domingo, 8 de janeiro de 2017
Dos Sermões de São Leão Magno, papa
Os Três Reis Magos
Os três Reis Magos surgem como
sábios vindos do Oriente com o propósito de venerarem o Menino Jesus, o novo
Rei dos Judeus que tinha nascido.
O caminho até Belém onde se
encontrava o Menino, é-lhes indicado por uma estrela, a Estrela de Belém e
devido à grande distância percorrida pelos Reis Magos até lá, diz-se que a
visita destes se fez no dia 6 de Janeiro.
É no Evangelho de S. Mateus que encontramos a única referência à existência dos Reis Magos. Foi no séc. V que Orígenes, erudito da igreja antiga e Leão Magno, sacerdote e mais tarde Papa e Santo, lhes conferem o título de Reis Magos. E só no séc. VII é que lhe foram atribuídos nomes:
Gaspar ("aquele que vai inspecionar),
Baltazar ("Deus manifesta o Rei") e
Belchior/Melchior/Melquior ("meu Rei é luz").
No
séc. XV é associada uma raça a cada um dos Reis Magos, de modo a representar
toda a raça humana que se conhecia na época.
Por tradição diz-se que são três
devido aos três presentes oferecidos: Ouro, Incenso e Mirra. Crê-se que não
seriam propriamente Reis mas talvez Sacerdotes, Conselheiros ou até Astrônomos.
Na antiguidade, era costume oferecer-se ouro a um Rei, incenso a um Sacerdote e mirra a um Profeta.
Por isso Belchior, de raça branca, ofereceu ouro reconhecendo-Lhe realeza;
Gaspar, representando a raça amarela, ofereceu-Lhe incenso atribuindo-lhe divindade e, finalmente
Baltazar, de raça negra,
ofereceu mirra que representava a imortalidade.
É na idade média que começa a
devoção aos Reis Magos e, no séc. VI as suas relíquias são levadas de Istambul
para Milão. Sendo já considerados Santos em 1164, foram levados para a catedral
de Colônia, na Alemanha.
Atualmente, os Reis Magos fazem parte das tradições de Natal, nomeadamente pelas suas figuras, que são colocadas junto ao presépio. Celebram o nascimento de Jesus, através da sua visita e da oferta de presentes, criando-se a tradição de trocar prendas nesta época festiva. Daí que, em países como a Espanha, se proceda à troca de prendas só no dia 6 de Janeiro.
Fonte: www.natal.com.pt
sábado, 7 de janeiro de 2017
Reflexão do Papa Francisco na Solenidade da Epifania do Senhor
Fonte: Rádio Vaticano
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Igreja celebra a Epifania do Senhor neste domingo
Jesus e seus pais só voltaram à Jerusalém após a morte de Herodes. Por medo, não quiseram se arriscar, instalando-se em Belém, uma vez que o rei era filho de Herodes. Então, optaram por viver em uma cidadezinha chamada de Nazaré.
Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo
João batiza e Jesus se aproxima; talvez para santificar igualmente aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão. Antes de nós, e por nossa causa, ele que é Espírito e carne santificou as águas do Jordão, para assim nos iniciar nos sacramentos mediante o Espírito e a água.
O Espírito, acorrendo àquele que lhe é igual, dá testemunho da sua divindade. Vem do céu uma voz, pois também vinha do céu aquele de quem se dava testemunho. E ao mostrar-se na forma corporal de uma pomba, o Espírito glorifica o corpo de Cristo, já que este, por sua união com a divindade, é o corpo de Deus. De modo semelhante, muitos séculos antes, uma pomba anunciara o fim do dilúvio.
Permanecei inteiramente puros e purificai-vos sempre mais. Nada agrada tanto a Deus quanto o arrependimento e a salvação do homem, para quem se destinam todas as suas palavras e mistérios. Sede como luzes no mundo, isto é, como uma força vivificante para os outros homens. Permanecendo como luzes perfeitas diante da grande luz, sereis inundados pelo esplendor dessa luz que brilha no céu e iluminados com maior pureza e fulgor pela Trindade. Dela acabastes de receber, embora não em plenitude, o único raio que procede da única Divindade, em Jesus Cristo, nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.
www.liturgiadashoras.org
Papa: reis magos tiveram coragem de caminhar para encontrar a glória
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
Dom Damasceno se despede de Aparecida no dia 13 de janeiro
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Das Sentenças de São Máximo, o confessor, abade
São Máximo, o Confessor (Veritatis Splendor) |
Papa: o amor ao inimigo é o núcleo da revolução cristã
Papa Francisco na Sala Paulo VI
Cidade do Vaticano (RV) - Celebra-se neste domingo (1º/01), o 50º Dia Mundial da Paz. O Papa Francisco dedicou a sua mensagem para esse dia ao tema “A não-violência: estilo de uma política para a paz”.
“A paz é uma responsabilidade de todos, não somente dos grandes: Constrói-se com os pequenos gestos cotidianos de atenção, amor e perdão. A paz se constrói começando da família, iniciando a banir a violência dos corações e das palavras. Quem tem fé em Jesus deveria saber que “o amor ao inimigo é o núcleo da revolução cristã”.
Também Jesus viveu em tempos de conflito traçando “o caminho da não violência, que percorreu até o fim, até à Cruz, mediante a qual realizou a paz e destruiu a inimizade”. Isso significa que para “ser verdadeiros discípulos de Jesus hoje é preciso aderir à sua proposta de não violência”, assim como lemos no Evangelho.
(MJ)
Rádio Vaticano
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domingo, 1 de janeiro de 2017
Papa: orfandade espiritual é um câncer que degrada a alma
«Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração». Assim descreve o Evangelista Lucas a atitude com que Maria acolhe tudo aquilo que estava vivendo naqueles dias.
Ternura maternal
“Longe de querer compreender ou dominar a situação, Maria é a mulher que sabe conservar, isto é, proteger, guardar no seu coração a passagem de Deus na vida do seu povo. Aprendeu a sentir a pulsação do coração do seu Filho, ainda Ele estava no seu ventre, ensinando-Lhe a descobrir, durante toda a vida, o palpitar de Deus na história. Aprendeu a ser mãe e, nesta aprendizagem, proporcionou a Jesus a bela experiência de saber-Se Filho. Em Maria, o Verbo eterno não só Se fez carne, mas aprendeu também a reconhecer a ternura maternal de Deus. Com Maria, o Deus-Menino aprendeu a ouvir os anseios, as angústias, as alegrias e as esperanças do povo da promessa. Com Ela, descobriu-Se a Si mesmo como Filho do santo povo fiel de Deus.”
Nos Evangelhos, Maria aparece como mulher de poucas palavras, sem grandes discursos nem protagonismos, mas com um olhar atento que sabe guardar a vida e a missão do seu Filho e, consequentemente, de tudo o que Ele ama. Soube guardar os alvores da primeira comunidade cristã, aprendendo deste modo a ser mãe duma multidão.
Maternidade
“Aproximou-se das mais diversas situações, para semear esperança. Acompanhou as cruzes, carregadas no silêncio do coração dos seus filhos. Muitas devoções, muitos santuários e capelas nos lugares mais remotos, muitas imagens espalhadas pelas casas nos lembram esta grande verdade. Maria deu-nos o calor materno, que nos envolve no meio das dificuldades; o calor materno que não deixa, nada e ninguém, apagar no seio da Igreja a revolução da ternura inaugurada pelo seu Filho. Onde há uma mãe, há ternura. E Maria, com a sua maternidade, nos mostra que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes; ensina-nos que não há necessidade de maltratar os outros para sentir-se importante. E o santo povo fiel de Deus, desde sempre, a reconheceu e aclamou como a Santa Mãe de Deus.”
O Papa disse ainda que “celebrar, no início de um novo ano, a maternidade de Maria como Mãe de Deus e nossa mãe significa avivar a certeza que nos há de acompanhar no decorrer dos dias: somos um povo com uma Mãe, não somos órfãos”.
Sabor de família
“As mães são o antídoto mais forte contra as nossas tendências individualistas e egoístas, contra os nossos isolamentos e apatias. Uma sociedade sem mães seria não apenas uma sociedade fria, mas também uma sociedade que perdeu o coração, que perdeu o «sabor de família». Uma sociedade sem mães seria uma sociedade sem piedade, com lugar apenas para o cálculo e a especulação. Com efeito as mães, mesmo nos momentos piores, sabem testemunhar a ternura, a dedicação incondicional, a força da esperança. Aprendi muito com as mães que, tendo os filhos na prisão ou estendidos numa cama de hospital ou subjugados pela escravidão da droga, esteja frio ou calor, faça chuva ou sol, não desistem e continuam lutando para lhes dar o melhor; ou com as mães que, nos campos de refugiados ou até no meio da guerra, conseguem abraçar e sustentar, sem hesitação, o sofrimento dos seus filhos. Mães que dão, literalmente, a vida para que nenhum dos filhos se perca. Onde estiver a mãe, há unidade, há sentido de pertença: pertença de filhos.”
Para Francisco, “começar o ano lembrando a bondade de Deus no rosto materno de Maria, no rosto materno da Igreja, nos rostos de nossas mães, nos protege daquela doença corrosiva que é a «orfandade espiritual»: a orfandade que a alma vive quando se sente sem mãe e lhe falta a ternura de Deus; a orfandade que vivemos quando se apaga em nós o sentido de pertença a uma família, a um povo, a uma terra, ao nosso Deus; a orfandade que se aninha no coração narcisista que sabe olhar só para si mesmo e para os seus interesses, e cresce quando esquecemos que a vida foi um dom – dela somos devedores a outros – e somos convidados a partilhá-la nesta casa comum”.
Orfandade espiritual
“Foi esta orfandade autorreferencial que levou Caim a dizer: «Sou, porventura, guarda do meu irmão?». Como se declarasse: ele não me pertence, não o reconheço. Tal atitude de orfandade espiritual é um câncer que silenciosamente enfraquece e degrada a alma. E assim, pouco a pouco, nos vamos degradando, já que ninguém nos pertence e nós não pertencemos a ninguém: degrado a terra, porque não me pertence; degrado os outros, porque não me pertencem; degrado a Deus, porque não Lhe pertenço; e, por fim, acabamos por nos degradar a nós próprios, porque esquecemos quem somos e o «nome» divino que temos. A perda dos laços que nos unem, típica da nossa cultura fragmentada e desunida, faz com que cresça esta sensação de orfandade e, por conseguinte, de grande vazio e solidão. A falta de contato físico (não o virtual) vai cauterizando os nossos corações, fazendo-lhes perder a capacidade da ternura e da maravilha, da piedade e da compaixão. A orfandade espiritual faz-nos perder a memória do que significa ser filhos, ser netos, ser pais, ser avós, ser amigos, ser crentes; faz-nos perder a memória do valor da diversão, do canto, do riso, do repouso, da gratuidade.”
“Celebrar a festa da Santa Mãe de Deus faz despontar novamente no rosto o sorriso de nos sentirmos povo, de sentir que nos pertencemos; saber que as pessoas, somente dentro duma comunidade, duma família, podem encontrar a «atmosfera», o «calor» que permite aprender a crescer humanamente, e não como meros objetos destinados a «consumir e ser consumidos». Celebrar a festa da Santa Mãe de Deus nos lembra que não somos mercadoria de troca nem terminais receptores de informação. Somos filhos, somos família, somos povo de Deus”.
“Celebrar a Santa Mãe de Deus nos impele a criar e cuidar espaços comuns que nos deem sentido de pertença, de enraizamento, que nos façam sentir em casa dentro das nossas cidades, em comunidades que nos unam e sustentem”, frisou ainda o Papa.
Cuidar da vida
“Jesus Cristo, no momento do dom maior que foi o de sua vida na cruz, nada quis reter para Si e, ao entregar a sua vida, entregou-nos também sua Mãe. Disse a Maria: Eis o teu filho, eis os teus filhos. E nós queremos acolhê-La em nossas casas, em nossas famílias, em nossas comunidades e em nossos países. Queremos encontrar o seu olhar materno: aquele olhar que nos liberta da orfandade; aquele olhar que nos lembra que somos irmãos, isto é, que eu te pertenço, que tu me pertences, que somos da mesma carne; aquele olhar que nos ensina que devemos aprender a cuidar da vida da mesma maneira e com a mesma ternura com que Ela o fez, ou seja, semeando esperança, semeando pertença, semeando fraternidade.”
“Celebrar a Santa Mãe de Deus nos lembra que temos a Mãe; não somos órfãos, temos uma mãe. Professemos, juntos, esta verdade!.”
O Papa concluiu pedindo a todos para aclamar três vezes Nossa Senhora, como fizeram os fiéis de Éfeso: Santa Mãe de Deus, Santa Mãe de Deus, Santa Mãe de Deus.
(MJ)
Rádio Vaticano
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