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domingo, 30 de abril de 2017

Da Primeira Apologia a favor dos cristãos, de São Justino, mártir

(Cap.66-67: PG 6,427-431)     (Séc.I)

A celebração da Eucaristia
        A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou. Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou.
        Os apóstolos, em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de mim. Isto é o meu corpo (Lc 22,19; Mc 14,22); e tomando igualmente o cálice e dando graças, disse: Este é o meu sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais deixamos de recordar estas coisas entre nós. Como que possuímos, socorremos a todos os necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito Santo.
        No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite.
        Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.
        Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água. Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos. 
        Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados.
        Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol,aparecendo aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração.
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III Domingo da Páscoa: É o Senhor!

+ Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Continuamos a celebrar e a viver a Páscoa da Ressurreição de Jesus. Os discípulos fazem a experiência do encontro com o Ressuscitado de vários modos: no caminho, na Palavra anunciada, no Pão partilhado e na comunidade reunida em oração, assim como na pesca milagrosa e na ceia que a sucede (Jo 21,1-19). A missão, simbolizada pela pesca, é lugar do encontro com Cristo. Esta passagem nos leva a reconhecer a presença de Jesus na vida cotidiana, enquanto trabalhamos e quando cumprimos a missão de fazer discípulos através do anúncio a Boa Nova. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus promete estar sempre com eles até o fim. Ele cumpre a sua Palavra, revelando-se em meio aos desafios da missão, conforme nos sugere o texto meditado. Na liturgia e na vida do dia a dia, somos convidados a reconhecer que ele está no meio de nós, como fez o discípulo amado, ao dizer: “É o Senhor!” (Jo 21,7).
A cena do banquete se assemelha àquela de Emaús (Lc 34,34), momento privilegiado para os discípulos reconhecerem a presença do Senhor. A refeição é preparada pelo próprio Jesus; o pão e o peixe são distribuídos por ele (Jo 21,12-13), sendo, portanto, dom ofertado, graça recebida. Por fim, o diálogo entre Jesus e Pedro evoca a tríplice negação ocorrida durante a Paixão. Diante do amor demonstrado por Simão Pedro, Jesus lhe confia o cuidado das suas ovelhas. Ao prolongar a missão do Bom Pastor, Pedro irá assemelhar-se a ele, através da doação da própria vida, conforme indica a conclusão do diálogo (Jo 21, 19). Simão Pedro se torna também a figura exemplar do discípulo, cuja característica fundamental é o amor até a doação total. Ele estava respondendo novamente ao “segue-me” pronunciado por Jesus no início do seu discipulado. O verdadeiro discípulo não vive apenas para si, mas pensa no próximo, ao qual deve amar e servir, inclusive por meio de renúncias e sacrifícios.   
Com o Apocalipse (Ap 5,11-14), nós proclamamos a vitória de Cristo, o Cordeiro imolado e ressuscitado. Diante dele, somos convidados a manifestar “o louvor e a honra, a glória e poder para sempre” (Ap 5,13). Seja o nosso louvor pascal manifestado com os lábios, o coração e a vida. Seja o louvor pascal acompanhado da busca da paz, jamais cedendo à tentação da agressividade em palavras ou atos. A busca da justiça que conduz à paz não se faz através da violência. Pessoas com diferentes posturas, especialmente nos campos da política ou da religião, nunca devem ser tratadas como inimigas, mas sim com o devido respeito, seja em casa, nas redes sociais ou nas ruas. Neste Ano da Misericórdia, redobremos o empenho na promoção da paz!
Continuemos a rezar pela Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que está acontecendo em Aparecida – SP.
Arquidiocese de Brasília

sábado, 29 de abril de 2017

O que precisa saber para reconhecer um falso sacerdote

Imagem referencial / Foto: Pixabay / Dominio público.
REDAÇÃO CENTRAL, 29 Abr. 17 / 04:00 pm (ACI).- Em vários países, multiplicou-se o número de falsos sacerdotes que se valem da boa fé dos fiéis para “oferecer seus serviços” em troca de dinheiro fácil.
Apenas o sacramento da Ordem Sacerdotal consagra aquele que o recebe, configurando-o de modo particular com Jesus Cristo e capacitando-o para atuar na própria pessoa de Cristo para o bem de todo o povo de Deus.
Na seguinte nota, é detalhado como identificar um falso sacerdote e as medidas preventivas para evitar ser enganado.
Como reconhecê-lo?
1. Os falsos sacerdotes não têm paróquia nem território designado porque não pertencem à Igreja Católica, portanto, não se encontram nos registros das dioceses.
2. Saem “oferecendo seus serviços” (missas, sacramentos) e é comum que deem de presente cartões de apresentação para que possam entrar em contato com eles.
3. Costumam atuar em lugares distantes da paróquia da cidade como em pequenas comunidades onde não há sacerdotes. É necessário saber que os sacerdotes católicos não podem celebrar casamentos, batizados e, em geral, oficiar Missas fora da paróquia ou um templo público reconhecido.
4. Criam laços de amizade com os paroquianos e ministram “sacramentos” sem ter em conta os impedimentos.
5. Cobram dinheiro ao final da Missa que celebram, “solicitando uma contribuição econômica”.
6. Pedem donativos para algum lar, orfanato ou asilo que não existe. Em alguns casos, até oferecem seus serviços aos próprios sacerdotes para ajudá-los na festa paroquial ou na Semana Santa.
7. Uma grande porcentagem deles são pessoas que estudaram no seminário, mas por diversas razões foram expulsos; outros serviram em alguma paróquia como sacristãos ou simplesmente encontraram uma forma de extorquir os fiéis e até os mesmos presbíteros porque conhecem as celebrações litúrgicas.
Medidas preventivas
1. Buscar na nossa paróquia orientações sobre os requisitos necessários para a celebração dos sacramentos.
2. Em caso da perda de um familiar, recorrer à paróquia mais próxima ao velório ou à nossa própria paróquia para solicitar os serviços correspondentes.
3. Nunca aceitar sacerdotes que se fazem conhecer por cartões de apresentação ou que oferecem “serviços a domicilio”.
4. Exigir do sacerdote a credencial expedida pela diocese correspondente.
5. Se não é possível encontrar um sacerdote, é obrigação dos fiéis se abster das celebrações dos impostores, pois não têm nenhuma validez.
6. Deve-se denunciar o falso sacerdote imediatamente às autoridades eclesiásticas.
7. Advertir outros fiéis a ter cuidado com o impostor.
Acidigital

Papa Francisco a católicos no Egito: Não temam amar o outro, embora seja um inimigo

Papa pronuncia a homilia na Missa. Foto: Captura Youtube
Por Álvaro de Juana
CAIRO, 29 Abr. 17 / 06:40 am (ACI).- Em uma multitudinária Missa no seu segundo e último dia de visita ao Egito, o Papa Francisco convidou os fiéis a romper o endurecimento do coração e não ter medo de amar o outro, embora seja inimigo.
O Papa pediu a todos os fiéis que regressem com alegria para sua vida cotidiana, junto a seus entes queridos e não tenham medo “de abrir o vosso coração à luz do Ressuscitado”, para que Ele “transforme a vossa incerteza em força positiva para vós e para os outros”. “Não tenhais medo de amar a todos, amigos e inimigos, porque, no amor vivido, está a força e o tesouro do crente”.
Durante a homilia, o Pontífice assinalou que o Evangelho no qual é narrada a aparição de Jesus aos discípulos de Emaús – proclamado na celebração – pode ser resumido em 3 palavras: morte, ressurreição e vida.
Vida
Francisco explicou que “o encontro com Jesus ressuscitado transformou a vida daqueles dois discípulos, porque encontrar o Ressuscitado transforma toda a vida e torna fecunda qualquer esterilidade”.
“De fato, a Ressurreição não é uma fé nascida na Igreja, mas foi a Igreja que nasceu da fé na Ressurreição”.
Sobre a missão da Igreja, o Pontífice pontuou que ela mesma “deve saber e acreditar que Ele está vivo com ela e vivifica-a na Eucaristia, na Sagrada Escritura e nos Sacramentos”.
“A experiência dos discípulos de Emaús ensina-nos que não vale a pena encher os lugares de culto, se os nossos corações estiverem vazios do temor de Deus e da sua presença; não vale a pena rezar, se a nossa oração dirigida a Deus não se transformar em amor dirigido ao irmão; não vale a pena ter muita religiosidade, se não for animada por muita fé e muita caridade; não vale a pena cuidar da aparência, porque Deus vê a alma e o coração e detesta a hipocrisia”. Enfim, “para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita”.
“A fé verdadeira é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos; é a que anima os corações levando-os a amar a todos gratuitamente, sem distinção nem preferências; é a que nos leva a ver no outro, não um inimigo a vencer, mas um irmão a amar, servir e ajudar; é a que nos leva a espalhar, defender e viver a cultura do encontro, do diálogo, do respeito e da fraternidade; é a que nos leva a ter a coragem de perdoar a quem nos ofende, a dar uma mão a quem caiu, a vestir o nu, a alimentar o faminto, a visitar o preso, a ajudar o órfão, a dar de beber ao sedento, a socorrer o idoso e o necessitado”.
“A verdadeira fé é a que nos leva a proteger os direitos dos outros, com a mesma força e o mesmo entusiasmo com que defendemos os nossos. Na realidade, quanto mais se cresce na fé e no seu conhecimento, tanto mais se cresce na humildade e na consciência de ser pequeno”.
Morte
Francisco expressou que os discípulos estavam desorientados após a morte de Jesus e “seu caminho é um voltar atrás; é um afastar-se da experiência dolorosa do Crucificado”. “A crise da Cruz – antes, o ‘escândalo’ e a ‘loucura’ da Cruz – parece ter sepultado todas as suas esperanças. Aquele sobre quem construíram a sua existência morreu, derrotado, levando consigo para o túmulo todas as suas aspirações”.
“Não podiam acreditar que o Mestre e Salvador, que ressuscitara os mortos e curara os doentes, pudesse acabar pregado na cruz da vergonha”.
“Não podiam entender por que razão Deus Todo-Poderoso não O tivesse salvo de uma morte tão ignominiosa. A cruz de Cristo era a cruz das suas ideias sobre Deus; a morte de Cristo era uma morte daquilo que imaginavam ser Deus. Na realidade, eram eles os mortos no sepulcro da sua limitada compreensão”, completou.
Francisco advertiu que muitas vezes o homem “o homem se autoparalisa, recusando-se a superar a sua ideia de Deus, um deus criado à imagem e semelhança do homem”.
Acidigital

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Papa aos coptos ortodoxos no Egito: O sangue inocente dos fiéis nos une

Papa Francisco fala diante do Papa Tawadros II /Foto: Captura Youtube

Por Miguel Pérez Pichel
CAIRO, 28 Abr. 17 / 03:40 pm (ACI).- O Papa Francisco se reuniu com o Papa Tawadros II, Patriarca da Igreja Copta-Ortodoxa, e pronunciou um discurso no qual deu um novo impulso às relações ecumênicas entre católicos e coptos ortodoxos: “Somos chamados a testemunhar Jesus, a levar ao mundo a nossa fé”.
No encontro, que aconteceu na sede do Patriarcado Copto-Ortodoxo no Cairo, o Santo Padre incentivou a oferecer juntos esse testemunho “segundo o modo que é próprio da fé: vivendo-a, porque a presença de Jesus transmite-se com a vida”.
Em concreto, Francisco se referiu à caridade e ao martírio que os cristãos sofrem em muitos lugares do mundo como os principais caminhos pelos quais transcorre o diálogo ecumênico.
“Possam coptas ortodoxos e católicos falar juntos, sempre mais, esta língua comum da caridade: antes de empreender uma iniciativa benfazeja, seria bom perguntar-nos se a poderemos realizar com os nossos irmãos e irmãs que compartilham a fé em Jesus”.
“Assim, construindo a comunhão com o testemunho vivido na existência diária concreta, o Espírito não deixará de abrir caminhos providenciais e inesperados de unidade”.
Sobre o martírio, assinalou que “a maturação do nosso caminho ecumênico é sustentada, de modo misterioso e muito atual, também por um verdadeiro e próprio ecumenismo do sangue”.
Nesse sentido, recordou que “São João escreve que Jesus veio ‘com água e com sangue’; quem acredita Nele, assim ‘vence o mundo’. Com água e sangue: vivendo uma vida nova no nosso Batismo comum, uma vida de amor incessante e por todos, mesmo à custa do sacrifício do sangue”.
O Bispo de Roma se referiu ao Egito como “terra de mártires” e destacou a importante colaboração dos cristãos egípcios à cristandade.
“Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quantos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal! Bem o testemunha o venerável Martirológio da Igreja Copta”.
Além disso, recordou a memória dos cristãos que atualmente seguem derramando seu sangue por sua fé o Egito. “Ainda há pouco, infelizmente, o sangue inocente de fiéis inermes foi cruelmente derramado: o seu sangue inocente nos une”, destacou.
“Caríssimo Irmão – continuou, referindo-se ao Papa Tawadros II –, assim como é única a Jerusalém celeste, assim também é único o nosso martirológio, e os vossos sofrimentos são também os nossos sofrimentos”.
“Fortalecidos pelo vosso testemunho, trabalhemos por nos opor à violência, pregando e semeando o bem, fazendo crescer a concórdia e mantendo a unidade, rezando a fim de que tantos sacrifícios abram o caminho para um futuro de plena comunhão entre nós e de paz para todos”.
Entretanto, “a maravilhosa história de santidade desta terra não é peculiar só pelo sacrifício dos mártires”, assinalou o Pontífice. “Logo que terminaram as perseguições antigas, surgiu uma forma nova de vida que, doada ao Senhor, nada retinha para si: no deserto, começou o monaquismo”.
“Assim, aos grandes sinais que antigamente Deus realizara no Egito e no Mar Vermelho, seguiu-se o prodígio duma vida nova, que fez o deserto florir de santidade. Com veneração por este patrimônio comum, vim como peregrino a esta terra, onde o próprio Senhor gosta de vir: aqui, glorioso, desceu sobre o Monte Sinai; aqui, humilde, encontrou refúgio quando era criança”.
Francisco reconheceu seu grande desejo de se reencontrar com o Patriarca da Igreja Copta-Ortodoxa e recordou os encontros anteriores. “Conservo bem viva a lembrança da visita de Vossa Santidade a Roma, pouco depois da minha eleição no dia 10 de maio de 2013, uma data que felizmente se tornou ocasião para celebrar anualmente o Dia da Amizade Copto-Católica”.
“Na alegria de continuar fraternalmente o nosso caminho ecumênico, desejo recordar, antes de mais nada, aquele marco nas relações entre a Sé de Pedro e a de Marcos que é a Declaração Comum assinada pelos nossos Predecessores, há mais de quarenta anos, em 10 de maio de 1973”.
Em tal Declaração Comum, “juntos, confessamos que pertencemos a Jesus e que Ele é o nosso tudo. Além disso compreendemos que, sendo seus, já não podemos pensar em avançar cada um pela sua estrada, porque trairíamos a sua vontade”.
Em seu discurso, o Papa Francisco afirmou que “há não só um ecumenismo feito de gestos, palavras e compromisso, mas uma comunhão já efetiva, que cresce dia a dia no relacionamento vivo com o Senhor Jesus, está enraizada na fé professada e funda-se realmente no nosso Batismo, em sermos Nele ‘novas criaturas’: em suma, ‘um só Senhor, uma só fé, um só Batismo’”.
“Daqui havemos de partir sempre de novo, para apressar o dia tão desejado em que estaremos em comunhão plena e visível no altar do Senhor”, destacou.
Ao fim do encontro, o Papa Francisco e o Papa Tawadros II assinaram uma declaração conjunta.
Acidigital

Santa Gianna, padroeira das mães, médicos e crianças por nascer

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Abr. 17 / 09:00 am (ACI).- Neste dia 28 de abril, a Igreja celebra Santa Gianna Beretta Molla, padroeira das mães, dos médicos e das crianças por nascer, a quem o Beato Paulo VI descreveu como “uma mãe que, para dar à luz seu bebê, sacrificou a sua própria vida em uma imolação deliberada”.

Gianna Beretta nasceu em 1922 em Magenta, na província de Milão. Desde pequena, acompanhava sua mãe à Missa todos os dias. Aos 15 anos, depois de um retiro segundo o método de Santo Inácio de Loyola, tomou o propósito de “mil vezes morrer a cometer um pecado mortal”.
Foi muito devota da Virgem, tanto que, quando sua mãe morreu, disse a Maria: “Confio em vós, doce Mãe, e tenho a certeza de que nunca me abandonará”. Costumava falar da Mãe de Deus em seus encontros com as meninas da Ação Católica e nas cartas ao seu noivo que logo se tornou seu marido.
Formou-se em medicina e com um firme propósito: “Não esqueçamos que no corpo de nosso paciente existe uma alma imortal. Sejamos honestos e médicos de fé”. Por isso, incentivava as grávidas a terem seus filhos como um presente de Deus e a recusar o aborto.
Depois de discernir, viu que Deus a chamava para a vida matrimonial e teve com seu marido três filhos. No começo da quarta gravidez, tinha que passar por uma cirurgia por causa de um tumor localizado no útero, mas pediu que se preocupassem com a vida do bebê.
A santa recusou se submeter ao aborto “terapêutico” que os médicos propunham e a extirpação do fibroma. Optou por não recorrer a esta prática.
Sofreu uma intervenção cirúrgica e conseguiram salvar o bebê. Meses depois, antes do parto, afirmou: “Se tiverem que escolher entre minha vida e a da criança, não tenham dúvida; escolham – exijo-o – a sua. Salvem-na”.
Deu à luz sua filha em 21 de abril de 1962. Entretanto, Santa Gianna não se recuperou e, em 28 de abril, com fortes dores e repetindo “Jesus, te amo; Jesus te amo”, partiu para a Casa do pai aos 39 anos. Foi canonizada por São João Paulo II em 2004.
Acidigital

Dos Sermões de São Teodoro Estudita

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(Oratio inadorationem crucis: PG99,691-694.695.698-699)     (Séc.IX)


É preciosa e vivificante a cruz de Cristo
        Ó preciosíssimo dom da cruz! Vede o esplendor de sua forma! Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.
        É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano. 
        Sobre esta árvore o Senhor, como um valente guerreiro,ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa. 
        Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória. 
        Não é sem razão que o Apóstolo exclama: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo (Gl 6,14). Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos que brotaram da cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado. 
        Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e Indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber:  
        Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira? 
        E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o povo de Deus? 
        Símbolo da cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo. 
        Abraão também prenunciou a cruz, quando colocou seu filho amarado sobre o feixe de lenha. 
        Pela cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados e todos os que creem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes.
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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Papa: mundo atual precisa de testemunhas do Evangelho

Papa Francisco com os membros da Papal Foundation - ANSA
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (27/04), na Sala Clementina, no Vaticano, duzentos e vinte e cinco membros da Papal Foundation, por ocasião de sua visita anual a Roma. 
Essa organização católica estadunidense sustenta obras caritativas em várias partes do mundo, em nome do Papa.
“O nosso encontro é permeado pela alegria do tempo pascal, em que a Igreja celebra a vitória do Senhor sobre a morte e o dom da vida nova no Espírito Santo. Desejo que essa peregrinação à Cidade Eterna os reforce na fé e na esperança, e no compromisso em promover a missão da Igreja, apoiando muitas iniciativas de natureza religiosa e caritativa presentes no coração do Papa.”
“O mundo atual, muitas vezes marcado pela violência, avidez e indiferença, precisa do nosso testemunho da mensagem de esperança na força redentora e reconciliadora do amor de Deus, que emana do Evangelho”, disse ainda o Pontífice, que agradeceu a Papal Foundation por apoiar os esforços da Igreja na proclamação dessa mensagem de esperança até os confins da terra e pelo trabalho em prol “do progresso espiritual e material de nossos irmãos e irmãs do mundo, especialmente nos países em via de desenvolvimento”. 
“Cada um de nós, como membro vivo do Corpo de Cristo, é chamado a promover a unidade e a paz da família humana e de todos aqueles que a compõem, segundo a vontade do Pai, em Cristo.”
O Papa pediu aos membros da  Papal Foundation para “rezar pelas necessidades dos pobres, pela conversão dos corações, a difusão do Evangelho e pelo crescimento da Igreja na santidade e zelo missionário”.
Antes de conceder a bênção apostólica, o Papa Francisco recomendou os membros da fundação e suas famílias à intercessão amorosa de Maria, Mãe da Igreja, e desejou-lhes alegria e paz no Senhor. 
(MJ)
Rádio Vaticano

Dos Tratados de São Gaudêncio, bispo de Bréscia

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(Tract.2:CSEL68,30-32)             (Séc.V)


O dom do Novo Testamento concedido como herança
O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente um dom do Novo Testamento concedido como herança; é o dom que ele nos deixou como garantia da sua presença, na noite em que foi entregue para ser crucificado. Este é o viático da nossa peregrinação. É o alimento que nos sustenta nos caminhos desta vida até o dia em que, partindo deste mundo, formos ao encontro do Senhor. Pois ele mesmo disse: Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53).
Ele quis efetivamente com seus dons permanecer junto de nós; quis que as almas, remidas com o seu sangue precioso, se santificassem continuamente pelo memorial de sua Paixão. Por esse motivo, ordenou aos seus discípulos fiéis, constituídos como primeiros sacerdotes de sua Igreja, que sem cessar celebrassem estes mistérios da vida eterna. É necessário, portanto, que estes sacramentos sejam celebrados por todos os sacerdotes em cada Igreja do mundo inteiro, até que Cristo desça novamente dos céus. Deste modo, tanto os sacerdotes como todo o povo fiel, tendo diariamente ante os olhos o sacramento da Paixão de Cristo, tomando-o nas suas mãos e recebendo-o na boca e no coração, guardem indelével a memória de nossa redenção.
Com razão se considera o pão como uma imagem inteligível do Corpo de Cristo. De fato, assim como para fazer o pão é necessário reunir muitos grãos de trigo, transformá-los em farinha, amassar a farinha com água e cozê-la ao fogo, assim também o Corpo de Cristo reúne a multidão de todo o gênero humano e o leva à perfeita unidade de um só corpo por meio do fogo do Espírito Santo.
Cristo nasceu pelo poder do Espírito Santo. E porque convinha que nele se cumprisse toda a justiça, penetrou nas águas do batismo para santificá-las, e saiu do rio Jordão cheio do Espírito Santo que tinha descido sobre ele em forma de pomba. O evangelista dá testemunho disso dizendo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão (Lc 4,1).
Do mesmo modo, o vinho do seu sangue, proveniente de muitos cachos, quer dizer, feito das uvas da videira por ele plantada, espremido no lagar da cruz, fermenta por si mesmo em amplos recipientes que são os corações dos fiéis. Todos vós, pois, que fostes libertados do Egito e do poder do Faraó, isto é, do demônio, recebei com santa avidez de coração junto conosco, este sacrifício pascal portador de salvação. E assim, sejamos santificados até o mais íntimo de nosso ser por Jesus Cristo nosso Senhor, que cremos estar presente em seus sacramentos. Seu poder inestimável permanece por todos os séculos.
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terça-feira, 25 de abril de 2017

Cardeal Sergio da Rocha toma posse do título cardinalício em Roma

O arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, tomou posse no último domingo, 23, do Título Cardinalício na Basílica de Santa Cruz, em Roma, para qual foi designado pelo Papa Francisco, quando foi criado cardeal.
Segundo o cardeal este é um “ato simbólico, de significado muito precioso”, pois é “sinal da comunhão com o Santo Padre e com a Igreja em Roma”.
Dom Sergio da Rocha foi criado cardeal pelo Papa Francisco, em 19 de novembro de 2016, na Basílica de São Pedro, no Consistório Ordinário Público para a criação de 17 novos cardeais.
O cardeal foi nomeado arcebispo de Brasília em 15 de junho de 2011 pelo Papa Bento XVI e desde abril de 2015 preside a CNBB.
Por Kamila Aleixo
Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF