Papa Francisco no Ângelus de hoje. Captura de Youtube
VATICANO, 27 Ago. 17 / 09:10 am (ACI).- Antes da oração do Ângelus deste domingo, o Papa Francisco fez uma reflexão na qual destacou que cada católico, cada fiel batizado é uma pedra viva, pequena e preciosa, que nas mãos de Jesus se orienta à construção da Igreja.
Em sua meditação sobre o Evangelho deste domingo, no qual o Senhor diz a Pedro que ele é a pedra sobre a qual construirá a Igreja, o Santo Padre ressaltou que “também conosco hoje, Jesus quer continuar construindo a Igreja, esta casa com fundamentos sólidos, mas onde não faltam rachaduras”, que, além disso, tem “uma contínua necessidade de ser reformada, reparada”.
“Certamente, nós não nos sentimos rocha, mas apenas pequenas pedras. Entretanto, nenhuma pedra pequena é inútil, antes pelo contrário, nas mãos de Jesus a menor pedra se torna preciosa, porque Ele a recolhe, a guarda com grande ternura, a trabalha com o seu Espírito, e a coloca no seu lugar certo, que Ele desde sempre pensou e onde pode ser mais útil para toda a construção”.
Francisco sublinhou que “cada um de nós é uma pequena pedra, mas nas mãos de Jesus participa da construção da Igreja”.
“Todos nós, por menores que sejamos, nos tornamos ‘pedras vivas’, porque quando Jesus pega a sua pedra, a faz sua, a torna viva, cheia de vida, repleta de vida pelo Espírito Santo, repleta de vida de seu amor, e assim temos um lugar e uma missão na Igreja: ela é comunidade de vida, feita de tantas pedras, todas diferentes, que formam um único edifício no sinal da fraternidade e da comunhão”.
O Papa disse também que “o Evangelho deste domingo (Mt 16,13-20) nos recorda uma passagem chave no caminho de Jesus com seus discípulos: o momento em que Ele quer verificar até que ponto ele têm fé Nele”.
O Santo Padre ressalta a resposta de Pedro, que surge do coração: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. “Simão Pedro encontra em seus lábios palavras que são maiores do que ele, palavras que não vem de suas capacidades naturais”.
Da resposta do primeiro Papa, prossegue Francisco, “Jesus compreende que, graças à fé dada pelo Pai, existe um fundamento sólido sobre o qual se pode construir a sua comunidade, a sua Igreja. Por isto diz a Simão: ‘Tu és Pedro – isto é, rocha, – e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
O Evangelho de hoje também “nos recorda que Jesus quis para a sua Igreja um centro visível de comunhão em Pedro – também ele não é uma grande pedra, mas tomada por Jesus, torna-se o centro de comunhão – é nele que se sucedeu uma mesma responsabilidade principal, que até as origens, se identificou nos bispos de Roma, a cidade onde Pedro e Paulo deram testemunho de sangue”.
Para concluir, o Papa desejou que “Maria, Rainha dos Apóstolos, Mãe da Igreja” sustente todos e “nos acompanhe com a sua intercessão, para que realizemos plenamente a unidade e a comunhão pela qual Cristo e os Apóstolos rezaram e deram a vida”.
Aci Digital
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domingo, 27 de agosto de 2017
Papa Francisco: Nas mãos de Jesus somos pequenas pedras vivas para construir a Igreja
21º Domingo do Tempo Comum: Quem é Jesus?
+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
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O que as pessoas falavam de Jesus? O que hoje pensam dele? E a nossa resposta, qual tem sido? O Evangelho sempre nos ajuda a conhecer quem é Jesus. Contudo, o texto proclamado, neste Domingo do Tempo Comum, nos propõe de modo especial esta pergunta, dando-nos a resposta por meio de Simão Pedro e ressaltando o seu papel na Igreja.
