Translate

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Bispo exorta a dar um basta à degradação moral que afeta o Brasil

Dom Antonio Carlos Félix (Bispo da Diocese de Governador Valadares-MG)
BELO HORIZONTE, 07 Nov. 17 / 06:00 pm (ACI).- Em um recente vídeo que já se tornou viral nas redes sociais, o Bispo da Diocese de Governador Valadares (MG), Dom Antônio Carlos Félix, lançou um apelo aos fiéis leigos a fim de “dar um basta a essa degradação moral” que afeta o Brasil e o mundo, com tantos casos de corrupção, ataque contra as famílias, imposição da ideologia de gênero.
“É hora de vocês, católicos, agirem. Não fiquem se perguntando o que a Igrejavai falar ou fazer a respeito disso. Vocês são a Igreja. A pergunta deve ser outra: o que nós estamos fazendo contra tudo isso?”, exortou o Prelado no vídeo que foi publicado no dia 3 de novembro e já conta com mais de 200 mil visualizações apenas no Facebook da Diocese, além de outras páginas que o publicaram.
Dom Félix confessou que está “estarrecido e enojado com tanta corrupção e impunidade, com tanto ataque à família, com tanta propaganda de imoralidade, com tanta profanação dos símbolos cristãos, com tanta propaganda do homossexualismo, com tanta imposição da ideologia de gênero no mundo atual”.
Segundo ele, o que se vê atualmente é uma “divulgação da imoralidade, fantasiada de arte”, além da “propaganda marxista do homossexualismo, disfarçado de respeito à diversidade”, e a “doutrinação da ideologia de gênero, também com ares de liberdade e de orientação sexual”.
Tudo isso, indicou, configura “um verdadeiro ataque à família, santuário da vida, que vai perdendo seus direitos na educação de seus filhos, os quais se tornam alvo fácil dessa onda destruidora da moral”.
“Os bons ficam acuados e os meios de comunicação, através de novelas e entrevistas direcionadas, vão divulgando esta mentalidade de modo bem planejado”, advertiu.
Nesse sentido, lamentou que, “se a crise social, política e familiar pela qual passamos é sobretudo moral, esta propaganda em nada faz diminuir”. Ao contrário, assinalou, “aumenta, rompendo todas as barreiras éticas que deveriam pautar o comportamento humano”.
Frente a tal situação, pontuou, “é preciso dar um basta a essa degradação moral. É preciso que as forças morais de toda a humanidade se levantem e deem seu brado de inconformidade com tudo isso”.
“A Igreja levanta sua voz de repúdio a tudo isso, sua doutrina clara já condena esses erros. É preciso que os católicos sejam lógicos e coerentes com o que a Igreja lhes ensina”, afirmou.
Dom Félix convocou os leigos a não ficarem “esperando pelos pastores. As ovelhas têm o direito de se defenderem dos lobos que as atacam. Falem, protestem, escrevam, alertem os filhos, os amigos, gritem nas redes sociais. Pais e mães, acordem, reajam!”, exclamou.
“É preciso que o mundo escute a voz dos bons e saiba que ainda existem famílias corretas, pessoas de bem e de coragem que não concordam com a imposição dessas ideologias. Unindo suas forças, vocês, leigos, purifiquem as instituições e as condições do mundo, caso essas incitem ao pecado. Isso de tal modo que todas essas coisas estejam de acordo com as normas da justiça e favoreçam o exercício das virtudes”.
O Prelado reforçou que “agindo dessa forma, vocês impregnarão de valor moral a cultura e as obras humanas”. “A hora é de agir e já”, concluiu.
ACI Digital

Mosteiro fica sem religiosas de clausura depois de 3 séculos

Roma, 07 Nov. 17 / 11:00 am (ACI).- Após 304 anos, o Mosteiro da Visitação de Milão (Itália) ficou sem religiosas de clausura, depois que as últimas quatro foram transferidas para outro convento, de onde continuarão servindo a Igreja através da Ordem da Visitação de Santa Maria, fundada por São Francisco de Sales e Santa Joana Francisca Frémyot de Chantal.
As quatro religiosas se despediram do mosteiro na tarde do dia 3 de novembro, rezando em frente ao portão, antes de partir para a sede da Ordem em Soresina, na província de Cremona, informou ‘Il Corriere della Sera’.
As religiosas da Ordem da Visitação viviam no mosteiro desde julho de 1713, quando se estabeleceram em um abrigo, atualmente em ruínas, mas que foi fundado por São Carlos Borromeu, Arcebispo de Milão, com o objetivo de oferecer um lar às meninas que ficaram órfãs devido à peste.
Imagem referencial / Foto: Flickr Roberto Arnaiz (CC-BY-NC-SA-2.0)

Com o passar do tempo, também abriram um colégio para as filhas dos nobres milaneses.
Entretanto, como o número de religiosas diminuiu para apenas quatro e o convento era muito grande, foi tomada a decisão de transferi-las à sede de Soresina, onde há mais irmãs.
Esta não é a primeira vez que um mosteiro da visitação é fechado com a consequente mudança das poucas religiosas que restavam. Já aconteceu em Sanremo, Arona e Massa Cozzile.
Embora seja um edifício histórico, isto não é o mais importante para as quatro religiosas, que não escondem a emoção da despedida.
“É verdade que há muita emoção. Estamos muito felizes de ir para onde o Senhor nos pede. Mas sempre levaremos no coração este lugar, onde passamos a vida inteira”, afirma uma das religiosas através do intercomunicador.
ACI Digital

domingo, 5 de novembro de 2017

CÂNTICO EVANGÉLICO(BENEDICTUS) Lc 1,68-79

Ant. Os justos brilharão como o sol
no Reino de seu Pai, aleluia.

O Messias e seu Precursor

68 Bendito seja o Senhor Deus de Israel, *
porque a seu povo visitou e libertou;
69 e fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,

70 como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos,
71 para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.

72 Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança
73 e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos 74 que, libertos do inimigo,
= a ele nós sirvamos sem temor †
75 em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias.
=76 Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à frente do Senhor *
para aplainar e preparar os seus caminhos,
77 anunciando ao seu povo a salvação, *
que está na remissão de seus pecados;

78 pela bondade e compaixão de nosso Deus, *
que sobre nós fará brilhar o Sol nascente,
79
 para iluminar a quantos jazem entre as trevas *
= e na sombra da morte estão sentados 
e para dirigir os nossos passos, *
guiando-os no caminho da paz.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Os justos brilharão como o sol 
no Reino de seu Pai, aleluia.

www.liturgiasdashoras.org

Dos Sermões de São Bernardo, abade


(Sermo2: Opera omnia, Edit.Cisterc. 5[1968],364-368)         (Séc.XII)

Apressemo-nos ao encontro dos irmãos que nos esperam
Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas, a eles que, segundo a promessa do Filho, o mesmo Pai celeste glorifica? De que lhes servem nossos elogios? Os santos não precisam de nossas homenagens, nem lhes vale nossa devoção. Se veneramos os Santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo veemente. 
Em primeiro lugar, o desejo que sua lembrança mais estimula e incita é o de gozarmos de sua tão amável companhia e de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem-aventurados, de unir-nos ao grupo dos patriarcas, às fileiras dos profetas, ao senado dos apóstolos, ao numeroso exército dos mártires, ao grêmio dos confessores, aos coros das virgens, de associar-nos, enfim, à comunhão de todos os santos e com todos nos alegrarmos. A assembleia dos primogênitos aguarda-nos e nós parecemos indiferentes! Os santos desejam-nos e não fazemos caso; os justos esperam-nos e esquivamo-nos. 
Animemo-nos, enfim, irmãos. Ressuscitemos com Cristo. Busquemos as realidades celestes. Tenhamos gosto pelas coisas do alto. Desejemos aqueles que nos desejam. Apressemo-nos ao encontro dos que nos aguardam. Antecipemo-nos pelos votos do coração aos que nos esperam. Seja-nos um incentivo não só a companhia dos santos, mas também a sua felicidade. Cobicemos com fervoroso empenho também a glória daqueles cuja presença desejamos. Não é má esta ambição nem de nenhum modo é perigosa a paixão pela glória deles. 
O segundo desejo que brota em nós pela comemoração dos santos consiste em que Cristo, nossa vida, tal como a eles, também apareça a nós e nós juntamente com ele apareçamos na glória. Enquanto isto não sucede, nossa Cabeça não como é, mas como se fez por nós, se nos apresenta. Isto é, não coroada de glória, mas com os espinhos de nossos pecados. É uma vergonha fazer-se de membro regalado, sob uma cabeça coroada de espinhos. Por enquanto a púrpura não lhe é sinal de honra, mas de zombaria. Será sinal de honra quando Cristo vier e não mais se proclamará sua morte, e saberemos que nós estamos mortos com ele, e com ele escondida nossa vida. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela refulgirão os membros glorificados, quando transformar nosso corpo humilhado, configurando-o à glória da Cabeça, que é ele mesmo.
Com inteira e segura ambição cobicemos esta glória. Contudo para que nos seja lícito esperá-la e aspirar a tão grande felicidade, cumpre-nos desejar com muito empenho a intercessão dos santos. Assim, aquilo que não podemos obter por nós mesmos, seja-nos dado por sua intercessão.
www.liturgiadashoras.org

sábado, 4 de novembro de 2017

Do Sermão proferido no último sínodo por São Carlos, bispo

Resultado de imagem para são carlos borromeu
(Acta Eclesiae Mediolanensis, Mediolani 1599,1 177-1178)            (Séc.XVI)


Não sejas como quem diz uma coisa e faz outra
Somos todos fracos, confesso, mas o Senhor Deus nos entregou meios com que, se quisermos, poderemos ser fortalecidos com facilidade. Tal sacerdote desejaria possuir uma vida íntegra, que dele é exigida, ser continente e ter um comportamento angélico, como convém, mas não se resolve a empregar estes meios: jejuar, orar, fugir das más conversas e de nocivas e perigosas familiaridades. 
Queixa-se de que, ao entrar no coro para a salmodia, ao dirigir-se para celebrar a missa, logo mil pensamentos lhe assaltam a mente e o distraem de Deus. Mas, antes de ir ao coro ou à missa, que fez na sacristia, como se preparou, que meios escolheu e empregou para fixar a atenção?  
Queres que te ensine a caminhar de virtude em virtude e como seres mais atento ao ofício, ficando assim teu louvor mais aceito de Deus? Escuta o que digo. Se ao menos uma fagulha do amor divino já se acendeu em ti, não a mostres logo, não a exponhas ao vento! Mantém encoberta a lâmpada, para não se esfriar e perder o calor; isto é, foge, tanto quanto possível, das distrações; fica recolhido junto de Deus, evita as conversas vãs.  
Tua missão é pregar e ensinar? Estuda e entrega-te ao necessário para bem exerceres este encargo. Faze, primeiro, por pregar com a vida e o comportamento. Não aconteça que, vendo-te dizer uma coisa e fazer outra, zombem de tuas palavras, abanando a cabeça. 
Exerces cura de almas? Não negligencies por isso o cuidado de ti mesmo, nem dês com tanta liberalidade aos outros que nada sobre para ti. Com efeito, é preciso te lembrares das almas que diriges, sem que isto te faça esquecer da tua.  
Entendei, irmãos, nada mais necessário aos eclesiásticos do que a oração mental que precede, acompanha e segue todos os nossos atos: Salmodiarei, diz o Profeta, e entenderei (cf. Sl 100,1 Vulg.). Se administras os sacramentos, ó irmão, medita no que fazes; se celebras a missa, medita no que ofereces; se salmodias no coro, medita a quem e no que falas; se diriges as almas, medita no sangue que as lavou e, assim, tudo o que é vosso se faça na caridade (1Cor 16,14). Deste modo, as dificuldades que encontramos todos os dias, inúmeras e necessárias (para isto estamos aqui), serão vencidas com facilidade. Teremos, assim, a força de gerar Cristo em nós e nos outros.
www.liturgiadashoras.org

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Presidente da CNBB reflete sobre o Dia de Finados: amor e gratidão pelos falecidos

A Igreja celebra nesta quinta-feira, dia 2 de novembro, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, chamada popularmente pelo nome dado civilmente ao feriado: Dia de Finados. Neste dia, nas Igrejas e nos cemitérios, “manifestamos o amor e a gratidão pelos falecidos e, de modo especial, expressamos a fé em Cristo Ressuscitado, a fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna”, conta o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Sergio da Rocha.
A Comemoração dos Fiéis Defuntos é ocasião para dedicar orações pelos amigos e familiares falecidos, um gesto que, para dom Sergio não se reduz ao sinal de amor e gratidão: “É acima de tudo, um gesto de fé e esperança”.

Para o cardeal, o Dia de Finados também é ocasião para refletir “sobre o modo como estamos caminhando neste mundo rumo à morada eterna que o Senhor preparou para nós”. “É importante dar passos de conversão sincera rumo à vida eterna”, sublinha.
Tradição
A tradição da Igreja de honrar a memória dos defuntos remete aos primeiros tempos do cristianismo, quando eram oferecidos sufrágios em seu favor. Dom Sergio recorda que o Catecismo ensina este costume e ressalta que de modo especial era oferecido o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, os falecidos possam chegar à visão beatífica de Deus, recordando o exemplo de Judas Macabeu, que “mandou oferecer sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado”, pois “é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados”.
Visitas aos cemitérios
Em todo o Brasil, os cemitérios se preparam para receber milhares de pessoas que farão visitas aos seus entes queridos. Celebrações eucarísticas durante todo o dia estão programadas. Esta prática é sublinhada por dom Sergio lembrando o parágrafo 2300 do Catecismo: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal (Tb 1,16-18) que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo”.
 Liturgia
Também a tradição dos fiéis influenciou a definição do rito das exéquias, do qual podem ser usadas as leituras para a comemoração votiva dos fiéis defuntos. O bispo de Cornélio Procópio (PR) e membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos da CNBB, dom Manoel João Francisco, escreveu em um subsídio que até o século VII as exéquias cristãs caracterizavam por um forte caráter pascal, mas que do século VIII até o XV predominou-se uma visão trágica da morte. “Perdeu-se a certeza da salvação e a Eucaristia, de celebração da passagem com Cristo e por Cristo da morte para a vida, passou a ser sacrifício propiciatório pelos defuntos”, explicou.
Tal realidade fez com que Paulo V, em 1614, e Paulo VI, em 1969, tentassem recuperar o caráter pascal da morte cristã, o que foi alcançado no período do Concílio Vaticano II. “O novo ritual apresenta Cristo como vencedor da morte e fonte da ressurreição ou associa a morte do cristão ao mistério pascal de Cristo. A índole pascal da morte cristã aparece também de forma muito explícita nas leituras bíblicas e salmos propostos pelo novo ritual bem como nos textos das missas dos funerais”, salienta dom Manoel.
Na escolha dos textos litúrgicos para a celebração, procura-se harmonizar a temática da esperança cristã, da ressurreição, a partir do que está no parágrafo 72 do Elenco das Leituras da Missa, orienta a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB. O lecionário dominical e festivo propõe três esquemas de leituras escolhidas entre todas as elencadas para as missas dos defuntos.
“A Palavra de Deus vem iluminar e trazer esperança para todos diante da morte. O Evangelho nos assegura que a vontade do Pai, cumprida plenamente por Jesus, é que ninguém se perca, mas que alcance a ressurreição”, reflete dom Sergio da Rocha.
Ele continua sua exposição a partir de um dos esquemas litúrgicos encontrados no lecionário: “Assim declara Jesus: ‘esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia’ (Jo 6,37-40). A esperança de vencer a morte e ver a Deus já animava Jó, no meio dos sofrimentos (Jó 19,23-27). E São Paulo nos assegura que ‘a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’ (Rm 5,5)”.
Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Católicos e luteranos: prosseguir no caminho rumo à unidade

O caminho ecumênico trilhado juntos nos últimos cinquenta anos – apoiado pela oração comum, pelo culto divino e pelo diálogo ecumênico – levou “à superação de preconceitos, à intensificação da compreensão recíproca” e à assinatura “de acordos teológicos decisivos”.
É o que diz o comunicado conjunto da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização divulgado este 31 de outubro, data que conclui o ano de celebrações ecumênicas dos 500 anos da Reforma Protestante.
De fato, os eventos tiveram início em 31 de outubro de 2016 com a oração luterano-católica na Catedral de Lund, na Suécia, ocasião em que o Papa Francisco e o então Presidente da FLM Bispo Munib A. Younan, assinaram uma Declaração Conjunta, onde se comprometiam a prosseguir juntos o caminho ecumênico rumo à unidade pela qual Cristo rezou (João 17,21).
No texto, é reconhecida a “comum responsabilidade pastoral de responder à sede e à fome espiritual de nosso povo de sermos “um” em Cristo. Desejamos ardentemente que esta ferida no corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo dos nossos esforços ecumênicos, que queremos fazer progredir, também renovando o nosso compromisso pelo diálogo teológico”.
A declaração ressalta, outrossim, que “pela primeira vez, luteranos e católicos viram a Reforma de uma perspectiva ecumênica”, “o que tornou possível uma nova compreensão daqueles eventos do século XVIque levaram à nossa separação”.
“Se é verdade que o passado não pode ser mudado, é também verdade que o seu impacto atual sobre nós pode ser transformado em modo que se torne um impulso para o crescimento da comunhão e um sinal de esperança para o mundo: a esperança de superar divisões e fragmentações”.
O que emergiu mais uma vez com clareza, é “que aquilo que nos une é bem superior ao que nos divide”.
Um passo decisivo no caminho rumo à unidade, foi a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em 1999, gesto repetido pelo Conselho Metodista Mundial em 2006 e pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas durante este ano das celebrações dos 500 anos da Reforma.
E neste 31 de outubro de 2017, a mesma Declaração será acolhida pela Comunhão Anglicana no decorrer de uma Solene cerimônia na Abadia de Westminster.
“Sobre esta base, as nossas comunidades cristãs podem construir sempre mais estreita ligação de consenso espiritual e de testemunho comum a serviço do Evangelho”.
São destacadas no documento, ademais, as inúmeras iniciativas de oração comum e de culto divino entre luteranos e católicos e demais parceiros ecumênicos em várias partes do mundo, assim como os encontros teológicos e as importantes publicações que ofereceram subsídios para este ano de celebrações.
A Declaração conclui reafirmando o compromisso de avançar neste “caminho comum, guiados pelo Espírito Santo, rumo a uma crescente unidade”, buscando discernir a “interpretação de Igreja, Eucaristia e Ministério, esforçando-nos para chegar a um consenso substancial com o objetivo de superar as diferenças que são até hoje fonte de divisão entre nós”. (JE)
Por Rádio Vaticano
Arquidiocese de Brasília

500 anos da Reforma protestante

Martinho Lutero/ Crédito: Wikimedia Commons
REDAÇÃO CENTRAL, 31 Out. 17 / 10:30 am (ACI).- Hoje se recorda os 500 anos da Reforma Protestante, por esta razão, o Grupo ACI apresenta 7 dados essenciais que resumem as causas e consequências desse período histórico iniciado por Martinho Lutero no século XVI.
1. A origem da palavra protestante
A palavra “protestante” vem dos príncipes alemães que fazem um “protesto” contra o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, que se negava aos chamados à reforma luterana dentro da Igreja Católica.
Por essa razão, as pessoas que defendiam essas posições ou que se aderiam a elas começaram a serem chamadas de protestantes.
2. Martinho Lutero é a figura mais influente da Reforma Protestante
Em 31 de outubro de 1517, o frade agostiniano Martinho Lutero se rebelou contra a Igreja quando publicou as suas “95 teses” sobre a penitência e o uso das indulgências na porta do Palácio de Wittenberg, na Alemanha.
Mais tarde, Lutero desenvolveu os 95 princípios da sua doutrina, chegando a uma doutrina diferente da fé católica.
Deixou a vida religiosa e se casou com uma ex-religiosa e durante a sua vida atacou duramente o papado e provocou várias revoltas.
3. A Reforma não teve só motivações religiosas
Embora a venda de indulgências fosse considerada por Lutero como uma das principais razões da sua ruptura com a Igreja Católica, houve outras razões históricas que permitiram a Reforma Protestante.
Entre estas, o Cisma do Ocidente (1378 a 1417) que reduziu em grande medida a reputação da Igreja Católica e fez com que muitas pessoas questionassem a legitimidade do Papa; o início do período do Renascimento que questionou o pensamento tradicional; a ascensão dos estados nacionais e monarcas que queriam o poder absoluto da sua nação, como Henrique VIII, que se separou da Igreja em 1534.
4. Os postulados do protestantismo de Lutero
Lutero desenvolve a crença de que o homem é salvo somente pela fé em Cristo e que, portanto, não tem a obrigação de fazer boas obras.
Esta crença equivocada é conhecida historicamente como a doutrina da justificação somente pela fé (Sola Fide).
O luteranismo também rechaça totalmente a primazia do Papa e afirma que a Bíblia é a única fonte de autoridade. Rechaça ainda a intercessão dos santos e da Virgem Maria, a veneração das imagens, a existência do purgatório.
4. Lutero foi excomungado
A bula Exsurge Domine de 1520 do Papa Leão X foi a primeira resposta do pontificado que condenou Lutero e o ameaçou com a excomunhão.
Em janeiro de 1521, ao não se retratar, Lutero foi excomungado e logo depois condenado na Dieta de Worms, um congresso imperial convocado pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V.
5. João Calvino funda a segunda religião principal do protestantismo
As ideias de Lutero se estenderam por toda a Europa. Como consequência, o teólogo francês João Calvino fundou a segunda religião principal do protestantismo chamada “Calvinismo”, em Genebra em 1541.
Calvino considera que todos os sacramentos da Igreja Católica deveriam ser eliminados, incluindo os dois que Lutero manteve: o Batismo e a Eucaristia(esta é concebida de maneira diferente), o que levou à formação de outras denominações como presbiterianos, anglicanos, anabatistas e congregacionalistas.
6. As ideias da Reforma foram expandidas pela imprensa
Sem a criação da imprensa de Johannes Guttenberg, as novas ideias protestantes não teriam conseguido se estender pela Europa em grande escala.
7. A Reforma causou guerras de religião
A Reforma provocou uma série de guerras religiosas que finalmente culminaram na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que devastou grande parte do território atual da Alemanha.
ACI Digital

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Da Carta aos coríntios, de São Clemente I, papa

Não sejamos desertores da vontade de Deus (Canção Nova)
Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa
(Cap.21,1-22,5; 23,1-2: Funk 1,89-93)             (Séc.I)

Não sejamos desertores da vontade de Deus
Tomai cuidado, diletos, para que os benefícios de Deus, tão numerosos, não se tornem condenação para todos nós, se não vivermos para ele de modo digno e não realizarmos em concórdia o que é bom e aceito diante de sua face. Pois foi dito em algum lugar: O Espírito do Senhor é lâmpada que perscruta as cavernas das entranhas (Pr20,27 Vulg.). 
Consideremos quão próximo está e que nada lhe é oculto de nossos pensamentos e palavras. É, portanto, justo que não sejamos desertores de sua vontade. É preferível ofendermos os homens estultos e insensatos, soberbos e presunçosos na jactância de seu modo de falar, do que a Deus.  
Veneremos o Senhor Jesus, cujo sangue foi derramado por nós, respeitemos nossos superiores, honremos os anciãos, eduquemos os jovens na disciplina do temor de Deus, encaminhemos nossas esposas para todo o bem. Manifestem o amável procedimento de castidade, mostrem seu puro e sincero propósito de mansidão, pelo silêncio deem a conhecer a moderação da língua, tenham igual caridade sem acepção de pessoas para com aqueles que santamente temem a Deus. 
Participem vossos filhos da ciência de Cristo. Aprendam que grande valor tem para Deus a humildade, o poder da casta caridade junto de Deus, como é bom e imenso seu temor, protegendo a todos que nele se demoram na santidade de um coração puro. Porque ele é o perscrutador dos pensamentos e resoluções da mente. Seu Espírito está em nós, e, quando quer, retira-o. 
A fé em Cristo tudo confirma. Ele, pelo Espírito Santo, nos incita: Vinde, filhos, ouvi-me; ensinar-vos-ei o temor do Senhor. Qual é o homem que quer a vida e deseja ver dias bons? Afasta tua língua do mal e não profiram teus lábios a mentira. Desvia-te do mal e faze o bem. Busca a paz e persegue-a (Sl 33,12-15). 
Misericordioso em tudo, o Pai benigno tem amor pelos que o temem, concede com bondade e doçura suas graças àqueles que se lhe aproximam com simplicidade. Por isso não sejamos fingidos nem insensíveis a seus dons gloriosos.
www.liturgiadashoras.org

domingo, 29 de outubro de 2017

Papa no Angelus: sem o amor, vida e fé permanecem estéreis

ANSA
   Cidade do Vaticano (RV) – “O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho de fé: sem o amor, quer a vida quer a fé, permanecem estéreis”.

   Dirigindo-se da janela do apartamento pontifício aos milhares de fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro, o Papa Francisco refletiu no Angelus deste 30º Domingo do Tempo Comum sobre o mandamento do amor: a Deus em primeiro lugar, e ao próximo como a si mesmo.
   “Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve”, advertiu Francisco, que inspirou-se na passagem de Mateus proposta pela liturgia do dia.
   Os fariseus queriam colocar Jesus à prova, perguntando a ele qual era o maior mandamento da Lei. “Uma pergunta insidiosa – observa o Papa - porque na Lei de Moisés são mencionados mais de 600 preceitos”.
   Então Jesus responde:  “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento”, acrescentando, “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
   "Esta resposta de Jesus não é algo que se deduz automaticamente, porque entre os múltiplos preceitos da lei judaica, os mais importantes eram os dez mandamentos, comunicados diretamente por Deus a Moisés, como condição do pacto de aliança com o povo":
   “Mas Jesus quer fazer entender que sem o Amor por Deus e pelo próximo não existe verdadeira fidelidade a esta aliança com o Senhor". Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve".
   O Papa cita o Livro do Êxodo, onde explica que para estar em Aliança com o Senhor, não se pode maltratar “aqueles que desfrutam de sua proteção’:
   “E quem são estes que desfrutam de sua proteção? Diz a Bíblia: a viúva, o órfão, o estrangeiro, o migrante, isto é, as pessoas mais sozinhas e indefesas”.
   Ao responder aos fariseus, Jesus também tenta ajudá-los "a colocar ordem em sua religiosidade", distinguindo "aquilo que realmente é importante", daquilo que é menos importante":
   “E Jesus viveu exatamente assim a sua vida: pregando e fazendo aquilo que realmente é importante e é essencial, isto é, o amor. O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho da fé: sem o amor, quer a vida quer a fé permanecem estéreis".
   O que Jesus propõe nesta página do Evangelho – explicou Francisco - é um ideal estupendo, que corresponde ao desejo mais autêntico de nosso coração:
   “De fato, nós fomos criados para amar e ser amados. Deus, que é amor, nos criou para tornar-nos partícipes da sua vida, para sermos amados por Ele e para amá-lo, e para amá-lo com Ele todas as pessoas. Este é o "sonho" de Deus para o homem".
   Mas para conseguir realizar isto, “temos necessidade da sua graça, temos necessidade de receber em nós a capacidade de amar que provém do próprio Deus”:
   “Jesus se oferece a nós na Eucaristia justamente para isto. Nela, nós recebemos o seu Corpo e o seu sangue, isto é, recebemos Jesus na expressão máxima de seu amor, quando Ele ofereceu a si mesmo ao Pai para a nossa salvação”.
   Que a Virgem Santa – foi sua invocação final – “nos ajude a acolher em nossa vida “o grande mandamento” do amor de Deus e do próximo”, pois se o conhecemos desde pequeno, nunca deixaremos de nos converter a ele, para “colocá-lo em prática nas diversas situações em que nos encontramos". (JE)
Rádio Vaticano

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF