São Gerásimo tinha um leão de estimação, que fez um gesto emocionante em seu túmulo
Por Abel Camasca*
5 de março de 2025
Dia (5) foi dia de são Gerásimo. Segundo uma tradição antiga,
perto do rio Jordão, ele tinha um leão de estimação que fez um gesto
emocionante e carinhoso em seu túmulo. O animal é lembrado até hoje com
estátuas em um santuário religioso, que possui uma caverna onde a Sagrada
Família teria se refugiado durante a fuga para o Egito.
Segundo o livro Vidas dos Santos, do padre Alban
Butler, são Gerásimo nasceu na Lícia, no sul da atual Turquia. Ele se tornou um
eremita e viajou para a Terra Santa. Ele acreditava na heresia do
eutiquianismo, onde Cristo não tinha duas naturezas (Deus e homem), mas apenas
a divina. Algo que o grande são Leão Magno (400-461 d.C.) lutou naquela época.
Com a ajuda de santo Eutímio, são Gerásimo abandonou esta
falsa crença teológica e mais tarde teve muitos seguidores que quiseram seguir
o seu estilo de vida radical.
Mais tarde fundou uma laura, perto do rio
Jordão. Segundo a Enciclopédia Católica, esta palavra vem do grego e significa
“caminho estreito”. Este centro semi-eremita (quase eremita) do santo tinha um
cenóbio (mosteiro) e 70 celas separadas onde apenas alguns viviam como eremitas
de segunda a sexta-feira.
São Gerásimo e o leão
O livro de Butler descreve uma história retirada do texto
"Prado Espiritual", que segundo os católicos maronitas foi escrito pelo monge João
Mosco no século VII. Ali está descrito que são Gerásimo estava às margens do
Jordão quando viu um leão que mancava porque tinha um espinho cravado na pata.
O santo tirou o espinho, cuidou dele e o animal ficou com ele.
Os monges do santo tinham um burro que usavam para buscar
água e pediam que o leão cuidasse dele enquanto pastava.
Porém, um dia alguns comerciantes roubaram o burro.
Portanto, são Gerásimo, pensando que a fera o havia comido, disse-lhe que agora
faria o trabalho do burro e ele obedeceu.
Algum tempo depois, o animal selvagem viu os mercadores
voltando pelo caminho com o burro e três camelos. O leão assustou os ladrões e
levou os quatro animais para o mosteiro. Assim, o humilde santo reconheceu seu
erro e passou a chamá-lo de Jordão.
O site de pesquisa sobre os santos Santi e Beati diz que são Gerásimo
morreu em 5 de março de 475. Quando o leão percebeu que ele havia partido,
ficou muito triste. O novo abade dos monges viu-o e disse-lhe que o seu amigo
tinha ido com “o Mestre a quem servia”, mas que devia continuar comendo.
O animal ficou imerso em profunda desolação até que o novo
superior o levou ao túmulo de são Gerásimo. O leão deitou-se no nicho e começou
a bater a cabeça no chão. Há até histórias que dizem que começou a rugir muito
alto. O leão nunca mais saiu de lá e morreu ao lado do túmulo de seu querido
amigo.
O que aconteceu com laura?
A laura de são Gerásimo continuou
florescendo em vocações e era muito famosa. Santi e Beati diz
que foi destruída no século XIII. Segundo o Christian Media Center, centro audiovisual da
Custódia da Terra Santa, hoje existe na área o Mosteiro de São Gerásimo, onde
há estátuas de leões.
Também existe uma caverna onde se acredita que a Sagrada
Família se escondeu ao fugir para o Egito. O piso deste recinto, guardado pelos
ortodoxos gregos, apresenta figuras de leões e animais em homenagem a são
Gerásimo.
Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do
telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Noticias” na Rádio
Católica Mundial.
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