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sábado, 19 de novembro de 2016

Consistório: Papa exorta a "descer do monte e ser misericordiosos"

Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais - RV

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu, na manhã deste sábado (19/11), na Basílica Vaticana, ao Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais, provenientes de diversos países, entre os quais o Brasil, na pessoa de Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF).
Em sua homilia, o Santo Padre partiu da passagem evangélica, chamada “discurso da planície”: depois que Jesus escolheu os Doze apóstolos, pôs-se a caminho e desceu com eles para uma região plana, onde era aguardado por uma grande multidão, queria ouvir suas palavras e ser curada por Ele.
A vocação dos Apóstolos é associada a este “pôr-se a caminho” rumo à planície, para encontrar uma multidão “atormentada”. E o Papa explicou:
«A escolha, ao invés de mantê-los no alto da montanha, levou-os para o meio da multidão, em meio às suas tribulações, ao nível da sua vida. Assim, o Senhor revela, a eles e a nós, que o verdadeiro cume se alcança a partir da planície, que nos lembra que o cume se situa em um horizonte, que se torna um convite especial: ‘Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso’».
Trata-se de um convite, acrescentou Francisco, que é acompanhado de quatro imperativos ou quatro exortações – que o Senhor lhes dirige, para moldar a sua vocação no dia-a-dia. São quatro ações que darão forma, encarnarão e tornarão palpável o caminho do discípulo, como afirmou o Papa:
“Poderíamos dizer que são quatro etapas da mistagogia da misericórdia - iniciação nos mistérios de uma religião -: amar, fazer o bem, abençoar e rezar. Penso que, sobre estes aspetos, que parecem razoáveis, estamos todos de acordo. São quatro ações que facilmente realizamos com os nossos amigos, com as pessoas mais ou menos próximas na estima, nos gostos, nos costumes”.
O problema, diz o Pontífice, surge quando Jesus nos apresenta os destinatários destas ações: “Amem seus inimigos, façam o bem aos que lhes odeiam, abençoem os que lhes amaldiçoam, rezem pelos que lhes caluniam:
“Encontramo-nos diante de uma das caraterísticas mais específicas da mensagem de Jesus, onde se oculta a sua força e o seu segredo e da qual brota a fonte da nossa alegria, a força da nossa missão e o anúncio da Boa Nova. O inimigo é alguém que devo amar”.
O coração de Deus não tem inimigos; Deus tem apenas filhos. Nós erguemos muros, construímos barreiras e classificamos as pessoas. O amor de Deus é fiel, materno e paterno, incondicional, que exige conversão do coração, que tende a julgar, dividir, contrapor e condenar. E Francisco ponderou:
“A nossa época é caraterizada por problemáticas e interrogativos fortes em escala mundial. Vivemos em um tempo em que ressurgem, como uma epidemia nas sociedades, a polarização e a exclusão, como única forma  de se resolver os conflitos, ao invés, se torna uma ameaça e adquire a condição de inimigo”.
O inimigo, para muitos, explicou o Santo Padre, vem de terras distantes, tem outros costumes e cor da pele, língua ou condições sociais diferentes; porque pensa de outro modo ou professa outra fé. Aos poucos, essas diferenças se transformam em hostilidade, ameaça e violência. Quantas feridas por causa desta epidemia de inimizade e violência, desta patologia da indiferença! Quantas situações de precariedade, sofrimento e inimizade entre os povos, existem entre nós, em nossas comunidades, presbitérios e reuniões. E o Papa acrescentou:
“O vírus da polarização e da inimizade permeia em nosso modo de pensar, sentir e agir. Devemos estar atentos para que esta conduta não ocupe o nosso coração, porque vai contra a riqueza e a universalidade da Igreja, que se reflete no Colégio Cardinalício. Viemos de terras distantes, temos costumes, cor da pele, línguas e condições sociais diferentes; pensamos e celebramos a fé com vários ritos. Isso não nos torna inimigos, mas é uma das nossas maiores riquezas”.
O Santo Padre concluiu sua homilia, recordando que Jesus não cessa de “descer do monte” para nos inserir na história e anunciar o Evangelho da Misericórdia. Ele continua a enviar-nos à “planície” dos nossos povos e a dar-lhes a vida e a esperança, sinais de reconciliação.
Como Igreja, disse por fim Francisco aos Cardeais, somos convidados a abrir os nossos olhos para ver as feridas de tantos irmãos e irmãs privados e provados na sua dignidade. Sejam misericordiosos como o Pai!
Ao término da celebração do Consistório Ordinário Público, o Santo Padre e os novos Cardeais, a bordo de dois microônibus, foram visitar o Papa emérito, Bento XVI, no mosteiro Mater Ecclesiae, onde reside nos Jardins do Vaticano. (MT)
Radio Vaticano

Novos cardeais: universalidade da Igreja que testemunha Boa Nova da Misericórdia



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidirá, neste sábado (19/11), na Basílica de São Pedro, o terceiro consistório de seu pontificado, para criação de 17 cardeais, dos quais 13 eleitores, com menos de 80 anos, reforçando o papel das periferias no Colégio Cardinalício.
Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem alargado as fronteiras de suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceania.
Os 13 novos cardeais são provenientes de 11 países, expressando a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus em todos os cantos da terra. 
Entre os futuros purpurados está o Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, que receberá o barrete cardinalício neste sábado. Será criado o mais jovem cardeal da Igreja, Dom Dieudonné Nzapalainga, Arcebispo de Bangui, República Centro-Africana, de 49 anos.
Aos membros do Colégio Cardinalício, Francisco decidiu unir também dois arcebispos e um bispo, eméritos, que se destacaram no serviço pastoral, e um presbítero. Todos os quatro têm mais de oitenta anos. São eles: Dom Anthony Soter Fernandez, Arcebispo Emérito de Kuala Lumpur, na Malásia, Dom Renato Corti, Arcebispo Emérito de Novara, na Itália; Dom Sebastian Koto Khoarai, Bispo Emérito de Mohale’s Hoek, Lesotho, e o padre Ernest Simoni – que fez o Papa chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista – como reconhecimento pelo seu “claro testemunho cristão”.
No próximo domingo (20/11), Solenidade de Cristo Rei, encerramento do Ano Santo da Misericórdia, o Papa irá concelebrar a missa com os novos cardeais, com o Colégio Cardinalício, arcebispos, bispos e presbíteros, na Basílica Vaticana.
A Rádio Vaticano transmitirá esses dois eventos ao vivo, com comentários em português. No sábado, 19, o Consistório a partir das 7h55, horário de Brasília. E no domingo, dia 20, a missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia a partir das 6h55, horário de Brasília.
Radio Vaticano

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dom Sérgio: com este cardinalato, Papa expressa seu amor pelo Brasil

Cidade do Vaticano (RV) – “Este gesto do Papa é acima de tudo um modo de ele expressar o seu amor pela Igreja no Brasil”: palavras do recém-criado Cardeal Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Sérgio falou com que sentimento recebe o cardinalato das mãos do Papa Francisco:
Dom Sérgio:- “Primeiramente, com agradecimento muito grande a Deus e ao Papa Francisco, mas ao mesmo tempo com muita esperança, porque nós sabemos que Deus sempre dá a graça para que possamos cumprir bem a nossa missão. Por isso mesmo, a minha esperança é de contar não só com a graça de Deus, mas também com a amizade, com o apoio, sobretudo com a oração de tanta gente que me tem acompanhado nesses anos como bispo e que, com certeza, rezam pelos novos cardeais. Não só por mim, mas pelos novos cardeais. E é um momento bonito de comunhão na vida da Igreja, já que não se trata de um simples encontro de cardeais, mas é o próprio Papa quem está presidindo este momento, quem está criando os novos cardeais para serem seus colaboradores. Então espero também que Deus me dê a graça de poder colaborar com o Papa, embora a minha colaboração seja modesta, mas de coração, fazer aquilo que está a meu alcance para colaborar com ele. Quanto a essa forma de colaboração, aos poucos é que vai sendo estabelecida, uma vez que os cardeais costumam ser nomeados como membros de algumas das congregações da Cúria Romana.”
RV:- Dom Sérgio, o que significa ser cardeal?
Dom Sérgio:- “Significa acima de tudo ser um servidor da Igreja, como o próprio Papa tem insistido. Não se pode entender o cardinalato como uma espécie de honraria ou de privilégio – claro que é uma graça, que é um dom de Deus através da Igreja –, mas é um serviço a ser prestado de maneira humilde, generosa, na comunhão com o Papa. Creio que nós temos a oportunidade de crescer ainda mais na unidade com o Santo Padre, de ajudar a própria Igreja no Brasil, que está sempre unida ao Papa. Entendo que este seu gesto é acima de tudo um modo de ele valorizar, de expressar o seu amor pela Igreja no Brasil. Eu já disse a ele que o Brasil, o episcopado brasileiro, o povo brasileiro se sente amado por este gesto dele de nomear um cardeal brasileiro.
Radio Vaticano

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Audiência: suportar com paciência as fraquezas do próximo

Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Na Praça S. Pedro, cerca de 25 mil fiéis e peregrinos ouviram o Papa Francisco falar de uma obra de misericórdia que todos conhecem, mas que dificilmente se coloca em prática: suportar com paciência as fraquezas do próximo.
“Com grande facilidade, sabemos reconhecer a presença de pessoas que podem nos incomodar. Logo pensamos: por quanto tempo deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.
Na Bíblia, Deus nos ensina a ser pacientes e misericordiosos, como Ele mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava contra Ele durante o Êxodo, ou como Jesus que, aos Apóstolos tentados pelo poder e pela inveja, procurava, com muita paciência, fazer-lhes enxergar aquilo que era o essencial na sua missão.
Exame de consciência                                                                                   É fácil falar dos defeitos dos outros, disse o Papa, mas nós fazemos um exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?                               Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia: ensinar os ignorantes e corrigir os que erram. “Penso por exemplo nos catequistas – entre os quais as muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo!” Acompanhar na busca do essencial é belo e importante, disse o Papa, porque nos faz compartilhar a alegria de saborear o sentido da vida. Diante de pessoas que buscam satisfações imediatas e efêmeras, é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar.
Evitar as tentações da inveja, ambição e adulação                               Para Francisco, ensinar a descobrir o que o Senhor quer de nós e como podemos corresponder significa colocar-se no caminho para crescer na própria vocação e evitar de cair na inveja, na ambição e na adulação – tentações sempre à espreita inclusive entre os cristãos.                                         Todavia – advertiu o Pontífice –, aconselhar, admoestar e ensinar não nos devem fazer sentir superiores aos outros, mas nos obriga a olhar para nós mesmos para verificar se somos coerentes com aquilo que pedimos aos outros.   “Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, concluiu o Papa: ‘Por que olha para o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no seu? Que o Espírito Santo nos ajude a ser pacientes em suportar e humildes e simples ao aconselhar.”
Infância e Adolescência                                                                       Depois de sua catequese, o Pontífice recordou que no próximo domingo, 20 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos direitos da infância e da adolescência “Faço um apelo à consciência de todos, instituições e famílias, para que as crianças sejam sempre protegidas e o seu bem-estar, tutelado, para que jamais caiam em formas de escravidão, recrutamento em grupos armados e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa proteger suas vidas, garantindo a cada menino e menina o direito à escola e à educação, para que seu crescimento seja sereno e olhem com confiança para o futuro.” 
Radio Vaticano

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Arquidiocese de Aparecida tem novo Arcebispo: Dom Orlando Brandes

APARECIDA, 16 Nov. 16 / 11:00 am (ACI).- O Papa Francisco aceitou nesta quarta-feira o pedido de renúncia apresentado pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis e nomeou como novo Arcebispo de Aparecida (SP) Dom Orlando Brandes, até então à frente da Arquidiocese de Londrina (PR). O Pontífice também nomeou Monsenhor Welington de Queiroz Vieira como Bispo da Prelazia de Cristalândia (TO).

Dom Raymundo havia apresentado o seu pedido de renúncia em fevereiro de 2012, quando completou 75 anos, conforme prevê o Código de Direito Canônico. Ele esteve à frente da Arquidiocese de Aparecida por 12 anos e ficará como Administrador Apostólico até a posse do novo arcebispo, em 21 de janeiro de 2017.
Dom Orlando Brandes assume a Arquidiocese de Aparecida no ano do tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.
Nascido em Urubici, na diocese de Lages (SC), em 13 de abril de 1946, foi ordenado sacerdote em 1974. Estudou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana e especializou-se em Teologia Moral na Academia Alfonsiana.
Em 1994, foi nomeado por São João Paulo II Bispo de Joinville (SC) e escolheu como lema “Somos operários de Deus” (1Cor 3,9). O Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo de Londrina em 2006.
Dom Orlando também foi Presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Delegado para a V Conferência do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) em Aparecida, em 2007.
AciDigital

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Na Bélgica, estudantes ainda optam pelas aulas de religião

Bruxelas (RV) - Inserida no currículo desde 1° de outubro passado, a nova disciplina "Educação à filosofia e à cidadania" não registou na Bélgica um elevado número de participantes entre as crianças das escolas primárias. A nova matéria substitui, para quem o desejar, a segunda hora de ensinamento religioso, prevista por uma lei de 1958 que disciplina a matéria.

A partir deste ano escolar - refere o site protestante riforma.it - os pais podem portanto escolher se os próprios filhos devem frequentar a clássica segunda hora de religião, ou melhor, de história das religiões, ou se a substituirão pelo novo ensino proposto pelo Ministério da Educação.
Muitas associações laicas do país haviam feito uma maciça campanha de sensibilização voltada a promover o curso de filosofia à cidadania. As comunidades religiosas alarmaram-se, levando-as a escrever uma carta pública na qual protestantes, católicos, ortodoxos, judeus e muçulmanos exortam os pais a não negligenciar o ensinamento das religiões, fundamental para compreender no que acredita o próprio vizinho de casa, o companheiro da escola, e por meio do diálogo e da compreensão, superar os muros do ódio que caracterizam os nossos tempos. O apelo deu resultado, tanto que somente 8% dos estudantes belgas pediram para tomar parte nas novas lições.
Segundo Dom Guy Harpigny, Bispo de Tournai e responsável pelos cursos de religião católica, a hora de religião ajuda "a desenvolver de maneira essencial perguntas de sentido, a partir das diversas tradições religiosas; contribui a desconstruir os discursos radicais; acompanha os estudantes a abrirem-se à dimensão espiritual da existência e a trabalharem ativamente para o encontro do outro".
Entre os que assinaram o acordo estão, entre outros, Dom Jozef De Kesel, Arcebispo de Mechelen-Bruxelles e Presidente da Conferência Episcopal, o Metropolita Atenagoras da Igreja Ortodoxa na Bélgica, Philippe Markiewicz, Presidente do Consistório Central Israelita da Bélgica, Salah Echallaoui dos muçulmanos da Bélgica, o Pastor Stephan Fuite, Presidente da Igreja Protestante unida da Bélgica, e Geert Lorein, Presidente do Sínodo Federal das Igrejas Protestantes e evangélicas belgas.
(JE/Osservatore Romano)
Radio Vaticano

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quem tem fixação por dinheiro não deve entrar no seminário, pede o Papa

07 Nov. 16 / 12:00 pm (ACI).- O seminário não é o lugar para aqueles que estão muito apegados ao dinheiro e às coisas materiais, advertiu o Papa Francisco no dia 5 de novembro.
Durante a audiência concedida na Sala Paulo VI, em Roma, aos participantes do III Encontro Mundial dos Movimentos Populares, o Santo Padre indicou que “à qualquer pessoa que sejam muito apegada às coisas materiais ou ao espelho, a quem ama o dinheiro, os banquetes exuberantes, as casas suntuosas, as roupas refinadas, o carro de luxo, aconselharia de entender o que está acontecendo em seu coração e de rezar a Deus para libertá-lo destes apegos”.
Parafraseando o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, presente na Sala, disse que “aquele que está afeiçoado a todas estas coisas, por favor, que não entre na política, que não entre em uma organização social ou em um movimento popular, porque causaria muito dano a si mesmo e ao próximo e mancharia a nobre causa que assumiu”.
“Tampouco que entre no seminário”, acrescentou o Pontífice, que com suas palavras levou a um sonoro aplauso dos participantes.
Francisco denunciou a extensão da corrupção: “Existe corrupção na política, existe corrupção nas empresas, existe corrupção nos meios de comunicação, existe corrupção nas Igrejas e existe corrupção também nas organizações sociais e nos movimentos populares”.
“É justo dizer que existe uma corrupção radicada em alguns âmbitos da vidaeconômica, em particular na atividade financeira, e que é menos notícia do que a corrupção diretamente ligada ao âmbito político e social. É justo dizer que muitas vezes se utilizam os casos de corrupção com más intenções. Mas é também justo esclarecer que aqueles que escolheram uma vida de serviço, têm uma obrigação ulterior que se soma à honestidade com que qualquer pessoa deve agir na vida”.
Para essas pessoas, advertiu o Papa, “a medida é muito alta: é necessário viver a vocação de servir com um forte sentido de austeridade e a humildade. Isto vale para os políticos, mas vale também para os dirigentes sociais e para nós pastores".
AciDigital

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A formação de um seminarista

Seminarista: atendendo ao chamado (Arquidiocese de Londrina)

10 verdades sobre a vida de um seminarista

Seminário é uma instituição conhecida historicamente, mas extremamente desconhecida pela verdade dos fatos. Às vezes nos apegamos a estereótipos quase infantis como o de que um padre se faz como se faz receita de bolo: juntando um ingrediente aqui, outro ali, esperando o tempo necessário, e “voilà!”, forma-se um sacerdote perfeito. Não é tão fácil assim. Conhecemos os estereótipos, mas poucas vezes ouvimos falar a partir de dentro o que realmente acontece. Pensando nisso, seria possível elencar algumas verdades sobre a vida de seminário que poucas vezes são comentadas por aí, como as seguintes:

1. Formar não é colocar numa forma

Como dissemos, não se trata de juntar ingredientes ou fazer cálculos matemáticos. A formação sacerdotal é muito complexa. Em primeiro lugar porque cada um tem uma história própria. Em segundo lugar porque a configuração em Cristo é um movimento muito mais interior que exterior. Em outras palavras, requer força de vontade, convicção, caráter e, sobretudo, fé. A maior parte desse processo depende da disposição do candidato a adequar-se ao “molde” que chamamos Cristo. Você pode passar 8, 9, 10 anos formando um candidato. Se ele endurece o interior, não há forma capaz de conter a pressão que ele próprio representa. Portanto, formar é dar diretrizes para que o próprio candidato se converta à luz do Espírito Santo. Sem a participação ativa do maior interessado na vocação, não há forma capaz de dar o formato almejado.

2. Há conflitos;

Mais uma vez aqui pesa a história de vida de cada um. Porém, essa talvez seja a mais natural das verdades sobre a vida de seminário. Afinal, todos viemos de determinados grupos, como a família, os amigos, o trabalho, etc. Se por um lado faz parte da nossa condição humana viver em sociedade, por outro cada pessoa que atravessa a nossa história representa um desafio. O mais interessante do convívio com as diferenças no seminário é que ele representa uma verdadeira escola para o convívio com fiéis (nem sempre agradáveis) da nossa futura paróquia.

3. Não passamos o dia rezando;

Eis mais um estereótipo pueril. Temos uma vida extremamente diversificada, ainda que disciplinada: jogamos futebol, lavamos louça, jogamos cartas, estudamos, rezamos, assistimos TV e até saímos para assistir a um filme de vez em quando…Não só na vida de seminário, mas para todos é importante ter uma rotina equilibrada, que contemple diferentes necessidades. Normalmente a formação sacerdotal cuida desses aspectos dividindo didaticamente a vida do candidato em quatro dimensões: Intelectual, Pastoral, Espiritual e Humano-afetiva. Isso é importante para que o futuro padre saia do seminário mais que intitulado padre, que saia com uma personalidade integrada e mais parecida com o rosto de Cristo.

4. Dizer sim todos os dias é mais difícil;

No começo temos muitas expectativas, queremos dar tudo a Cristo, até o sangue se fosse necessário. Com o tempo, assim como o namoro, as coisas vão se esfriando, o sim dito lá atrás vai aos poucos se transformando numa distante lembrança de um tempo que não volta. Às vezes temos a impressão de que estamos apenas nos arrastando e esperando o dia da ordenação (ou o da morte se não for pedir muito). Apesar de ser um desafio, dizer sim todos os dias vale muito mais a pena. Assim as coisas deixam de ter um peso para assumirem a bela dimensão da grandiosidade daquilo que esperamos.

5. Um padre não se faz no dia da ordenação;

Um dos nossos formadores sempre diz: “Um padre não se faz no improviso”. Grande verdade! Pode até parecer cansativo esse exemplo para alguns, mas se não acordo todos os dias para ir à missa no seminário, dificilmente terei disposição para instituir uma missa cedo na minha paróquia, ainda que seja uma necessidade para os fiéis. Outro exemplo: se não crio o hábito de rezar a liturgia das horas todos os dias, quando padre sempre inventarei alguma outra atividade “mais importante”. Criar hábito é forjar-se. Isso é difícil, requer sacrifício e abnegação. Porém, quando temos diante dos olhos o Modelo, Cristo Jesus, qualquer sacrifício se torna um ato verdadeiramente salvífico, para nós e para os outros.

6. Estudar teologia não é garantia de espiritualidade;

Passar quatro anos estudando teologia sem criar uma relação de amizade com Cristo é como construir uma casa sobre a areia. Não temos “encontros com Cristo” na sala de aula. Se alguém teve essa experiência, que me conte o quanto antes! Na verdade o relacionamento com Cristo é sempre anterior. Nesse contexto a teologia entra para aumentar o amor, para edificar as bases da construção.  Em suma, a frase atribuída ao papa Francisco sobre Bento XVI é válida para todos nós: “Teologia se faz de joelhos”.

7. Você aprende a ter misericórdia;

Misericórdia é a coisa mais bela que um homem pode oferecer a outro. Quanto mais quando essa atitude vem de um servo de Deus! O tempo de seminário é um tempo essencialmente de prova. Cada dificuldade, cada desafio, cada tristeza tem de servir como lição para que um dia o padre também se identifique com a miséria dos outros. Fica para sempre na memória do seminarista o abraço de misericórdia que Deus lhe estendeu numa situação difícil. É esse o abraço que o padre terá a oferecer ao mundo.

8. Nem todos atingirão a meta;

Por um lado infelizmente nem todos atingirão a meta, pois, como a parábola do semeador (Mt 13), muitas coisas podem acontecer com a semente ao longa do caminho. Por outro lado, felizmente, muitos descobrem a verdadeira vocação dentro dessa vocação. Seminário é tempo de discernimento. Temos de ter a consciência de que cada um que entra no seminário já é digno de louvor pelo simples fato de ter renunciado ao mundo para tentar uma vida em Deus. Não podemos julgar ninguém que deixa de ser seminarista como se tivesse aprontado ou abandonado a guerra na metade. Como cristãos, deveríamos acolhê-los bem em nossas comunidades e ajuda-los a recuperar o norte depois de uma experiência tão profunda quanto o chamado à vida consagrada.

9. Somos felizes;

Sim. Aqui não há tempo ruim. Podemos reclamar, dizer que as coisas poderiam ser melhores, mas na maior parte do tempo somos muito felizes. Podemos dizer isso com convicção porque não dá para ficar 24 horas confinado num lugar se não for por amor. Nessa dinâmica, descobrimo-nos felizes porque estamos próximos de quem mais queríamos estar: Jesus Cristo. Como diz o papa Francisco, “um santo infeliz é um triste santo”. Você pode até encontrar um seminarista mal humorado por aí, mas nunca infeliz, nunca mal humorado a ponto de estar sempre de cara amarrada. Eu mesmo nunca encontrei um desses. Talvez o nosso grande defeito seja justamente esse: somos felizes demais para se dar conta disso o tempo todo.

10. Solidão é diferente de abandono;

Somos celibatários por amor do reino de Deus, como diria São Paulo. O amor é pura relação. Por mais que não tenhamos uma companheira ao nosso lado, ficamos satisfeitos com a relação que assumimos com Deus e mais concretamente com a Igreja. Muitos querem arranjar um problema no fato do padre ou seminarista serem sós, como se fossem abandonados por tudo e por todos. Pelo contrário! Olhe ao redor de um padre…muitas vezes, de fato, ele tem dificuldade de encontrar tempo para si. Um padre só, sem vínculo unilateral, tem muito mais espaço para amar, seja a Deus ou o próximo. Portanto, ao ver um padre sozinho, não ache que ele está abandonado, ele só está amando da forma em que foi chamado a amar.

Agora que já sabemos um pouco mais do que se diz sobre os seminaristas, talvez tenha dado para perceber que esse caminho nem sempre é fácil. Importa a cada dia rezar para que tenhamos padres santos, pois aonde há um bom padre, há ali também uma parte do que o mundo precisa para ser melhor.

Vinícius Farias, 1º ano de teologia

Diocese de Formosa - GO

Fonte: Seminário Maior de Brasília

sábado, 5 de novembro de 2016

Papa Francisco em Missa de Todos os Santos




Malmo, 01 Nov. 16 / 08:00 am (ACI).- Milhares de fiéis participaram da Missaque o Papa Francisco presidiu no estádio de Malmö (Suécia), por ocasião da Solenidade de Todos os Santos. Na homilia, o Papa explicou que a principal característica dos santos é a alegria e disse que “as bem-aventuranças são o perfil de Cristo e, consequentemente, do cristão”.
“Os Santos obtêm mudanças graças à mansidão do coração. Com ela, compreendemos a grandeza de Deus e adoramo-Lo com sinceridade; além disso, é a atitude de quem não tem nada a perder, porque a sua única riqueza é Deus”, afirmou.
Com esta celebração, “recordamos não só aqueles que foram proclamados santos ao longo da história, mas também muitos irmãos nossos que viveram a sua vida cristã na plenitude da fé e do amor através de uma existência simples e reservada. Contam-se certamente, entre eles, muitos dos nossos parentes, amigos e conhecidos”.
Francisco disse que estamos celebrando “a festa da santidade”. “Aquela santidade que, às vezes, não se manifeste em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas que sabe viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo. Uma santidade feita de amor a Deus e aos irmãos. Amor fiel até ao esquecimento de si mesmo e à entrega total aos outros, como a vida daquelas mães e pais que se sacrificam pelas suas famílias sabendo renunciar de boa vontade, embora nem sempre seja fácil, a tantas coisas, tantos projetos ou programas pessoais”.
A característica dos santos “é o fato de serem verdadeiramente felizes” e que “tem a sua fonte no amor de Deus”. “Por isso, os santos são chamados bem-aventurados. As bem-aventuranças são o seu caminho, o seu destino, a sua pátria. As bem-aventuranças são o caminho de vida que o Senhor nos indica, para podermos seguir os seus passos”, disse o Santo Padre sobre o evangelho do dia.
O Pontífice assegurou que “as bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus”.
Entre elas, o Papa destacou bem-aventurados os mansos e explicou que “a mansidão é uma maneira de ser e viver que nos assemelha a Jesus e nos faz estar unidos entre nós; faz com que deixemos de lado tudo o que nos divide e contrapõe, a fim de procurar formas sempre novas para avançar no caminho da unidade”.
AciDigital

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Ano Santo da Misericórdia: Arquidiocese fechará a Porta Santa no dia 13 de novembro

A Arquidiocese de Brasília se prepara para o fechamento da Porta Santa do Ano da Misericórdia que teve início em dezembro de 2015. No dia 13 de novembro a Porta Santa aberta na Catedral Metropolitana de Brasília, será fechada com uma celebração, às 10h30. A Missa Solene será presidida pelo Arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha e concelebrada pelos bispos auxiliares e todo o clero de Brasília.
No Santuário Menino Jesus de Praga, em Brazlândia, local onde foi aberta a outra Porta Santa da Arquidiocese, terá a Celebração de fechamento no dia 20 de novembro, às 10h00 e será presidida pelo bispo auxiliar emérito do Ordináriado Militar, dom Osvino José Both.
A Porta Santa é uma porta especial em uma catedral, basílica ou santuário, que é aberta apenas nos anos jubilares. Simbolicamente, a Porta Santa representa para quem passa por ela, o passo do pecado à redenção, da morte à vida, do não crer à fé.  
Com o Ano da Misericórdia, o Papa Francisco propôs a todos os fiéis, diversas ações para um encontro profundo com Deus por meio da Sua infinita Misericórdia.
Na Bula Misericordiae Vultus, o Santo Padre sugere algumas iniciativas que podem ser vividas em diferentes etapas. Veja: Realizar peregrinações; Praticar as obras de misericórdia; Intensificar a oração; Passar pela Porta Santa em Roma ou na Diocese; Perdoar a todos; Buscar o Sacramento da Reconciliação; Superar a corrupção; Receber a indulgência; Participar da Eucaristia; Fortalecer o ecumenismo; Converter-se. Todas essas ações feitas individualmente ou em conjunto são oportunidades de vivenciar verdadeiramente o Ano santo.
Ainda da tempo de ganhar indulgências
Para receber a indulgência todos são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à Celebração da Eucaristia com uma reflexão sobre a Misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração pelo Papa, para o bem da Igreja e do mundo inteiro.
Consistório
Na véspera do encerramento do Ano Santo da Misericórdia, dia 19 de novembro, o Papa Francisco realizará um consistório em que será criado 13 novos cardeais, entre eles, Dom Sergio da Rocha.  
Este será o terceiro consistório do pontificado de Francisco, após a criação de 19 cardeais, entre os quais 16 eleitores, em 22 de fevereiro de 2014, e de 20 cardeais (15 eleitores) em 14 de fevereiro de 2015. No dia 20, Solenidade de Cristo Rei, a celebração de fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e encerrando do Jubileu Extraordinário do Ano Santo da Misericórdia será concelebrada pelos novos cardeais.

Por Kamila Aleixo
Foto: Felipe Rodrigues / Núcleo de Fotografia da Arquidiocese de Brasília
Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF