Paulo
Teixeira - publicado em 23/03/25
Mais do que um sentimento ou um conjunto de crenças, a fé
é um dom de Deus para que as pessoas possam viver de maneira plena a vida.
Resposta
“Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer:
‘Creio’, ou ‘Cremos’. Portanto, antes de expor a fé da Igreja, tal como é
confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e
na oração, perguntemos a nós mesmos o que significa ‘crer’. A fé é a resposta
do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo
tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua
vida”
(Catecismo da Igreja
Católica, 26).
Fé e razão
“Compreende-se que, num mundo dividido em tantos campos de
especializações, se torne difícil reconhecer aquele sentido total e último da
vida que tradicionalmente a filosofia procurava. Mas nem por isso posso, à luz
da fé que reconhece em Jesus Cristo tal sentido último, deixar de encorajar os
filósofos, cristãos ou não, a terem confiança nas capacidades da razão humana e
a não prefixarem metas demasiado modestas à sua investigação filosófica. A
lição da história deste milênio, quase a terminar, testemunha que a estrada a
seguir é esta: não perder a paixão pela verdade última, nem o anseio de
pesquisa, unidos à audácia de descobrir novos percursos. É a fé que incita a
razão de sair de qualquer isolamento e a abraçar de bom grado qualquer risco
por tudo o que é belo, bom e verdadeiro. Deste modo, a fé torna-se advogada
convicta e convincente da razão”
(Fides et ratio, 56).
Testemunho
“O professar com a boca indica que a fé implica um
testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o
crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com
Ele. E este ‘estar com Ele’ introduz na compreensão das razões pelas quais se
acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir
a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a
Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar
sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara
para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e
corajoso”
(Porta fidei, 10).
Construção
“A fé não afasta do mundo, nem é alheia ao esforço concreto
dos nossos contemporâneos. Sem um amor fiável, nada poderia manter
verdadeiramente unidos os homens: a unidade entre eles seria concebível apenas
enquanto fundada sobre a utilidade, a conjugação dos interesses, o medo, mas
não sobre a beleza de viverem juntos, nem sobre a alegria que a simples
presença do outro pode gerar. A fé faz compreender a arquitetura das relações
humanas, porque identifica o seu fundamento último e destino definitivo em
Deus, no seu amor, e assim ilumina a arte da sua construção, tornando-se um
serviço ao bem comum. Por isso, a fé é um bem para todos, um bem comum: a sua
luz não ilumina apenas o âmbito da Igreja nem serve somente para construir uma
cidade eterna no além, mas ajuda também a construir as nossas sociedades de
modo que caminhem para um futuro de esperança”
(Lumen fidei, 51).
Nenhum comentário:
Postar um comentário