Hoje, nós somos convidados a repetir, com os lábios, com o coração e a vida, a resposta dada a Jesus por Simão Pedro: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Para tanto, é preciso estar com Jesus, conviver com ele, seguir os seus passos, escutá-lo e falar ao seu coração, isto é, dispor-se ao discipulado. Somente o discípulo é capaz de conhecer Jesus. Entretanto, não é possível dar essa resposta contando somente com as próprias forças. Conforme a palavra de Jesus a Simão Pedro, “não foi um ser humano que revelou isso, mas o Pai que está no céu” (Mt 16,17). Hoje, também, para professar a fé em Jesus Cristo, necessitamos muito da sabedoria divina, da graça de Deus, por meio da Igreja.
Nesta passagem bíblica, encontra-se, pela primeira vez, no Novo Testamento, a palavra “Igreja” para designar a comunidade dos que creem em Cristo. Nossa resposta à pergunta “quem é Jesus” é dada com a Igreja quando rezamos a profissão de fé: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor”. Nas suas orações e no seu ensinamento, a Igreja repete sempre a mesma profissão de fé de Pedro. Temos como último ponto de referência Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, professado por Pedro e, com ele, por toda a Igreja. Tal resposta deve ser continuamente renovada. Não pode brotar apenas dos lábios. Deve ser repetida com o coração e a vida. Por isso, deve ser “professada”, isto é, testemunhada. Esta profissão de fé necessita ser alimentada pela oração pessoal e comunitária, pela escuta da Palavra e pela Eucaristia; ao contrário, pode enfraquecer ou se apagar. No coração de cada um, a fé necessita ser purificada, amadurecida e fortalecida. É feliz, segundo as palavras do próprio Senhor a Pedro, quem reconhece Jesus como o Messias, o Filho do Deus vivo.
Neste Mês Vocacional, rezamos hoje, de modo particular, pelos que vivem a vocação cristã, recebida no batismo, através dos diversos ministérios e serviços em nossas comunidades, demonstrando-lhes fraterna estima e sincera gratidão. Comemoramos, com louvor a Deus, o Dia Nacional do Catequista. Aos irmãos e irmãs catequistas, a nossa sincera gratidão pelo valioso trabalho prestado generosamente em nossas comunidades. A todos, as nossas orações e o apoio de nossas famílias e comunidades!
Arquidiocese de Brasília
sábado, 26 de agosto de 2017
25 anos do Catecismo: Um dos redatores compartilha uma história inédita de sua criação
VATICANO, 26 Ago. 17 / 08:00 am (ACI).- Este ano completa 25 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica (CIC) e, por esta razão, o Grupo ACI conversou com o Cardeal Estanislao Karlic, um dos poucos escolhidos para a elaboração deste documento importante.
O Cardeal Karlic, Arcebispo Emérito do Paraná (Argentina), de 91 anos, confessou que ficou surpreso em 1986, quando foi convidado a ajudar em um “excelente trabalho” que vários bispos propuseram e que “São João Paulo II aceitou imediatamente”.
“Excelente pelo que é, atrever-se a fazer neste tempo, neste século, depois de séculos, um Catecismo que inclui, reúne uma visão completa, orgânica e ordenada para o mundo de hoje. É um excelente trabalho que, depois de séculos foi feito com a graça de Deus”, disse o Cardeal, que recebeu a notícia para se unir à comissão de redação do novo CIC quando já havia sido eleito Arcebispo do Paraná.
Sobre o tempo que demorou para escrever o importante trabalho, o Purpurado recordou os aproximadamente 7 anos de esforço para terminar a sua primeira edição, que logo depois foi publicada em 11 de outubro de 1992, originalmente em francês.
“Foi um excelente trabalho, pois teve a participação de toda a Igreja. Não chegamos a completar 7 anos de trabalho e já foi concluído. Mas algo maravilhoso é que acabou sendo escrito em francês, mas foi necessário esperar para prepará-lo para a edição típica de outros anos. Entretanto, foi entregue em 7 de dezembro de 1992 com tradução em italiano e castelhano. Logo depois de ser entregue nesta redação, foi feita a edição típica para ser escrita em latim”, indicou.
Além disso, o Cardeal Karlic recordou que, naquele momento, o Papa São João Paulo II não pediu esta missão a nenhum Cardeal, mas deu “esta honra” aos bispos e arcebispos que constituíram a comissão de redação. Alguns deles, alguns anos depois, foram criados cardeais.
“Não posso deixar de recordar as pessoas com as quais trabalhamos ombro a ombro, em uma parte do Catecismo: o Cardeal Jorge Medina Estévez, do Chile, com quem me tornei mais amigos e disfrutamos as maravilhas de fazer esta síntese da doutrina católica”, recordou.
O Purpurado contou que os funcionários do CIC “tiveram belos encontros duas ou três vezes por ano”, nos quais “expressaram todas as suas opiniões”.
“O Cardeal Joseph Ratzinger (atual Papa Emérito, Bento XVI) liderou os trabalhos com muita sabedoria e, deste modo, chegamos com a visita ordinária do Papa em cada reunião para que pudéssemos ser testemunhas fiéis da doutrina católica”, sublinhou.
Nesse sentido, o Cardeal disse que era “muito importante o trabalho em conjunto, de propor realmente o que era a doutrina católica, e não simplesmente o que poderia ser uma escola dentro da teologia da Igreja”.
“Era necessário ser estrito para propor somente o que poderia ser o Magistério ordinário da Igreja. Esse esforço ajudou a viver em uma disciplina muito sincera e muito bonita. O Catecismo contém a doutrina católica que pertence ao Magistério ordinário do Papa, como queria São João Paulo II”.
Finalmente, o Cardeal Karlic assinalou que “era lindo escutar o Papa quando, no final do nosso trabalho, nos dizia a sua breve mensagem e saudava pessoalmente cada um de nós, dando-nos um terço a fim de encorajar-nos neste trabalho que deveria durar alguns séculos”.
Acidigital
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Papa Francisco destaca os desafios atuais da reforma litúrgica
Papa Francisco durante a audiência na Sala Paulo VI. Foto: L'Osservatore Romano |
VATICANO, 24 Ago. 17 / 10:10 am (ACI).- O Papa Francisco afirmou que, 50 anos depois do Concílio Vaticano II, “a reforma litúrgica é irreversível” e encorajou a aprofundar-se mais nela.
O Santo Padre assinalou que “ainda há trabalho a ser feito, redescobrindo os motivos das discussões realizadas com a reforma litúrgica, superando leituras infundadas e superficiais, recepções parciais e práticas que a desfiguram”.
“Não se trata de repensar a reforma revendo as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes, também por meio da documentação histórica, como de interiorizar os princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regula”.
Para ao Pontífice, “depois deste magistério e depois deste longo caminho, podemos afirmar que a reforma litúrgica é irreversível”.
Em um discurso pronunciado na Sala Paulo VI do Vaticano, por ocasião da Semana Litúrgica Nacional para celebrar os 70 anos do nascimento do Centro de Ação Litúrgica, Francisco recordou que o Concílio Vaticano II e a reforma litúrgica “são dois eventos diretamente ligados” e a aplicação prática da reforma litúrgica ainda está em processo, “porque não basta reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade”.
O Santo Padre recordou que “a responsabilidade de promover e guardar a liturgia é confiada ao direito da Sé Apostólica e dos Bispos diocesanos”.
O Santo Padre refletiu sobre alguns aspectos relacionados ao tema da Semana Litúrgica: “Uma Liturgia Viva para uma Igreja Viva”.
“A liturgia – assinalou Francisco – está viva por causa da presença viva daquele que, morrendo, destruiu a morte e, ressuscitando, nos deu a vida. Sem a presença real do mistério de Cristo, não existe nenhuma vitalidade litúrgica. Como sem o batimento cardíaco não existe vida humana, da mesma forma, sem o coração pulsante de Cristo não existe ação litúrgica”.
