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domingo, 15 de outubro de 2017

Editorial: Gotas de santidade

Cidade do Vaticano (RV) – Foi para nós brasileiros uma semana muito intensa. Vivemos com grande alegria no último dia 12 o Jubileu dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba em 1717. E neste domingo a canonização, aqui em Roma, em cerimônia presidida pelo Papa Francisco dos 30 mártires de Cunhaú e Uruaçu.
     O encontro da imagem de 37 centímetros nas águas do Rio Paraíba 300 anos atrás, deu um impulso ainda maior à fé católica do Brasil. Em 1930 o Papa Pio XI concedeu a Nossa Senhora Aparecida o Título de Padroeira do nosso país.
     Desde o início da evangelização no Brasil, a devoção a Maria sempre foi uma porta aberta para o encontro com o Seu filho, Jesus. Como afirma a nossa Igreja, Maria é o Evangelho do povo. D’Ela aprendemos a conhecer Jesus, a testemunhá-lo em nossas vidas. Ela nos conduz ao Seu filho.
     Por ocasião da Festa da nossa Padroeira, recebemos de Francisco, primeiro um presente seu, a Rosa de Ouro (a terceira da sua história) que foi entregue ao Santuário Nacional e depois uma vídeo-mensagem na qual Francisco, visivelmente emocionado compartilhou com o povo brasileiro o seu amor por Nossa Senhora. Recordou que rezou aos pés da Virgem Mãe em Aparecida e a calorosa acolhida que recebeu pelo povo do nosso país em 2013.
     Francisco nos recordou palavras que tinha proferido em 2013 no altar do Santuário Nacional – aprendemos a conservar a esperança, a deixar-nos surpreender por Deus e a viver na alegria.  Motivou-nos então a termos esperança, que é a virtude que deve permear os corações dos que creem, sobretudo, quando ao nosso redor as situações de desespero parecem querer nos desanimar. Não se deixem vencer pelo desânimo. Acrescentando: Confiem em Deus, confiem na intercessão de nossa Mãe Aparecida.
     Sim já em 1717, quando foi retirada das águas – recordou Francisco - pelas mãos daqueles pescadores, a Virgem Mãe Aparecida já os inspirou a confiar em Deus que sempre nos surpreende.
     Diante dos difíceis momentos que o povo brasileiro atravessa, diante da falta de luz, de uma escuridão que parece não ter fim, o nosso olhar se dirige para Aquela que irradia esperança e alegria.  “O singelo sorriso de Maria, que conseguimos vislumbrar em sua imagem, seja fonte do sorriso de cada um de vocês diante das dificuldades da vida”, disse Francisco, acrescentando. O cristão jamais pode ser pessimista!
     O Brasil, mais do que nunca necessita, como afirmou o Papa, de homens e mulheres “cheios de esperança e firmes na fé”. Necessita de pessoas que testemunhem nos seus gestos de solidariedade e partilha o amor, sentimento que é mais forte e luminoso do que as trevas do “egoísmo e da corrupção”.
     Francisco disse que está com saudades do Brasil, e o Brasil, os brasileiros, todos, estão com saudades de Francisco. Sua passagem pelo Brasil em 2013 durante a Jornada Mundial da Juventude deixou recordações indeléveis, seja em Aparecida, seja no Rio de Janeiro. Brasileiros de todas as idades abriram as portas de seus corações para receber o mensageiro da paz, da esperança e da misericórdia.
     E neste domingo aqui em Roma, outro momento especial, a canonização de 30 mártires brasileiros, os nossos protomártires. De uma devoção local, agora serão venerados em todo o mundo. É o testemunho de pessoas simples, que simplesmente viveram a sua fé até as últimas consequências. O Brasil com o testemunho desses mártires ganhará gotas de santidade, exemplos de fé. (Silvonei José)
Rádio Vaticano

28º Domingo do Tempo Comum: O Banquete do Reino

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A liturgia da Palavra deste domingo utiliza a imagem do “banquete” para falar do Reino de Deus. O Profeta Isaías (Is 25,6-10a) anuncia o “banquete” que Deus preparou para todos os povos. O Evangelho (Mt 22,1-14) apresenta a parábola contada por Jesus sobre o “banquete” oferecido por ocasião da “festa de casamento”, ressaltando a resposta dos convidados.  O significado desta imagem bíblica já está declarado logo no início do texto proclamado: “o reino dos céus é como...”.  O mistério do Reino é revelado por Jesus através de parábolas, recorrendo, aqui, à imagem bíblica do “banquete”, bastante apreciada pelo povo de Deus, pois expressava o encontro fraterno, o estar juntos em paz, a alegria, a fartura de bens e a partilha. Através do “banquete”, Isaías anuncia que Deus “eliminará a morte”, “enxugará as lágrimas” e “acabará com a desonra”. Contudo, os primeiros a serem convidados para o banquete não deram atenção; ao contrário, maltrataram e mataram os que estavam convidando. Diante disso, o rei mandou buscar a todos os que se encontravam pelos caminhos. É Deus quem prepara o banquete e convida para dele participar, primeiramente, o seu povo eleito, mas também, a todos que se encontram pelos caminhos. Embora todos sejam convidados, para permanecer no banquete, exige-se o “traje de festa”.
 O Reino de Deus é dom, pois o “banquete” é iniciativa dele; porém, a resposta ao convite exige postura digna, um modo de viver segundo o Evangelho, representado pela “traje de festa”. A parábola é uma advertência para todos os que aceitaram o convite, aderiram a Jesus e receberam a graça do batismo. No batismo, recebemos a “veste branca” a ser trajada para sempre, num esforço sincero de conversão e santidade. Como viver assim, diante da fragilidade humana e de tantos desafios? Paulo nos dá a resposta, na Carta aos Filipenses, hoje meditada: “Tudo posso naquele que me dá força”, ao mesmo tempo em que reconhecia, com gratidão, a solidariedade da comunidade de Filipos para com ele, que se encontrava na prisão por causa do Evangelho. Portanto, são muito necessários: a graça de Deus, o empenho de cada um e a ajuda fraterna.
Louvemos a Deus pela canonização dos Mártires do Rio Grande do Norte, neste domingo, na Basílica de S. Pedro. Os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e seus 27 companheiros foram martirizados, durante a missa, em Cunhaú e Uruaçu, no interior do Rio Grande do Norte, em 1645. Nós bendizemos a Deus por esses Santos Mártires brasileiros, suplicando a sua intercessão e procurando seguir os exemplos que eles nos deixaram!
Arquidiocese de Brasília

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA: PADROEIRA DO BRASIL

Solenidade

Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu. Filipe Pedroso levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a Imagem da Virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida. A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em 1842 a construção de um novo templo inaugurado a 8 de dezembro de 1888. Em 1893, o Bispo diocesano de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, elevou-o à dignidade de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. A 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem milagrosa foi solenemente coroada, e a 29 de abril de 1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil a 16 de julho de 1930, “para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”. A 5 de março de 1967 o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro” à Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II a 4 de julho de 1980.
Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, do papa João Paulo II
(Pronunciamentos do Papa no Brasil, Edit.
Vozes, Petrópolis 1980, 125. 128. 129. 130)
(Séc.XX)

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda
“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida!” 
Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe. 
Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça. 
Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo “em seu coração e em seu seio” o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora. 
Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”. Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a “Estrela da Evangelização”, como a chamou o meu Predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio de Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica. 
Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos. 
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz,segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.
www.liturgiadashoras.org

Papa Francisco recorda 300 anos da Virgem Aparecida e reza pelo Brasil

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 11 Out. 17 / 12:30 pm (ACI).- Ao saudar os peregrinos brasileiros e de língua portuguesa na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco recordou que amanhã a Igreja no Brasil celebra os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.
“Saúdo todos os peregrinos do Brasil e de outros países de língua portuguesa, particularmente os diversos grupos de sacerdotes, religiosos e fiéis brasileiros residentes em Roma, que vieram a esta Audiência para dividir a alegria pelo jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, cuja festa se celebra amanhã”, disse o Pontífice após a Catequese.
Em seguida, Francisco foi interrompido durante uns instantes por um grupo de peregrinos brasileiros e, em silêncio como num gesto de oração, ouviu-os cantar a conhecida canção “Dai-nos a bênção”, cuja letra diz: “Dai-nos a bênção, oh Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida”.
Logo após, o Santo Padre retomou suas palavras e assinalou que “a história dos pescadores que encontraram no Rio Paraíba do Sul o corpo e depois a cabeça da imagem de Nossa Senhora, e que foram em seguida unidos, nos lembra que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é um sinal que impulsiona para a unidade construída na solidariedade e na justiça. Que Deus lhes abençoe”.
O Papa Francisco não pôde visitar o Brasil por ocasião dos 300 anos de Aparecida, porém, enviou como seu enviado especial o Cardeal Giovanni Battista Re, Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos e Presidente Emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina.
O Cardeal Re chegou ao Brasil na segunda-feira, 9 de outubro, quando participou no último dia da novena da Padroeira no Santuário Nacional de Aparecida e entregou ao Arcebispo local, Dom Orlando Brandes, uma Rosa de Ouro enviada pelo Papa Francisco, a terceira recebida pelo Santuário.
Na quinta-feira, 12 de outubro, dia da Padroeira, o enviado do Papa presidirá a Missa Solene, às 9h30, no Santuário Nacional de Aparecida.
ACI Digital

Hoje a Igreja no Brasil celebra os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida - 300 anos (igrejadoscapuchinhos)
REDAÇÃO CENTRAL, 12 Out. 17 / 05:00 am (ACI).- A Igreja no Brasil está em festa neste dia 12 de outubro, ao celebrar os 300 anos do encontro da imagem de sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida, encerrando assim o Ano Nacional Mariano, que teve início em 2006.

Por todo o país, repetem-se os famosos versos: “Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida!”.
A imagem de Aparecida foi encontrada em 1717 no Rio Paraíba do Sul. Na época, com a notícia da passagem do Conde de Assumar pela Vila de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram para pescar.
Após muitas tentativas sem êxito, foram até o porto de Itaguaçu. João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançando novamente as redes, pegou a cabeça que faltava da imagem. E o que se seguiu foi uma pesca abundante para os três humildes pescadores.
A imagem, feita de terracota, possui uma cor escura, enegrecida, devido ao material com o qual é feita e por ter ficado por um tempo perdida no rio.
A família de Felipe Pedroso ficou com a imagem e levou-a para sua casa. Em um oratório construído no local, as pessoas da vizinhança vinham rezar à Virgem. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem. Assim, a devoção se espalhou por todo o Brasil.
Com o tempo, a casa já se fazia pequena para o grande volume de fiéis que vinham rezar e, por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas, o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi iniciada a construção de uma Igreja maior, a atual Basílica Velha.
Em 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada solenemente pelo então Bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros. No dia 29 de abril de 1908, a Igreja recebeu o título de Basílica Menor. E, em 1929, o Papa Pio XI proclamou nossa Senhora Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial.
Com o aumento da devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a primeira Basílica já não dava conta do fluxo de romeiro. Foi necessário, então, construir uma maior, que começou a ser erguida em 11 de novembro de 1955.
Em 1980, ainda em construção, a Basílica Nova foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional, o “maior Santuário Mariano do mundo”.
A festa da Padroeira do Brasil já foi celebrada em diversas datas: dia da Imaculada Conceição (08 de dezembro), 5º domingo após a Páscoa, 1º domingo de maio (mês de Maria) e 7 de setembro (Dia da Pátria).
Foi durante a sua Assembleia Geral de 1953 que a CNBB determinou que a festa fosse celebrada definitivamente no dia 12 de outubro, por associação com a data de descobrimento da América, pela comemoração do Dia da Criança e por ser outubro o mês do encontro da Imagem, no rio Paraíba do Sul, em 1717.
Em 2013, ao visitar o Santuário Nacional de Aparecida, em sua viagem ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco recordou a história da Padroeira do país e questionou: “Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe?”.
Fonte: ACI Digital

