A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou o texto do Angelus
deste domingo (02/03) entregue pelo Pontífice, ainda internado no Gemelli de
Roma. O Papa agradeceu a proximidade de todos, do cuidado da equipe médica à
oração de fiéis do mundo inteiro, e disse se sentir “carregado” por todo o Povo
de Deus: "sinto no coração a 'bênção' que se esconde na fragilidade,
porque nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar no Senhor". O
pensamento pela paz: "daqui a guerra parece ainda mais absurda".
Andressa Collet - Vatican News
"Sinto no coração a 'bênção' que se esconde na
fragilidade, porque justamente nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar
no Senhor; ao mesmo tempo, agradeço a Deus porque me dá a oportunidade de
compartilhar no corpo e no espírito a condição de tantas pessoas doentes e
sofredoras."
A mensagem do Papa Francisco, internado desde 14 de
fevereiro no Hospital Gemelli de Roma, chega através da Sala de Imprensa da
Santa Sé que divulgou o texto do Angelus escrito pelo Pontífice para este
domingo (02/03). "Irmãs e irmãos, envio-lhes esses pensamentos ainda do
hospital, de onde, como vocês sabem, estou há vários dias, acompanhado pelos
médicos e profissionais de saúde, a quem agradeço pela atenção com que cuidam
de mim", continuou ele, ao demonstrar gratidão a partir da equipe médica,
mas extensiva ao mundo inteiro:
"Gostaria de agradecer as orações que se elevam ao
Senhor do coração de tantos fiéis de muitas partes do mundo: sinto todo o
carinho e a proximidade de vocês e, neste momento particular, sinto-me como que
'carregado' e apoiado por todo o Povo de Deus. Obrigado a todos!"
A reflexão do Evangelho
Ao refletir sobre o Evangelho deste domingo (Lc
6,39-45), o Papa recordou como Jesus usou os sentidos da visão e do paladar
para demonstrar a importância das relações com o próximo:
"Com relação à visão, pede para treinar os olhos
para observar bem o mundo e julgar o próximo com caridade. Diz o seguinte:
'Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o
cisco do olho do teu irmão' (v. 42). Somente com esse olhar de cuidado, não de
condenação, a correção fraterna pode ser uma virtude. Porque se não for
fraterna, não é uma correção!"
"Com relação ao paladar, Jesus nos lembra que 'toda
árvore é reconhecida pelos seus frutos' (v. 44). E os frutos que vêm do homem
são, por exemplo, as suas palavras, que amadurecem em seus lábios, de modo que
'sua boca fala do que o coração está cheio' (v. 45). Os frutos ruins são as
palavras violentas, falsas, vulgares; aqueles bons são as palavras justas e
honestas que dão sabor aos nossos diálogos."
E, então, ponderou o Papa, podemos nos perguntar: "como
eu olho as outras pessoas, que são meus irmãos e irmãs? E como me sinto visto
por eles? As minhas palavras têm um sabor bom ou estão impregnadas de amargura
e de vaidade?".
"Daqui a guerra parece ainda mais absurda"
Ao final do texto do Angelus, Francisco, confiante na
intercessão de Maria, novamente disse rezar pela paz ao recordar do mundo
ferido pelas guerras, e de dentro de um hospital onde a dimensão pode ganhar
novos valores:
"Eu também rezo por vocês. E rezo especialmente pela
paz. Daqui a guerra parece ainda mais absurda. Rezemos pela martirizada
Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu."
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