O Pontífice explicou que “o que define a liturgia é a ação, através dos sinais sagrados, de Jesus Cristo através do sacerdote, ou seja, a entrega da sua vida até estender os braços na cruz, com um sacerdócio constantemente presente através dos ritos e orações, especialmente em seu Corpo e Sangue, mas também na pessoa do mesmo sacerdote, na proclamação da Palavra de Deus, na assembleia reunida em seu nome”.
Entre os diferentes sinais da liturgia, o Santo Padre destacou a importância do altar, “sinal de Cristo pedra viva, descartada pelos homens, mas que se tornou a pedra angular do edifício espiritual em que é oferecido a Deus vivo o culto em espírito e verdade”.
“Por isso, o altar, lugar para onde nossas igrejas convergem a atenção, realiza-se a oferta, unge-se com o crisma, incensa-se, beija-se e venera-se. Para o altar se dirige o olhar do sacerdote e dos fiéis, convocados para a assembleia santa ao redor dele. No altar é colocada a oferta da igreja que o Espírito consagra sacramento do sacrifício de Cristo. Sobre o altar é oferecido o pão da vida e o cálice da salvação”, sublinhou.
O Bispo de Roma identificou a liturgia como o patrimônio de todo o povo de Deus, pois “a liturgia é vida para todo o povo da igreja. Por sua natureza, a liturgia é de fato “popular” e não clerical, sendo uma ação para o povo, mas também do povo”.
Na liturgia, “são convocados pequenos e grandes, ricos e pobres, crianças e idosos, saudáveis e doentes, justos e pecadores. À imagem da multidão imensa que celebra a liturgia no santuário do céu, a assembleia litúrgica supera, em Cristo, todo limite de idade, raça, língua e nação”.
“A liturgia – continuou – é vida, e não uma ideia a ser entendida. Leva de fato a viver uma experiência iniciática, ou seja, transformadora do modo de pensar e de comportar-se e não para enriquecer a própria bagagem de ideias sobre Deus”.
O Papa concluiu seu discurso assinalando que “não podemos esquecer que a riqueza da Igreja em oração enquanto católica, vai além do Rito Romano que, mesmo sendo o mais difundido, não é o único. A harmonia das tradições rituais, do Oriente e do Ocidente, pelo sopro do mesmo Espírito dá voz à única Igreja orante por Cristo, com Cristo e em Cristo, a glória do Pai e para a salvação do mundo”.
Acidigital
Sacerdote que realizou intenso trabalho vocacional será beatificado em outubro no Brasil
Padre João Schiavo / Foto: Congregação de São José - Josefinos de Murialdo |
Caxias do Sul, 24 Ago. 17 / 12:00 pm (ACI).- A partir de outubro, o Brasil contará com um novo Beato, Pe. João Schiavo, cuja beatificação já tem data, local e horário confirmados: 28 de outubro, nos pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS), às 10h.
A celebração será presidida pelo Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, exatamente no mês em que completará 20 anos do reconhecimento do milagre que levou o sacerdote aos altares, a cura de um homem de um grave problema intestinal.
Segundo o postulador da causa de beatificação, Pe. Orides Ballardin, o processo foi relativamente rápido, pois teve início “em 2001 e recém celebramos os 50 anos de morte do Pe. João Schiavo”.
A cerimônia está sendo organizada pela Diocese de Caxias do Sul, juntamente com a Congregação das Irmãs Murialdinas de São José, a Congregação dos Josefinos de Murialdo e a Associação dos Amigos do Pe. João Schiavo.
Padre João Schiavo nasceu em Sant’Urbano de Montecchio Maggiore (Itália), em 8 de julho de 1903, tendo expressado o desejo de ser sacerdote desde criança.
Ingressou na Congregação dos Josefinos de Murialdo e fez sua profissão religiosa em 1919. Foi ordenado sacerdote em 10 de julho de 1927.
Tinha o desejo de ser missionário, o qual realizou ao ser enviado para o Brasil em 1931, tendo chegado no mês de setembro a cidade Jaguarão (RS), de onde partiu poucas semanas depois para Caxias do Sul.
Sua missão era dedicar-se à animação e formação dos candidatos para a Congregação dos Josefinos de Murialdo. Assim, desenvolveu uma intensa atividade vocacional, tendo sido o primeiro mestre de noviços dos Josefinos no Brasil.
Atuou como professor e diretor de escolas, pároco, fundou o Seminário Josefino de Fazenda Souza, interior de Caxias do Sul, além de diversas obras em favor de crianças e jovens pobres. Foi também o primeiro Superior dos Josefinos da então Vice-Província no Brasil de 1937 a 1946 e Provincial de 1947 a 1956.
Em 1942, fundou a Associação das Mães Apostólicas, com o objetivo de rezar e amparar as vocações. De acordo com a Diocese de Caxias do Sul, “a ele se deve o desenvolvimento das Obras Josefinas, o reconhecimento oficial das escolas e a formação religiosa dos primeiros confrades brasileiros”.
Pe. João Schiavo também iniciou em Fazenda Souza, em 1954, o primeiro grupo das Irmãs Murialdinas de São José no Brasil e, em 1957, fundou no mesmo local a Escola Santa Maria Goretti das Irmãs Murialdinas.
Embora tenha deixado o cargo de Superior Provincial em 1956, não deixou se prestar seus serviços à sua Congregação e às irmãs Murialdinas.
No final de novembro de 1966, adoeceu gravemente e partiu para a casa do Pai em 27 de janeiro de 1967, com fama de santidade.
Muitas graças começaram a ser atribuídas à sua intercessão e a fama de santo chegou a se estender a outros países, como a Argentina, onde atuam os Josefinos e as Murialdinas.
Mas, o milagre reconhecido pela Congregação das Causas dos Santos que levará à beatificação do sacerdote aconteceu na cidade onde ele serviu, Caxias do Sul.
Segundo relata a Diocese gaúcha, Em outubro de 1997, Juvelino Carra teve uma aguda dor intestinal e precisou ser encaminhado a uma cirurgia de emergência.
“O médico cirurgião Dr. Ademir Cadore constatou que na realidade se tratava de uma trombose mesentérica venosa superior aguda, envolvendo todo o intestino delgado. Após atenta observação, averiguação e avaliação, foi tomada a decisão de desistir da cirurgia, fechar o abdômen e encaminhar o paciente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ser acompanhado até à iminente morte”.
Diante disso, a esposa de Juvelino pegou um santinho de Pe. João Schiavo e repetia: “Pe. João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa...”.
Na UTI, “Juvelino começava a dar evidentes sinais de melhora, para surpresa de todos”, e “em sete dias teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas”.
“Transcorridos 12 anos do acontecido, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal de Juvelino”, assinala a Diocese de Caxias do Sul.
Acidigital
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Dos Escritos de Santa Rosa de Lima, virgem
(Ad medicum Castilo: edit. L. Getino, La Patrona deAmérica, Madrid 1928, pp. 54-55) (Séc.XVI)
Conheçamos a supereminente caridade
da ciência de Cristo
O Senhor Salvador levantou a voz e com incomparável majestade disse: “Saibam todos que depois da tribulação se seguirá a graça; reconheçam que sem o peso das aflições não se pode chegar ao cimo da graça; entendam que a medida dos carismas aumenta em proporção da intensificação dos trabalhos. Acautelem-se os homens contra o erro e o engano; é esta a única verdadeira escada do paraíso e sem a cruz não há caminho que leve ao céu”.
Ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto como de me colocar no meio da praça e bradar a todos, de qualquer idade, sexo e condição: “Ouvi, povos; ouvi, gentes. A mandado de Cristo, repetindo as palavras saídas de seus lábios, quero vos exortar: Não podemos obter a graça, se não sofrermos aflições; cumpre acumular trabalhos sobre trabalhos, para alcançar a íntima participação da natureza divina, a glória dos filhos de Deus e a perfeita felicidade da alma”.
O mesmo aguilhão me impelia a publicar a beleza da graça divina; isto me oprimia de angústia e me fazia transpirar e ansiar. Parecia-me não poder mais conter a alma na prisão do corpo, sem que, quebradas as cadeias, livre, só e com a maior agilidade fosse pelo mundo, dizendo: “Quem dera que os mortais conhecessem o valor da graça divina, como é bela, nobre, preciosa; quantas riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia! Sem dúvida, então, eles empregariam todo o empenho e cuidado para encontrar penas e aflições! Iriam todos pela terra a procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o inestimável tesouro da graça. É esta a compra e o lucro final da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que lhe adviriam talvez, se conhecessem a balança, onde são pesados para serem distribuídos aos homens”.
Fonte: www.liturgiadashoras.org
domingo, 20 de agosto de 2017
Da Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus, do papa Pio XII
(AAS42 [1950], 760-762. 767-769) (Séc.XX)
Teu corpo é santo e cheio de glória
Nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, santos padres e grandes doutores dela falaram como de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seu sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que esta festa temem vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo.
São João Damasceno, entre todos o mais notável pregoeiro desta verdade da tradição, comparando a Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus com seus outros dons e privilégios, declarou com vigorosa eloquência: “Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como mãe e serva de Deus”.
São Germano de Constantinopla julgava que o fato de o corpo da Virgem Mãe de Deus estar incorrupto e ser levado ao céu não apenas concordava com sua maternidade divina, mas ainda conforme a peculiar santidade deste corpo virginal: “Tu, está escrito, surges com beleza (cf. Sl 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus; de tal forma que ele está para sempre bem longe de desfazer-se em pó; imutado, sim, por ser humano, para a excelsa vida da incorruptibilidade. Está vivo e cheio de glória, incólume e participante da vida perfeita”.
Outro antiquíssimo escritor assevera: “Portanto, como gloriosa mãe de Cristo, nosso Deus salvador, doador da vida e da imortalidade, foi por ele vivificada para sempre em seu corpo na incorruptibilidade; ele a ergueu do sepulcro e tomou para si, como só ele sabe”.
Todos estes argumentos e reflexões dos santos padres apóiam-se como em seu maior fundamento nas Sagradas Escrituras. Estas como que põem diante dos olhos a santa Mãe de Deus profundamente unida a seu divino Filho, participando constantemente de seu destino.
De modo especial é de lembrar que, desde o segundo século, os santos padres apresentam a Virgem Maria qual nova Eva para o novo Adão: intimamente unida a ele – embora com submissão – na mesma luta contra o inimigo infernal (como tinha sido previamente anunciado no proto-evangelho [cf. Gn 3,15]), luta que iria terminar com a completa vitória sobre o pecado e a morte, coisas que sempre estão juntas nos escritos do Apóstolo das gentes (cf. Rm 5 e 6; 1Cor 15,21-26.54-57). Por este motivo, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim também devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorificação do corpo virginal. O mesmo Apóstolo dissera: Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá o que foi escrito: A morte foi tragada pela vitória (1Cor 15,54; cf. Os 13,14).
Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas consequências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos.
www.liturgiadashoras.org
Solenidade da Assunção: Elevou os Humildes
+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
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Para celebrar bem esta solenidade, é importante considerar atentamente a Palavra de Deus proclamada e o ensinamento da Igreja a respeito da Assunção de Nossa Senhora.
A Assunção que celebramos decorre da fé na ressurreição do Senhor e fortalece a nossa esperança de participar da vitória de Cristo, da qual Maria elevada ao céu participa de modo singular. O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “a Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (n. 966). Além disso, a Assunção está relacionada essencialmente à Imaculada Conceição, como afirmou o Papa Pio XII, em 1950, ao proclamar esse dogma mariano: “A Imaculada Virgem Maria, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”.
A verdadeira devoção a Maria sempre nos leva a Jesus. Por meio dela, pela sua intercessão materna, a nossa oração chega a Jesus. Por meio dela, pelo seu exemplo, nós seguimos a Jesus. Ao celebrar esta solenidade, nós somos convidados a imitar Nossa Senhora, modelo de oração e de caridade, conforme o Evangelho anunciado (Lc 1,39-56). O “sim” de Maria, a “serva do Senhor”, se prolonga pelo testemunho da caridade no serviço humilde e generoso a Isabel. O Evangelho ressalta a disponibilidade e a generosidade de Maria em servir, ao mencionar que ela se dirigiu “apressadamente” à casa de Isabel e com ela permaneceu “três meses”. Para participar da glória de Cristo é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde, sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Nos lábios de Isabel, encontramos parte da oração da Ave-Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração de louvor conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1, 50). A Assunção de Maria é sinal do cumprimento daquilo que ela mesma afirma: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. A humildade é condição para o serviço ao próximo e para a vivência da caridade em seus múltiplos aspectos.
Neste domingo do Mês Vocacional, estamos concluindo a Semana da Família e considerando, como ocorre a cada ano, a vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa sincera gratidão e as nossas preces. Nossa Senhora Assunta ao Céu interceda junto ao seu Filho Jesus pelas pessoas consagradas, sendo sempre modelo de oração, de serviço e de caridade para todos!
Arquidiocese de Brasília
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo
(Ps 47,7: CCL
38,543-545) (Séc.V)
Vinde,
subamos ao monte do Senhor
Tal como ouvimos, assim vimos (Sl
47,9). Ó Igreja feliz! Em certo tempo ouviste, em outro tempo viste. Ouviu em promessas, vê na realização;
ouviu na profecia,vê no Evangelho. Tudo quanto
agora se cumpre foi antes profetizado. Levanta os olhos e lança um olhar sobre
o mundo. Contempla a herança até os
confins da terra. Vê já se realizando aquilo que foi dito: Adorá-lo-ão todos os reis da terra,
todas as nações o servirão (Sl
71,11). Vê já realizado o que se
disse: Eleva-te acima dos céus, ó Deus, e tua glória sobre a terra inteira (Sl
107,6). Vê aquele de pés e mãos fixos por pregos,
cujos ossos, pendendo do lenho, foram contados, lançada
a sorte sobre sua túnica. Vê reinando aquele que viram perdendo; vê assentado
no céu aquele que desprezaram andando na
terra. Vê desde então cumprir-se: Lembrar-se-ão e se converterão
para o Senhor todos os extremos da terra; adorarão em sua presença todos os povos (Sl
21,28). Ao ver tudo isto, exclama jubilosa: Tal como ouvimos, assim vimos (Sl 47,9).
É justo chamar assim a própria Igreja
dos gentios: Ouve,
filha, e vê e esquece teu povo e a casa de teu pai (Sl
44,11). Ouve e vê: ouves primeiro o que não vês, verás depois aquilo que
ouviste. Um
povo que eu não conhecia pôs-se a meu serviço, mal me ouviu, obedeceu-me (Sl 17,44-45). Se
com ouvidos obedientes me obedeceu, quer dizer que não viu. E o que significa: Aqueles aos quais não fora anunciado, verão; e
aqueles que não ouviram entenderão? (Is
52,15). Aqueles a quem tinham sido enviados os profetas,
os que anteriormente não puderam ouvi-los, foram depois
os primeiros a ouvir e entender, e encheram-se de admiração. Restam aqueles aos
quais foram enviados, que possuem livros, mas
não compreendem a verdade; têm as tábuas da Aliança,
e não possuem a herança. Mas nós, tal como ouvimos, assim vimos.
Na
cidade do Senhor dos exércitos, na cidade de nosso Deus (Sl 47,9). Ali ouvimos, ali também vimos. Deus fundou-a para a eternidade(Sl 47,9). Não se exaltem os que dizem: Aqui está Cristo, está ali. Quem diz: Eis que aqui está, eis ali, acena com
várias partes. Deus prometeu a unidade. Os reis aliaram-se,
não se dissiparam em facções (cf. Sl 47,5). Mas talvez com o tempo venha a ser destruída esta cidade que
contém o mundo. De modo algum: Deus fundou-a para a eternidade. Se Deus a fundou para a eternidade, por que temes
que caia seu
sustentáculo?
www.liturgiadashoras.org
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Assunção da Virgem Maria
REDAÇÃO CENTRAL, 15 Ago. 17 / 08:00 am (ACI).- No dia 15 de agosto a Igrejacelebra o dogma da Assunção da Virgem Maria aos céus. A seguir confira alguns pontos importantes que nos ajudarão a entender melhor esta verdade de fé:
1. O que é um dogma?
Um dogma é uma verdade de fé absoluta, definitiva, infalível, irrevogável e inquestionável revelada por Deus, através das Sagradas Escrituras ou da Sagrada Tradição. Depois de ser proclamado não se pode revogar ou negar, nem pelo Papa nem por decisão conciliar.
Para que uma verdade se torne dogma, é necessário que seja proposta de maneira direta pela Igreja Católica aos fiéis como parte de sua fé e de sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja.
2. O Dogma da Assunção da Virgem
Segundo a tradição e a teologia da Igreja Católica, a Assunção da Virgem é a celebração de quando o corpo e a alma de Maria, Mãe de Jesus Cristo, foram glorificados e levados ao Céu no final da sua vidaterrena. Não deve ser confundido com a Ascensão, a qual se refere a Jesus Cristo.
Diz-se que a ressurreição dos corpos acontecerá no final dos tempos, mas no caso da Virgem Maria este acontecimento foi antecipado por um privilégio singular.
Este dogma também é celebrado pela Igreja ortodoxa.
3. Declaração do dogma
Desde 1849 começaram a chegar à Santa Sé diversos pedidos a fim de que a Assunção da Virgem fosse declarada doutrina da fé. No dia 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII publicou a Constituição Apostólica Munificentissimus Deus que declara como dogma de fé a Assunção da Virgem Maria com estas palavras:
“Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”.
4. Importância da Assunção da Virgem
Esta festa tem dois objetivos: a feliz partida de Maria desta vida e a assunção do seu corpo ao céu. A resposta do motivo desta celebração ser importante para os católicos é encontrada no Catecismo da Igreja Católica, que diz: “A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos” (966).
A importância da Assunção da Virgem para nós está relacionada com a Ressurreição de Jesus Cristo e a nossa ressurreição. O fato de que Maria esteja em corpo e alma já glorificada no Céu é a antecipação da nossa própria ressurreição, pois ela é um ser humano como nós.
5. Dormição ou Morte de Maria?
A Escritura não dá detalhes a respeitos dos últimos anos de Maria sobre a terra, de Pentecostes até a sua Assunção, apenas sabemos que a Virgem foi confiada por Jesus a São João. Ao declarar o dogma da Assunção de Maria, Pio XII não quis dizer se a Virgem morreu e ressuscitou em seguida ou se partiu diretamente ao céu. Muitos teólogos pensam que a Virgem morreu para se assemelhar mais a Jesus, mas outros sustentam a Dormição da Virgem, celebrada no Oriente desde os primeiros séculos.
Ambas as posições coincidem em que a Virgem Maria, por um privilégio especial de Deus, não experimentou a corrupção do seu corpo e foi assunta ao céu, onde reina viva e gloriosa, junto com Jesus.
Acidigital
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