REDAÇÃO CENTRAL, 06 Nov. 15 / 07:00 pm (ACI).- “Meu corpo, minhas regras”, esse é o título de um vídeo que gerou repercussões esta semana, ao reunir atores famosos pronunciando discurso abortista. Além de promover o que defende como direito da mulher, o filme indignou a muitos ao colocar em dúvida a virgindade de Nossa Senhora, sugerindo que esta seria um erro de tradução.
O vídeo foi divulgado nesta semana, às vésperas do lançamento do filme Olmo e a Gaivota, de Petra Costa, que venceu como Melhor Longa-Metragem de Documentário no Festival do Rio 2015. Na ocasião, Costa fez um discurso dedicando a premiação às mulheres e defendendo o
aborto, postura que foi alvo de críticas na internet. Segundo os produtores, foi em resposta a essas críticas que os atores se uniram para gravar o vídeo.
“Falar de gravidez é um tabu. Vem desde Nossa Senhora, que engravidou virgem. Uma gravidez sem sexo, sem corpo, sem desejo e sem medo. Sem sexo? Esse lance de virgindade (é) erro de tradução. Do hebraico pro grego, do aramaico para o hindu”, dizem os atores.
Diante dessa declaração, especificamente, católicos viram a necessidade de esclarecer a questão. Entre eles, Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, Professor de Teologia Moral, doutor pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz.
“Para ajudá-los em seu desconhecimento bíblico, e também para reparar a blasfêmia que cometeram contra a fé cristã, é meu dever lhes dizer que Nossa Senhora é Virgem, e isso não é um erro de tradução”, escreveu em seu Facebook.
O sacerdote cita o profeta Isaías (7,14), o qual afirma: “eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”. Sobre este trecho, explica que “a palavra ‘????’, ‘almah’, significa literalmente ‘donzela’, e empregava-se às moças virgens que viviam ainda com seus pais”.
Faz ainda referência ao evangelho de Mateus (1,23), “em sua versão grega”, o qual “traduz a palavra ‘almah’ por ‘παρθενος’, ‘partenos’, que, literalmente, ‘significa’ virgem”.
“O que os evangelistas queriam dizer é que aquele texto de Isaías cumpria-se literalmente no parto miraculosamente virginal de Maria, que gerava humanamente o próprio Deus encarnado em seu ventre imaculado”, explica Pe. José Eduardo.
De quem são as regras?
Um dos argumentos apresentados durante o vídeo e que dá nome ao mesmo é “meu corpo, minhas regras”, seguindo o raciocínio feminista de que a mulher tem plenos direitos sobre o seu corpo e assim poderia decidir se quer ou não dar continuidade a uma gravidez.
Segundo o Pe. José Eduardo, porém, essas regras defendidas, na verdade, vêm de fora. “São as regras dos coletivos feministas marxistas, que servem aos interesses dos Conselhos Populacionais, sucursais de Fundações Internacionais que querem a implantação de um governo mundial, e a redução da natalidade a níveis demograficamente suicidas”, postou em sua rede social.
O sacerdote indica que os envolvidos neste vídeo “venderam seus corpos a quem lhes pagou por isso”, para que eles obedecessem tal regra pensando ser deles próprios. Mas, explica que, de fato, o que acontece é que são enganados pelos promotores dessas ideias, “visto que o melhor engano é aquele em que o ludibriado se sente convicto de não sê-lo, sendo-o”.
“O pior disso é que, embora talvez vocês nunca tenham feito o aborto, algum desinformado o faça por causa de ‘suas’ regras, que não são ‘suas’, nem nunca serão ‘deles’”, observa.
Por fim, Pe. José Eduardo reflete sobre a situação do bebê, o qual em nenhum momento é considerado no vídeo.
“Sinto muito por vocês, sinto muito pelo Brasil, mas sinto muito mais pelos bebês, pois, diante de tantos ‘corpos’, parece que eles mesmos não têm aqueles que, de fato, são seus”, lamenta o padre, que completa: “Eles são os únicos sacrificados, os únicos expropriados de tudo. Eles não têm regras, não é verdade? Então devem obedecer às ‘suas’, aliás, que não são suas?”.
O que está por trás disso tudo
Em artigo intitulado “Entenda porque os atores da Globo estão em uma campanha a favor do aborto”, publicado no site da Casa Pró-vida Mãe Imaculada, Pe. Silvio R. Roberto, MIC, contextualiza a divulgação desse vídeo em relação ao cenário atual dos debates sobre aborto no Brasil.
Ele destaca que “os defensores do assassinato das crianças estão desesperados, pois sua ideologia de morte está perdendo terreno cada dia mais”.
O sacerdote explica que a legalização do aborto no Brasil é um desejo antigo da indústria abortista, que quer ampliar o seu mercado e “faturar em cima do sofrimento de crianças e mães”. Ressalta que a mídia secular anseia “pela liberação do aborto porque este contribui para o seu projeto de Revolução cultural, cujo objetivo é destruir os valores cristãos na sociedade”. Declara ainda que a ONU tem trabalhado para aprovar o aborto nos países membros, com uma “tática de manipulação da linguagem” que defende o “Direito Sexual e Reprodutivo”.
“É sabido que, segundo os planos dos abortistas e pelo montante de dinheiro por eles investido, o aborto já deveria estar legalizado no Brasil há pelo menos uma década. O partido que há mais de dez anos está no poder se comprometeu com esta legalização”, afirma.
Entretanto, observa que é crescente o número de pessoas contrárias à legalização desta prática no Brasil e, “para piorar as coisas para os abortistas, a última eleição que tivemos para o Legislativo formou uma Casa ainda mais conservadora, impedindo que a legalização do aborto passe como lei”.
Como sinal da articulação pró-vida, cita o Projeto de Lei 5.069/2013, que criminaliza o “induzimento, instigação ou auxílio ao aborto”, bem como determina a necessidade do exame de corpo de delito em caso de estupro para a autorização do aborto. Este PL foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e irá a votação no plenário da Câmara.
Por esses motivos, diz que os abortistas precisam recorrer aos filmes e campanhas publicitárias, “na tentativa de ganharem a opinião pública, sempre por meio da mentira e das meias verdades”.
“Se é verdade que a nossa luta é de Davi contra Golias, pois eles detêm a mídia, o dinheiro e a fama, nós detemos a verdade, algo que fala direto ao coração humano. Mas, assim como eles não descansam na busca de seu objetivo sórdido – o assassinato – muito mais nós – cidadãos comuns – devemos nos empenhar por um país de cultura de vida”, completa.
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