domingo, 8 de outubro de 2017

27º Domingo do Tempo Comum: A Vinha do Senhor

                 + Sergio da Rocha
         Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra destaca a figura da “vinha”, frequentemente utilizada na Bíblia. O Profeta Isaías apresenta o cântico da vinha; o Salmo 80 refere-se à vinha plantada por Deus e Mateus relata a parábola dos vinhateiros maus. Segundo Isaías, da vinha plantada com cuidado e carinho, esperava-se que produzisse uvas boas, mas produziu apenas “uvas selvagens”. Ele mesmo explica o seu significado: “a vinha do Senhor é a casa de Israel e o povo de Judá, a sua dileta plantação”. As uvas a que se refere também têm a sua explicação dada pelo Profeta: “esperava deles frutos de justiça”, “esperava obras de bondade”; ao invés disso, produziu a “injustiça” e “iniquidade”.
No Evangelho, Jesus fala de um “proprietário” que “plantou uma vinha” e dela cuidou e protegeu, entregando-a a vinhateiros, esperando receber os frutos no tempo da colheita. Contudo, os vinhateiros a quem o proprietário tinha arrendado a sua vinha, ao invés de entregarem os frutos, maltrataram, apedrejaram e mataram os que foram por ele enviados, inclusive, o seu filho. A parábola se conclui com duas grandes afirmações mostrando as consequências do que estava acontecendo: a) o filho rejeitado e morto, figura de Jesus Cristo, “a pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se a pedra angular”; b) “o reino será entregue a um povo que produzirá frutos”, referindo-se ao Reino de Deus anunciado e acolhido pelo novo Povo de Deus. Somos nós a videira que o Senhor tem plantado e cercado de amor e proteção, esperando colher os frutos no tempo certo. Na Carta aos Filipenses, São Paulo também nos apresenta o que Deus espera de nós. Qual tem sido a nossa resposta ao amor que Deus tem por nós? Quais os frutos que temos produzido? Como tem sido a nossa acolhida a Jesus Cristo e ao Reino?  
No próximo dia 12, estaremos celebrando a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, nossa Padroeira, encerrando o Ano Nacional Mariano. Participe da missa às 17 h, na Esplanada dos Ministérios, e da tradicional procissão, logo a seguir. Convide os seus familiares e amigos!
No dia 15 de outubro, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco estará celebrando a canonização dos Mártires do Rio Grande do Norte. Em 1645, foram martirizados em Cunhaú e Uruaçu, ambas no interior do Rio Grande do Norte, os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e seus 27 companheiros, durante a celebração da missa. Eles foram beatificados pelo Papa João Paulo II no dia 05 de março de 2000. Nós bendizemos a Deus por esses Santos Mártires brasileiros, suplicando a sua intercessão e procurando seguir os exemplos que eles nos deixaram!
Arquidiocese de Brasília

“Aquele que vai nascer tem direito à vida, a desenvolver-se com qualidade e poder se tornar um ser humano integral”, afirmou bispo

Neste domingo, 08 de outubro, a Igreja do Brasil celebra o Dia do Nascituro. A data é dedicada ao ser humano quando ainda é um embrião em estágio intra-uterino; e marca o encerramento da Semana Nacional da Vida, celebrada entre os dias 1º e 7 de outubro.

O Dia do Nascituro, assim como a Semana Nacional da Vida, foi aprovado e constituído durante a Assembleia Geral da Conferência dos Bispos do Brasil, em agosto de 2005, em Itaici (SP).
O objetivo é ressaltar o valor sagrado da vida humana, além de criar uma mentalidade de respeito e de defesa da dignidade da pessoa humana. Direito que deve ser respeitado mesmo antes do nascimento, como enfatizou o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CNPF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Bosco Barbosa de Sousa.
“Aquele que vai nascer, o nascituro, tem o seu direito à vida, não só o direito de viver, mas desenvolver-se com qualidade e poder se tornar um ser humano integral”, afirmou dom João Bosco.
Este ano, em consonância com o Ano Mariano, as celebrações pelo Dia do Nascituro e a pela Semana Nacional da Vida trazem o tema: “Bendito é o fruto do teu ventre”. A temática, segundo o presidente da CNPF, apresenta a reflexão sobre a importância do papel de Maria, que fez de tudo para proteger a sua gestação e dar a luz ao filho de Deus, como cita dom João.
“Assim, existem muitas mulheres que trazem no seu ventre também os seus nascituros, os seus filhos que vão nascer, e aí está um ponto de partida para a gente compreender toda a sacralidade da vida. A vida é sagrada nas suas diversas etapas e deve ser defendida desde o momento da concepção”, completou o bispo.
A Arquidiocese de Brasília convida as (arqui) dioceses a saírem, neste dia, bem como nos demais dias da Semana da Vida, em missão a favor da vida e a realizarem atividades de reflexão e formação para a sociedade, com objetivo de propor a sociedade debate sobre os cuidados, proteção e a dignidade da vida humana, em todas as suas fases, desde a concepção até seu fim natural.
Para ajudar na vivência deste período, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), produziu o “Hora da Vida”, que assim como as celebrações citadas, tem como tema: “Bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42), em consenso com o Ano Mariano, instituído pela CNBB.
O impresso é um subsídio criado para animar as comunidades para um encontro e partilha sobre valores cristãos, que guiam as famílias e os promotores da vida na evangelização e transformação da sociedade a favor da vida.
Além de trazer reflexões sobre a celebração da vida, dividida em 7 encontros, a cartilha também apresenta a “Celebração da Vida”, para ser realizada no dia 8 de outubro, Dia do Nascituro, e a bênção para o momento do parto.
O livreto custa R$3,00 e pode ser encontrado na Secretaria Nacional da Pastoral Familiar ou ser adquirido pelo telefone, no número: (61) 3443 2900 ou pelo email: vendas@cnpf.org.br  ou ainda pelo site: www.lojacnpf.org.br.
Não fique fora dessa comemoração!
Celebre a vida em sua comunidade!


Informação:
Pastoral da Família
email:pastoralfamiliarbrasilia@gmail.com
Facebook: https://pt-br.facebook.com/pastoralfamiliardebrasilia/

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Endereço: SE/Sul Quadra 801 Conjunto “B” - BRASÍLIA – DF
Telefone:(61) 2103-8300 - Fax:(61) 2103-8303            

Por Gislene Ribeiro
Arquidiocese de Brasília

Da Regra Pastoral, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 2,4: PL 77,30-31)                (Séc.VI)

O pastor seja discreto no silêncio, útil na palavra
Seja o pastor discreto no silêncio, útil na fala, para não falar o que deve calar, nem calar o que deve dizer. Pois da mesma forma que uma palavra inconsiderada arrasta ao erro, o silêncio inoportuno deixa no erro aqueles a quem poderia instruir. Muitas vezes, pastores imprudentes, temendo perder as boas graças dos homens, têm medo de falar abertamente o que é reto. E segundo a palavra da Verdade, absolutamente não guardam o rebanho com solicitude de pastor, mas, por se esconderem no silêncio, agem como mercenários que fogem à vinda do lobo. 
O Senhor, pelo Profeta, repreende estes tais dizendo: Cães mudos que não conseguem ladrar (Is 56,10). De novo queixa-se: Não vos levantastes contra nem opusestes um muro de defesa da casa de Israel, de modo a entrardes em luta no dia do Senhor (Ez 13,5). Levantar-se contra é contradizer sem rebuços aos poderosos do mundo em defesa do rebanho. E entrar em luta no dia do Senhor quer dizer: por amor à justiça resistir aos que lutam pelo erro. 
Quando o pastor tem medo de dizer o que é reto, não é o mesmo que dar as costas, calando-se? É claro que se, pelo rebanho, se expõe, opõe um muro contra os inimigos em defesa da casa de Israel. Outra vez, se diz ao povo pecador: Teus profetas viram em teu favor coisas falsas e estultas; não revelavam tua iniquidade a fim de provocar à penitência (Lm 2,14). Na Sagrada Escritura algumas vezes os profetas são chamados de doutores porque, enquanto mostram ser transitórias as coisas presentes, manifestam as que são futuras. A palavra divina censura aqueles que veem falsidades, porque, por medo de corrigir as faltas, lisonjeiam os culpados com vãs promessas de segurança; não revelam de modo nenhuma iniquidade dos pecadores porque calam a palavra de censura. 
Por conseguinte, a chave que abre é a palavra da correção porque, ao repreender, revela a falta a quem a cometeu, pois muitas vezes dela não tem consciência. Daí Paulo dizer: Que seja poderoso para exortar na sã doutrina e para convencer os contraditores (Tt 1,9). E Malaquias: Guardem os lábios do sacerdote a ciência; e esperem de sua boca a lei porque é um mensageiro do Senhor dos exércitos (Ml 2,7). Daí o Senhor admoestar por meio de Isaías: Clama, não cesses; qual trombeta ergue tua voz (Is 58,1). 
Quem quer que entre para o sacerdócio, recebe o ofício de arauto, porque caminha à frente, proclamando a vinda do rigoroso juiz, que se aproxima. Portanto, se o sacerdote não sabe pregar, que protesto elevará o arauto mudo? Daí se vê por que sobre os primeiros pastores o Espírito Santo pousou em forma de línguas; com efeito, imediatamente impele a falar sobre ele aqueles que inunda de luzes.
 www.liturgiadashoras.org

sábado, 7 de outubro de 2017

Você sabia que é possível ganhar indulgências com o Santo Rosário?

(Imagem referencial) / Foto: José Castro (ACI Prensa)
REDAÇÃO CENTRAL, 07 Out. 17 / 08:00 am (ACI).- Muitas pessoas escreveram sobre o poder espiritual do Santo Rosário, mas talvez algo pouco conhecido é a graça da indulgência que é possível ganhar com esta devoção mariana que, segundo a tradição, foi dada pela própria Mãe de Deus.
São João Paulo II em sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (Rosário da Virgem Maria, 37) assinalou que “para fomentar esta projeção eclesiástica do Rosário, a Igreja quis enriquecê-lo com santas indulgências para quem o recita com as devidas disposições”.
Sobre isso, a Concessão 17 da Enchiridion Indulgentiarum (Manual de Indulgências) da Penitenciária Apostólica do Vaticano, indica que “confere-se uma indulgência plenária se o Terço for rezado em uma igreja ou em um oratório público ou em família, em uma comunidade religiosa ou em piedosa associação”.
Do mesmo modo, a indulgência é concedida ao fiel que “se une devotamente à recitação dessa mesma devoção quando é feita pelo Supremo Pontífice e é transmitida através da televisão ou do rádio. Em outras circunstâncias ganha a indulgência parcial”.
Em seguida, explica que, “se a obra, enriquecida com a indulgência plenária, se pode dividir ajustadamente em partes (como o Rosário de Nossa Senhora em dezenas), quem por motivo razoável não terminou a obra por inteiro, pode ganhar a indulgência parcial pela parte que fez”.
Nesse sentido, destaca que no caso da oração vocal “deve acrescentar a devota meditação dos mistérios” e que na oração pública, “os mistérios devem ser meditados conforme o costume aprovado no local; mas na recitação privada, basta que o fiel acrescente à oração vocal a meditação dos mistérios”.
Como se sabe, só é possível ganhar uma indulgência plenária por dia (exceto em perigo de morte). É possível obtê-la se cumprir as devidas disposições que a Igreja pede, ou seja, a confissão sacramental, a comunhão eucarística e as orações pelas intenções do Papa. Se desejar, a indulgência pode-se ganhar a indulgência para um falecido.
Sobre o objeto do terço
Por outro lado, o Beato Paulo VI estabeleceu em sua Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina (Doutrina das indulgências, Norma 17), que “aos fiéis que utilizam religiosamente um objeto de piedade (crucifixo, cruz, terço, escapulário, medalha), validamente abençoado por um padre, concede-se indulgência parcial”.
“Além disso, se o objeto de piedade foi bento pelo Soberano Pontífice ou por um bispo, os fiéis que religiosamente o usam podem também obter a indulgência plenária no dia da festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, ajuntando, porém, a profissão de fé sob uma forma legítima”.
Com relação a este assunto, Pe. Jhon Phalen, Csc, grande propagador da devoção do Santo Rosário em Família, advertiu que usar com devoção um objeto de piedade significa rezar.
“Eu acredito que carregar uma cruz ou até o terço é como uma profissão de fé. Mas o terço em si, mais do que o objeto concreto, é a oração. Então, deverá rezá-lo”, esclareceu o sacerdote. “De outra forma pode parecer que há muita fé no objeto e não em Deus… o objeto nos ajuda a nos comunicarmos, relacionarmos com Deus”, acrescentou.
Portanto, não basta carregar o terço no pescoço, no bolso ou a bolsa para ganhar a indulgência parcial, mas deve ser usado na oração, para nos aproximar mais de Deus na própria vida.
ACI Digital

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Catequese do Papa Francisco sobre a alegria da ressurreição

Papa durante a Audiência Geral. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 04 Out. 17 / 04:30 pm (ACI).- O Papa Francisco, em sua catequese pronunciada na Audiência geral desta quarta-feira, 4 de outubro, na Praça de São Pedro, afirmou que a ressurreição de Cristo “é o núcleo da fé cristã”, é a fonte “de nossa esperança”.
O Pontífice afirmou que o cristão “não é um profeta de desgraças”, já que “a esperança nossa não é só um otimismo; é outra coisa, mais! É como se os fiéis fossem pessoas com um ‘pedaço de céu’ a mais sobre a cabeça”.
A seguir, o texto completo da catequese do Papa:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Nesta catequese quero falar sobre o tema “Missionários de esperança hoje”. Estou feliz de fazê-lo no início do mês de outubro, que na Igreja é dedicado de modo particular à missão e também na Festa de São Francisco de Assis, que foi um grande missionário de esperança!
De fato, o cristão não é um profeta de desgraças. Nós não somos profetas de desgraças. A essência do seu anúncio é o oposto, o oposto da desgraça: é Jesus, morto por amor e que Deus ressuscitou na manhã de Páscoa. E este é o núcleo da fé cristã. Se os Evangelhos parassem na sepultura de Jesus, a história deste profeta teria se acrescentado às tantas biografias de personagens heroicos que gastaram a vida por um ideal. O Evangelho seria então um livro edificador e também consolador, mas não seria um anúncio de esperança.
Mas, os Evangelhos não se fecham com a sexta-feira Santa, vão além e é justamente esse fragmento ulterior a transformar as nossas vidas. Os discípulos de Jesus estavam abatidos naquele sábado depois da sua crucificação; aquela pedra rolada sobre a porta do sepulcro tinha fechado também os três anos entusiasmados vividos por eles com o Mestre de Nazaré. Parecia que tudo tivesse terminado e alguns, desiludidos e amedrontados, estavam já deixando Jerusalém.
Mas Jesus ressuscita! Este fato inesperado transforma a mente e o coração dos discípulos. Porque Jesus não ressuscita somente para si mesmo, como se o seu renascimento fosse uma prerrogativa do qual ser invejoso: sobe para o Pai é porque quer que a sua ressurreição seja participada por cada ser humano e leve para o alto cada criatura. E no dia de Pentecostes, os discípulos são transformados pelo sopro do Espírito Santo. Não terão somente uma bela notícia a levar a todos, mas serão eles mesmos diferentes de antes, como renascidos a uma vida nova. A ressurreição de Jesus nos transforma com a força do Espírito Santo. Jesus está vivo, está vivo entre nós, está vivo e tem aquela força de transformar.
Como é belo pensar que se é anunciadores da ressurreição de Jesus não somente com palavras, mas com os fatos e com o testemunho da vida! Jesus não quer discípulos capazes somente de repetir fórmulas aprendidas de memória. Quer testemunhas: pessoas que propagam esperança com o seu modo de acolher, de sorrir, de amar. Sobretudo de amar: porque a força da ressurreição torna os cristãos capazes de amar mesmo quando o amor parece ter perdido suas razões. Há um “mais” que habita a existência cristã e que não se explica simplesmente com a força da alma ou um maior otimismo. A fé, a esperança nossa não é só um otimismo; é outra coisa, mais! É como se os fiéis fossem pessoas com um “pedaço de céu” a mais sobre a cabeça. É bonito isso: nós somos pessoas com um pedaço de céu a mais sobre a cabeça, acompanhados por uma presença que alguém não consegue sequer intuir.
Assim, a tarefa dos cristãos neste mundo é aquele de abrir espaços de salvação, como células de regeneração capazes de restituir a linfa àquilo que parecia perdido para sempre. Quando o céu é nebuloso, é uma benção quem sabe falar de sol. Bem, o verdadeiro cristão é assim: não lamentoso e irritado, mas convencido, pela força da ressurreição, que nenhum mal é infinito, nenhuma noite é sem término, nenhum homem é definitivamente errado, nenhum ódio é invencível pelo amor.
Certo, algumas vezes alguns discípulos pagarão caro preço por essa esperança dada a eles por Jesus. Pensemos em tantos cristãos que não abandonaram o seu povo, quando chegou o tempo da perseguição. Permaneceram ali, onde se era incerto também o amanhã, onde não se podia fazer projetos de nenhum tipo, permaneceram esperando em Deus. E pensemos em nossos irmãos, em nossas irmãs do Oriente Médio que dão testemunho de esperança e que oferecem a vida por este testemunho. Estes são verdadeiros cristãos! Estes levam o céu no coração, olham além, sempre além. Quem teve a graça de abraçar a ressurreição de Jesus pode ainda esperar no inesperado. Os mártires de todo tempo, com sua fidelidade a Cristo, dizem que a injustiça não é a última palavra na vida. Em Cristo ressuscitado podemos continuar a esperar. Os homens e as mulheres que têm um “porque” viver resistem mais que os outros nos tempos de desgraça. Mas quem tem Cristo a seu lado verdadeiramente não teme mais nada. E por isso os cristãos, os verdadeiros cristãos, nunca são homens fáceis e acomodados. Sua mansidão não deve ser confundida com um sentido de insegurança e de remissividade. São Paulo diz a Timóteo a sofrer pelo Evangelho e diz assim: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de força, de caridade e de prudência” (2 Tm 1, 7). Caídos, se levantam sempre.
Eis, queridos irmãos e irmãs, porque o cristão é um missionário de esperança. Não por seu mérito, mas graças a Jesus, o grão que, caído na terra, morreu e trouxe muito fruto (cfr Jo 12, 24).
Com tradução de Canção Nova.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF