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terça-feira, 4 de março de 2025

Após 112 igrejas vandalizadas, Canadá encerra financiamento para pesquisa sobre túmulos em escolas católicas

Igreja Presbiteriana Grace Atacada Com Tinta Vermelha Em Calgary Foto: Agência Anadolu (Agência Anadolu Via Getty Images)

A comoção global sobre sepulturas sem identificação começou em 2021, quando a Primeira Nação Tk'emlúps te Secwépemc afirmou ter descoberto 215 locais de sepultamento na antiga Escola Residencial Indígena de Kamloops. No entanto, a alegação foi baseada apenas em varreduras de radar de penetração no solo, que detectam perturbações no solo, mas não confirmam a presença de restos mortais humanos. Nos anos seguintes, a alegação foi revisada de "215 sepulturas" para "200 possíveis sepultamentos", sem que escavações trouxessem mais clareza.

(ZENIT News / Ottawa, 01.03.2025).- O governo canadense retirou discretamente o financiamento de um comitê que investigava sepulturas não identificadas perto de antigas escolas residenciais depois que anos de investigações dispendiosas não conseguiram produzir evidências físicas de restos mortais humanos. A  decisão  reacendeu o debate sobre a verdade por trás de uma das narrativas mais politicamente carregadas do Canadá e o papel do governo e das instituições religiosas na história do país.

Milhões gastos, nenhum vestígio encontrado

O Comitê Consultivo Nacional sobre Escolas Residenciais, Crianças Desaparecidas e Enterros Não Identificados (NAC) anunciou em meados de fevereiro que estava “extremamente decepcionado” com a decisão do governo federal de retirar o apoio financeiro. O comitê, que era administrado em conjunto pelo Centro Nacional para a Verdade e Reconciliação e pelo Departamento de Relações Coroa-Indígenas, tinha a tarefa de ajudar as comunidades indígenas a localizar e homenagear crianças que supostamente desapareceram de escolas residenciais.

Apesar de milhões de dólares alocados para a iniciativa, nenhum corpo foi encontrado nas terras associadas a essas escolas obrigatórias do governo, muitas das quais eram administradas por igrejas católica e anglicana. O financiamento inicial para o projeto, orçado para 2022, estava previsto para expirar em 2025, com aproximadamente US$ 216,5 milhões já gastos. Vale ressaltar que os US$ 7,9 milhões gastos em trabalho de campo ainda não produziram nenhuma descoberta física.

A reivindicação de Kamloops e suas consequências

A comoção global sobre sepulturas sem identificação começou em 2021, quando a Primeira Nação Tk'emlúps te Secwépemc afirmou ter descoberto 215 locais de sepultamento na antiga Escola Residencial Indígena de Kamloops. No entanto, a alegação foi baseada apenas em varreduras de radar de penetração no solo, que detectam perturbações no solo, mas não confirmam a presença de restos mortais humanos. Nos anos seguintes, a alegação foi revisada de "215 sepulturas" para "200 possíveis sepultamentos", sem que escavações trouxessem mais clareza.

No entanto, meios de comunicação e figuras políticas ampliaram as alegações iniciais, provocando indignação pública generalizada. Após esses relatos, 112 igrejas, muitas delas servindo comunidades indígenas, foram vandalizadas, profanadas ou queimadas em todo o Canadá, com a maioria dos ataques tendo como alvo igrejas católicas.

A posição de Trudeau e a constante desinformação

Apesar da falta de evidências físicas confirmadas, o primeiro-ministro Justin Trudeau continuou a afirmar publicamente que sepulturas sem identificação foram descobertas. Em junho de 2024, ele reiterou essa afirmação, gerando controvérsia e críticas.

O sistema de escolas residenciais, que funcionou do final do século XIX até o fechamento da última escola em 1996, foi uma iniciativa do governo criada para assimilar crianças indígenas à sociedade ocidental. Embora organizações religiosas, particularmente a Igreja Católica, operassem muitas dessas instituições, as escolas foram estabelecidas e financiadas pelo governo federal.

Mortes trágicas ocorreram dentro do sistema, mas evidências históricas sugerem que muitas crianças sucumbiram a doenças como tuberculose, agravadas pelo financiamento governamental inadequado para assistência médica e saneamento. Um juiz aposentado de Manitoba, Brian Giesbrecht, criticou o governo Trudeau em outubro de 2024, alegando que os canadenses estavam sendo "deliberadamente enganados por seu próprio governo", pois este continuava a promover uma narrativa que culpava injustamente a Igreja Católica por "enterros secretos".

Uma narrativa politizada?

Embora não haja dúvidas de que abusos ocorreram em algumas escolas residenciais, alegações de valas comuns e enterros ocultos permanecem sem comprovação. Os críticos argumentam que as alegações não verificadas alimentaram uma reação anticatólica e minaram a precisão histórica.

A retirada silenciosa do financiamento pelo governo sugere um reconhecimento implícito de que as evidências não sustentam as alegações dramáticas feitas nos últimos anos.

2 comentários:

  1. Cada vez mais, é percebido por todos, o uso do "revisionismo histórico", claro, podemos mudar de ideia com o passar dos anos, mas, mudar a história com fins políticos, é outa coisa...
    É de se perceber, sem muito esforço intelectual, que, mesmo sem provas concretas, o desrespeito e a violência (justiceira e vingativa), é permitida contra comunidades cristãs, cristãos, igrejas e todos símbolos do cristianismo.

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  2. Gostei muito de seu comentário. O cristianismo é perseguido porque segue Jesus Cristo que o Caminho, a Verdade e a Vida. A Paz!

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF