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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Papa na Gaudete et Exsultate: a santidade é uma luta constante contra o demônio

Fotos: Papa Francisco: ACI Prensa. Demônio: Flickr Estitxu Carton CC-BY-SA-2.0
VATICANO, 10 Abr. 18 / 07:00 am (ACI).- A vida cristã e o caminho à santidade "também são uma luta constante contra o demônio", afirmou o Papa Francisco em sua nova Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, e advertiu que pensar sobre o príncipe do mal como um mito ou uma ideia é um erro que "nos leva a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos”.
Francisco, que várias vezes alertou sobre a existência do demônio e suas seduções, também menciona este tema em seu novo documento.
Assim, no quarto capítulo intitulado "Algumas características da santidade no mundo atual", recorda que "não nos faz bem a olhar com altivez, assumir o papel de juízes sem piedade, considerar os outros como indignos e pretender continuamente dar lições. Esta é uma forma subtil de violência”.
“São João da Cruz propunha outra coisa: ‘Mostra-te sempre mais propenso a ser ensinado por todos do que a querer ensinar quem é inferior a todos’. E acrescentava um conselho para afastar o demónio: ‘Alegrando-te com o bem dos outros como se fosse teu e procurando sinceramente que estes sejam preferidos a ti em todas as coisas, assim vencerás o mal com o bem, afastarás o demónio para longe e alegrarás o coração. Procura exercitá-lo sobretudo com aqueles que te são menos simpáticos. E sabe que, se não te exercitares neste campo, não chegarás à verdadeira caridade nem tirarás proveito dela’”.
Em seguida, ao mencionar a respeito da importância de viver em comunidade, Francisco assegura que “é muito difícil lutar contra a própria concupiscência e contra as ciladas e tentações do demónio e do mundo egoísta, se estivermos isolados. A sedução com que nos bombardeiam é tal que, se estivermos demasiado sozinhos, facilmente perdemos o sentido da realidade, a clareza interior, e sucumbimos”, sublinha.
Mas no último capítulo do documento, capitulo cinco, e no subtítulo "algo mais do que um mito", onde o Papa fala de maneira mais explícita.
“Não admitiremos a existência do demónio, se nos obstinarmos a olhar a vida apenas com critérios empíricos e sem uma perspectiva sobrenatural. A convicção de que este poder maligno está no meio de nós é precisamente aquilo que nos permite compreender por que, às vezes, o mal tem uma força destruidora tão grande”, descreve o Papa.
O Bispo de Roma reconhece que “é verdade que os autores bíblicos tinham uma bagagem conceitual limitada para expressar algumas realidades e que, nos tempos de Jesus, podia-se confundir, por exemplo, uma epilepsia com a possessão do demónio. Entretanto, isto não deve levar-nos a simplificar demasiado a realidade afirmando que todos os casos narrados nos Evangelhos eram doenças psíquicas e que, em última análise, o demônio não existe ou não intervém”.
“A sua presença consta nas primeiras páginas da Sagrada Escritura, que termina com a vitória de Deus sobre o demônio”, explica. “De fato, quando Jesus nos deixou a oração do Pai-Nosso, quis que a concluíssemos pedindo ao Pai que nos livrasse do Maligno. A expressão usada não se refere ao mal em abstrato; a sua tradução mais precisa é ‘o Maligno’. Indica um ser pessoal que nos atormenta. Jesus ensinou-nos a pedir cada dia esta libertação para que o seu poder não nos domine”.
Em seguida, o Santo Padre pede: “não pensemos que seja um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia”. “Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos”, acrescenta.
“O demônio não precisa possuir-nos. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios. E assim, enquanto abrandamos a vigilância, ele aproveita para destruir a nossa vida, as nossas famílias e as nossas comunidades, porque, ‘como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar’”.
A última menção ao demônio no documento foi quando mencionou que “a corrupção espiritual é pior do que a queda de um pecador, porque trata-se duma cegueira cómoda e autossuficiente, em que tudo acaba por parecer lícito: o engano, a calúnia, o egoísmo e muitas formas subtis de autorreferencialidade, já que ‘também Satanás se disfarça em anjo de luz’”.
ACI Digital

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Igreja comemora hoje a jovem Santa Gemma Galgani

REDAÇÃO CENTRAL, 11 Abr. 18 / 06:00 am (ACI).- Quando Jesus entra no coração de uma pessoa, o amor que inflama é tão grande que a transborda e supera. Esse foi o sentido da vida de Santa Gemma Galgani, uma jovem italiana a quem Cristo concedeu os estigmas e passou por vários sofrimentos corporais.

Suas grandes forças foram uma espiritualidade profunda, o grande amor que sentia pelos pecadores e os corações de Jesus e Maria.
Gemma nasceu em Camigliano (Itália), em 12 de março de 1878. Seus pais eram o farmacêutico Enrique Galgani e Aurelia Landi. Era a quarta filha de oito irmãos. Desde menina, mostrou sinais de santidade, pois se trancava para rezar diante do crucifixo da família.
Sua mãe foi quem lhe ensinou o amor por Cristo Crucificado e pela Virgem Maria. Quando era criança, sua mãe a tomava nos braços e ensinava o crucifixo. Entre lágrimas, falava-lhe do imenso amor que Jesus teve pelos homens.
Quando sua mãe percebeu que logo chegaria sua hora de partir, decidiu entregar a filha aos cuidados do Espírito Santo. Preparou-a para receber o sacramento da Confirmação que lhe foi administrado em 1885 pelo Bispo de Lucca, Dom Nicolás Ghilardi. Durante a cerimônia, Gemma sentiu que o Espírito Santo lhe perguntava se ela queria entregar-lhe sua mãe. A menina respondeu que sim e lhe pediu que a levasse também. Isso não aconteceu, porque Deus tinha grandes planos para sua vida.
Durante toda a sua vida, Gemma esteve muito perto da Eucaristia e da Mãe de Deus. Apesar de sua pouca idade, Dom Volpi, permitiu que a menina recebesse a primeira comunhão, porque soube que se não o fizesse, ela morreria de dor.
Depois da morte de seu pai, Gemma se mudou com seus tios para Camioer. Durante um ano, descuidou-se de suas orações e esqueceu-se de Jesus, porque se sentiu atraída pelas diversões mundanas. Entretanto, Cristo permitiu que ficasse doente para fazê-la voltar aos seus braços. Como requeria maiores cuidados, voltou para Lucca, onde permaneceu até sua morte.
Jesus lhe concedeu diversas graças, como a presença de São Paulo da Cruz ou do Venerável Gabriel. Também tinha experiências místicas sobre a Paixão de Cristo.
Santa Gemma recaia frequentemente na enfermidade e aproveitava esses momentos para oferecer seus sofrimentos pela conversão dos pecadores.
Toda essa entrega e abnegação eram motivo de ódio para o demônio, que nunca deixou de tentá-la e até mesmo chegou a atacá-la fisicamente.
Devido aos seus padecimentos, êxtases e por ter os estigmas de Cristo, as pessoas zombavam dela e achavam que fosse louca. Mas, Gemma nunca se deixou amedrontar por esses insultos e continuou amando e servindo a Jesus até o dia de sua morte.
Antes de morrer, voltou a ficar doente, sentindo muitas dores. Gemma ofereceu a enfermidade como uma mortificação para que um sacerdote, que levava uma vida mundana e desordenada, se convertesse. O padre se converteu dois dias antes de sua morte.
A jovem italiana morreu em 11 de abril de 1903, no Sábado Santo. Pe. Germán lhe deu a extrema unção e viu que colocava seus braços imitando Cristo na cruz. Depois, Gemma tomou o crucifixo nas mãos e exclamou: ‘Jesus!... Em tuas mãos encomendo minha pobre alma!”. Voltando-se para a imagem de Maria, acrescentou: “Minha mamãe, recomende a Jesus minha pobre alma... Diga-lhe que tenha misericórdia de mim”.
Pe. Germán escreveu logo a biografia e a devoção a Santa Gemma começou a se estender de maneira prodigiosa, não apenas na Itália, mas em muitos países do mundo.
Foi canonizada em 2 de maio de 1940, durante a festa da Ascenção do Senhor. O Papa Pio XI disse sobre a santa: “Será a joia de nosso pontificado”.
ACI Digital

domingo, 8 de abril de 2018

Presidente da CNBB: “Brasil hoje precisa que a Igreja dê um testemunho de comunhão, de unidade fraterna”

O cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, encontrou-se com o Papa Francisco, nesta sexta-feira, 6 de abril. Ele Depois do encontro, ele atendeu pedido do Vatican News e conversou com a repórter Cristiane Murray.

ACOLHIDA DO PAPA FRANCISCO
Primeiramente, é sempre uma grande alegria encontrar com o Papa Francisco. Ele sempre nos recebe de maneira muito carinhosa, com muita generosidade e demonstra um amor imenso pelo Brasil, pela Igreja no Brasil, pelo povo brasileiro. Então, é sempre bom demais estar com ele e eu dei a ele o abraço e a oração do nosso povo, da nossa Igreja e do nosso episcopado. E por isso, eu agradeço muito a Deus e ao Papa Francisco de ter tido a oportunidade de uma conversa com ele um pouco mais demorada, mesmo que em outros momentos que eu participo tenho tido a graça de um contato com ele ”.
CONVERSA COM O PAPA
Nós temos muitos desafios. Desafios na sociedade, desafios na realidade brasileira. Desafios de caráter sócio-político, econômico, cultural. Temos também desafios internos na vida da Igreja”.
O cardeal disse que podia resumir a conversa com o Papa a respeito da missão da Igreja em três pontos:  “O primeiro, a necessidade de ir em frente. De continuar, sempre mais e, de modo mais fiel possível, a missão da Igreja, isto é, diante dos desafios, das dificuldades, nós não podemos desanimar, pelo contrário, temos de ir em frente. Eu creio que este avançar, procurando ser o mais fiel à missão da Igreja é um primeiro aspecto. Perseverar, avançar, ser fiel”.
 O segundo aspecto da conversa com o Papa, segundo dom Sergio foi “caminhar unidos. Nós precisamos estar muito unidos para poder superar os desafios pastorais e outros problemas da realidade brasileira. Então, caminhar juntos, claro que primeiramente na oração, mas caminhar juntos como Igreja, isto é, assumindo juntos a missão da Igreja, muito unidos ao próprio Papa Francisco, unidos com os bispos do Brasil. Então, em breve, vamos ter a nossa assembleia geral dos bispos do Brasil, que é uma ocasião para fortalecer essa unidade que temos vivido. Unidos na vida e na missão. Unidos na oração, na vida e na missão”.
Dom Sergio explicou que o terceiro ponto da conversa foi a esperança: “Porque nós caminhamos unidos, mas não simplesmente como um grupo de amigos, mas caminhamos unidos pela fé. Pela fé que nós temos em Cristo. Estamos no Tempo da Páscoa. Então, nós queremos caminhar unidos pela fé em Cristo, mas justamente porque cremos nEle, sabemos que Ele é o Senhor da Igreja, nós colocamos nEle, a nossa esperança. Somos gente de esperança”.
ASSEMBLEIA DOS BISPOS
Sobre o tema central da próxima assembleia geral dos bispos que começa na quarta-feira, 11 de abril de 2018, em Aparecida, a formação dos padres, o cardeal disse: “É claro que o desafio da formação é imenso […] nós temos que, como Igreja, crescer, avançar na formação dos futuros presbíteros e dos atuais. Aqui que estão dois aspectos que tem que ser considerados permanentemente. Houve um tempo que quando se falava que formação sacerdotal se pensava apenas nos futuros presbíteros, isto é, na formação que se oferece nos seminários. E a verdade que essa formação que é fornecida nos seminários tem que merecer uma atenção cada vez maior, temos que aprimorar, que ampliar, mas o desafio que se coloca hoje é a chamada formação permanente dos presbíteros”.
O Cardeal explica como isso se dará no estudo dos bispos, na assembleia: “Eu creio que esse seja um dos aspectos que temos nós precisamos trabalhar cada vez mais. O próprio documento sobre a formação que estamos estudando já vai dedicar um espaço muito grande à formação permanente. Portanto, não é apenas quando estão se preparando para a ordenação sacerdotal ou para o ministério sacerdotal que é necessária uma formação mais sistemática, mais integral. Então, depois de ordenados, continua o desafio da formação. E não é que nós bispos estão de fora, nós também necessitamos continuar a nossa formação para servir, cada vez melhor, à Igreja”.
Ainda sobre o tema da assembleia, dom Sergio esclarece: A Igreja tem trabalhado com vários aspectos da formação. Quando nós falamos de formação integral é porque não falamos apenas dos estudos. Tem gente que pensa, às vezes, na formação dos estudos. É claro que eles merecem uma atenção na formação dos presbíteros, mas não bastam os estudos. Eles são importantíssimos, mas temos a formação humano-afetiva, formação espiritual, formação comunitária, formação pastoral. São os vários aspectos da formação que nos seminários, nós estamos trabalhando cada vez mais, mas depois de ordenados é preciso cultivar”.
Sobre a metodologia de trabalho que os bispos vão adotar na assembleia geral, o cardeal disse: Nós partimos daquilo que vem da Santa Sé, isto é, do documento que orienta a formação dos presbíteros, e também partimos da experiência que nós temos e do próprio documento que o Brasil já está adotando.  Nós já temos em vigor as chamadas diretrizes para a formação dos presbíteros e este documento é que está sendo revisto, está sendo aprofundado. Nós temos um caminho longo que percorrer, mas claro que o caminho é mais exigente ainda, isto é, temos passos ainda maiores a serem dados para preparar o sacerdote, o presbítero, o bispo para atuar no dia a dia do mundo de hoje, da sociedade de hoje, para fazer o anúncio do Evangelho e viver o sacerdócio no seu conjunto nas condições concretas que nós temos hoje. É preciso, de fato, aprofundar, cada vez mais, não apenas o conhecimento, mas a vivência da fé que vai ser anunciada, celebrada, vivida pelo próprio sacerdote e pelo conjunto do povo”.
MOMENTO DA REALIDADE NO BRASIL
O presidente da CNBB, perguntado sobre o momento que vivemos, disse que: Brasil precisa do testemunho cristão de cada um de nós. Testemunho corajoso, firme, fiel, alegre. Claro que isso é dom de Deus e precisa ser alimentado pela oração, pela Eucaristia, pela Palavra de Deus. O Brasil hoje precisa que a Igreja dê esse testemunho de comunhão, de unidade fraterna, de comunhão fraterna. Porque nós queremos superar a violência, a agressividade, a intolerância e queremos fazer isso dando testemunho. Lembremos sempre que a unidade, que a comunhão é uma exigência da evangelização. Jesus disse para estarmos unidos, para que o mundo creia. Quando Jesus reza ao Pai pedindo a unidade dos creem é justamente para que o mundo creia. Nós queremos, justamente, através do nosso testemunho, ajudar outras pessoas a crer em Cristo, fazendo essa mesma experiência. Por que tratar o outro que pensa diferente como inimigo? Não. É um irmão a ser amado, a ser respeitado, a ser valorizado e, se necessário for, a ser também corrigido fraternalmente”.
O cardeal lembrou a ainda a importância da esperança neste momento do Brasil: “Quando o Papa Francisco esteve em Aparecida, retomando a história dos pescadores que encontraram a imagem de nossa Padroeira, este foi um aspecto que o Papa insistia. E sempre ele tem dito: não deixem que roube a esperança. Não podemos perder a esperança. Essa esperança, é claro, vem de Jesus, ela vem de Deus, mas é uma esperança que nós também alimentamos também comunitariamente. Por isso que é muito importante a participação das pessoas na vida da comunidade, na vida Igreja. Porque sozinho, acaba se desanimando. Quando nós nos unimos como família – claro que a família de cada um é muito importante – mas essa família que quer ser a Igreja, ela é igualmente importante e, em algumas situações, com a família mais fragilizada, ela se torna ainda mais necessária para muita gente. Para todos nós, mas sobretudo para quem sofre mais”.
Dom Sergio destaca o sentido da esperança cristã: “Encontrar na Igreja gente que procura viver o Evangelho através do amor ao próximo, da caridade, da vida fraterna, da misericórdia. E, por isso, a pessoa se sente acolhida, se sente amada. Então, em momentos de dor, de dificuldade, de angústia, é preciso, ainda mais, a cultivar a vida fraterna porque juntos nós nos animamos a caminhar, a superar dificuldades. Claro que unidos a Cristo, nEle ancorados, iluminados, animados pelo Espírito de Deus, não é só nós. Nós não produzimos, por conta própria, essa esperança. Nós recebemos, mas cultivamos e compartilhamos a esperança. Então, que seja esse momento em que nós nos unimos, como Igreja, justamente para pode superar dificuldades e realizar bem a nossa missão evangelizadora. Que seja um momento em que nós possamos testemunhar a esperança que vem de Jesus, a esperança que vem da vida fraterna, de gente que se dispõe a caminhar juntos, a conviver e a trabalhar juntos na missão da Igreja”.
SÍNODO DOS JOVENS
Dom Sergio da Rocha, que também é Relator Geral do Sínodo sobre os jovens e o discernimento vocacional, falou o que o Papa Francisco pediu em relação a esse evento da Igreja: “mais uma vez, o Papa Francisco insistiu, com razão, na importância de ouvir os jovens. Não o simples escutar, mas o procurar acolher os seus anseios, suas preocupações, suas angustias e também suas propostas. E acolher a pluralidade da juventude. Juventude no plural, isto é, considerar os vários rostos dos jovens. Às vezes, há o risco de ficar apenas com um determinado tipo de jovem, quando na sociedade, nós temos vários. Por que isso? Porque queremos que todos sejam os mesmos discípulos e discípulas de Jesus, como jovens, mas também como missionários e missionárias como jovens”.
O cardeal lembrou que o texto Instrumento de Trabalho está sendo finalizado: “Estamos procurando acolhera as contribuições da reunião pré-sinodal, ocorrida recentemente. E, claro, há muito tempo estão sendo acolhidas as contribuições das conferências episcopais e daquele que contribuíram através da internet da página online. Mas os quem fará uma acolhida efetiva serão aqueles que estarão participando da assembleia sinodal”.
SÍNODO EXTRAORDINÁRIO DA AMAZÔNIA
“É para 2019, mas não há como a Igreja no Brasil, de modo especial o episcopado brasileiro não acompanhar atentamente e, de certo modo, já se envolver no processo de preparação para o Sínodo da Amazônia […] E o Papa já constituiu um Conselho Especial para o Sínodo e nele temos a presença de bispos brasileiros, mas o Brasil todo é convidado a se envolver. Na conversa com o próprio Papa, fica muito claro essa atenção especial que o Papa quer dar e que a Igreja deve dar à Amazônia para que a Igreja na Amazônia posso cumprir bem sua missão na realidade específica da Amazônia. Mas, é claro que não pode ser algo que diz respeito s[o a quem está na Amazônia. Os bispos da Amazônia, de modo especial, são os primeiros participantes, os protagonistas, mas o que se quer com esse Sínodo é que o conjunto da Igreja se sinta responsável pela Amazônia, é que também o Brasil todo se sinta responsável, que o episcopado todo do Brasil, de alguma maneira, tenha sua participação  e sinta responsável pela vida e missão da Igreja na Amazônia”, disse dom Sergio.
CNBB

II Domingo da Páscoa: Tempo de Misericórdia

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

“Dai graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia” (Sl 117). Nós continuamos a celebrar e a viver a Páscoa até Pentecostes, celebrando hoje o “Domingo da Divina Misericórdia”, estabelecido por S. João Paulo II. O Evangelho segundo João (Jo 20,19-31) narra o primeiro encontro de Jesus com os seus discípulos, após ter sido traído e abandonado na hora da cruz. Naquele encontro, a divina misericórdia se manifestou de modo especial. Ao invés de cobrar explicações ou de condená-los, ele deseja-lhes a paz e oferece o dom do Espírito, juntamente com a missão de perdoar.
Neste Tempo Pascal, somos convidados a confiar na misericórdia divina, a acolher a paz e o perdão que Jesus nos oferece, sendo misericordiosos. Vivemos numa época de muita violência. A Páscoa seja para nós tempo de misericórdia e de paz! Quem celebra a Páscoa não pode ter atitudes agressivas, nem favorecer a violência. Quem celebra a Páscoa crê na vitória do amor sobre o ódio, da misericórdia sobre a vingança, da paz sobre a violência, do perdão sobre o ressentimento e da vida sobre a morte. Nós cremos no poder da divina misericórdia! Por isso, somos chamados a manifestar ao mundo o rosto misericordioso de Deus.
Para viver em família e em comunidade, necessitamos muito da misericórdia divina e também da misericórdia entre nós, que se expressa no perdão e na compaixão. As mãos que se elevam para o Pai suplicando misericórdia são as mãos que se estendem aos irmãos para desejar o perdão e a paz. Os braços misericordiosos de Cristo abraçam e erguem os caídos através dos braços de quem se faz próximo dos que mais sofrem. Quem crê na misericórdia divina jamais desanima. Dispõe-se sempre a caminhar. Levanta-se das quedas, com os braços do Pai misericordioso; levanta-s e caminha com os braços da Igreja, mãe misericordiosa.
Contudo, a acolhida da misericórdia divina pressupõe a fé. Para poder testemunhar a misericórdia, é preciso repetir, a cada dia, “meu Senhor e meu Deus!” A passagem a respeito de Tomé nos mostra a importância da fé alimentada pela comunidade. A Igreja, testemunha permanente da Ressurreição, continua a ser o espaço privilegiado do encontro com o Ressuscitado. Na comunidade reunida em oração, nós temos proclamado muitas vezes: “Ele está no meio de nós!” Os Atos dos Apóstolos (At 4,32-35), na Primeira Leitura, nos recorda como devemos viver em comunidade, destacando a unidade, a partilha e o testemunho da ressurreição.
Pedimos, encarecidamente, as orações de todos pela Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que será realizada em Aparecida – SP, nos dias 11 a 20 de abril, tendo como tema central as “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”.
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Da Homilia pascal de um Autor antigo

(Sermo 35, 6-9:PL17 [ed. 1879],696-697)
Cristo, autor da ressurreição e da vida
        Lembrando a felicidade da salvação recuperada, Paulo exclama: assim como por Adão entrou a morte neste mundo, da mesma forma por Cristo foi restituída a salvação ao mundo. (cf. Rm 5,12). E ainda: O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem, que vem do céu, é celeste (1Cor 15,47).
        E prossegue, dizendo: Como já refletimos a imagem do homem terreno, isto é, envelhecido pelo pecado, assim também refletimos a imagem do celeste (1Cor 15,49), ou seja, conservaremos a salvação do homem recuperado, redimido, renovado e purificado em Cristo. Segundo o mesmo Apóstolo, Cristo é o princípio, quer dizer, é o autor da ressurreição e da vida; em seguida, vêm os que são de Cristo, isto é, os que vivendo na imitação da sua santidade, podem considerar-se sempre seguros na esperança da sua ressurreição e receber com ele a glória da promessa celeste. É o próprio Senhor quem afirma no Evangelho: Quem me segue não perecerá, mas passará da morte para a vida (cf. Jo 5,24).
        Deste modo, a paixão do Salvador é a salvação da vida humana. Precisamente para isso ele quis morrer por nós, a fim de que, acreditando nele, vivamos para sempre. Ele quis, por algum tempo, tornar-se o que somos, para que, alcançando a sua promessa de eternidade, vivamos com ele para sempre.
        É esta a imensa graça dos mistérios celestes, é este o dom da Páscoa, é esta a grande festa anual tão esperada, é este o princípio da nova criação.
        Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da santa Igreja, com a simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir o balbuciar da sua consciência inocente. Nesta solenidade, os pais e mães cristãos obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável descendência.
          Nesta solenidade, à sombra da árvore da fé, brilha o esplendor dos círios com o fulgor que irradia da pura fonte batismal. Nesta solenidade, desce do céu o dom da graça que santifica os recém-nascidos e o sacramento espiritual do admirável mistério que os alimenta. 
        Nesta solenidade, a assembleia dos fiéis, alimentada no regaço materno da santa Igreja, formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da Trindade, canta com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl 117,24).
        Mas, pergunto, que dia é este? Precisamente, aquele que nos trouxe o princípio da vida, a origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo que de si mesmo afirma: Eu sou a luz. Se alguém caminha de dia, não tropeça (Jo 8,12; 11,9), quer dizer, aquele que em todas as coisas segue a Cristo, chegará, seguindo os seus passos, ao trono da eterna luz. Assim pedia ele ao Pai em nosso favor, quando ainda vivia em seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde eu estou, aí estejam também os que acreditaram em mim; para que assim como tu estás em mim e eu em ti, assim também eles estejam em nós (cf. Jo 17,20s).
www.liturgiadashoras.org

terça-feira, 3 de abril de 2018

Em Vigília Pascal, Cardeal Scherer lembra que somos mensageiros de Deus

Em Vigília Pascal, Cardeal Scherer lembra que somos mensageiros de Deus.jpeg
Foto: Luciney Martins/ Jornal "O São Paulo"
A cerimônia que anunciou a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo teve início com o átrio da Catedral. Na ocasião, foi abençoado o "fogo novo", do qual é aceso o círio pascal, vela que simboliza o Senhor ressuscitado.
"Hoje somos nós esses mensageiros de Deus enviados a anunciar a todos que o senhor ressuscitou e está no meio de nós", afirmou Dom Odilo, ao refletir sobre o anúncio feito pelos anjos diante do sepulcro às primeiras testemunhas da ressurreição.
Nesse último Domingo de Páscoa, o Arcebispo de São Paulo presidiu a missa solene da Páscoa da Ressurreição, que contou com a participação da orquestra filarmônica do Senai e da Capela Musical da Catedral da Sé. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações da Arquidiocese de São Paulo


Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/94135-Em-Vigilia-Pascal--Cardeal-Scherer-lembra-que-somos-mensageiros-de-Deus-#ixzz5BbiMEhW2
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Por que rezamos o Regina Coeli e não o Ângelus no tempo Pascal?

Madonna col Bambino (a Virgem e o Menino), de Filippo Lipp)
REDAÇÃO CENTRAL, 02 Abr. 18 / 07:00 am (ACI).- Durante o tempo pascal, a Igreja Universal se une em alegria por meio da oração do Regina Coeli ou Rainha do Céu, junto à Mãe de Deus, pela ressurreição de seu Filho Jesus Cristo, acontecimento que marca o maior mistério da fé católica.
A oração da antífona do Regina Coeli foi estabelecida pelo Papa Bento XIV em 1742 e substitui durante o tempo pascal, da celebração da ressurreição até o dia de Pentecostes, a oração do Ângelus cuja meditação central é o mistério da Encarnação.
Assim como o Ângelus, o Regina Coeli é rezado três vezes ao dia: ao amanhecer, ao meio dia e ao entardecer como uma forma de consagrar o dia a Deus e à Virgem Maria.
Não se conhece o autor desta composição litúrgica que remonta ao século XII e era repetido pelos Frades Menores Franciscanos depois das completas na primeira metade do século seguinte popularizando-a e difundindo-a por todo mundo cristão.
A oração:
V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!
V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!
V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!
Oremos:
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio agora e sempre. Amém. (Três vezes).
ACI Digital

Em um dia como hoje, São João Paulo II partiu para a Casa do Pai

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Abr. 18 / 09:03 am (ACI).- Neste dia 2 de abril recorda-se os 13 anos de falecimento de São João Paulo II, o Papa polonês que esteve à frente da Igreja Católica por 26 anos e 5 meses. É lembrado como o “Papa peregrino”, foi um grande defensor das famílias e amado pelos jovens.

São João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, às 21h37, na noite anterior ao Domingo da Misericórdia que ele mesmo instituiu e da qual foi muito devoto.
Poucos minutos após o falecimento, Dom Leonardo Sandri, que na época era o Substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, anunciou a notícia para as milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro e ao resto do mundo, que acompanhava as últimas horas do Pontífice através dos meios de comunicação.
Desde aquela noite até o dia 8 de abril, dia em que foram celebradas as exéquias do falecido Pontífice, mais de três milhões de peregrinos homenagearam o Papa polonês, permanecendo inclusive 24 horas na fila para poder entrar na Basílica de São Pedro.
Em 28 de abril, Bento XVIdispensou o tempo de cinco anos de espera após a morte para iniciar a causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário Geral para a Diocese de Roma, em 28 de junho de 2005.
Bento XVI o beatificou em 1º de maio de 2011 e ele foi canonizado pelo Papa Francisco em 27 de abril de 2014, junto com São João XXIII.
São João Paulo II liderou o terceiro pontificado mais longo nos mais de 2.000 anos de história da Igreja, realizando 104 viagens apostólicas fora da Itália e 146 nesse país.
Promoveu as Jornadas Mundiais da Juventude nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo e inaugurou os Encontros Mundiais das Famílias.
ACI Digital

domingo, 1 de abril de 2018

Mensagem de Páscoa

Arquidiocese de Brasilia


Hoje é a Páscoa da Ressurreição

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Abr. 18 / 05:00 am (ACI).- Hoje é o dia em que a IgrejaCatólica celebra o sentido da Fé, porque festeja o Domingo da Ressurreição de Jesus ou a Páscoa, quando Cristo triunfante sobre a morte abre as portas do céu.

Durante a Missa, acende-se o círio pascal que permanecerá aceso até o dia em que se comemora a Ascensão de Jesus ao céu.
Esta festa celebra a derrota do pecado e da morte pela a ressurreição. Todo o sofrimento temporal adquire sentido com a vida eterna.
É um dia de festa e alegria, Cristo ressuscitou, o túmulo está vazio, a humanidade está salva, agora é hora de abraçar esta salvação testemunhando uma verdadeira vida cristã.
A seguir, leia o Evangelho de São João (20,1-9) deste Domingo da Ressurreição:
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
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ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF