor quantidade
segundo as disposições divinas, mas inevitáveis quando nós, os ramos, estamos
conectados à árvore da Vida: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em
Mim, e Eu nele, produz muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis fazer” (Jo
15,5). E o fruto da videira, a uva, produz o vinho, o qual, consagrado, é o
Sangue de Cristo, que sacia a sede da alma. Assim, também, podemos ter
participação, com Jesus, nas boas obras que levam ao Céu.
Oração:
Senhor Deus, que sempre nos assistis em tudo o que nos
pedes, concedei-nos por intermédio de São Eleutério a sinceridade de conversão,
para que então vivendo em santidade possamos contribuir para a verdadeira paz
na alma, na família, no país e no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
filho, e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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