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domingo, 28 de maio de 2017

Solenidade da Ascensão do Senhor


+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Na solenidade da Ascensão do Senhor, celebramos o mistério da fé que professamos ao rezar o Creio: “Jesus subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso”. O Catecismo da Igreja Católica, ao falar da Ascensão do Senhor, ressalta a atitude da esperança que deve nos animar sempre, especialmente diante da morte: “Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, nos precede no Reino glorioso do Pai para que nós, membros de seu Corpo, vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele”. O fundamento da nossa esperança é Cristo Ressuscitado, vencedor da morte. Quem crê na ressurreição e na vida eterna, jamais se desespera diante da morte; ao contrário, permanece firme na esperança.

Ao mesmo tempo, a esperança que brota da fé no Ressuscitado, se completa com a atitude de responsabilidade na vida presente. No relato da Ascensão, conforme os Atos dos Apóstolos, os anjos perguntam aos apóstolos: “por que ficais aqui parados, olhando para o céu?” (At 1,11). Os discípulos de Jesus não podem “ficar parados”, olhando para o céu. O olhar para o céu deve nos levar a caminhar, cumprindo a missão que Jesus deixou, conforme o Evangelho: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28, 19).
Em resposta ao mandato missionário, os discípulos saíram para anunciar o Evangelho por todo o mundo. Hoje, somos nós, os discípulos chamados a anunciar e a testemunhar Jesus Cristo, em casa, no trabalho, na escola e nos diversos ambientes. Nesta missão, não estamos sozinhos. Ele prometeu estar sempre com os discípulos enviados em missão: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). As nossas comunidades devem estar em estado permanente de missão. Devemos ir ao encontro de todos, especialmente das ovelhas sofridas ou dispersas do rebanho. Para tanto, é preciso valorizar os meios de comunicação social. Celebra-se, a cada ano, neste domingo, o Dia mundial das Comunicações Sociais. Em sua mensagem para este dia, o Papa Francisco aborda o tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo (Is. 43,5). Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”.
Iniciamos a preparação para Pentecostes, a ser celebrado no próximo domingo, e a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que neste ano tem como tema “Reconciliação: É o amor de Cristo que nos move” (2Cor 5,14-20).  Preparando Pentecostes, somos convidados a superar as divisões, orando pela unidade dos cristãos e promovendo a reconciliação e a paz, confiantes na ação do Espírito Santo.
Arquidiocese de Brasília

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

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(Sermo 2 de Ascensione, 1-4: PL 54, 397-399)            (Séc.V)


A ascensão do Senhor aumenta a nossa fé
        Assim como na solenidade pascal a ressurreição do Senhor foi para nós motivo de grande júbilo, agora também a sua ascensão aos céus nos enche de imensa alegria. Pois recordamos e celebramos aquele dia em que a humildade da nossa natureza foi exaltada, em Cristo, acima de toda a milícia celeste, sobre todas as hierarquias dos anjos, para além da sublimidade de todas as potestades, e associada ao trono de Deus Pai. Toda a vida cristã se funda e se eleva sobre uma série admirável de ações divinas, pelas quais a graça de Deus nos manifesta sabiamente todos os seus prodígios. De tal modo isto acontece que, embora se trate de mistérios que escapam à capacidade humana de compreensão e que inspiram um profundo temor reverencial, nem assim vacile a fé, esmoreça a esperança ou esfrie a caridade.
        Nisto consiste, efetivamente, o vigor das grandes almas e a luz dos corações fiéis: crer, sem hesitação, naquilo que não se vê com os olhos do corpo, e fixar o desejo onde a vista não pode chegar. Como poderia nascer esta piedade, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se a nossa salvação consistisse apenas naquilo que nos é dado ver?
        Na verdade, tudo o que na vida de nosso Redentor era visível passou para os ritos sacramentais; e para que a nossa fé fosse mais firme e autêntica, à visão sucedeu a doutrina, em cuja autoridade se devem apoiar os corações dos que creem, iluminados pela luz celeste.
        Esta fé, aumentada com a ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, nem os grilhões nem os cárceres nem os exílios nem a fome nem o fogo nem as dilacerações das feras nem os tormentos inventados pela crueldade dos perseguidores jamais puderam atemorizá-la. Em defesa desta fé, através de todo o mundo, homens e mulheres, meninos de tenra idade e moças na flor da juventude combateram até ao derramamento do sangue. Esta fé
expulsou os demônios, afastou as doenças, ressuscitou os mortos.
        Os santos apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se Atemorizavam perante as atrocidades da paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de sua ressurreição. Porém, com a ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria. Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade daquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do seu corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer à terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu.
        A partir de então, caríssimos filhos, o Filho do homem deu-se a conhecer de modo mais sagrado e profundo como Filho de Deus. Ao ser acolhido na glória da majestade do Pai começou, de um modo novo e inefável, a estar mais presente no meio de nós pela divindade quando sua humanidade visível se ocultou de nós.
Por conseguinte, a nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não mais necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, pela qual ele é inferior ao Pai. Pois, subsistindo a natureza do corpo glorificado, a fé dos que creem é atraída para lá, onde o Filho Unigênito, igual ao Pai, poderá ser tocado não mais pela mão carnal, mas pela contemplação do espírito.
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terça-feira, 23 de maio de 2017

Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

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Da Primeira Carta de São João             2,12-17

O cumprimento da vontade de Deus
        12Eu vos escrevo, filhinhos: os vossos pecados foram perdoados por meio do seu nome. 13Eu vos escrevo, pais: vós conheceis aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevo, jovens: vós vencestes o Maligno. 14Já vos escrevi, filhinhos: vós conheceis o Pai. Já vos escrevi, jovens: vós sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.
        15Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. 16Porque tudo o que há no mundo – as paixões da natureza, a concupiscência dos olhos e a ostentação da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo. 17Ora, o mundo passa, e também a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.


(Lib. 11,11: PG 74,559-562)        (Séc.V)

Cristo é o vínculo da unidade
        Cada vez que participamos do corpo sagrado de Cristo, unimo-nos a ele corporalmente, como afirma São Paulo ao falar do mistério do amor misericordioso de Deus: Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo (Ef 3,5-6).
        Ora, se todos nós formamos um só corpo em Cristo, não apenas uns com os outros, mas também com aquele que habita em nós pela sua carne, por que não vivemos plenamente esta união existente entre nós e com Cristo? Com efeito, Cristo é o vínculo da unidade, por ser ao mesmo tempo Deus e homem.
        Seguindo o mesmo caminho, podemos falar da nossa união espiritual, afirmando que todos nós, ao recebermos o único e mesmo Espírito Santo, nos unimos uns com os outros e com Deus. Embora estejamos separados, somos muitos e, em cada um de nós, Cristo faz habitar o Espírito do Pai que é também o seu. Todavia, o Espírito é um só e indivisível e, com a sua presença e ação, reúne os que individualmente são distintos uns dos outros, fazendo com que em si mesmo todos sejam um só. Assim como a virtude do corpo sagrado de Cristo transforma num só corpo os que dele participam, parece-me que o único e indivisível Espírito de Deus, habitando em cada um, vincula a todos numa unidade espiritual.
        Por isso, novamente São Paulo se dirige a nós: Suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos em guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. Há uma só fé, um só Senhor, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos (Ef 4,2-6). Se efetivamente é um só Espírito que habita em nós, também o único Deus e Pai de todos estará em nós por seu Filho, unindo entre si e consigo todos os que participam do mesmo Espírito.
        Desde agora, torna-se evidente que, de alguma maneira, estamos unidos ao Espírito Santo por participação. De fato, se de uma vez por todas abandonamos a vida puramente natural e obedecemos às leis do espírito, é claro que, deixando de lado a nossa vida anterior e unindo-nos ao Espírito Santo, adquirimos uma configuração espiritual e, até certo ponto, transformamos em outra a nossa natureza. Assim já não somos simplesmente homens, mas filhos de Deus e habitantes do céu, pelo fato de nos termos tornado participantes da natureza divina.
        Todos, portanto, somos um só no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Um só, repito, pela identidade de condição, um só pela união da caridade, pela comunhão do corpo sagrado de Cristo e pela participação do único Espírito Santo.
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Não há nada mais belo na vida do que casar-se e formar uma família, disse o Papa

Papa abençoa uma família. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Roma, 22 Mai. 17 / 02:00 pm (ACI).- Durante a sua visita na tarde de ontem à paróquia São Pedro Damião, em Roma, o Papa Francisco respondeu as perguntas que várias crianças da catequese fizeram em um divertido encontro e afirmou que não há nada mais bonito na vida do que formar uma família.

“O que as crianças podem fazer para salvar o mundo? Como descobriu a sua vocação sacerdotal? O que podemos fazer para seguir melhor a Jesus? Qual esporte praticava aos 11 anos?”, foram as perguntas que lhe fizeram.
Francisco assegurou em uma das suas respostas que “na vida é muito belo casar-se, é lindo. É belo ter uma família, um pai e uma mãe, avós, tios... É lindo, é uma graça. E cada um de vocês tem pais, avós, tios, têm uma família. Aplaudamos todos eles. Seus pais se sacrificaram por vocês, para ajudá-los a crescer, e isso é algo bonito, é uma vocação: formar uma família”.
Mas “também há outra vocação: ser freira ou sacerdote”, acrescentou. “Eu tinha 16 anos e senti que o Senhor queria que eu fosse sacerdote. E aqui estou! Sou sacerdote. Esta é a resposta. Uma pessoa sente no seu coração: quando um menino sente no coração simpatia e depois essa simpatia continua, e sente amor por uma menina e logo ficam noivos e se casam, assim sente no coração quando o Senhor lhe diz: ‘Deve seguir em frente no caminho para ser sacerdote’. E foi assim que eu senti. Como se sentem as coisas belas da vida”.
O Papa também disse às crianças que “cada um de nós tem um lugar na vida”. “Jesus quer que alguns se casem, que formem uma família, e que outros sejam sacerdotes ou religiosas... Mas todas as pessoas tem um caminho na vida”.
“E para a maioria é que sejam como vocês, como seus pais: fiéis leigos que formam uma bela família, que cuidam dos seus filhos, que os ajudam a crescer na fé. Eu estava em uma família: com cinco irmãos felizes. Meu pai trabalhava, quando chegava do trabalho, nós brincávamos. Uma vez brincamos de se jogar com o guarda-chuva do balcão para brincar de paraquedas. Meu irmão está vivo por milagre”.
“Estas brincadeiras são perigosas. Mas éramos felizes. Mamãe e papai nos ajudavam a seguir em frente, na escola, e também se preocupavam conosco”, comentou.
Francisco continuou respondendo as perguntas das crianças e disse: “O mundo é grande”. “Um menino, uma menina, podem ajudar na salvação do mundo?”.
É possível ajudar o mundo “respeitando as pessoas, também aquelas que não gostam de nós, e se alguém me fez mal, o que devo fazer?”. “Também devemos respeitá-los. E brincar direito também ajuda a salvar o mundo, porque a alegria ajuda Jesus a salvar o mundo”, respondeu.
“Quando eu tinha a tua idade, (11 anos), jogava futebol. Mas, eu não era muito bom jogando futebol, e entre nós, aqueles que não jogam bem eram chamados de ‘perna de pau’. Eu era um ‘perna de pau’ e, por isso, frequentemente era escalado para ficar no gol, para não precisar me mexer: era o meu papel”.
Acidigital

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Santa Rita de Cássia: Exemplo de Mulher, Mãe, Esposa e Santidade

Sta. Rita de Cássia | Facebook
História de Santa Rita de Cássia

Margherita Lotti, mais conhecida como Rita, nasceu em 22 de maio de 1381, na cidade de Rocca Porena, perto de Cássia, na Itália.
Desde criança, Rita manifestava a intenção de ser religiosa, viver de oração e ajudar a sofrida humanidade.
Mas seus pais já idosos, Antônio Mancini e Amada Ferri, com medo de que a filha única ficasse sozinha, arranjaram o casamento da jovem com um rapaz de família nobre, Paulo Fernando.
Paulo não era, nem de longe, modelo de homem e de pai de família. Era agressivo, bruto, dominador, irresponsável e sempre humilhava a esposa.
Foi com muita humildade, paciência e oração que Rita aguentou o marido por 18 anos, e ainda teve dois filhos com ele: João Tiago e Paulo Maria. 
Com persistência e oração de Rita, Paulo um dia alcançou a conversão. Mas foi tarde demais. Pouco tempo depois, o homem acabou sendo assassinado por vingança.
Os filhos adolescentes logo se dispuseram a vingar a morte do pai, mas Rita se opôs. Sem conseguir mudar a ideia fixa dos rapazes, de vingarem o pai, Rita então pediu a Deus em oração, que seus filhos fossem levados para junto do pai, pois não aguentaria vê-los cometerem tamanho pecado.
Em menos de um ano da morte do marido, Rita também estava sem os filhos, alvos da peste que atingiu toda a Europa, na época.
Sem nada e ninguém, Rita resolveu dedicar-se inteiramente a Deus; e procurou o Convento das Irmãs Agostinianas de Santa Maria Madalena, em Cássia. Como era viúva, não pôde ingressar na vida religiosa.
Em certa noite, enquanto repetia suas orações fervorosas diárias, Rita foi pega de surpresa pela visita de três santos de sua devoção: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino.
Conta-se que os santos ultrapassaram as diversas passagens físicas com Rita e a colocaram em um claustro. A ação foi considerada um milagre pela irmã superiora, que a admitiu no convento.
Em uma de suas fervorosas orações, diante da Imagem de Cristo Crucificado, Rita pediu a graça de poder sofrer como Ele sofreu na cruz, e um espinho se desprendeu da coroa de Cristo e cravou-se na testa da religiosa, permanecendo ali por toda vida.
Em 1457, já muito doente e de cama, Rita fez o seu último pedido: uma rosa e dois figos da horta que ela mantinha aos fundos de sua casa.
As irmãs ficaram tristes porque não poderiam atender ao pedido, já que a cidade passava por um inverno rigoroso, com forte geada, que matou quase todas as plantações locais.
Chegando à casa de Rita, as irmãs se surpreenderam, pois as plantas conservaram-se vivas, com belas rosas e frutas suculentas.
Rita faleceu em 1457, aos 76 anos.
Foi beatificada em 1627 pelo Papa Urbano VIII, e Canonizada em 1900, pelo Papa Leão XIII.
Santa Rita de Cássia é a Santa das causas impossíveis e padroeira dos doentes e das mães.

Corpo incorrupto
Santa Rita de Cássia, é uma dos dez santos que, inexplicavelmente, após a morte continuam com os corpos preservados.
Santa Rita de Cássia faleceu em 1457 e seu corpo incorrupto pode ser visitado na Basílica de Santa Rita em Cassia, na Itália.
Há rumores que os olhos da santa já foram flagrados se abrindo e fechando sozinhos, e que o corpo dela se mexe de várias maneiras no interior da urna de cristal que a guarda.

Oração a Santa Rita de Cássia
Ó poderosa e gloriosa Santa Rita,
eis a vossos pés um alma desamparada que,
necessitando de auxílio,
a vós recorre com a doce esperança
de ser atendida por vós
que tendes o incomparável título
de SANTA DOS CASOS IMPOSSÍVEIS E DESESPERADOS.

Ó cara Santa, interessai-vos pela minha causa,
intercedei junto a Deus
para que me conceda a graça
de que tanto necessito (dizer a graça que deseja).

Não permitais que tenha de me afastar
dos vossos pés sem ser atendido.
Se houver em mim algum obstáculo
que me impeça de obter a graça que imploro,
auxiliai-me para que o afaste.
Envolvei o meu pedido
em vosso preciosos méritos
e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus,
em união com a vossa prece.

Ó Santa Rita,
eu ponho em vós toda a minha confiança;
por vosso intermédio,
espero tranquilamente a graça que vos peço.

Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.

