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terça-feira, 11 de abril de 2017

Do Livro sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno, bispo

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(Cap.15,35: PG32,127-130)

(Séc.IV)

Há uma só morte que resgata o mundo
e uma só ressurreição dos mortos
O desígnio de nosso Deus e Salvador em relação ao homem consiste em levantá-lo de sua queda e fazê-lo voltar, do estado de inimizade ocasionado por sua desobediência, à intimidade divina. A vinda de Cristo na carne, os exemplos de sua vida apresentados pelo Evangelho, a paixão, a cruz, o sepultamento e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial.
Portanto, para atingir a perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que ele nos deu durante a sua vida, mas também imitá-lo em sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: Tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos (Fl 3,10).
Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo em sua morte? Sepultando-nos com ele por meio do batismo.Em que consiste este sepultamento e qual é o fruto dessa imitação? Em primeiro lugar, é preciso romper coma vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto se não nascer de novo, conforme a palavra do Senhor, porque o renascimento, como a própria palavra indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é preciso pôr fim à antiga. Assim como, no estádio, os que chegam ao fim da primeira parte da corrida, costumam fazer uma pequena pausa e descansar um pouco, antes de iniciar o retorno, do mesmo modo, era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começar um novo caminho.
E como imitar a Cristo na sua descida à mansão dos mortos? Imitando no batismo o seu sepultamento. Porque os corpos dos batizados ficam, de certo modo, sepultados nas águas. O batismo simboliza, pois, a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo: Vós também recebestes uma circuncisão, não feita por mão humana, mas uma circuncisão que é de Cristo, pela qual renunciais ao corpo perecível. Com Cristo fostes sepultados no batismo (Cl 2,11-12). Ora, o batismo, por assim dizer, lava a alma das manchas contraídas por causa das tendências carnais, conforme está escrito: Lavai-me e mais branco do que a neve ficarei (Sl 50,9). Por isso, reconhecemos um só batismo de salvação, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais o batismo é figura.
www.liturgiadashoras.org

Hoje é celebrado Santo Estanislau

REDAÇÃO CENTRAL, 11 Abr. 17 / 05:00 am (ACI).- Santo Estanislau de Szczepanowski, cuja festa é celebrada neste dia 11 de abril, foi um homem que assumiu seu cargo de Bispo como um bom pastor que cuida das ovelhas, de maneira especial dos pobres e enfermos.

Santo Estanislau nasceu em Szczepanowski (Polônia) em 1030. Seus pais o consideravam um presente de Deus, porque não tinham concebido um filho em 30 anos de casados. Por isso, deram-lhe uma profunda educação na vida de fé. Estudou na Polônia e em Paris e foi ordenado sacerdote pelo Bispo de Cracóvia.
Designaram a ele uma paróquia e distinguiu-se por sua grande eloquência. Seus fiéis o consideravam um exemplo de santidade devido ao seu bom comportamento. Por meio de suas pregações e da direção espiritual, conseguiu converter muitas pessoas.
Por essas virtudes, o Bispo da cidade quis nomeá-lo seu sucessor, mas Estanislau se negou, pois se considerava indigno ao cargo. Quando o Bispo morreu, em 1072, o povo o aclamou como o mais digno para o posto. O santo exerceu o episcopado durante sete anos.
Santo Estanislau foi muito estrito nas exigências aos sacerdotes. Sempre lhes pedia que cumprisse com seus deveres e fossem como o Bom Pastor. Todos os anos, visitava todas as paróquias e dedicava horas à evangelização do povo.
Do mesmo modo, acolhia no palácio episcopal muitos pobres e jamais negou ajuda aos necessitados. Além disso, o santo tinha uma lista na qual figuravam os nomes das famílias mais pobres e se encarregava de atender suas necessidades.
Embora inicialmente tivesse buas relações com o rei da Polônia, Boleslau, as constantes advertências do santo sobre a má conduta do soberano foram motivo de antipatia. Apesar de ser um corajoso guerreiro, Boleslau se deixava dominar por suas paixões. Começou a cometer falhas muito graves que escandalizavam e davam maus exemplos ao povo.
Santo Estanislau recordava o mandato de São Paulo: “É necessário repreender, aconselhar e até ameaçar, com toda paciência e doutrina, porque chega o tempo em que os homens arrastados por suas próprias paixões já não querem ouvir as doutrinas verdadeiras, mas as falsidades”.
Um dia, o rei se apaixonou por Cristina, esposa de Miecislau, e mandou raptá-la. Este ato gerou um grande escândalo em todo o país. O corajoso Bispo de Cracóvia levantou a voz, admoestando o poderoso soberano sobre o dever de respeitar os direitos dos outros e o excomungou. Boleslau se enfureceu e mandou assassinar Estanislau em Cracóvia, na Igreja de Santa Matilde, durante a celebração da Santa Missa.
Os cronistas narras que foi o soberano quem cometeu o assassinato, porque os guardas se retiraram ao se verem obrigados a sair por uma força misteriosa. Desde esse mesmo dia, os poloneses começaram a venerá-lo.
Santo Estanislau foi canonizado em 17 de agosto de 1253, na Basílica de São Francisco de Assis.
Acidigital

Papa Francisco: O católico deve oferecer aos demais o remédio do amor

Imagem referencial. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
VATICANO, 11 Abr. 17 / 10:00 am (ACI).- O Papa Francisco encontrou no Vaticano com um grupo de crianças e jovens do Hospital Infantil “Bambino Gesù” de Roma, junto com seus pais e médicos, e afirmou que o católico deve dar aos outros um remédio importante: o amor.
“Cada um de vocês é uma história. Não só as crianças doentes, mas também os médicos, os enfermeiros, os que visitam, as famílias”, disse o Papa ao saudá-los.
“Entrar em um hospital sempre dá medo. Eu vejo que quando me aproximo de algumas crianças, não todas, mas as menores, me veem com a roupa branca, começam a chorar, acham que eu sou o médico que lhes dará uma vacina, choram e têm medo, mas depois eu faço carinho nelas e se tranquilizam”.
Francisco advertiu acerca do perigo e do risco de “esquecer o remédio mais importante que só uma família pode dar: o carinho!”. “É um remédio caro demais, porque tê-lo, para poder tê-lo você deve dar tudo, deve entregar todo o coração, todo o amor”.
Nesse sentido, “vocês têm o carinho dos médicos, dos doentes, do diretor, de todos”. Este hospital “cresceu muito ultimamente e se tornou uma família. É um lugar onde as crianças doentes encontram família”.
O “Bambino Gesù” é “um testemunho, um testemunho de humanidade. É um hospital católico e para ser católico é preciso antes de tudo ser humano, e hoje vocês dão um testemunho de humanidade”.
“Por favor, sigam em frente neste caminho, cresçam neste caminho”. “O que é o mais importante em uma família? A mãe, o pai, os irmãos mais velhos, os avós, os filhos... Cada um é importante, mas sempre juntos!”, concluiu.
Acidigital

domingo, 9 de abril de 2017

Domingo de Ramos: Bendito o que vem em nome do Senhor!

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Abr. 17 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 9 de abril, a Igreja celebra o Domingo de Ramos, dando início à Semana Santa. O Evangelho do dia corresponde à leitura de Mateus. O primeiro (Mt 21,1-11) narra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, já o segundo (Mt 27,11-54) traz a narração da Paixão de Cristo.

A seguir, leia os Evangelhos deste Domingo de Ramos:
Mt 21,1-11
Naquele tempo, Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.
Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”.
Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”
Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.
Mt 27,11-54
Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou:
Leitor: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador 1: Jesus declarou:
— “É como dizes”.
Narrador 1: E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou:
Leitor: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”
Narrador 1: Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
Leitor: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”
Narrador 2: Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele:
Mulher: “Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.
Narrador 2: Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. O governador tornou a perguntar:
Leitor: “Qual dos dois quereis que eu solte?”
Narrador 2: Eles gritaram:
— “Barrabás”.
Narrador 2: Pilatos perguntou:
Leitor: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?”
Narrador 2: Todos gritaram:
— “Seja crucificado!”
Narrador 2: Pilatos falou:
Leitor: “Mas, que mal ele fez?”
Narrador 2: Eles, porém, gritaram com mais força:
— “Seja crucificado!”
Narrador 1: Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:
Leitor: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!”
Narrador 1: O povo todo respondeu:
— “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.
Narrador 1: Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.
Leitor: Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
Narrador 1: depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:
— “Salve, rei dos judeus!”
Narrador 2: Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”.
Narrador 1: Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E ficaram ali sentados, montando guarda. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação:
— “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
Narrador 1: Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
Leitor: ”Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
Narrador 2: Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:
Leitor: "A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
Narrador 1: Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
— “Eli, Eli, lamá sabactâni?”
Narrador 1: Que quer dizer:
— “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Narrador 1: Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
— “Ele está chamando Elias!”
Narrador 1: E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. Outros, porém, disseram:
— “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”
Narrador 1: Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. (Todos se ajoelham)
Narrador 2: E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muito corpos dos santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:
— “Ele era mesmo Filho de Deus!”
Acidigital

Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

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(Oratio 9 in ramos palmarum: PG 97,990-994)                 (Séc.VI)


Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel
Vinde, subamos juntos ao monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo, que hoje volta de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, a fim de realizar o mistério de nossa salvação.
Caminha o Senhor livremente para Jerusalém, ele que desceu do céu por nossa causa – prostrados que estávamos por terra – para elevar-nos consigo bem acima de toda autoridade, poder, potência e soberania ou qualquer título que se possa mencionar (Ef 1,21), como diz a Escritura.
O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, e ninguém ouvirá sua voz (Mt 12,19; cf. Is 42,2). Pelo contrário, será manso e humilde, e se apresentará com vestes pobres e aparência modesta.
Acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos a seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter.
Alegra-se Jesus Cristo, porque deste modo nos mostra a sua mansidão e humildade, e se eleva, por assim dizer, sobre o ocaso (cf. Sl 67,5) de nossa infinita pequenez; ele veio ao nosso encontro e conviveu conosco, tornando-se um de nós, para nos elevar e nos reconduzir a si.Diz um salmo que ele subiu pelo mais alto dos céus ao Oriente (cf. Sl 67,34), isto é, para a excelsa glória da sua divindade, como primícias e antecipação da nossa condição futura; mas nem por isso abandonou o gênero humano, porque o ama e quer elevar consigo a nossa natureza, erguendo-a do mais baixo da terra, de glória em glória, até torná-la participante da sua sublime divindade.
Portanto, em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos dele próprio, – vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (Gl 3,27) – prostremo-nos a seus pés como mantos estendidos.
Éramos antes como escarlate por causa dos nossos pecados,mas purificados pelo batismo da salvação, nos tornamos brancos como a lã. Por conseguinte, não ofereçamos mais ramos e palmas ao vencedor da morte, porém o prêmio da sua vitória.
Agitando nossos ramos espirituais, o aclamemos todos os dias, juntamente com as crianças, dizendo estas santas palavras: “Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel”.
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sábado, 8 de abril de 2017

Dos Sermões de São Gregório de Nazianzo, bispo

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(Oratio 45,23-24:PG36,654-655)


(Séc.IV)

Vamos participar da festa da Páscoa
Vamos participar da festa da Páscoa, por enquanto ainda em figuras, embora mais claramente do que na antiga lei (a Páscoa legal era, por assim dizer, uma figura muito velada da própria figura). Mas, em breve, participaremos de modo mais perfeito e mais puro, quando o Verbo vier beber conosco o vinho novo no reino de seu Pai, revelando definitivamente o que até agora só em parte nos mostrou. A nossa Páscoa é sempre nova.
Qual é essa bebida e esse conhecimento? A nós compete dizê-lo; e ao Verbo compete ensinar e comunicar essa doutrina a seus discípulos. Porque a doutrina daquele que alimenta é também alimento.
Quanto a nós, participemos também dessa festa ritual, não segundo a letra mas segundo o Evangelho; de modo perfeito, não imperfeito; para a eternidade, não temporariamente. Seja a nossa capital, não a Jerusalém terrestre, mas a cidade celeste; não a que é agora arrasada pelos exércitos, mas a que é exaltada pelo louvor e aclamação dos anjos.
Sacrifiquemos não novilhos ou carneiros com chifres e cascos, vítimas sem vida e sem inteligência; pelo contrário, ofereçamos a Deus um sacrifício de louvor sobre o altar celeste, em união com os coros angélicos. Atravessemos o primeiro véu, aproximemo-nos do segundo e fixemos o olhar no Santo dos Santos.
Direi mais: imolemo-nos a Deus, ou melhor, ofereçamo-nos a ele cada dia, com todas as nossas ações. Façamos o que nos sugerem as palavras: imitemos com os nossos sofrimentos a Paixão de Cristo, honremos com o nosso sangue o seu sangue, e subamos corajosamente à sua cruz.
Se és Simão Cireneu, toma a cruz e segue a Cristo.
Se, qual o ladrão, estás crucificado com Cristo, como homem íntegro, reconhece a Deus. Se por tua causa e por teu pecado ele foi tratado como malfeitor, torna-te justo por seu amor. Adora aquele que foi crucificado por tua causa. Preso à tua cruz, aprende a tirar proveito até da tua própria iniquidade. Adquire a tua salvação com a sua morte, entra com Jesus no paraíso, e saberás que bens perdeste com a tua queda. Contempla as belezas daquele lugar, e deixa que o ladrão rebelde fique dele excluído, morrendo na sua blasfêmia.
Se és José de Arimateia, pede o corpo a quem o mandou crucificar; e assim será tua a vítima que expiou o pecado do mundo. Se és Nicodemos, aquele adorador noturno de Deus, unge-o com perfumes para a sua sepultura.
Se és Maria, ou a outra Maria, ou Salomé, ou Joana, derrama tuas lágrimas por ele. Levanta-te de manhã cedo, procura ser o primeiro a ver a pedra do túmulo afastada, e a encontrar talvez os anjos, ou melhor ainda, o próprio Jesus.
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Editorial: Família, boa nova para o mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – “A família hoje é desprezada e maltratada”: palavras do Papa Francisco pronunciadas tempos atrás. O Sucessor de Pedro está ciente do difícil momento que o matrimônio e a família estão vivendo. Na semana passada foi apresentada a Carta de Francisco para o 9º Encontro Mundial das Famílias que se realizará em Dublin, na Irlanda, de 21 a 26 de agosto de 2018, sobre o tema “O Evangelho da Família: alegria para o mundo”. 
O Pontífice parte mais uma vez de uma pergunta: “O Evangelho continua sendo a alegria para o mundo? A família continua sendo uma boa nova para o mundo de hoje?” E a resposta é imediata: “Tenho certeza que sim”. Um sim estabelecido no desígnio de Deus. Segundo Francisco, “o amor de Deus é o seu sim a toda a Criação e ao ser humano, centro da Criação”. É o sim de Deus pela união entre o homem e a mulher, abertura e serviço à vida em todas as suas fases; é o sim e o compromisso de Deus pela humanidade ferida, maltratada e dominada pela falta de amor. A família, portanto, é o sim de Deus-Amor.

Somente a partir do amor, a família pode manifestar, difundir e regenerar o amor de Deus no mundo. “Sem o amor não é possível viver como filhos de Deus, como cônjuges, pais e irmãos”.  Francisco convida então as famílias a se perguntarem com frequência se vivem “a partir do amor, por amor e no amor”.
Isso, – observa - significa concretamente doar-se, perdoar-se, não perder a paciência, antecipar o outro e respeitar-se. E Francisco volta a tocar na mesma tecla de suas conversas com os casais: como seria melhor a vida familiar se a cada dia fossem vividas três palavras simples: permissão, obrigado e desculpa. Sim, porque todos os dias fazemos experiência de fragilidade e fraqueza.
É necessário partir novamente daqui: não só a família é um bem, não somente é uma coisa boa de se viver, mas ainda mais é bonita. Como sempre, o verdadeiro convence, o bem leva a agir, mas a beleza, sobretudo, atrai. Entre as luzes do universo está a família: ver um pai e uma mãe com seus filhos nos abre o sorriso, nos deixa fascinados. Certa vez o Papa disse que o que nos é pedido hoje é reconhecer quanto é bonita, verdadeira, e bom formar uma família, ser uma família; quanto é indispensável isso para a vida do mundo, para o futuro da humanidade.
E à Igreja é pedido de colocar em evidência o luminoso plano de Deus sobre a família e ajudar os casais a viverem esse plano com alegria no seu dia a dia, acompanhando-os nas muitas dificuldades, com uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor. Esta é a meta que propõe Francisco.
O Papa considera a família “célula fundamental da sociedade humana” porque deste o princípio o Criador colocou a sua bênção sobre o homem e sobre a mulher para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; e assim a família representa no mundo o reflexo de Deus.
Na sua Carta para o Encontro Mundial das Famílias em Dublin Francisco fala de uma Igreja misericordiosa que anuncie o coração da revelação do Deus-Amor que é Misericórdia. Esta misericórdia nos faz novos no amor. Sabemos quanto as famílias cristãs são lugares de misericórdia e testemunhas de misericórdia.
Recordando os ensinamentos da sua Exortação Apostólica Amoris laetita, o Papa pede a todos as famílias que estejam sempre a caminho, naquela peregrinação interior que é manifestação de vida autêntica.
Para finalizar, convém recordar que a família é uma só: a que nós conhecemos, não existe outra. É uma realidade natural, inscrita na vocação do homem e da mulher a realizar-se no específico de si mesmos.
Na sua viagem às Filipinas, em janeiro de 2015, falando sobre a família, Francisco chamou a atenção para o sonho da família. Não é possível uma família sem o sonho. Quando em uma família se perde a capacidade de sonhar, as crianças não crescem e o amor não cresce, a vida se apaga. Por isso, é muito importante recuperar os sonhos, recuperar o amor através dos projetos de todos os dias. Jamais deixar de serem eternos namorados! Um convite a todos os casais que caminham juntos nas estradas da vida. (Silvonei José).
Rádio Vaticano

São João Batista de La Salle, padroeiro dos educadores

S. João Batista de La Salle | ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 07 Abr. 17 / 05:00 am (ACI).- “A graça que lhes concedeu de ensinar as crianças, de anunciar-lhes o Evangelho e de educar seu espírito religioso é um grande dom de Deus”, dizia São João Batista de La Salle, fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lasallistas) e padroeiro dos educadores. Sua festa é celebrada neste dia 7 de abril.

São João Batista de La Salle nasceu em Reims (França), em 1651, em uma família rica. Desde pequeno desejou ser sacerdote. Graduou-se como professor em Artes e ingressou no Seminário de São Sulpício, em Paris. Aos 19 anos, morreram seus pais e assumiu a responsabilidade de educar seus irmãos mais novos.
Foi ordenado sacerdote aos 27 anos. Com o tempo, parecia que ocuparia altos cargos eclesiásticos, mas via que Deus o chamava aos mais pobres. Foi assim que começou a se reunir com um grupo de professores, dando-lhes formação humana, pedagógica e cristã.
o dia 24 de junho de 1681, João Batista de La Salle e seus professores iniciaram uma vida em comunidade em uma casa alugada, marcando o nascimento dos Irmãos das Escolas Cristãs.
Dentro de suas reformas na educação, o santo introduziu o ensino de crianças em grupo, já que até esse momento se instruía a cada um separadamente; iniciou uma escola gratuita em Paris para rapazes pobres e fundou universidades em Reims e Saint-Denis para formar professores.
Nessa época, houve uma terrível fome na França e o santo repartiu todos os seus bens para ajudar os necessitados.
Em 1686, oito de seus seguidores emitiram seus primeiros votos na companhia que São João Batista fundou e, em 15 de agosto, consagrou sua comunidade à Virgem Maria.
Costumava viajar a pé solicitando alojamento e alimento. Sua batina e seu manto eram tão pobres e descoloridos, diziam, que nem um indigente os aceitaria como doação.
Passava muitas horas em oração e insistia aos membros de sua comunidade que aquilo que confere mais êxito no trabalho de um educador é orar, dar bom exemplo e tratar todos como Cristo recomendou no Evangelho: “fazendo a outros todo o bem que desejamos que nos façam”.
Em 7 de abril de 1719, Sexta-feira Santa, partiu para a Casa do Pai. Suas últimas palavras foram: “Adoro em tudo a vontade de Deus para comigo”. Foi canonizado em 24 de maio de 1900 e, em 15 de maio de 1950, foi nomeado “padroeiro celeste, junto a Deus, de todos os educadores”, pelo Papa Pio XII.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

São Vicente Ferrer, que ajudava os casais em crise com água benta

S. Vicente Ferrer | ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Abr. 17 / 05:00 am (ACI).- “Se desejas, portanto, ser útil às almas do próximo, começa por recorrer a Deus com todo o coração e pede-Lhe com simplicidade que Se digne infundir em ti a caridade”, dizia São Vicente Ferrer, cuja festa é celebrada neste dia 5 de abril e que costumava dar um presente especial às esposas que brigavam muito com seus maridos.

São Vicente Ferrer nasceu em Valência (Espanha), em 1350. Foi membro da Ordem dos Pregadores. Dedicou-se ao ensino de teologia e filosofia.
Combateu com empenho a divisão da Igreja no cisma do ocidente. Recorreu várias comarcas pregando, obtendo muitas conversões e reforma nos costumes dos povos.
Partiu para a Casa do Pai em 5 de abril de 1419, em Vannes (França), onde seu corpo é venerado. Foi canonizado por Calisto III em 1455. Há grande devoção a ele na Europa e na América.
São Vicente Ferrer costumava presentear as senhoras que brigavam muito com seus maridos com um pequeno frasco com água benta e as aconselhava: “Minha senhora, quando seu esposo chegar do trabalho, encha a boca de água e permaneça assim o maior número de minutos que puder. Assim não lhe será difícil não responder aos insultos dele”.
Esta famosa “água de Frei Vicente” ajudava muito as famílias, porque a mulher, ao não poder contestar o marido, não havia brigas.
Talvez em muitos lares se viva este belo costume de se calar enquanto o outro ofende, porque o que produz a briga não é a palavra ofensiva que se ouve, mas a palavra ofensiva que se responde.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Ser humano, centro da criação

Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje da relação entre o tema da Campanha da Fraternidade 2017 e os documentos conciliares.
Qual a abrangência e a amplitude do cuidado pela criação, nossa "casa comum", a que somos chamados a fazer? Quem nos explica, é o Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre e que tem nos acompanhado no período da Quaresma nas reflexões deste nosso espaço dedicado ao Concílio Vaticano II:
"Dentro do resgate histórico que fazemos dos documentos conciliares, estamos fazendo uma ponte aqui da GS, que aponta a missão da Igreja no mundo, com a temática da CF 2017, a casa comum onde nós vivemos que deve ser cuidada e preservada como realmente a “nossa” casa, o chão de nossa história salvífica.
A Igreja não pode descuidar dos problemas do mundo. Bem por isso, deve zelar pelo ambiente em que vive e mergulha na sua missão evangelizadora. Se cuidamos da casa que é o mundo, cuidamos do próprio ser humano. Se cuidamos do ser humano, a casa se ajeita, se arruma, ficará automaticamente reorganizada. A bagunça no mundo existe porque o ser humano está bagunçado e vice-versa.
Bento XVI, em forma de exortação, diz assim na Encíclica Caritas in Veritate, número 51: “A Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. Ao fazê-lo, não tem apenas de defender a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos, mas deve, sobretudo, proteger o homem da destruição de si mesmo. Requer-se uma espécie de ecologia do homem, entendida no justo sentido. De fato, a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana: quando a ‘ecologia humana’ é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental”.
Portanto, defender a natureza, a ecologia, nessa temática da Campanha da Fraternidade, é também a defesa do próprio homem na sua dignidade e autenticidade mais genuína. A ideologia do gênero deturpa o ser humano. Faz dele um transumano, um ciborgue, como afirmou um filósofo Francês, Fabrice Hadjadj: “A partir da ideologia do gênero a sociedade caminha para o transumano, isto é, para um humano potenciado pelas novas tecnologias. Na verdade, porém, isso não passaria de um androidismo ou de um ciborguismo”¹.
Já afirmava o Papa João Paulo II na Encíclica Centesimus Annus, número 38: “Além da destruição irracional do ambiente natural, é de recordar aqui outra ainda mais grave, qual é a do ambiente humano, a que se está ainda longe de prestar a necessária atenção. Enquanto justamente nos preocupamos, apesar de bem menos do que o necessário, em preservar o «habitat» natural das diversas espécies animais ameaçadas de extinção, porque nos damos conta da particular contribuição que cada uma delas dá ao equilíbrio geral da terra, empenhamo-nos demasiado pouco em salvaguardar as condições morais de uma autêntica «ecologia humana». Não só a terra foi dada por Deus ao homem, que a deve usar respeitando a intenção originária de bem, segundo a qual lhe foi entregue; mas o homem é doado a si mesmo por Deus, devendo por isso respeitar a estrutura natural e moral, de que foi dotado. Neste contexto, são de mencionar os graves problemas da moderna urbanização, a necessidade de um urbanismo preocupado com a vida das pessoas, bem como a devida atenção a uma «ecologia social» do trabalho”.
Na Encíclica Laudato Si, que está por detrás dessa temática ecológica da CF, o Papa Francisco afirma assim no número 115: O antropocentrismo moderno acabou, paradoxalmente, por colocar a razão técnica acima da realidade, porque este ser humano “já não sente a natureza como norma válida nem como um refúgio vivente. Sem se pôr qualquer hipótese, vê-a, objetivamente, como espaço e matéria onde realizar uma obra em que se imerge completamente, sem se importar com o que possa suceder a ela”². Assim debilita-se o valor intrínseco do mundo. Mas, se o ser humano não redescobre o seu verdadeiro lugar, compreende-se mal a si mesmo e acaba por contradizer a sua própria realidade".
Rádio Vaticano

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF