Papa Francisco: um olhar sobre a vida do líder religioso
através de 6 fatos
O padre Jorge Bergoglio, nascido na Argentina, adotou o nome Francisco em 2013, após ser eleito pontífice supremo em um conclave da Igreja Católica. Conheça sua trajetória.
Por Redação
National Geographic Brasil
Publicado 26 de fev. de 2025, 11:08 BRT
O dia 13 de março de 2013 marcou a
data em que o argentino Jorge Mario Bergoglio – nascido em
1936 – tornou-se o Papa
Francisco, o 266º pontífice supremo da Igreja Católica Romana.
Como líder religioso, ele promoveu várias reformas na igreja e construiu
uma reputação de humildade, afirma a Encyclopaedia
Britannica (uma plataforma de conhecimento e educação em inglês).
A Santa Sé também reconhece essa
característica do religioso ao destacar a “sobriedade de maneiras e o estilo
de vida rigoroso, em alguns aspectos quase ‘ascético’” de Bergoglio”, que
foi arcebispo de Buenos Aires entre 1998 e 2013.
Em um artigo publicado no jornal “The Conversation”,
Mathew Schmalz, professor de Estudos Religiosos no College of the Holy
Cross, nos Estados Unidos, e fundador da revista acadêmica “Journal
of Global Catholicism” (“Jornal do Catolicismo”), argumenta que o
Papa argentino introduziu mudanças profundas na Igreja
Católica, além de suas decisões de evitar o uso de vestes
elaboradas.
“Ele abriu a Igreja para o mundo Exterior como
nenhum de seus antecessores havia feito antes”, enfatiza Schmalz. De
acordo com o acadêmico, Francisco “estendeu a mão pessoalmente para
os pobres; incentivou uma atitude mais favorável em relação aos católicos
gays e lésbicas; e, embora mantivesse que todos os sacerdotes deveriam ser
homens, introduziu mudanças que permitiram que as mulheres assumissem
vários papéis de liderança”.
“Entre suas realizações mais significativas estão
a encíclica papal Laudato si, de 2015, seus esforços para promover a
unidade entre católicos, os não-católicos e os não-cristãos; e
suas históricas desculpas aos sobreviventes de abuso sexual do
clero”, continua a fonte enciclopédica.
Desde sua formação educacional até suas declarações mais
marcantes, aqui estão 6 fatos sobre o Papa Francisco.
1. Quantos anos tem o Papa Francisco?
Jorge Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936. Portanto,
a partir de fevereiro de 2025 ele terá 88 anos. É filho de imigrantes
do Piemonte, na Itália, e seu pai, Mario, era contador e
funcionário da ferrovia. Já Regina Maria Sívori, a mãe de Bergoglio, era
dona-de-casa, como indica o site da Santa Sé.
Na época de sua posse como Papa, em 13
de março de 2013, ele tinha 76 anos de idade.
2. Jorge Bergoglio é um técnico químico e filósofo
Bergoglio frequentou a escola primária e secundária em Buenos
Aires e se formou como técnico químico no final do ensino
médio. Aos 17 anos, ingressou no seminário diocesano de Villa
Devoto, onde iniciou sua formação religiosa.
Posteriormente, completou os estudos de humanidades
no Chile: “em 1963, ao retornar à Argentina, graduou-se
em filosofia no
Colégio San José, em San Miguel”, informa a Santa Sé. Ele também
lecionou literatura e psicologia, cargo que ocupou de 1964 a 1966. Já de
1967 a 1970, estudou teologia e obteve sua licenciatura. Anos mais tarde, na
década de 1980, Bergoglio realizou estudos de pós-graduação
em teologia na Alemanha.
Sua formação também incluiu o estudo de vários
idiomas: francês, italiano, alemão, inglês, latim e grego, de
acordo com um artigo publicado pela Cidade de Buenos Aires.
3. Aos 21 anos, o futuro Papa Francisco teve parte de um
pulmão removido
Na juventude, mais precisamente aos 21 anos, Bergoglio
sofreu uma grave pneumonia, o que levou os médicos a remover parte de
seu pulmão direito, de acordo com a Encyclopaedia Britannica.
Mais recentemente, em fevereiro de 2025, o Papa
Francisco foi internado no hospital Gemelli, em Roma, na Itália, para
tratamento médico de bronquite que mais tarde evoluiu para pneumonia em
ambos os pulmões, informa a National Geographic Espanha.
4. Jorge Bergoglio participou do conclave para eleger
Bento 16
Um fato curioso é que, muito antes de se tornar o
sucessor de Bento 16, Bergoglio participou do conclave (a
reunião do Colégio de Cardeais para eleger um novo Papa) que tornou Joseph
Ratzinger o pontífice supremo na época.
Em abril de 2005, o conclave foi realizado para eleger o
bispo de Roma para suceder João Paulo 2°, que havia falecido
semanas antes. No segundo dia da reunião, Joseph Aloisius Ratzinger foi
definido como Papa e adotou o nome de Bento 16.
Entretanto, em fevereiro de 2013, o
santo padre renunciou, alegando problemas de saúde. Após um novo
conclave, Bergoglio foi eleito para assumir seu lugar
como chefe da Igreja Católica.
5. Jorge Bergoglio tornou-se o primeiro papa jesuíta, o
primeiro papa latino-americano e o primeiro a ser chamado de Francisco
Quando assumiu seu papel de líder religioso mundial, Jorge
Bergoglio tornou-se o primeiro Papa originário das Américas e, mais
precisamente, o primeiro latino-americano.
Ele também é o primeiro pontífice da ordem dos
jesuítas – ordem católica romana de religiosos fundada por
Santo Inácio de Loyola, conhecida por suas obras educacionais, missionárias
e de caridade, e considerada uma força de liderança na modernização da
Igreja, de acordo com a Britannica.
Ele também foi o primeiro a adotar o nome Francis (Francisco),
“em homenagem a São Francisco de Assis (1181/82-1226), que
viveu uma vida de serviço humilde aos pobres, e também lembrando
São Francisco Xavier (1506-1552), membro fundador dos jesuítas”, detalha a
enciclopédia.
6. O Papa Francisco publicou quatro cartas, uma delas em
defesa do meio ambiente
Por definição, uma encíclica é uma carta solene que
o Sumo Pontífice dirige a todos os bispos e fiéis do mundo
católico. Esses textos oferecem princípios orientadores para os fiéis e os
convidam a refletir. Até 2025, Francisco publicou quatro desses
documentos.
Em 2015, ele publicou a encíclica Laudato Si', uma
carta na qual o Santo Padre pede que se cuide do planeta, que ele chama de
“nossa casa comum”, e que se ouça o clamor dos mais pobres. Nela, ele
aborda a crise
climática e defende a gestão ambiental,
descreve a Britannica.
Cinco anos depois, em meio à pandemia do coronavírus,
o Papa Francisco publicou uma nova encíclica, desta vez enfatizando a
fraternidade e a amizade social. Já na encíclica Dilexit
nos, de 2024, explora o amor humano e divino no coração de
Jesus Cristo.
Esses textos refletem as profundas transformações que
ele introduziu na instituição da Igreja Católica, concluem as
fontes. Para Schmalz, “Francisco será lembrado pela maneira
como seu pontificado representou uma mudança de poder na
Igreja Católica da Europa Ocidental para o sul global, onde a maioria dos
católicos vive atualmente”.