Arquidiocese de Brasília

Do Tratado sobre a Trindade, de Dídimo de Alexandria

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(Liv. 2,12: PG 39,667-674)         (Séc.IV)


O Espírito Santo nos renova pelo batismo
        O Espírito Santo, que é Deus juntamente com o Pai e o Filho, nos renova pelo batismo; e do nosso estado de imperfeição, reintegra-nos na beleza primitiva. Torna-nos de tal forma repletos de sua graça, que não podemos admitir em nós qualquer coisa que não deva ser desejada. Além disso, liberta-nos do pecado e da morte. E de terrenos que somos, quer dizer, feitos do pó da terra, nos faz espirituais, participantes da glória divina, filhos e herdeiros de Deus Pai.
        Faz-nos ainda conformes à imagem do Filho, seus co-herdeiros e irmãos, destinados a ser um dia glorificados e a reinar com ele. Em vez da terra, dá-nos de novo o céu, abre-nos generosamente as portas do paraíso, honra-nos mais do que os próprios anjos. E com as águas divinas do batismo, apaga as imensas e inextinguíveis chamas do inferno.
        Os homens são concebidos duas vezes: uma corporalmente, a outra, pelo divino Espírito. Acerca de um e de outro nascimento, escreveram muito bem os autores sagrados. Citarei o nome e a doutrina de cada um.
        João diz: A todos que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,12-13).
        Todos os que acreditaram em Cristo, afirma ele, receberam a capacidade de se tornarem filhos de Deus, quer dizer, do Espírito Santo, e participantes da natureza divina. E para ficar bem claro que o Deus que gera é o Espírito Santo, acrescenta estas palavras de Cristo: Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3,5).
        A fonte batismal dá à luz de maneira visível nosso corpo visível, pelo ministério dos sacerdotes; mas o Espírito de Deus, invisível a todas as inteligências, é que batiza e regenera simultaneamente o corpo e a alma, pelo ministério dos anjos.
        João Batista, historicamente e de acordo com esta expressão: da água e do Espírito, diz a respeito de Cristo: Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11; Lc 3,16).
        Como um vaso de barro, o homem precisa primeiro ser purificado pela água; em seguida, fortalecido e aperfeiçoado pelo fogo espiritual (Deus, com efeito, é um fogo devorador). Precisamos, portanto, do Espírito Santo para nossa perfeição e renovação. Pois o fogo espiritual sabe também regar, e a água batismal é também capaz de queimar como o fogo.
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domingo, 21 de maio de 2017

Papa: o Evangelho une e a ideologia divide

Cidade do Vaticano (RV) - A graça da conversão “à unidade da Igreja, ao Espírito Santo e à verdadeira doutrina”. Esta foi a oração do Papa na homilia da missa celebrada na manhã desta sexta-feira (19/05) na Casa Santa Marta.
Francisco comentou a Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, e observou que também na primeira comunidade cristã “havia ciúmes, lutas de poder, algum espertinho que – explicou – queria ganhar e comprar o poder”. Portanto, “sempre houve problemas”: “somos humanos, somos pecadores” e as dificuldades existem, inclusive na Igreja, mas ser pecadores nos leva à humildade e a nos aproximar do Senhor, “como salvador dos nossos pecados”. A propósito dos pagãos que o Espírito Santo convida à conversão, o Pontífice recordou que, no trecho, os apóstolos e os anciãos escolhem alguns deles para ir até Antioquia com Paulo e Barnabé. Os grupos descritos são dois:
“O grupo dos apóstolos que quer discutir o problema e os outros que criam problemas, dividem, dividem a Igreja, dizem que aquilo que os apóstolos pregam não é o que disse Jesus, que não é a verdade”.
Os apóstolos discutem entre si e, no final, entram num acordo:
“Mas não é um acordo politico, é a inspiração do Espírito Santo que os leva a dizer: nada de coisas, nada de exigências. Mas só o que dizem: não comer carne naquele período, a carne sacrificada aos ídolos porque era fazer comunhão com os ídolos, abster-se do sangue, dos animais sufocados e das uniões ilegítimas”.
O Papa destacou a “liberdade do Espírito” que leva ao “acordo”: assim, diz, os pagãos podem entrar na Igreja. Tratou-se, no fundo, de um “primeiro Concílio” da Igreja – “o Espírito Santo e eles, o Papa com os bispos, todos juntos” – reunidos “para esclarecer a doutrina” e seguido, no decorrer dos séculos, por exemplo pelo de Éfeso e do Vaticano II, porque “é um dever da Igreja esclarecer a doutrina” para “se entender bem o que Jesus disse nos Evangelhos, qual é o Espírito dos Evangelhos”.
“Mas sempre existiram essas pessoas que, sem qualquer autoridade, turbam a comunidade cristã com discursos que transtornam as almas: “Eh, não. Isso que foi dito é herético, não se pode dizer, isso não, a doutrina da Igreja é esta…”. E são fanáticos por coisas que não são claras, como esses fanáticos que semeavam intrigas para dividir a comunidade cristã. E este é o problema: quando a doutrina da Igreja, a que vem do Evangelho, que o Espírito Santo inspira, esta doutrina se torna ideologia. E este é o grande erro dessas pessoas”.
Esses indivíduos - explicou - “não eram fiéis, eram ideologizados”, tinham uma ideologia “que fechava o coração para a obra do Espírito Santo”. Ao invés, os apóstolos certamente discutiram de maneira enérgica, mas não eram ideologizados: “tinham o coração aberto ao que o Espírito dizia.
A exortação final do Papa foi para não se deixar intimidar diante das “opiniões dos ideólogos da doutrina”. A Igreja, concluiu Francisco, tem “o seu próprio magistério, o magistério do Papa, dos bispos, dos concílios”, e devemos caminhar nesta estrada “que vem da pregação de Jesus e do ensinamento e da assistência do Espirito Santo”, que está “sempre aberta, sempre livre”, porque a doutrina une, os concílios unem a comunidade cristã”, enquanto “a ideologia divide”.
Rádio Vaticano

Dos Comentários sobre a Segunda Carta aos Coríntios, de São Cirilo de Alexandria,bispo

Dos Comentários sobre a Segunda Carta aos Coríntios
(Cap.5,5-6,2: PG 74,942-943)            (Séc.V)

Deus, por Cristo, nos reconciliou consigo
e nos confiou o ministério da reconciliação
        Os que possuem o penhor do Espírito e vivem na esperança da ressurreição, como se já possuíssem aquilo que esperam,podem dizer que desde agora não reconhecem a ninguém segundo a carne; pois somos todos espirituais e isentos da corrupção da carne. Com efeito, desde que brilhou para nós a Luz do Unigênito de Deus, fomos transformados no próprio Verbo que dá vida a todas as coisas. E assim como nos sentíamos acorrentados pelos laços da morte, quando reinava o pecado, agora ficamos livres da corrupção, ao chegar a justiça de Cristo.

        Por conseguinte, doravante ninguém vive mais sob o domínio da carne, isto é, sujeito à fraqueza carnal. A ela com certeza, entre outras coisas, deve ser atribuída a corrupção. Neste sentido afirma o apóstolo Paulo: Se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne,agora já não o conhecemos assim (2Cor 5,16). Como se quisesse dizer: O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), sujeitando-se à morte segundo a carne, para a salvação de todos. Foi deste modo que o conhecemos; todavia, desde este momento, já não é mais assim que o reconhecemos. É verdade que ele conserva a sua carne, pois ressuscitou ao terceiro dia, e vive no céu, à direita do Pai; mas a sua existência é superior à vida da carne. Tendo morrido uma vez, Cristo não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive (Rm 6,9-10).

        Então, se ele se apresentou diante de nós como modelo de vida, é absolutamente necessário que também nós, seguindo seus passos, façamos parte daqueles que não vivem mais na carne mas acima da carne. É o que diz o grande Paulo, com toda razão: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17). Fomos justificados pela fé em Cristo e terminou o domínio da maldade. Uma vez que ele ressuscitou por nossa causa, calcando aos pés o poder da morte, nós conhecemos aquele que por sua própria natureza é o verdadeiro Deus. É a ele que prestamos culto em espírito e verdade, por intermédio de seu Filho que distribui sobre o mundo as bênçãos divinas do Pai.

Por esse motivo, São Paulo diz com muita sabedoria: Tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo (2Cor 5,18). Realmente, o mistério da encarnação e a renovação a que ela deu origem não se realizaram sem a vontade do Pai. É por Cristo que temos acesso ao Pai, como ele próprio afirma: ninguém pode ir ao Pai senão por ele. Portanto, tudo vem de Deus que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação.

Fonte: www.liturgiadashoras.org

6º Domingo da Páscoa: O Espírito da Verdade e Defensor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos para celebrar as solenidades da Ascensão do Senhor e de Pentecostes nos próximos domingos, completando o Tempo Pascal. O Evangelho, hoje proclamado, nos prepara para essas grandes celebrações pascais, recordando-nos a promessa de Jesus de não deixar “órfãos” os seus discípulos, ao retornar para o Pai, enviando-lhes o Espírito Santo. Jesus o apresenta como o “defensor” que permanece sempre com os discípulos, o “Espírito da verdade”, que estará “junto” dos discípulos e “dentro” deles (Jo 14,16-17). Para receber a manifestação de Jesus e acolher o dom do Espírito, somos convidados a acolher e observar os seus mandamentos.
Desde o início deste tempo litúrgico, temos sido motivados a vivenciar a Páscoa que celebramos. Por isso, a promessa de Jesus, já cumprida, se dirige também a nós. A nós, hoje, o Senhor promete não nos deixar sozinhos e nos oferece o dom do Espírito da verdade, o defensor. Nós somos agraciados com a presença do Ressuscitado e com o dom do seu Espírito. A esses dons, respondemos com o louvor e com o cumprimento de sua Palavra. Toda a terra é chamada a aclamar a Deus e cantar salmos a seu nome glorioso (Salmo 65). Para tanto, é preciso anunciar o Evangelho a todos os povos, como fez corajosamente Filipe, na Samaria (At 8,5).
A primeira carta de São Pedro nos alerta: “estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que pedir” (1Pd 3,15). A fé celebrada se transforma em fé vivida e testemunhada, também entre aqueles que não creem em Cristo. O verdadeiro discípulo se torna um missionário, capaz de dar as razões da fé. Faz isso “com mansidão e respeito e com boa consciência”, mesmo em situações adversas à fé cristã ou em meio a sofrimentos, por praticar o bem.
Para que a missão evangelizadora da Igreja continue a se cumprir, no mundo de hoje, necessitamos de cristãos com o coração missionário. Os Bispos do Brasil, na última Assembleia da CNBB, aprovaram um valioso documento sobre a “Iniciação à Vida Cristã: Itinerário para Formar Discípulos Missionários”, destinado ao conjunto da Igreja no Brasil e, de modo especial, aos que se dedicam a preparação, celebração e vivência dos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia. A catequese a serviço da Iniciação Cristã necessita do apoio de toda a Comunidade para ser um itinerário de formação de discípulos missionários. Cada Paróquia seja uma comunidade acolhedora, que sustenta com a sua oração e testemunho de fé, aqueles que estão percorrendo o caminho da Iniciação Cristã, crianças, jovens e adultos. Seja a nossa Igreja, “casa da Iniciação Cristã”, capaz de compartilhar as razões da nossa fé em Cristo, com convicção e alegria!
Arquidiocese de Brasília

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Egito estuda promover a Rota da Sagrada Família

Descanso na Fuga para o Egito / Foto: Pintura de Bartolomé Esteban Murillo
Roma, 17 Mai. 17 / 11:00 am (ACI).- A fim de promover o turismo religioso, o governo egípcio e a Santa Sé estudam a possibilidade de oferecer aos peregrinos a “Rota da Sagrada Família”, referindo-se ao caminho que percorreram José e Maria de Belém ao Egito para salvar o Menino Jesus do rei Herodes.
Segundo informaram meios de comunicação egípcios, o ministro de Turismo deste país, Yehia Rashed, viajou a Roma na semana passada para se reunir com autoridades vaticanas para discutir a possibilidade de promover essa rota.
A imprensa egípcia, citando um comunicado divulgado pelo Ministério, assinalou que o objetivo é atrair um grande número de turistas do mundo inteiro.
Rashed disse que a sua viagem a Roma é o resultado da visita que o Papa Francisco fez ao Egito nos dias 28 e 29 de abril e foi chamada de “histórica”.
O capítulo 2 do Evangelho de São Mateus relata que depois que os Magos foram embora de Belém por um caminho diferente – a fim de evitar se encontrar com Herodes –, “um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
José “se levantou durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes”.
Acidigital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF