OS PASSOS DA SEMANA SANTA 2025: NOSSA ESPERANÇA ESTÁ ENRAIZADA NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO
A Igreja abre, no próximo domingo, com a celebração dos
Ramos da Paixão do Senhor, a Semana Santa. Nela está o ápice do Ano Litúrgico e
momento central da fé católica: o Tríduo Pascal. Nesta semana, a Liturgia do
Domingo de Ramos visa recordar a Paixão de Cristo, desde sua entrada messiânica
em Jerusalém. Nos primeiros dias da Semana Santa, as leituras consideram o
mistério da paixão. Na Missa do Crisma, as leituras sublinham a função
messiânica de Cristo e sua continuação na Igreja, por meio dos sacramentos. Já
o Tríduo, que tem início na quinta-feira, culmina com a vitória de Cristo sobre
a morte.
Os subsídios “Igreja em Oração” e “Semana Santa 2025“, oferecidos pela Edições CNBB para
conduzir as comunidades no seu caminho rumo à Páscoa, apresentam os pontos
centrais da celebração de cada dia. O arcebispo-bispo de Cachoeiro do
Itapemirim (ES), dom Luiz Fernando Lisboa, situa a celebração da Semana Santa
neste Jubileu 2025:
“Neste ano jubilar, somos
chamados a redescobrir o significado da nossa jornada como Igreja missionária e
sinodal. O Jubileu nos convida a renovar a fé, e o Tríduo Pascal nos lembra que
nossa esperança está enraizada na Ressurreição de Cristo”.
Sobre o Tríduo Pascal, ele salienta aquilo que cada
celebração realiza nos cristãos:
“A Eucaristia, instituída na
Quinta-feira Santa, nos fortalece e compromete; a Paixão de Cristo, celebrada
na Sexta-feira Santa, nos reconcilia e nos faz mais sensíveis aos sofrimentos
dos pobres e da terra; e a Ressurreição, proclamada na Vigília Pascal, nos dá a
força necessária para lutar pela vida em abundância”.
“O Tríduo Pascal nos ensina a
viver essa esperança de forma concreta, renovando nossa confiança em Deus, que
caminha conosco, ao nosso lado, em busca da plenitude da vida”.
Os sinais de cada dia:
Domingo de Ramos da Paixão do Senhor
A celebração toma a narração da Paixão segundo o Evangelho
de São Lucas (Lc 23, 1-49). É neste dia que é realizada a Coleta Nacional da
Campanha da Fraternidade.
Neste dia, a Igreja recorda a entrada do Cristo Senhor em Jerusalém para
consumar seu mistério pascal. Por isso, em todas as missas comemora-se esta
entrada do Senhor, conforme orientação dos subsídios litúrgicos:
– antes da missa principal, pela procissão ou pela entrada solene;
– antes das outras missas, pela entrada simples;
– em uma ou outra Missa celebrada cm grande número de fiéis, pode-se repetir a
entrada solene, mas não a procissão.
Segunda-feira
Na segunda-feira, é apresentado o primeiro canto do Servo do
Senhor, extraído do livro do Profeta Isaías. O salmo, que proclama que ‘O
Senhor é a proteção da minha vida’, é como um farol de esperança entre as
dificuldades que se avistam na primeira leitura e no Evangelho (Jo 12, 1-11),
quando Jesus fala do dia da sua sepultura quando tem os pés ungidos de perfume.
Terça-feira
“Eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue
até aos confins da terra”, diz o segundo canto do Servo do Senhor no livro do
profeta Isaías, na primeira leitura. A mensagem central deste dia passa
pela Última Ceia. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa, e
Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro (Jo 13, 21-33.36-38).
Quarta-feira
A liturgia da quarta-feira da Semana Santa apresenta o
terceiro cântico do Servo do Senhor: “não desviei o rosto de bofetões e
cusparadas”. O salmo continua reforçando a confiança no Senhor: “Respondei-me
pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus”.
No Evangelho (Mt 26, 14-25), Jesus anuncia mais uma vez a
sua morte, mas lamenta sobre a traição de Judas. A reflexão sugerida no
subsídio Igreja em Oração observa que a liberdade humana e os desígnios divinos
se entrelaçam: “Judas agiu em sua plena liberdade, movido talvez pela sede de
dinheiro. Por outro lado, isso se torna oportunidade para que se consuma a
economia salvífica. A traição de Judas transforma-se na ‘hora’ de Jesus, de sua
glorificação”.
Quinta-feira
Duas grandes celebrações ocorrem na Quinta-feira Santa: pela
manhã, a Missa do Crisma, que reúne todo o clero de cada diocese, e à noite, a
celebração da Ceia do Senhora, dando início ao Tríduo Pascal.
Na missa do Crisma, há a renovação das promessas
sacerdotais, a benção dos óleos dos enfermos e dos catecúmenos e a consagração
do óleo do Crisma. A liturgia recorda o ungido do Senhor, enviado “para dar a
boa-nova aos humildes”. No Evangelho (Lc 4,16), Jesus anuncia o cumprimento da
escritura do livro do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da
vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
Missa Vespertina da Ceia do Senhor
À noite, o início do Tríduo Pascal, no qual se faz a memória
da morte, da sepultura e da Ressurreição de Jesus. É a “passagem do Senhor que,
em uma ceia judaica, nos deu a nova Ceia, memoria de sua entrega total”,
sublinha o subsídio Igreja em Oração. Nesta Missa, a Igreja também celebra a
instituição da Eucaristia, do mandamento do amor e do sacerdócio. O gesto do
lava-pés ensina a estar a serviço uns dos outros, na caridade, unidade e
humildade.
Ao final dessa celebração, há a Transladação do Santíssimo
Sacramento, numa procissão até o lugar da reposição, preparado em alguma parte
da Igreja ou numa capela convenientemente ornada. Ali, é rezado o Ofício da
agonia do Senhor.
Sexta-feira da Paixão do Senhor
A sexta-feira é dia de jejum e abstinência. Na celebração da
Paixão, às três horas da tarde, são três partes: liturgia da Palavra, adoração
da Cruz e sagrada Comunhão. O altar deve estar totalmente despojado, sem cruz,
castiçais ou toalha. As leituras são as seguintes: Isaías 52,13-53,12; Salmo
30(31),2.6.12-13.15-16.17.25, com a resposta de Lucas 23,46; Hebreus
4,14-16;5,7-9; e o Evangelho de João 18,1-19,42.
Da sexta até o sábado, a Igreja não celebra os sacramentos,
com exceção da Penitência e da Unção dos Enfermos.
O convite é que os cristãos celebrem “envoltos tanto pelo
mistério da Cruz quanto pelo sofrimento do Cristo que prepara o gozo pascal”.
Sábado Santo
Pela manhã, a motivação é que seja meditado o “Ofício da
manhã no Sábado Santo”, rezado na igreja despojada, sem velas, flores ou cruz.
O roteiro está disponível nos subsídios litúrgicos oferecidos pelas Edições
CNBB.
No Especial Semana Santa e no Oficio das Leituras do Sábado
Santo, há uma antiga homilia no Grande Sábado Santo que pode ajudar nas
reflexões.
À noite, há a Vigília Pascal na Noite Santa, “uma vigília em
honra do Senhor, segundo antiquíssima tradição”. Essa vigília é a mais sublime
e nobre de todas as Solenidades, e se realiza da seguinte maneira: após a
celebração da luz e da proclamação da Páscoa, há a meditação das maravilhas que
Deus realizou desde o início para seu povo que confia em sua Palavra e sua
promessa, até que ao despontar da manhã, com os novos membros que renasceram no
Batismo, ela é convidada à mesa que o Senhor preparou para o seu povo: o
memorial de sua morte e ressurreição, até que Ele venha.
Domingo da Ressurreição
A Liturgia apresenta a pregação de Pedro sobre o ministério
de Jesus e sua ressurreição (At 10,34a.37-43); O salmo (Sl
117(118),1-2.16ab-17.22-23) proclama “Este é o dia que o Senhor fez para nós”.
Para a segunda leitura, são duas opções: da Carta aos Colossenses (Cl 3,1-4) ou
da Primeira Carta aos Coríntios (1Cor 5,6b-8). O Evangelho narra a ida dos
discípulos ao túmulo de Jesus (Jo 20,1-9): “De fato, eles ainda não tinham
compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos
mortos”.
Por Luiz Lopes Jr
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