Data da publicação – 13/02/2025
14 DE FEVEREIRO
SÃO CIRILO E SÃO METÓDIO
São Cirilo abandonou tudo para viver uma grande aventura
santa com seu irmão que já era monge: São Metódio. Juntos, movidos pelo
Espírito, foram ao encontro dos povos eslavos, conheceram a cultura e se
inculturaram. A língua, os costumes, o amor àquele povo, tudo isso foi
fundamental para que São Cirilo, juntamente com seu irmão, para que pudessem
apresentar o Evangelho vivo, Jesus Cristo.
São Cirilo – Monge (826-868)
Constantino nasceu em 826 na Tessalônica, atualmente
Salonico, Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos.
Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e
Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.
Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da
família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia,
assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino.
Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e
filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.
Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida
espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do
ex-patriarca. Em seguida, foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu
necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bósforo. Seis meses depois
foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como
diplomata para a polêmica questão sobre o culto das imagens junto ao
ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada
junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso
em ambas.
Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla,
abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a
ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender
o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua
eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos
foram para Querson aprender hebraico e samaritano.
Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que
reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao
mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em
Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado
‘cirílico’, hoje conhecido por ‘russo’. Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e
os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários,
que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.
Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois
os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da
Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu
irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente
recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o
apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros
traduzidos abençoados.
Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua
morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo. Cinquenta dias
depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi
rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande
solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela
Igreja como ‘apóstolos dos eslavos’. O papa João Paulo II, em 1980, os
proclamou junto com São Bento de ‘Patronos da Europa’.
São Metódio – Bispo (814-885)
Miguel, primogênito dos sete filhos do juiz grego Leão,
nasceu em 814 na Tessalônica, atual Salonico, Grécia. Tinha vinte e seis anos e
era prefeito de Constantinopla, capital do Império Bizantino, quando seu pai
morreu. Irmão de Constantino, foi aluno de Fócio, que assumiu a educação dos
órfãos. Miguel e Constantino mudaram o nome para Metódio e Cirilo, ao se
consagrarem sacerdotes.
Com a morte do pai, em 840, abandonou tudo e se recolheu no
convento de Policron, no monte Olímpio, e se fez monge. Foi o imperador Miguel
III quem o convocou para a missão evangelizadora da Morávia, da qual participou
também seu irmão. Depois, os dois foram para Roma, onde Cirilo, doente, acabou
falecendo.
Metódio foi ordenado sacerdote pelo papa Adriano II em 868
e, depois da cerimônia do sepultamento do irmão, foi nomeado delegado
apostólico, consagrado bispo, e estabelecido como arcebispo para a Iugoslávia e
Morávia. Uma carta, que o credenciava junto aos principados eslavos, continha a
aprovação sem reservas para a liturgia na língua eslava.
Os acontecimentos políticos impediram que Metódio retornasse
a Morávia. Ficou, então nos domínios do principado iugoslavo, que tinham sido
evangelizados até a Áustria. Ali foram inevitáveis os desencontros entre o
clero latino e o novo clero eslavo. Inclusive, Metódio foi preso, traído diante
do concílio de Ratisbona e condenado ao exílio na Suécia.
O então papa João VIII, em 878, interveio energicamente e
ele foi solto, mas reprovou as suas novidades linguísticas na liturgia. Porém,
Metódio, estava fortalecido pela aprovação do papa anterior, podendo dar
continuidade à evangelização iniciada. Depois de um ano de tranquilidade, novos
protestos se elevaram contra ele, sendo acusado de heresia.
Convocado a se apresentar em Roma pelo papa João VIII, não
só se justificou como o convenceu a lhe dar seu apoio. Com uma carta oficial da
Santa Sé, ele foi confirmado nas funções, e autorizado a usar o eslavo na
liturgia, mas pedindo que o Evangelho fosse lido em latim antes que em eslavo.
Porém o imperador germânico preferia outro bispo, que celebrava a liturgia em
latim. A confusão estava formada. Tudo se complicou quando surgiu uma falsa
carta do papa, que dizia o oposto da anterior apresentada por Metódio.
Em 881 a Santa Sé, negou formalmente a falsa carta. Mas isto
não pôs fim à dificuldade, o clero alemão continuou sua oposição. Nesta época,
Metódio, foi para Constantinopla a convite do imperador, para se juntar ao
então patriarca Fócio, seu antigo professor e amigo da família. Assim,
continuou com seus discípulos o seu apostolado e a tradução da Bíblia e dos
Livros Litúrgicos a quem precisasse.
Morreu em 6 de abril de 885 em Velehrad, Tchecoslováquia,
onde foi sepultado na igreja da Catedral. Atualmente se ignora o local exato
onde foram colocadas suas relíquias. Metódio e Cirilo são considerados pela
Igreja como ‘apóstolos dos eslavos’ e venerados no dia 14 de fevereiro, dia da
morte de Cirilo. Em 1980, o papa João Paulo II os proclamou ‘Patronos da
Europa’ ao lado de São Bento.
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